Capítulo 33
A gente começa agora os capítulos recheados de vídeos com traduções para vocês sentirem ainda mais emoção nos capítulos... Se não for pedir muito, ouçam as músicas no início do capítulo enquanto leem... Se ajudar, coloquei em negrito a primeira palavra para começarem a ouvir a música de fundo...
E Boa leitura =D
Demorei para conseguir pregar os olhos e dormir.
A sensação era de que o meu coração poderia sair do peito, a felicidade genuína que me fazia sorrir sem motivo algum. Eu estava tão feliz e tão alerta que acabei aproveitando o fato de que teoricamente estava de férias para arrumar o meu apartamento. Porque, claro, demoraria para que o sono viesse.
Layla ficou me olhando como se eu tivesse ficado louca quando arrumei os armários, as gavetas, a geladeira, dobrei todas as minhas roupas, lavei todos os panos que encontrei em casa e ainda aproveitei para fazer uma limpeza de pele enquanto cantava aos plenos pulmões qualquer música que aparecia como recomendada no spotify.
Tomei um banho já era quase quatro da manhã. Decidi que era hora de dormir, afinal, já que Montanha jogaria a manhã inteira, eu só poderia realmente o ver e roubá-lo um pouquinho só para mim no período da tarde. E a verdade é que eu queria aproveitar cada momento que eu pudesse ter com ele, já que estava de férias.
Meu estômago parecia infestado de borboletas e meus lábios pareciam cravados em um sorriso congelado enquanto eu lembrava da incrível noite que eu tinha tido antes. Era terrível saber que Montanha tinha um péssimo passado de galinha, mas a grande verdade é que os galinhas realmente eram bons de toque. Minha pele ainda se arrepiava, só de lembrar da noite mágica que insistia em povoar a minha cabeça.
Claro que eu sabia que precisava contar de Rui, mas estava realmente convicta de contá-lo na segunda, o dia mundial dos problemas e coisas ruins. O domingo com Montanha tinha sido tão perfeito. Não seria tão ruim adiar só mais algumas horas para contá-lo daquele problemão que envolvia Rui e sua perseguição idiota.
Só mais algumas horas.
Acordei somente com Layla me lambendo e eu quase caindo da cama tentando me orientar que dia era e que horas eram. Procurando o que tinha me tirado do meu delicioso sono de beleza, percebi que Layla me olhava querendo continuar a lambida e meu celular tocava irritantemente alto. Quando finalmente consegui pegar o celular em mãos, percebi que era Tai me ligando.
Para variar.
Mas realmente fiquei surpresa ao perceber que haviam 10 ligações perdidas de Vini e 20 da Tai. Não fazia a mínima ideia de que urgência era, mas já comecei a cogitar até a possibilidade de que Montanha tivesse sofrido um acidente de carro quando saiu da minha casa!
― Tai? Aconteceu alguma coisa? ― Perguntei assim que ela ligou mais uma vez.
― Porque você fez isso? ― Franzi o cenho. Do que diabos ela estava falando?
― Você vai ter que ser mais específica, amiga. O que eu fiz?
― Porque você deixou que a mídia soubesse do Rodrigo? ― Senti como se uma bigorna tivesse caído em cheio na minha cabeça. Como se uma escuridão fizesse minha visão diminuir. A pressão parecia cair e eu precisei me sentar para assimilar tudo aquilo que Tai falava.
― Como? Eu não disse nada. ― Tai suspirou do outro lado da ligação.
― Eu sei que não. Deve ter sido o idiota então. ― Minha cabeça ainda estava funcionando bem lentamente, talvez porque eu tivesse acabado de acordar e sequer havia tomado café, mas aquela história não estava fazendo sentido para o meu cérebro. Conforme as sinapses iam sendo feitas, eu começava a pensar que realmente não fazia sentido que tivesse sido Rodrigo a divulgar para a mídia, mas outra pessoa bem pior.
― Rui. ― Consegui falar entredentes.
Tai ainda estava na ligação.
― Rui? Aquele Rui? Como ele ficou sabendo disso, amiga? Você não ia contar para o Montanha?
Eu ia, mas a noite tinha sido tão boa, depois eu não queria dar uma notícia ruim para somar com a aparição da mãe de Montanha e depois estávamos tão bem... Que eu simplesmente esqueci de que tinha que contar esse tipo de coisa para ele... Tinha que falar de Rui e agora... Bem, agora eu precisava tentar contar a história toda para Montanha. Ele precisava ouvir da minha boca, ainda que pudesse ser tarde demais.
― Ju? ― Tai estava estranhando o meu silêncio.
― Eu tenho que tentar resolver isso. Mas antes preciso tomar nota de todo o estrago.
