Capítulo 29
― Eu ia dizer para vocês se sentirem em casa, mas acho que não preciso. ― Disse fazendo Tai se levantar do sofá gargalhando e ir atrás de copos para nos servir um pouco de bebida.
O jogo ia começar.
Meu coração estava entusiasmado em ver os meninos jogarem.
― Não precisa mesmo não, miga. ― Ela colocou os copos na mesinha de centro enquanto Vini sintonizava no canal que passaria o jogo. ― Eles estão jogando contra o Chile se não me engano. Quase certo de vencerem. ― Concordei enquanto sentava ao lado deles.
Eu não entendia muito bem de Vôlei, mas isso não me impediria de torcer. Talvez isso aplacaria um pouco da saudade que eu estava sentindo e não queria admitir. Sorri enquanto esperava o jogo começar. Era diferente ver a cara de Montanha pela televisão e saber que, mesmo que ainda não fosse cem por cento certo, a verdade é que eu e ele estávamos nos pegando. Era uma sensação difícil de explicar.
O jogo começou e passamos a acompanhar com cuidado. Aparentemente, estava tranquilo para o Brasil no começo, os meninos fazendo ponto atrás de ponto. Sorri quando a câmera focou no rosto de Montanha que sem saber que a câmera estava focada nele agora que eles batiam as mãos comemorando mais um ponto, sorria majestosamente para a câmera. Seu sorriso era lindo, uma covinha no canto parecia torná-lo ainda mais radiante.
(Tipo esse sorriso de comemoração)
― Ai jesus. Que pecado esse sorriso. ― Disse Vini bebericando um pouco da bebida. Eu e Tai rimos.
Algumas jogadas certas a mais, os meninos estavam suados e começaram a ter pequenos erros em saques. Comecei a ficar apreensiva ao ver que o time adversário conseguia se aproveitar disso e estava começando a se equiparar em pontos a equipe brasileira. Beberiquei um pouco de água – chega de bebidas nessa semana, meu fígado não ia aguentar mais – e olhei os dois ao meu lado. Eles também pareciam um pouco apreensivos.
Era a vez de Montanha sacar.
A câmera focou em Bruno concentrado segurando a bola. Achei engraçado em como sua mão parecia engolir a bola de tão grande que a mão dele era. O olhar concentrado dele parecia vasculhar a melhor região da quadra que pudesse dar o ponto para o Brasil.
― Vamos lá. ― Disse baixinho. Que agonia!
Montanha então lançou a bola do saque. E então o meu coração parou de vez. E só voltou quando o árbitro indicou que a bola tinha sido na linha e a pontuação era do Brasil. Montanha ia sacar mais uma vez.
― Uhu! ― Me vi gritando e Vini e Tai sorriram ao me ver bradar de alívio.
― Vai Brasil! ― Disse Vini pegando um pedaço de queijo.
Montanha sacou novamente. Dessa vez, o time adversário conseguiu interceptar o saque e então começaram a preparar a bola para ser lançada para o outro lado. Milk impediu que a bola fosse para o chão e Pantera desenvolveu a bola. Felipão tentou marcar o ponto, mas alguém do outro time conseguiu pegar a bola também. Lá foi o time adversário novamente tentar fazer ponto. Pantera e Felipão tentaram uma barreira, mas a bola passou. Montanha pegou e então Pantera ajeitou novamente. Dessa vez, com mais força empunhada no braço, Felipão conseguiu marcar o ponto.
Eu e Tai pulamos juntas do sofá gritando de alegria e nos abraçamos pulando enquanto os meninos do lado da tela também comemoravam. Vini nos encarou com cara de tédio comendo mais queijo.
― Escandalosas vocês, bitches. ― E eu e ela rimos nos comportando novamente e sentando.
O jogo continuou emocionando mais e mais a cada ponto. E então quando Montanha começou a barrar tudo como se fosse uma parede que eu comecei a compreender porque atrás da sua blusa o nome que estava escrito ali era Montanha e não Bruno. Sorri.
O primeiro set foi ganho pelo Brasil e eles fizeram uma pausa de alguns minutos antes de continuar novamente. Aproveitei para fazer uma pipoca e me sentei no sofá novamente para esperar o jogo voltar. Quando Layla veio pedir uma pipoca e eu lembrei de que precisava colocar ração para alimentá-la que eu lembrei de um assunto bem importante.
