Capítulo 21
Eu me enganei por pouco gente, não são 4500 palavras esse capítulo, são 4300, mas é quase a mesma coisa =)
Será que teremos mais beijos? Ou é imagem enganosa? shaushuas
Sou ou não sou um amor trazendo capítulo extra? Rsrs
Boa leitura!
O dia na casa da minha vó estava sendo um desastre elevado a quinhentos.
Engoli em seco enquanto tentava ordenar os meus pensamentos. Era por isso que eu tinha ido para a cozinha, para tentar controlar o meu coração idiota disparando como se estivesse a fim de ter uma taquicardia.
O problema pelo qual eu não conseguia ter foco tinha nome e sobrenome: Montanha e seu ego de se achar o último biscoito do pacote. O pior? O pior é que ele não beijava mal. Não mesmo. Sua língua tinha um gosto de menta de algum chiclete antigo, não é possível, e sabia muito bem como explorar minha boca.
A questão ali era que ele não era um peguete, ele não ia embora depois da gente se pegar e eu não poderia me ver livre de problemas. Pelo contrário, Montanha representava problema ao quadrado. Era só analisar a cota de peguetes anteriores dele para que isso fosse visível.
Aquele homem não parava quieto com uma. E, no fim, se meu coração continuasse tentando bancar o idiota, a única que sairia realmente afetada e machucada naquela história toda seria somente eu.
Ainda assim, a razão destoava da emoção e eu tinha que ficar brigando com o meu coração tentando explicá-lo que isso não aconteceria novamente, nem em um milhão de anos, never more!
Voltei para a mesa tentando controlar os nervos e, felizmente, o papo tinha deslocado para outro casal de primos que também estavam sendo alvos de perguntas estranhas. Vovó estava perguntando para a outra prima por que ela não tinha ficado grávida ainda se já estava tanto tempo com o boy dela, porque vovó queria mais um bisneto para encher aquele quintal de gritaria de crianças. Fiquei até com pena da prima Ellen.
Quando já tinham enchido a cota de meia dúzia de primos, vovó e vovô entraram para preparar uma aletria, doce preferido dos primos, um doce português a base de fios de ovo, leite, açúcar e canela. Mesmo sendo mais costume de fazer no Natal, sempre que a gente pedia, vovó Rosa não negava e acabava fazendo para nós.
Aproveitando a saída de vovó, Victória nos chamou para jogar verdade é consequência com alguns primos. Nos sentamos todos no gramado próximo da porta de entrada e Hugo trouxe uma garrafa de vodca e copos pequenos para virar dependendo da consequência que tirassem, mas alguém teve a adorável ideia de que seria interessante jogar Eu nunca e que o povo que tivesse feito alguma coisa, bebesse até cair.
Montanha disse que ficaria na bebedeira de água se fosse o caso dele, para levar o povo em segurança, mas a minha amiga Tai não estava nem aí e eu quase tinha certeza de que seria eu que levaria o carro para casa, muito embora eu também estivesse sendo intimada a beber vodca pelos primos.
Sentou Montanha do meu lado e Tai do outro, seguida de Milk e Felipão que jogariam também. Hugo, Victoria, Mariana, Marcos, Selminha e João também entraram na roda. Não era lá muito grande, mas eu estava realmente querendo acovardar e não jogar mais. E talvez isso se devesse um pouquinho pelo fato de o meu lado direito do corpo parecer ferver de calor com a presença de um homem que mais parecia um ceifador.
― Vamos lá. ― Hugo espalmou uma mão na outra. Engoli em seco. Eu não estava preparada para saber o podre de ninguém ali presente, muito menos do Montanha, e pior, que ele soubesse dos meus!
Engoli em seco.
Pelo visto, o me conhecer melhor, como ele queria, começaria naquele exato segundo.