― Amiga, eu vou te contar então. A mídia divulgou suas mensagens trocadas com Rodrigo e várias fotos de vocês saindo juntos. Várias. Não sei de onde essas fotos surgiram, porque não foram divulgadas antes. De qualquer forma, as fãs estão putas com você e principalmente com Montanha porque ele tentou enganar todo mundo com essa história falsa. Deve ter algumas meninas misturadas com jornalistas para te xingar ou qualquer coisa do tipo. Além disso, as ações da empresa dele caíram e ele está até correndo risco nem de competir no mundial. Eu não sei sinceramente como você pode resolver isso, amiga, mas acho que a coisa está séria e feia demais...
Meus olhos se encheram de lágrimas imediatamente enquanto eu concordava com a cabeça. Burra, eu era idiota e burra. Poderia ter contornado, ao menos contado para Montanha para que ele entendesse que eu estava sendo ameaçada. Talvez isso não ajudasse muito com a mídia, mas, pelo menos, eu não me sentiria como se estivesse com o coração pesado em cogitar que Montanha estivesse com tanta raiva de mim que não ousasse nem querer me ver nunca mais...
Essa simples ideia doía mais do que qualquer coisa.
A ideia de saber que você errou tão feio com alguém que você descobre já ter ocupado bastante da sua vida.
Desliguei o telefone com Tai e tentei ligar imediatamente para Montanha. O óbvio aconteceu. Caiu na caixa postal. Ele devia receber um tanto de ligações de jornalistas ávidos por entender aquela história de como o homem considerado galinha no fim foi traído. Apertei um lábio sobre o outro e olhei para Layla que me encarava como se quisesse saber português o suficiente para entender o que diabos estava acontecendo.
Ou porque meus olhos estavam carregados de lágrimas não soltas.
― O que eu faço Layla?
Ela obviamente não me respondeu, só virando um pouquinho a cabeça como se estivesse com um ponto de interrogação. Suspirei enquanto sentia as lágrimas no rosto. A verdade é que na vida real a gente é bem mais idiota e acaba fazendo mais besteira do que nas histórias de romance que a gente lê. A gente acaba se arrependendo de magoar alguém, embora não saiba porque deixou chegar a esse ponto.
Eu mesma não sabia como tinha sido tão burra ao ponto de deixar chegar a esse ponto.
― Eu preciso fazer alguma coisa. Mesmo que eu corra risco de vida. Preciso conseguir falar com ele, nem que precise ficar esperando em frente ao prédio dele o dia todo. Eu preciso fazer algo, entende Lalá? ― Layla ainda me encarava, mas como se tivesse finalmente entendido o meu ponto, colocou a língua para fora numa espécie de sorriso.
Talvez eu ainda estivesse lesada de ter acordado atordoada. Estava vendo sorrisos na face da minha cachorra.
Coloquei a primeira roupa que vi pela frente, minha carteira e celular. Percebi que outras tantas ligações de números desconhecidos também ligavam ávidos por qualquer informação minha. Suspirei e decidi pensar numa estratégia para sair do meu prédio sem ser atacada – mais uma vez para variar – e sem muitas opções, decidi ligar para Tai.
― Amiga, haveria alguma hipótese de você me dar uma carona até o apartamento do Montanha?
― Pera, só um minutinho, amiga.
― Ok.
― Viiiiiini, eu vou dar uma pausa para ajudar a Ju a se livrar da besteira que ela cometeu.
― Vai logo, porque eu vou fechar a loja por hoje. Já deu essa quantidade de pessoas aqui na porta. Vou jogar água em cima de todo mundo se continuarem aqui, ouviram? ― Ouvi Vini gritando para quem quer que fosse. ― Eu já disse que ela está de férias, então se não quiserem comprar algo, caiam fora, cambada de chatos! ― E mais uma vez eu me sentia uma pessoa muito má por ainda por cima dar esse trabalho todo para os meus amigos que tentavam me ajudar e também estavam se ferrando por tabela.
Mas ao mesmo tempo só conseguia ser grata por tê-los na minha vida.
― Chego aí em vinte minutos, amiga. ― Concordei.
Mas as coisas voltaram a se complicar ainda mais quando Tai me avisou que tinha chegado. Mal abri a porta da garagem do prédio – minha tentativa de rota de fuga – e me senti ofuscada por uma imensa quantidade de flashes. Dei até mesmo um passo para trás e me surpreendi quando ouvi Vini gritando:
― Saiam da frente, fofoqueiros! ― E para minha surpresa, Vini simplesmente tirou umas latinhas daquelas de fazer espuma de carnaval e começou a jogar nos jornalistas que se afastaram para não perderem celular, aparelhos eletrônicos e até mesmo as roupas e cabelos deles para aquela imensa quantidade de espuma de sabão.
