Montanha finalmente voltou, com música de sofrimento e tudo kkk

Aproveitem =)

Eu não sabia o que estávamos esperando para entrar no avião, mas o treinador estava com uma prancheta na mão confirmando se todo mundo que ele queria estava presente. Suspirei e tentei me afastar de Wanderleia para ficar mais perto dos meninos, porque a verdade é que nunca desejei tanto ir para as olimpíadas para ficar longe de uma mulher grudenta como aquela.

Já estava esgotado mentalmente e fisicamente de uma maneira que nem os jogos tinham me causado.

Pantera pareceu perceber minha agonia porque tentou engatar uma conversa com Doug e Wanderleia sobre sexo do bebê, roupinhas e o time que ele ia torcer quando crescesse. Ou qualquer coisa do tipo. Eu não estava mais ligando. Eu me sentia como se tivesse uma gravata imaginária muito apertada no meu pescoço, o ar faltando, enquanto o que eu mais desejava do fundo do meu coração era ficar o mais longe possível daquela mulher o quanto antes.

Ela não me deixava em paz um segundo sequer. Melada mais que mel. E Rafa estava adorando, porque isso aumentava a minha audiência e amabilidade dos fãs.

E tudo bem, eu ia ser pai, era um sonho recôndito que eu tinha, mas já nem estava tão feliz assim com isso, porque Wanderleia não parava de me encher e falar, como se sua vida dependesse de parecer uma flor radiante para todos.

O pior era que infelizmente minha mente demoníaca acabava comparando ela com Júlia, o espírito do mal que não podia ter seu nome falado, por medo de que ela fosse conjurada do inferno.

Porque ela tinha feito o favor de estragar a minha vida, tinha feito o favor de arrancar o meu coração e levar parte da minha alma junto e não tinha tido um minuto sequer de remorso. Caramba! Eu tinha contado sonhos para ela, tinha dividido a minha vida com ela! Tudo bem, ela também tinha feito isso comigo, mas até que ponto ela não tinha aumentado as coisas? Até que ponto ela não tinha falado meias verdades para me convencer e tinha ido embora levando parte de mim junto?

Porque provavelmente ela não sabia como eu estava furioso e com muita raiva por ter tido o que eu considerava como meu primeiro amor dilacerado e arrancado pela raiz como se não servisse de nada. Como se eu e meus sonhos nunca tivesse realmente significado nada para ela. E isso doía demais.

Então era meio que óbvio que eu não queria ver a bruxa má do oeste nunca mais na vida, com medo de que esse ódio, que era o que ultimamente eu vinha nutrindo por ela, pudesse cair nas meias palavras dela, esse coração tonto e frouxo, e pudesse voltar a ser amor de novo.

Afinal, não costumam falar por aí que amor e ódio muito se confundem? Eu preferia que eles não se confundissem e eu continuasse nutrindo meu ódio por ser cornado, por ter meus sentimentos arrancados, até os fins dos tempos.

O pior? Ela sequer tinha aparecido para tentar se explicar. Só tentou ligar algumas vezes, mas como eu não podia atender telefone e falar besteira para jornalista, aquilo nem poderia ser considerado como uma tentativa de retração dela.

Ela não tinha me procurado e ponto final.

Mas aparentemente só pelo fato de eu pensar no nome dela, sem sequer ter falado, pudesse ter sido suficiente para que eu enxergasse espíritos, porque eu tinha certeza de que estava vendo a bruxa má do oeste vivinha vindo em nossa direção ao lado de Tai, Vini e senhora Sônia.

Esfreguei os olhos para ter certeza de que não era miragem.

― Ah, que bom. Faltava só você. ― Disse Marcelão e eu e todos os meninos nos viramos na direção de Marcelão sem acreditar nas palavras que saíam da boca dele. Só podia ser irreal, tá ligado?

Eu estava dentro de um pesadelo, era isso, só pode ser.

― Ah, o trânsito estava o ó. ― Disse Tai e eu vi de esguelha Felipão vir até Tai e lhe dar um selinho antes de dizer:

― Tudo bem, não tem problema. ― Ele disse todo romântico, e eu revirei os olhos me sentindo outro homem, super incomodado com aquela troca piega de carinho e romance. Quase tinha vontade de vomitar arco-íris. Que horror.

Talvez essa reação exagerada fosse porque Júlia tivesse arrancado o meu coração e eu não soubesse e nem quisesse sentir nada do tipo parecido. Vai saber.

Percebi que ela desviou os olhos de mim, com certeza sentindo remorso de tudo o que tinha causado na minha vida, mas eu continuei a encarando deliberadamente, demonstrando se possível no olhar como estava ferido, enquanto via tudo ao redor.

Milk se esqueceu por completo do que estava fazendo, ou seja, que estava se despedindo da família dele, e correu até Júlia, sendo um amigo idiota que não mais me apoiava, pelo visto, porque em vez de me defender daquela bruxa má, ele foi ao encontro dela para abraçá-la apertado. Senti algo muito estranho como se fosse uma bigorna amassando o meu peito.