― Vou começar tranquilo! Eu nunca dei meu traseiro para ninguém. ― Disse Hugo piscando e diante de várias risadas e guinchos de Tai "isso é o seu começar tranquilo?", felizmente só Selminha bebeu um copo de vodca fazendo várias caras, mas só mesmo. Ninguém zoou com ela. Talvez se fosse o próprio Hugo, as zoações fossem imediatas.
― Minha vez! ― Disse Victória sorrindo maldosamente. ― Eu nunca beijei uma mulher. ― E nesse quesito, todas as meninas ficaram sem beber, o que achei surpresa, pois jurava que Mariana tinha tido uma experiência lésbica na facul.
Coisas que a gente imagina dos nossos primos e se sente realmente surpreso por nosso julgamento não ser lá a verdade mesmo.
― Tá muito tranquilo isso. ― Disse Pantera entrando na brincadeira e se apertando entre Milk e Mariana com um sorriso no canto dos lábios. Os dois fizeram guinchos de que Pantera era muito espaçoso, mas ele não ligou. Embora fosse verdade, já que dentre todos os meninos, Pantera era o maior de todos.
― Ah, não! Cai fora Pantera! ― Resmungou Milk. Montanha riu ao meu lado.
― Porque Milk está estressado que o Pantera entrou? ― Perguntei baixinho fazendo Montanha sorrir com covinhas aparecendo em apenas um lado da bochecha.
Aquele charme de covinha que deveria ser proibido de existir em um homem.
― Porque Pantera já experimentou de tudo. Ele vai ganhar a brincadeira sendo o mais bêbado da parada. ― Arregalei os olhos, mas não tive mais nenhuma reação, porque como se ele tivesse ouvido Montanha ele falou:
― Eu já sei que vou beber todas mesmo, então vai lá. Estou curioso. Eu nunca transei no shopping. ― E embora ele devesse nunca ter feito isso, era mentira, porque ele logo levou um copo de vodca a boca. Os meus primos gargalharam, mas eu vi Hugo levantando um copo, e todos os primos. Até Felipão! No fim só eu, Milk e Tai não bebemos. Até Montanha bebeu ao meu lado.
Ao perceber que eu o encarava assombrada, talvez até com nojo, ele deu um meio sorrisinho de lado, piscou e murmurou:
― Você deveria experimentar. É emocionante. ― Eu quase quiquei no chão para longe do meu namorado fake, ultrajada.
― Eu! ― Gritou Mariana, já logo emendando: ― Eu nunca saí sem calcinha.
Eu também não. Os homens não beberam, mas até Tai bebeu. Encarei minha amiga de boca aberta. O que diabos eu estava descobrindo dos meus amigos naquele momento, Jesus!? Ela abriu um largo sorriso para mim e murmurou baixo para que Montanha não ouvisse, somente eu:
― Era um vestido que ia marcar tudo. Era isso ou ficar feia no casamento da minha amiga. ― Não consegui esboçar emoção alguma. Eu era tão puritana assim que não havia experimentado coisas tão básicas da vida e todo mundo ali sim?
Onde eu me meti nos últimos anos, então, para não viver essas coisas? Em um templo tibetano!?
― Eu nunca peguei uma asiática. ― Disse Marco. Todos os meninos beberam. Bufei e acabei revirando os olhos por consequência. Isso já era de esperar do Montanha.
― Tua vez, Júlia. ― Disse Hugo. Engoli em seco. Não vinha nada na minha cabeça.
― Eu... nunca fiquei mais do que um ano em um relacionamento. ― Incrivelmente, somente Montanha e eu não bebemos.
― 1 ano e dois dias. ― Justificou Tai.
― Ainda estou com minha gatinha. ― Disse Hugo. Victória bufou.
― A menina está fazendo plantão num domingo. Você tinha que escolher uma médica, Hugo. ― disse Victória ultrajada com a falta da esposa do garoto.
― Eu? ― Montanha sorriu. ― Eu nunca disse eu te amo, para nenhuma pessoa, com exceção de um familiar.
