Capítulo 1
JÚLIA
Layla, uma cadela.
Essa foi a herança que meu pai deixou depois de morto.
Podia ter sido qualquer outra coisa, mas tinha sido mais trabalho para a minha vida. Não bastava que eu estivesse trabalhando tanto, precisando me desdobrar tanto. Ainda teria mais trabalho.
Não que eu não gostasse de cachorros. Eu gostava bastante. Mas havia uma diferença entre gostar e arrumar tempo para dar a atenção devida, levar para passear, essas coisas... o que era o meu caso. Eu não tinha tempo nem para mim, duvidava que tivesse tempo suficiente para Layla. E cachorros precisavam de tempo, carinho, amor. O que eu já não conseguia dar nem suficiente para mim mesma.
Suspirei enquanto entrava no carro de Taíse, minha melhor amiga. Foi difícil convencê-la a me ajudar a levar Layla no carro dela para o meu apartamento, mas mais difícil foi conseguir empurrar Layla para dentro do carro, ela tão tristonha e já com saudades do meu falecido pai.
―Vamos, Layla. Me ajuda! ― E ela não movia um palmo. Revirei os olhos.
― Comida, Layla! ―E, finalmente, com ajuda de Taíse, consegui fazer com que Layla se movesse por livre e espontânea vontade, porque ela era grande demais para que conseguisse levá-la para o carro no colo.
Eu diria que minha vida começou a mudar depois de Layla. Tudo começou a ser diferente. E por conta de Layla, minha vida deu um giro de 360 graus.
A verdade é que tudo começou mesmo quando eu comecei a me preocupar porque mesmo depois de um mês Layla continuava triste, emagrecendo, no canto dela. Comecei a cogitar a capacidade de um cachorro também entrar em depressão. Era a explicação mais plausível.
Layla ficava cada dia mais quieta e a preocupação me comia por dentro. Não queria ser responsável por deixar uma cachorra morrer de depressão. Já era complicado para os humanos, não conseguia nem imaginar como deveria ser para os animais.
Por esse motivo, me vi levando Layla para o veterinário. Precisava ajudar Layla com o que quer que ela tinha.
Fiquei esperando pacientemente enquanto Layla, toda tristonha, descansava sobre meu pé como se o mundo não valesse mais a pena é só a tristeza fosse a melhor opção. Suspirei e cocei a orelha dela enquanto aproveitava o momento para tentar trocar umas palavras com ela:
― Eu sei que você sente falta de papai... eu nunca tive uma relação boa com o senhor Toninho, mas as poucas lembranças da minha infância com ele são mais do que suficientes para me dar saudades também.
Layla levantou a cabeça olhando com aqueles olhos pidões o meu rosto. Talvez observando até que ponto eu falava a verdade. Quando se deu por satisfeita, voltou a abaixar a cabeça e voltar para o seu mundo isolado no chão. Eu poderia dizer que tínhamos isso em comum. O querer se isolar do mundo e de todos. Eu não era muito sociável.
Mas eu não mentia quando falava de papai. A nossa relação era muito boa quando eu era criança. Mas parou por aí. Antes que eu completasse doze anos, papai se separou de mamãe. Num primeiro momento para viver com outra mulher e o ódio por ele nunca mais me deixou visitá-lo ou saber como ele estava. Mas as notícias sempre chegam dos amigos em comum e eu descobri que depois de 6 anos de um relacionamento com a outra mulher, papai pagou da mesma moeda que fez mamãe pagar: foi traído pela fulaninha.
A história a partir de então ficou triste. Papai nunca teve coragem de pedir desculpas para mamãe e com muita insistência nos encontrávamos uma vez por mês. No primeiro momento, eu agradecia por ele passar por tudo o que eu e mamãe tivemos que passar juntas e sozinhas, com mamãe tendo que se virar como empregada doméstica para cuidar de mim quando eu não tinha ainda condição de ajudá-la.
Num segundo momento, veio o remorso. Papai parecia cada vez mais magro e triste e até arrumara uma cadela para deixar seu dia menos monótono. Já aposentado, papai não tinha muita coisa a fazer e dedicava boa parte do seu tempo para Layla. Mas as coisas continuaram piorando e eu comecei a me culpar por ter odiado tanto o meu pai ao ponto de pedir para que ele sofresse como eu e mamãe sofremos. Papai descobriu um câncer de pâncreas. Um câncer raro e muito devastador.
Ele não durou nem dois meses.
Claro que me aproximei mais de papai com isso, tentei ajudá-lo como qualquer filha faria, trazia comida para que ele não precisasse cozinhar e arrumava o apartamento alugado dele aos fins de semana. Mamãe me ajudava fazendo as comidas. No fundo, acho que ela continuava amando o meu pai.
Mas o câncer é uma doença devastadora e o câncer de pâncreas era pior ainda. Papai se recusava a se tratar no hospital, somente em casa, para que cuidasse de Layla. Quando o levamos para o hospital, já era tarde. Não que houvesse cura, mas esperava que ele conseguisse aguentar por mais tempo....