― Tai! E como foi com Felipão naquele dia? Você não me contou! ― A verdade é que tanta coisa tinha acontecido desde então, que eu meio que não tinha tido tempo de lembrar de outras coisas tão interessantes quanto, como um possível caso amoroso da minha amiga.
― Que? Você chegou atrasada por causa daquele homem? ― Vini afinou ainda mais a voz assustado por não saber das coisas. Os olhos arregalados por aparentemente ser o último a saber das tretas. Tai deu de ombros.
― Não deu certo. Ele descobriu que a Layla era uma farsa. ― A voz dela tentava transparecer indiferença, mas do jeito que eu conhecia a minha amiga, aqueles olhos que pareciam não focar em nada queriam dizer outra coisa. Sorri.
― Como? ― Tentei parecer surpresa.
― Eu... Cheguei atrasada porque fui parar no hospital por uma reação alérgica. ― Vini e eu escancaramos a boca assombrados enquanto Tai realmente parecia se sentir encabulada.
― O que!? ― Eu e Vini gritamos ao mesmo tempo.
― É. Eu comecei a passar mal e ele me levou no hospital. Meio que ficou claro ali que a Layla não era minha. Ele deixou a Layla no apartamento dele e me levou no hospital. Depois foi comigo no seu apartamento devolver a Lalá, amiga. ― Tai parecia conformada. Revirei os olhos.
― Pronto, daqui a pouco o meu apartamento vira o point de todos, todo mundo anda vindo aqui. ― Disse obviamente pensando na minha mãe, em Montanha, agora no Vini e na Tai e por sinal em Felipão que nem sabia que tinha conhecido o meu humilde lar.
― Ele riu de mim e beijou a minha testa. Não acho que tenho mais chances com ele. ― Choramingou Tai deitando a cabeça na minha coxa. Me assustei com o tapa que Vini deu na mesa de centro.
― Não tem mais chances? Menina! Agarra esse homem! Hoje em dia mais nenhum homem dá beijo na testa de menina, não! Isso demonstra carinho! Você tinha acabado de sair de uma crise alérgica! Ele não queria pressioná-la, isso sim! ― Tai franziu o cenho parecendo pensar a respeito da frase de Vini.
Eu acabei pensando também, ainda um pouco confusa com as palavras de Vini.
― Você tem certeza disso?
― Eu posso não parecer, mas ainda sou homem, Tai! É claro que eu sei de algumas coisas. ― Vini sorriu. ― Como por exemplo aquele Pedrão não me enganar. Ele gosta da mesma fruta que eu. ― Vini sorriu sugestivamente.
― AAAAA! ― Gritei ao ver no olhar de Vini os desejos que ele mantinha ocultos. ― Você vai atacá-lo! ― Tai começou a gargalhar e Vini deu de ombros.
― Ué. Se ele continuar dando mole sim. Eu por acaso tenho que ser o único a não ter ninguém? Que preconceito de vocês meninas! Andam vendo muitos filmes românticos onde as meninas encontram seus parceiros e o amigo gay só fica de conselheiro na fossa! Por favor né! ― Gargalhamos surpresas pela frase efusiva de Vini.
― Você não deixa ninguém passar, hein? ― Comentou Tai. Ele deu de ombros.
― Ou você agarra o cabelo de Kairós ou você perde a sua chance. ― Vini sorriu. ― Voltou. ― E então voltamos a nos concentrar na TV a fim de ver a continuação do jogo.
No fim, o jogo realmente foi mais tranquilo. 2 sets a zero, o Brasil acabou ganhando, ainda bem.
Naquele mesmo dia, Rodrigo me mandou mensagem para nos encontrarmos. Acabei concordando e fomos perto de minha casa no mesmo barzinho que outrora tínhamos ido em outro momento. Foi com o coração na mão que contei para ele o quanto achava ele um cara legal, mas que o meu coração tinha decidido que era um território sem controle meu e insistia em continuar gostando das pessoas erradas.
― Você está gostando do Montanha mesmo sendo um namoro falso? ― Ele realmente parecia preocupado comigo enquanto seus olhos escancaravam o meu rosto. Suspirei.
― Pode me chamar de idiota. ― Abaixei os meus olhos tentando não pensar na confusão de sentimentos que eu tinha, embora estivesse ali tentando colocar um ponto final naquele emaranhado estranho. Primeiro, resolver com Rodrigo. Depois, contar dos meus sentimentos para Montanha, dizer que estou disposta a tentar o que nem sei que está rolando entre nós e, por fim, contá-lo de Rui antes que alguém conte para ele e eu realmente me ferre ainda mais. Eu tinha um plano traçado, torcia de verdade que ele no fim desse certo.