Eu e Felipão também bebemos.
Assustei-me com a quantidade de coisas que aparentemente eu tinha em comum com Montanha e sequer sabia.
Os assuntos continuaram bem aleatórios e Hugo e Pantera estavam elevando o nível para coisas terríveis. Contudo, eu comecei a beber, por incrível que pareça, por conta de Milk e Victória que faziam "eu nunca dormi de meia", coisas bem ridículas e que estavam deixando muitos indivíduos bêbados. Afinal, meu Deus, quem nunca dormiu de meia na vida? Ou dormiu até meio dia? Se Montanha não tivesse bebendo água por ser o motorista da vez, duvido que ele também não estivesse bêbado até a quinta geração dele.
― Eu nunca dormi sem escovar os dentes. ― Disse Selminha. Wtf? Que coisa aleatória era aquela? Mais bebida.
Tudo estava auxiliando para que eu me sentisse mais leve, como se tudo passasse a me deixar mais alegrinha, mais solta e mais tranquila. Montanha chegou até a comentar:
― Você nem está parecendo a brabinha de sempre. ― E eu nem sei o porquê, mas isso me deu vontade de rir! E eu comecei a rir do comentário que outrora me faria revirar os olhos.
A tarde ia avançando e a noite se precipitava cada vez mais. O sol já estava se pondo e nós estávamos com álcool saindo por todos os poros do corpo. Ríamos com muito menos piadas e parecíamos mais livres, ou talvez só eu mesma me sentisse mais livre. Foi nessa hora que Montanha olhou para os amigos e numa comunicação interna deles, pareceram lembrar que tinham treino no dia seguinte e começaram a se preparar para sair.
Descobri que Doug que tinha se perdido por algum lugar na festa não tinha bebido e se oferecera para dirigir no lugar de Tai. Felipão, Pedrão e Pantera foram no carro dela e Montanha, que tinha vindo em um carro próprio, levaria Milk e eu para casa. Na minha cabeça aquela conta não batia e eu ficava pensando em como eles tinham vindo para cá, sendo que eram muitos meninos, e meninos muito grandes e altos, para um carro e enquanto Montanha fazia um pequeno esforço para fazer com que eu e Milk entrássemos no carro. Depois de termos nos despedido minimamente dos outros, eu aproveitei para perguntar para Milk.
― Como vocês todos vieram para cá se só cabe cinco no carro? ― Milk que também estava alegrinho, mais do que ele já era, sorriu amigavelmente enquanto com a língua enrolada tentava explicar a situação formulando uma frase até que conexa:
― A namorada do Doug deixou a gente aqui. Ela nasceu aqui em Campo Grande, mas só volta para cá aos fins de semana quando pode. A maioria do tempo fica no centro mesmo. É por isso que o Doug ficou pouco tempo, foi ficar com ela na casa dos pais dela e agora voltou para levar o povo em segurança e depois deve voltar para encontrar a menina aqui, ou a guria deve já voltar para o centro... tanto faz. ― Milk começou a rir sozinho. Eu também estava muito a fim de rir de algo que não fazia ideia do que era, mas Montanha fechou a cara e me mandou para o banco de carona na frente enquanto ajudava Milk a colocar o cinto de segurança. O homem estava tão bêbado que não conseguia acertar o buraco certo.
Acabei rindo vendo aquela cena cômica e a cara de poucos amigos de Montanha que provavelmente era a primeira vez que ficara sóbrio e tinha que ajudar os amigos e uma namorada fake a voltar em segurança para casa.
― Tá difícil aí, Milk?
― Tá tudo rodando. ― Gargalhei, mas assim que fui tentar colocar o meu cinto, gargalhei ainda mais.
― Eu também não estou conseguindo colocar o meu. Parece que ele fica se mexendo sozinho. ― Milk concordou rindo, mas Montanha terminara de pôr o cinto do garoto e decidirá que era a minha vez vindo ao meu encontro.