Se Milk não fosse assexuado, eu juro que sentiria raiva por ele abraçar o espírito do mal que havia estragado a minha vida.

― Você veio! Legal! ― Bradou Milk super animado. Júlia aceitou o abraço sorrindo comedidamente.

― Sim... o treinador me convidou para fazer parte da equipe...

― Show! ― Milk parecia verdadeiramente entusiasmado.

― O que ela está fazendo aqui? ― Ouvi Wanderleia falar com voz de nojo enquanto sua mão apertava no meu braço de maneira possessiva a evidenciar que eu agora era dela. Não que isso fosse verdade. A gente estava fazendo um teatrinho, mas eu não ia casar com Wanderleia só porque ela estava esperando um filho meu.

E eu esperava sinceramente que ela parasse com as esperanças desse tipo.

― Não faço ideia. ― Disse, mas não foi suficiente para acalmar os nervos em alta por causa da gravidez daquela mulher melosa.

Wanderleia se aproximou de Júlia no mesmo momento que o treinador se aproximava para passar alguma instrução para ela. Com os ouvidos atentos, só podia fazer mesmo era ouvir.

― O que a mulher que acabou com a vida do meu homem está fazendo aqui? ― Wanderleia parecia uma leoa rugindo e isso era vergonhoso até para mim.

― Ela agora faz parte da equipe de assistência. ― Foi o que Marcelão se limitou a dizer antes de voltar a instruir Júlia. ― A equipe de médicos, enfermeiros e profissionais de educação física ficarão na parte de trás do avião, daqui a pouco eu vou apresentá-los a vo...― Wanderleia interrompeu a explicação de Marcelão.

― E porque eu não posso ir também? ― Por sua vez, Marcelão estava sem paciência com Wanderleia.

― Você é formada em educação física, fisioterapia, medicina ou enfermagem? ― Wanderleia apertou um lábio sobre o outro e passou as unhas pintadas de vermelho pelo cabelo tentando ajeitá-lo enquanto parecia encabulada.

― Não, mas...

― Então nada feito. Como você pode ver, Doug tem namorada, aparentemente Felipão tá de rolo também, e certamente outros tantos tem família e nenhum desses familiares está os acompanhando. Porque você acha que você seria a diferentona e poderia acompanhar o Montanha?

― Oras, porque eu estou grá...

― Já dei meu veredicto. Se eu fosse você, aproveitava-o agora. Ficarão no mínimo três semanas sem se verem. ― Wanderleia engoliu todo o orgulho ferido e virou-se de costas prestes a voltar para onde eu estava. E tudo bem, tudo ficaria perfeito se assim fosse, mas ela parou, pareceu pensar em alguma coisa - ou quem sabe deixou os hormônios de gravidez falarem mais do que a voz da consciência dela - e deu meia volta, voltando para onde Júlia estava.

E então a coisa mais absurda da vida aconteceu frente aos meus olhos.

Wanderleia simplesmente veio andando em passos rápidos e levantou a mão para bater em Júlia, mas rapidamente Júlia segurou o pulso de Wanderleia e torceu murmurando:

― Eu estou só te mobilizando porque você esta grávida e eu não bato em mulheres grávidas que levantam o dedo para mim, mas eu espero que você... ― E Júlia simplesmente não conseguiu continuar falando, porque Wanderleia simplesmente a chutou com aquele salto demoníaco bicando na barriga de Júlia e a fazendo cair de bunda no chão.

Chocada, Júlia continuou no chão apertando a barriga que menos mal, estava aparentemente salva de problemas. Em um ímpeto, ameacei ajudar Júlia, o que era o que eu não deveria fazer, já que ela tinha fodido com a minha vida. Mas antes que eu fizesse essa besteira, ainda que fosse porque eu estava com pena e meu eu cavalheiro estava querendo agir assim, até porque o que Wanderleia tinha feito era muito errado e poderia ter realmente machucado Júlia, Pantera me impediu de continuar caminhando e Wanderleia aproveitou para falar:

― É o mínimo que você merece por ter estragado a vida do pai do meu filho. Você é um ser desprezível. ― E para minha surpresa, Felipão apertou a mão de Tai uma vez numa comunicação silenciosa de carinho e compreensão entre eles dois e foi na direção de Ju para ajudá-la a se levantar.

― E você é ainda mais por maltratar uma pessoa na frente de tantas outras. Certamente está te faltando educação. ― E ele colocou uma mão nas costas de Ju ajudando-a a se levantar do chão.

Estava muito chocado com aquilo tudo, mas Marcelão tomou a frente e começou a falar:

― Vamos entrar no avião e deixar disso. Antes que a mídia que nos acompanha faça ainda mais burburinho do que está fazendo. ― E concordamos ainda levemente atônitos.

Comecei a seguir em direção ao salão de embarque, mas Wanderleia veio andando rápido na minha direção e me puxou pelo braço. Até pensei em falar alguma coisa, chamar a atenção dela por ter me feito o favor de fazer um estardalhaço sem precedentes e também sem educação na frente dos meus amigos, maltratando Júlia sem razão para isso, mas Wanderleia apertou as mãos dela na minha nuca, ficou na ponta dos saltos altos e simplesmente me beijou me pegando bem desprevenido.