Foi ao menos o suficiente para que Tai gritasse:
― Pula para dentro do carro, amiga! ― E eu não precisei ouvir duas vezes a mesma ordem, já fazendo isso imediatamente.
Tai acelerou e ganhamos movimentos pelas ruas. Meu coração agora estava menor do que uma semente de pinhão enquanto eu pensava em como Montanha devia estar chateado comigo, com raiva de toda a confusão que eu havia causado na vida dele.
― Amiga, o Felipão me mandou mensagem. ― Acordei imediatamente do torpor.
― O que?
― O que digo eu! Voltaram a sair? ― Perguntou Vini passando a mão pelo cabelo charmoso.
― Mais ou menos isso... ― Tai ficou levemente encabulada. ― Foco no assunto principal. Montanha foi para uma casa de praia que ele tem para fugir dos paparazzis e o Lipe me pediu para te passar um recado...
― Desembucha logo mulher! ― Disse Vini.
― Ele não vai falar com ninguém nessa semana, quem vai falar por ele será o Rafa. E o Rafa quer te encontrar. Ele vai estar te esperando num carro próximo do Barra Shopping. ― Concordei ainda absorvendo aquelas palavras.
Isso significava que por uma semana eu não tinha a mínima condição de pedir desculpas ou me justificar por Montanha. Isso se ele quisesse me ver depois dessa confusão toda. Mas eu tinha uma tentativa de me explicar razoavelmente para Rafa, de talvez tentar conseguir o endereço da casa de praia de Montanha para tentar falar com ele, pedir desculpas, falar qualquer coisa, eu não conseguia pensar direito, só sabia que precisava me justificar.
Não demorou para que chegássemos no ponto de encontro. De fato, a Range Rover costumeira de Rafa me esperava. Tai me olhou pelo retrovisor e Vini no passageiro virou o corpo dele para trás para onde eu estava dando um pequeno sorriso de incentivo.
― Vai lá menina, explica direitinho essa história para aquele homem. ― Concordei e sai do carro.
Entrei no passageiro do outro carro ao lado de Rafa que continuou com o carro estacionado. Olhei para as minhas mãos, buscando a melhor forma de começar a contar aquela história, explicar direitinho, mas, fiquei mais surpresa quando Rafa jogou um papel pardo estufado com algo pesado no meu colo e falou:
― Sua parte do trato. Estou sendo bonzinho e te dando metade e não fazendo quebra de contrato, isso porque Montanha me disse que a sua história de vida é triste e ele tem pena de você. Sim, é a única coisa que você tem dele agora. De mim, nem isso. Por mim, você não teria ganhado nada, porque sujou o nome de Bruno de uma maneira que nem eu mesmo, que safo ele das diversas maneiras possíveis, sei como vou conseguir fazer isso agora. E ainda tem Rui. ― Rafa disse entredentes e eu senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem enquanto eu também ficava em alerta:
― O que tem Rui? ― Rafa abriu um sorrisinho de canto dos lábios e passou a falar acidamente:
― O que tem Rui, Júlia? ― Ele riu acidamente. ― Você não só deixou que a mídia soubesse que você ficou com Rodrigo, como Rui foi na mídia dizer que vocês estão juntos. ― Meu queixo caiu imediatamente enquanto as palavras pareciam simplesmente se perder na minha boca.
Ele não podia ter sido tão ardiloso... Mas foi... E porque? Por uma simples e maldita noite comigo? Não, tinha que ter mais alguma coisa nessa história.
― Se você está se perguntando porque Rui aproveitou para contar sobre o casinho as escondidas entre vocês dois na mídia, eu te falo: Ele e Montanha só se engolem socialmente. Agora se você quer saber porque? Desculpe, mas pergunte para o seu querido Rui. Vamos ver se ele tem coragem de te contar algo que sequer a mídia sabe. O motivo pelo qual eles se odeiam. ― Abri a boca para falar, mas nada ousava sair da minha boca.
― Rafa...
― Acabamos por aqui, Júlia. Não ouse procurar Montanha, pois se não serei obrigado a entrar com uma ordem de afastamento. Não ouse sequer achar que qualquer desculpinha que você dê fará Montanha te perdoar. Ele está profundamente magoado, porque acha que você foi uma vadia, porque foi a única mulher que ele apresentou para o pai dele e fez o favor de causar essa desgraça toda na vida dele. E ele vai te superar, acredite. A raiva dele em saber que você está de caso com Rui já é suficiente para isso.
― Rafa, mas eu não estou...