Aspirei o cheiro de Montanha tentando identificar qual era o cheiro dele, mas nada vinha a minha mente. Parecia alguma coisa salgada, mas só. Gargalhando soltei ainda mais as estribeiras falando:
― Não consigo identificar do que você tem cheiro. Parece alguma coisa salgada... posso te lamber para saber o que é? ― Felizmente, Milk já tinha entrado em coma no banco de trás, porque só o Montanha passou a gargalhar enquanto, pasmem, ficava vermelho. Sua mão logo puxou o cinto transpassando-a no meu corpo.
― Seria muito bom ver você fazendo isso... se você não estivesse bêbada, Jujuba. ― Fiz bico. Não sabia porque ele estava rindo, mas não vi graça, e o que falei mais pareceu uma defesa da minha pessoa.
― Eu não estou bêbada.
― Tá. Quantos copos de vodca você bebeu mesmo? ― Realmente tentei de alguma forma lembrar quantos copos tinham sido e passei a tentar contar tontamente nos dedos:
― 1,2,...7,...12 e... ― mas toda hora que chegava no número 12, eu não lembrava qual era o número seguinte e gargalhava tendo que fazer a conta toda de novo.
Montanha terminou de colocar o meu cinto e me deu um beijo na bochecha muito carinhoso, mas o meu eu bêbada era levemente tarada e sem freios e, pasmem, para a vergonha alheia, espertamente, segurei a sua cabeça grudada na minha bochecha enquanto continuava rindo.
― Sua barba pinica assim. Na bochecha não.
― Céus, você vai querer morrer quando estiver sóbria e lembrar dessa conversa. ― Ele comentou afastando milímetros da minha bochecha para conseguir falar. O calor do seu hálito enquanto falava comigo acertava em cheio meu rosto me deixando ainda mais com vontade de beijá-lo e mais inebriada impossível.
― Você está demitido! ― Simplesmente falei quase gritando. Montanha se afastou arqueando uma sobrancelha.
― Que? Demitido do que? ― Ele também não estava entendendo nada da minha lógica bêbada.
― Do papel de namorado! Você não sabe beijar! ― Disse como se eu fosse a dona do pedaço e beijasse todos os dias várias bocas. Felizmente, Montanha riu e foi para o lugar do motorista ligando seu carro.
Eu mentiria se dissesse que fiquei tramando altas paranaue enquanto estava no carro, mas, na verdade, como Milk, eu só apaguei mesmo por uma longa hora de viagem só acordando novamente quando paramos em frente a um prédio chique onde Milk foi deixado pastando, coitado, junto com o porteiro que ficou encarregado de o ajudar a chegar até o elevador e então Montanha seguiu em direção ao meu prédio bem mais modesto do que o de Milk.
Bobamente, continuei encarando Montanha pelo resto do percurso tendo certeza quase que absoluta que eu não havia me enganado da primeira vez e que realmente Montanha parecia um anjinho safadinho que a gente bem ia querer ao nosso lado no céu. Comecei a gargalhar do pensamento, o que fez Montanha desviar o olhar rapidamente da pista para me encarar intrigado e perguntar:
― Porque está rindo ao me encarar? Tem algo sujo no meu rosto? ― Voltei a gargalhar. Montanha me deu alguns segundos para eu me recuperar da minha própria piada interna antes de decidir respondê-lo:
― Você.
― Eu? ― Ele desviou o olhar da estrada apenas para arquear uma sobrancelha ao me encarar confuso.
― Você realmente parece um anjinho. ― Montanha riu balançando a cabeça negativamente.
― E você até que é uma fofa quando está bêbada! Vou sugerir que você sempre esteja assim nos nossos próximos encontros. ― Sorri com dentes e tudo.