Eu realmente não esperava.

Ainda de olhos abertos, vi que Júlia tinha olhado por trás do braço de Felipão e Milk que a ajudavam a seguir para o salão de embarque e seu olhar não me passou ferido. E embora fosse uma puta de uma vontade idiota de machucá-la quando ela tinha me machucado bonito, não pensei muito bem na ação dos meus atos.

Na verdade, a minha intenção era realmente pagar com a mesma moeda. Machucá-la como ela tinha me machucado, me deixando sem nenhuma explicação e com o coração ferido. E, por isso mesmo, ainda de olhos abertos, correspondi ao beijo de Wanderleia, pelo menos por tempo suficiente para que Júlia desistisse de continuar me olhando e voltasse a olhar para frente e se concentrasse nos meninos que estavam com ela.

Só foi nesse segundo que eu decidi parar o beijo e me afastar de Wanderleia.

― Já vou. Até mais. ― Ela sorriu toda languida como se tivesse conseguido o que queria. E talvez tivesse mesmo. Tinha machucado Júlia e eu havia a retribuído com um puta de um beijo como se fosse a recompensa dela por ser uma menina má.

Mais ridículo impossível.

― Vou ficar te esperando, Montanha. ― Ela passou as unhas afiadas pelos meus músculos do braço e eu me soltei dela rapidamente.

― Torça para que ganhemos. ― Ela assentiu abrindo um largo sorriso e eu segui em frente.

Meu coração palpitava no peito, com um pouco de raiva também de como aparentemente a bruxa má do oeste ainda conseguia sorrir mesmo depois de eu tentar deliberadamente machucá-la. Milk perguntou ao treinador se podia sentar ao lado de Júlia na viagem, pois era a primeira vez que ela viajava de avião e talvez por pena de tudo o que Júlia tinha enfrentado sem necessidade, o treinador acabou concordando com Milk com um aceno de cabeça. Isso foi suficiente para que ele ficasse muito feliz, puxasse Júlia pelo braço e começasse a tentar explicá-la como era viajar de avião, o que eles deveriam fazer, como era o Japão e tantas outras coisas do tipo que pouco me interessavam.

Encarei tudo com um gosto amargo na boca.

Senti quando Pantera bateu a mão no meu ombro e se colocou ao meu lado assoviando baixinho.

― Isso que eu chamo de vingança, moleque.

― Eu não estava me vingando.

― Imagina se tivesse. ― Fingi que não o ouvia.

Talvez eu estivesse mudando de ideia quanto a ficar de boas porque Milk era assexual, porque eu não estava gostando nem um pouco da ideia de que Júlia nunca tivesse andado de avião na vida e fosse justamente Milk que a ajudasse a se sentir melhor com isso.

Se ela não tivesse sido tão ruim e me traído, poderia ser eu.

― Isso é o que eu chamo de ciúmes. ― Disse Doug se colocando do meu outro lado e fazendo Pantera rir.

― Pode crer.

― Vocês deveriam é ficar quietos e parar de falar de mim na minha frente.

― Dá não. ― Disse Doug segurando uma risada.

― É verdade. ― Disse Pantera e pareceu ter uma ideia. ― Vamos apostar, Doug?

― O que você quer apostar?

― Quanto tempo o Montanha aguenta ficar com raiva e ódio da menina até beijá-la. ― Disse Pantera já começando a abrir a carteira. Doug riu.

― Acho que dura uma semana. ― Disse Doug colocando a mão na barbicha que estava começando a cultivar na cara como se pensasse.

― Acho que antes do primeiro jogo. ― Disse Pantera.

― Vocês deveriam ser menos idiotas. Seus putos. ― Disse me afastando dos meus amigos que, na verdade, estavam mais é querendo que o circo pegasse fogo, isso sim.

E com esse pensamento em mente e muita raiva no coração que segui em direção ao avião rumo às olimpíadas em Tóquio. 

E também a um grande pesadelo, afinal.

Oi Oi lindezas!

Alguém esperava por esse homem machucado a esse ponto, querendo machucar por conseguinte também? Acho que a leitora que tinha me dito que ele parecia ser de escorpião estava um ponto certa afinal hsuahsuahsua

E para quem queria o Montanha com ciúmes, ainda teremos mais um pouquinho de ciúmes pela frente kkkkkkkkk

Essa viagem promete hsuahsua Teremos ainda muita redenção, novidades e um pouco de sofrimento também. Mas um pouco de comédia também, espero...

E logo mais as leitoras que mais comentaram aparecerão rapidamente também! Se você sente que foi uma leitora que participou bem em todos os capítulos e eu não disse ainda que você vai aparecer, comente aqui com o seu nome que eu vou tentar fazer com que fosse participe também =D

Se gostaram, não esqueçam de comentar e mandar estrelinhas! <3

Nos vemos semana que vem com mais alegria hsuahsuah E mais tormentos também, óbvio kkkk

Estamos agora sim chegando nos 25% finais da história =)

Bjinhoos

Diulia.