Ele sorriu daquele jeito fofo que ele sabia fazer.
― Eu não vou te chamar de idiota. Só... Lembre-se que estou aqui sempre que precisar de um amigo. Não precisamos acabar com nossa amizade só porque não dá para termos algo a mais... Não concorda? ― Sorri me sentindo muito aliviada. Não saía daquela perdendo um amigo, que era sim o maior medo que eu esperava enfrentar.
Na verdade, Rodrigo tinha sido bem maduro e eu estava feliz por isso.
― Sim. Podemos continuar como amigos. ― Ele sorriu amigavelmente.
― Espero de verdade que as coisas deem certo para vocês. Não esqueçam de me chamar se tiver casamento, viu? ― Rodrigo sorriu ainda mais e o sorriso quase chegou aos olhos. ― Vem, eu te levo para casa. ― Disse ele gentilmente.
― Obrigada. ― E acabei aceitando a carona.
Rodrigo me deixou em casa tranquilamente e terminou falando:
― Você me deu coragem para tentar resolver a minha vida e não ficar nas asas de ninguém. Preciso conseguir tomar minhas decisões por conta própria, mesmo que isso me custe o ódio da minha família. ― Ele disse todo enigmático e eu acabei sorrindo e concordando:
― Também te desejo sorte. Espero que dê certo! ― E ele concordou com a cabeça.
Mas mesmo já tendo finalizado o jogo, não tive notícias de Montanha por todo o sábado e domingo. Já estava começando a achar que nunca mais ouviria falar do meu namorado fake. Tudo bem, talvez eu que tivesse que tomar a iniciativa e sair atrás dele, afinal, ele tinha me dado um tempo para pensar, mas eu não sabia como interceptá-lo e dizer que eu aceitava curtir com ele, muito embora estivesse morrendo de medo de sair ferida.
E que precisava lhe contar sobre Rui antes que ele também saísse ferido.
Já estava começando a cogitar procurar notícias de Montanha nas redes sociais quando Vini me ligou na noite de domingo.
― Oi Vini! ― Disse colocando um pouco de leite para beber num copo. Vini bufou.
― Não venha trabalhar na próxima semana, beleza? Estou te dando uma semana de férias. ― Bati o copo com leite na mesa assustada com aquela fala.
― O que? Mas eu nem pedi férias! ― Estava injuriada que fosse perder um pouco de grana vendendo-as. Vini bufou.
― Não estão sendo descontadas das que você tem. Montanha me pagou o equivalente a uma semana de trabalho seu para que você ficasse com ele. Já disse, menina, agarra esse homem enquanto tem tempo. ― Eu ainda estava completamente fora do ar, sem acreditar no que Vini falava.
― Ele... Pagou? ― Vini bufou. Devia estar morrendo de raiva da minha lerdice.
― É. E disse que quando você tiver tomado uma decisão, pode procurá-lo no endereço, Rua... ― E Vini continuou falando enquanto eu tentava voltar aos eixos, o que era uma tarefa bem difícil, se serve de consolo.
― Ele disse isso?
― Você bebeu, Júlia? Meu Deus do céu, está mais lerda que a minha vovó com Alzheimer. Se mexe, menina. Faz alguma coisa, só não me encha mais. Vou desligar. ― Vini desligou na minha cara.
Fiquei encarando o celular por longos segundos. Estava na hora de eu agir.
Oi Oi lindezas!
Como prometido, mais um capítulo! E chegamos na metade da história! Agora é ladeira abaixo até o fim... Sexta nos vemos com um capítulo para lá de especial! Alguém imagina o que vai acontecer no próximo capítulo?? hsuahsua
Estou ansiosa para que vocês leem e veem se gostam!
E eu ia dizer para vocês que em algum dos últimos capítulos aí eu tinha deixado várias pistas... E ninguém pareceu nem notar haha.. É triste que vocês só vão descobrir no fim... Mas uma das dicas que eu dei logo será posta em xeque! Mais alguns capítulos, aguardem =D
Nos vemos na sexta gente!
Se gostaram do capítulo não esqueçam as estrelinhas e comentários! Isso é muito importante para mim!!
Bjinhos
Diulia.
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