― Não. Eu preciso manter meu papel de séria. ― Tentei fazer uma cara de séria, mas ficou mais parecendo a Bo do filme monstros SA. Gargalhei novamente. ― Sua cota com namoradas fofas é ruim.
― Ah é? Você andou pesquisando para saber? ― Neguei com a cabeça.
― Eu não sei. Mas tenho certeza que deve ser. Você precisa de uns tapas. ― E eu tentei acertar um tapa no ombro de Montanha, mas ele segurou a minha mão com a sua enquanto justificava:
― Eu não sei como é a sua força bêbada, mas o Pedrão fica absurdamente forte. Então estou tentando evitar um ombro deslocado. Preciso dele para o treino de amanhã. ― Sorri bobamente tentando impedir que meus olhos cansados se fechassem de sono.
Embora estivesse prestando atenção na fala dele, a grande verdade é que só conseguia encarar a mão de Montanha engolindo a minha e travar olhando para isso. Para não ficar dirigindo com uma mão só, Montanha logo se desvencilhou da minha mão colocando a minha com cuidado em cima da minha perna novamente e continuou o percurso.
Não demorou para que chegássemos e ele estacionasse numa vaga na rua enquanto apertava o meu e o seu botão do cinto nos livrando da ferramenta. Virei meu rosto para Montanha. Seu nariz era grande e majestoso e seu cabelo estava caindo desajeitadamente pela testa de uma forma muito charmosa para que eu não continuasse encarando. Minha mão coçava para tirar o cabelo da testa e eu logo o fiz, sem freios.
Continuei encarando os olhos vítreos tentando desvendar alguma emoção, mas a verdade é que tal como gelo, os olhos dele pareciam me queimar por inteira e meu coração dava umas cambalhotas no peito aprovando a visão.
― Montanha.
― Hm? ― Ele também parecia levemente perdido.
― Eu acho que estou me ferrando bonito. ― Falei realmente triste. Ele arqueou uma sobrancelha.
― É? Porque você diz isso?
Umedeci os lábios tentando encontrar forças para admitir algo que se eu estivesse sóbria não falaria nunca, mas, naquele momento, as palavras saíam sem dificuldade de mim.
― Eu acho que estou começando a gostar de você. E...
Tentei concatenar os pensamentos enquanto se fazia um silêncio aconchegante. Montanha não ousou cortar minha linha de pensamento levemente lenta pela bebida.
E levemente lenta, também, pelas verdades que estavam sendo ditas.
― E tenho medo porque sei que isso vai me quebrar. ― e realmente era uma verdade dolorosa e estranha de admitir. Afinal, estranhamente, ali, bêbada, parecia claro e cristalino que eu estava tentando me apegar a Rodrigo e falhando miseravelmente, já que meu coração continuava pulando como numa taquicardia pelo homem errado. Mas eu estava bêbada demais para admitir que enterraria aqueles sentimentos pelo bem a minha pessoa, para me salvar de um sofrimento praticamente certo.
― E porque você acha que vai se machucar? ― A voz de Montanha era um sussurro, como se aquele fosse um segredo apenas de nós dois, que deveria ser dito baixo para que o mundo não ousasse ouvir. Sua face estava muito próxima da minha.
― Porque você não se apega a mulheres. E no fim eu serei somente mais uma para você... ― Montanha continuou em silêncio me olhando nos olhos, aqueles mesmos olhos que pareciam queimar sobre a minha pele como num dia de sol quente, aqueles mesmos olhos que pareciam me chamar. ― Mas ainda assim... eu aceito, só por hoje, tomá-lo para mim. Amanhã eu te esqueço, prometo. ― E sem dar chances para que eu fosse enxotada por Montanha, porque era bem o meu maior medo naquele meio segundo, esmaguei os meus lábios sobre os dele novamente, tomando-o como se fosse a última dose do elixir da imortalidade e eu precisasse tomar tudo para ser imortal.
O momento ao menos seria imortal.