― Mesmo sendo metade, aí tem dinheiro suficiente para você se reerguer na vida, então eu espero de todo o coração que você consiga e nunca mais ouse falar com nenhum de nós. Montanha sempre foi sincero, mesmo no começo, de quem ele havia pego... Ele deixou de ficar com qualquer menina que fosse depois do escândalo que você deu no estacionamento. Mas e você, Júlia? Em algum momento Montanha realmente tomou conta do seu coração?
Senti que meus olhos enchiam-se de lágrimas e meu coração já apertado e pequeno desaparecia quase por completo. Rafa estava sendo injusto, porque eu realmente nunca tinha entregue meu coração, minha vida, minha história para ninguém... Exceto Montanha... Como eu tinha feito nos últimos dias. Tinha realmente dividido minha alma, meu coração com ele e verdadeiramente não sabia agora onde estava o chão para pisar, porque era como se tudo ao redor de mim estivesse desmoronando e eu estivesse caindo num poço sem fim.
― Se puder sair do meu carro... ― E vendo que eu ainda estava sem ação alguma, Rafa pegou o telefone dele e ligou para alguém. Eu ainda sentia as lágrimas caindo silenciosas do meu rosto enquanto me sentia prestes a perder as minhas asas...
Minha vida se despedaçando na minha frente...
Então eu nunca mais veria Montanha na minha vida? Nunca teria a chance de me desculpar com ele pelas burradas que tinha feito? Essa... Ou melhor... A noite de ontem... Tinha sido a nossa despedida?
Se eu soubesse que seria a nossa despedida, teria insistido mais para que ele passasse a noite comigo... Teria o beijado mais vezes... Teria...
― Vem amiga. ― Disse Tai me puxando junto de Vini para fora do carro de Rafa. Me abracei forte a Tai enquanto sentia as lágrimas caindo forte e dolorosas. Havia um grito entalado na minha garganta.
Tai me apertou firme nos seus braços, deixando que eu caísse em choro convulsivo, deixando que eu morresse em seus braços e sentisse uma dor muito difícil de explicar. Enquanto isso, Rafa partia.
De alguma forma terrível, me sentia como se estivesse perdendo Montanha, mas também os amigos, os meninos, que eu tinha feito amizade por tabela. Me sentia, talvez, como se estivesse perdendo uma parte do meu braço e isso doía tanto que... que se eu soubesse, não teria entregue parte de mim para Montanha tão facilmente... Não teria me aberto...
Não estaria... o amando.
A simples confissão mental fez com que o ar que havia no meu corpo se perdesse. Me senti como se tivesse em uma crise de pânico, o ar faltando por completo e uma agonia sem igual. De repente, era como se eu caísse numa escuridão sem fim. Talvez porque eu não tivesse tomado café da manhã e nem almoçado e já fosse quase quatro da tarde... Talvez minha pressão tivesse realmente caído... Porque a última coisa que eu ouvi foi Tai gritando:
― Vini! Ajuda a por ela no carro! Direto para a casa dela! E liga para a Senhora Sônia agora mesmo! ― E essa foi a última coisa que eu realmente ouvi antes que tudo se apagasse numa escuridão sem fim.
Pelo menos nessa negritude, não havia nenhum pensamento desolador de que Montanha e companhia nunca mais estariam comigo, tampouco que todo esse pesadelo estivesse, realmente, acontecendo tão fortemente e tão dolorosamente. Era só solitário, tenebrosamente vazio e nada mais por fim.
Era como se eu tivesse morrido.
E, naquele momento, estava tudo bem para mim.
Postei a treta e sai correndo kkkkkkkk
Deu para sentir pelo menos um pouquinho a dor da Júlia nesse capítulo, gente?
Porque ainda teremos mais um pouquinho de sofrimento para a Júlia... Não que ela não mereça para da próxima vez não agir assim e contar logo de uma vez, antes que saia toda machucada né... Isso com certeza serviu de aprendizado para ela... Mas ela ainda sofrerá mais um pouquinho... Porque a treta continua gente.
A treta veio em várias doses e só continua kkkkk
Mas olha pelo lado bom, chegamos a mais ou menos 65% da história. Estamos caminhando bem, uhu!!
Alguém consegue adivinhar qual a nova treta do próximo capítulo? Porque tem sim, não é só o nosso casal se afastando kkkk... Quero ver se alguém chega perto de entender a minha cabecinha maquiavélica rsrs... Não joguei informações à toa...
Enquanto isso, quero ouvir o que vocês acharam desse capítulo... Conseguiram sentir um pouquinho da dor da Júlia??
Enfim, enfim, se gostaram do capítulo, não esqueçam de comentar e das estrelinhas! <3
Bjinhoos
Diulia.
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