― Onde está a dona de Layla? ― Perguntou um veterinário na porta que dividia sua sala do consultório e eu sorri me levantando.
― Aqui! ― Apontei para Layla que olhou o doutor com indiferença. Depois de muitas tentativas, o doutor conseguiu fazer com que Layla entrasse no consultório por conta própria. Suspirei enquanto tentava contar a longa história triste de relação entre papai e Layla e o motivo provável de porque ela estava tão tristonha assim. O doutor me ouviu com atenção e então passou a cuidar de Layla, pesando-a, limpando a orelha dela, vendo os dentes.... depois de alguns minutos ele dirigiu a palavra a mim:
― A Layla está bem. Saudável. Ela, de fato, está um pouco tristonha. Mas só há uma forma de resolver isso. ― Esperei que ele falasse, mas como ele estava calado, suspirei e perguntei:
― Como?
― Caminhando todo dia com ela. O exercício físico não é bom somente para o ser humano, mas também para o animal. A prática de exercício libera hormônios que auxiliarão no tratamento de Layla e a farão se recuperar da tristeza. Se você não fizer isso, ela realmente entrará em depressão e poderá inclusive recusar-se a comer, beber e poderá morrer. Acredito que você não esteja disposta a ver a Layla morrer.
― Cruz credo! Não! ― Disse sem nem pensar. Nem precisava, a resposta continuaria sendo a mesma: Não!
― Então você precisa levar isso como uma rotina. Passear com Layla deve ser algo que você deve fazer todos os dias. ― Revirei os olhos.
― Mas doutor... Eu não tenho tempo nem para mim! ― Ele riu.
― Melhor então. Enquanto você passeia com a Layla, você aproveita para dar atenção para você mesma, refletindo sobre o seu dia, tratando o passeio como uma meditação para você ao mesmo tempo que é um remédio para Layla. ― Disse o veterinário que mais parecia um coaching falando.
― Tudo bem. ― Acabei concordando mesmo que contra minha vontade. ― Vou tentar.
E eu realmente ia tentar.
E por esse único motivo, a partir de então, minha vida começou a mudar.
Oi, Oi gente! Não aguentei! kkkkkkkkk
Era para eu fazer o trailer primeiro antes de começar a postar a história, mas como eu ainda não consegui sentar e arrumar tempo para isso, já que fazer um trailer me tira umas boas 3/4h para pesquisar, achar melhores vídeos e gifs, montar, colocar música, antes, escolher música... Enfim... Como não consegui sentar e fazer isso, acabou que o Trailer vai demorar um pouquinho mais para sair rsrs...
Mas como o trailer é um extra a mais para a história e normalmente uma forma de ganhar um pouquinho só de spoiler... Achei que vocês iam ficar mais felizes tendo um capítulo de presente de dia das mães do que um trailer... Ainda que os dois primeiros capítulos aqui sejam pequenos...
E pensando bem... minha primeira história sem personagens muçulmanos nem teve trailer e vocês gostaram... então estou cruzando os dedos para que essa aqui vocês também gostem tanto quanto ❤️
MAAAAAS... quanto ao tamanho dos capítulos... Vai aumentar. A grande maioria dos capítulos é de 2500 palavras para cima, então são grandinhos... são mais os primeiros 2 se não me engano que são menorzinhos!
E como vai funcionar??
Normalmente, será um capítulo narrado por Júlia e um por Bruno! No início do capítulo, em negrito, eu vou indicar quem está narrando, embora facilmente vocês perceberão a diferença de um para o outro narrando!
Próximo capítulo então conheceremos o Montanha (Bruno) e então se preparem que no capítulo 3 finalmente começaremos as interações! E quem sabe as risadas haha Espero que até o capítulo 3 eu já tenha conseguido fazer o trailer hahaha...
Então, por fim, eu peço uma única coisinha que é muito, muito importante para mim! Que vocês interajam comigo! Eu fico feliz quando vocês dão estrelinhas e tal, mas eu gosto bastante, verdadeiramente, quando vocês fazem como fizeram com Sal, Pimenta e Amor e o Acordo Perfeito: interajam comigo, digam o que estão achando, xingam, riem (espero que riem jahaha), enfim... qualquer coisa! Posso contar com vocês?? 😍
E como o capítulo é pequeno, próximo fim de semana sai outro! Aparentemente, eu vou avisando no fim do capítulo se mudar alguma coisa, mas vou tentar postar 1 capítulo por semana aos fins de semana! Se o capítulo for beeeem grande (tem uns que são), daí talvez eu faça o capítulo valer quinzenalmente... mas enfim... esses são os avisos por hoje! Acho que falei tudo nesse testamento kkkk
Uffa! Acabei os avisos hahaha
Boa leitura gente!
Não esqueçam de interagir comigo, viu? 🥰
Obs.: feliz dia das mães para as leitoras queridas que são mães 😍❤️
Bjinhoos
Diulia.
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