Montanha correspondeu quase que imediatamente a brasa quente que eu estava tomando-lhe os lábios. Nossas línguas brincaram por alguns segundos e eu fui invadida pela sensação de que menta ardia por todos os poros do meu corpo.
Arfei sob seus lábios enquanto movia minhas mãos pelo cabelo sedoso e abracei o pescoço dele enquanto sentia que realmente podia ser dele todinha naquele dia. Montanha passeou sua mão pelo meu rosto encontrando a minha nuca e puxando levemente meus cabelos enquanto uma respiração entrecortada fazia hino no meio de nós.
Sua língua explorava cada mísero canto da minha boca apossando se de tudo muito mais do que no simplório beijo na casa da vovó. Agora, era como se ele soubesse que poderia me ter por inteira e estivesse disposto a tomar cada mísera célula minha para si.
Meu coração palpitava enlouquecidamente no peito aprovando essa ideia e minhas mãos começaram a fazer carinho na base da sua nuca derretendo pouco a pouco naquele beijo.
― Júlia... ― Ele interrompeu o beijo. Aproveitei para respirar e ele fez o mesmo, mas sua voz trepidante continuou falando para meu desagrado: ― Você está bêbada. É melhor pararmos por aqui.
Fiquei longos segundos em choque com aquele tapa na cara. Eu poderia insistir que queria mais um pouco, mas a quem eu queria enganar? O álcool já estava aos poucos abandonando o meu corpo e eu meio que estava aproveitando do efeito dele para fazer aquela atitude impensada sem me culpar.
Contudo, agora que caia a ficha, todos os problemas que aquele beijo traria caiam como bombas em cima do meu colo e era estampado a minha fragilidade diante da situação. Eu não sabia o que fazer ou como recuperar a nossa relação profissional depois de ter realmente dito para ele que eu ia me machucar e estivesse realmente sendo machucada por ele naquele exato segundo. Ao menos, a sensação que eu tinha era de que ele só estava tolerando tudo porque eu estava fazendo papel de idiota e bêbada.
Impensadamente, peguei a minha bolsa no chão do carro e falei antes de bater à porta do carro:
― Eu estava falando sério. Está demitido como namorado. Não sabe mesmo apagar o fogo de uma mulher quando ela precisa. Tchau. ― E realmente estava corando da minha capacidade máxima de falar coisas que sobriamente eu nunca diria, mas que era uma forma de tentar fugir da situação que eu mesma havia criado, do caos que eu mesma havia gerado e dos machucados que eu mesma tinha decidido cultivar.
Aquela era a minha forma torpe de sair sem parecer tão ferida.
Digitei a senha do prédio correndo querendo chegar logo no meu apartamento o mais rápido possível para me ver frente a frente comigo mesma e me odiar até o próximo século pelas atitudes terríveis e impensadas.
Talvez quem sabe para afogar minha vontade de beijar aquele homem idiota com sorvete, seria uma ótima ideia.
Não é mentira que me assustei quando senti uma mão na minha cintura me virando para frente e esmagando o meu corpo ao dele, avançando com desenvoltura por todo canto dos meus lábios. A pegada tinha sido sensacional.
Meus lábios continuaram sofrendo o castigo do beijo selvagem enquanto eu tentava acompanhar o fogo daquele homem que aparentemente estava se controlando antes no carro e uma das suas mãos envolveu a minha bunda me fazendo perder o ar e quase engasgar no beijo com o susto. Mas Montanha não deixou que eu afastasse um. milímetro. que. fosse. Minhas mãos alcançaram seus cabelos, apertaram seus braços torneados e minha língua quase acreditou que havia um chiclete de menta ali, mas não. Montanha tinha gosto de menta. E sua língua continuava atropelando tudo o que ele via pelo caminho, saboreando a minha boca quase como se fosse um delicioso sorvete.
Meu coração disparou absurdamente e eu segurei o arfar praticamente certo, enquanto as mãos de Montanha continuavam apertando minhas gordurinhas, principalmente da bunda.
Seus lábios continuaram uma tortura, distribuindo beijos como brasa pelo meu queixo e então subindo pelos meus lábios, sua língua invadindo e brincando com a minha de maneira torpe, mais parecia que beijando quase que minha alma e me fazendo pouco a pouco encontrar o céu de onde ele aparentemente tinha vindo.
Mas da mesma forma abrupta com que Montanha tinha me beijado, ele desfez tudo finalizando o beijo com um selinho e falando com um sorriso matreiro nos lábios:
― Como você pode ver, eu sei amar uma mulher de verdade. Mas quero fazer isso quando você estiver sóbria, para que você lembre de tudo, capiche Juju? ― Minhas bochechas entenderam bem antes que a minha mente e eu, com a consciência caindo em cima de mim com tudo, tentei me desvencilhar dos braços do tarado, mas ele continuava me mantendo próxima dele. E oh, do seu membro também avantajado disparando na calça.
― E quem disse que eu vou querer você sóbria? ― Esse era o meu orgulho tentando falar minimamente já que eu estava num espiral de problemas, sem querer admitir. Montanha gargalhou.
Para minha surpresa, seu nariz percorreu minha testa, meus olhos e desceu pela bochecha, então pelo queixo e chegando na base do pescoço, deixando um rastro cego de formigamento que me fez fechar os olhos imediatamente. Só para ouvir, numa voz rouca e porque não admitir sexy:
― Eu posso te assegurar que esse foi o nosso último beijo. O próximo, se você estiver sóbria, terá direito a tudo, desde que você admita que quer.
― Eu nunca vou admitir.
― Vai sim. ― Aparentemente, ele tinha certeza absoluta do que falava. Argh, que convencido. ― E eu vou ficar aguardando ansiosamente que você admita que quer experimentar mais uma vez. Sabe porque Juju?
Tentei controlar a minha curiosidade e não perguntar o porquê, mas falhei miseravelmente.
― P-Porque?
― Porque da próxima vez eu vou avançar todas as bases com você, mulher, e vou te fazer realmente chegar aos céus. Quem sabe aí você não tenha certeza de que eu realmente sou um anjo? ― E ele ainda teve o disparate de piscar!
Felizmente, antes que eu o afastasse de mim com socos por se achar tanto, ele mesmo fez questão de se afastar e saiu do apartamento rindo e me deixando assim, sem palavras, encarando as suas costas bem torneadas e tentando convencer a mim mesma de que isso nunca; nunquinha, nunca mais aconteceria. Talvez só nos sonhos. Mas não na vida real!
Eu cuidaria para que isso não acontecesse na vida real.
Oi Oi lindezas!
Antes que o povo comece a me xingar falando que não é último biscoito do pacote e sim bolacha, quero lembrar que a Júlia e o Montanha estão no RJ e lá se fala biscoito e não bolacha kkkkk Não vamos entrar aqui no mérito do que é ou não correto, eu peço, por favor!!! Não quero lindas leitoras causando kkkkkkkkkkkk
Depois desse breve pedido, e aí??O que acharam desse capítulo?? Começamos a saber mais coisas do nosso querido casal? Quem no lugar da Júlia também não saberia como lidar com um homem como Montanha, que não parece se ligar a ninguém? Também ficariam divididas??
E agora como será o pós bebida da Jú? Será que ela vai querer se matar quando acordar no dia seguinte, ou será que ela é do tipo que esquece do que fala quando bêbada? hsuasha
E alguém gostou do que o Montanha falou? Será que a Júlia resistirá?? hsuahsua
Cenas do próximo capítulo =D
Até amanhã!
Espero que tenham gostado!
Se sim, não esqueçam as estrelinhas, comentários <3 Adoro responder!!
Bjinhoos
Diulia.
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