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Capítulo II - O Grande Dia

     Era como se anjos chorassem sobre o tecido branco. As centenas de milhares de pontinhos coruscantes cintilavam como se eles se movimentassem em uma dança coordenada. Tinham uma perfeição simétrica moldada como o brilho do sol sobre as águas. Aquela mesma delicadeza se via no caimento abaixo da cintura, aberto como a grande cúpula de um templo sagrado, resguardando as pernas trêmulas que sustentavam o peso do corpo ansioso. Haviam-lhe dito que seria assim, mas em sua personalidade imponente não existia lugar para nervosismo. Ora, “teria que ser uma fraca para ceder às emoções” pensava ela. Mas naquele instante já duvidava se era uma verdade o que sua mente obrigara-lhe a acreditar.

— Isto é uma lágrima ou eu estou ficando louco? — O homem pôs as duas mãos sobre os braços da moça, que observava a própria imagem no espelho. — Está tudo bem? — Beijou-lhe a face corada.

Os cabelos presos no topo da cabeça suspendiam o véu que escorria pelas costas.

— Será que eu estou pronta para ser a esposa de alguém, papai? — ela perguntou bem baixinho.

— Quando ele a pediu em casamento — A moça se virou para prestar atenção —, você sentiu que estava pronta?

Ela olhou para cima, impedindo que as pálpebras mais unidas expulsassem as lágrimas. Um pequeno sorriso surgiu no canto dos lábios.

— É que... — A princesa sacudiu a cabeça para os lados, antes de fixar as pupilas na direção do pai. — Ele é uma pessoa tão boa e gentil. E eu sou... bem, eu sou eu. E o senhor sabe que não sou exatamente o tipo de gente doce que acorda o marido com uma bandeja de café na cama.

O rei deu uma risada sonora e contagiante. Depois segurou as duas mãos finas e geladas e acariciou a pele branca com o polegar.

— Ele te ama, minha filha. Do jeitinho que você é. Ele pediu essa Aveta em casamento. A que ele conheceu no jogo da realeza. A que se jogou na frente de uma bala para proteger quem ama. E quanto ao café na cama — Jonathan revirou os olhos —, eu acho que o seu sorriso vai bastar de alimento até ele descer e pegar a própria comida — brincou.

A princesa deu um pulo súbito e agarrou-se ao pai, enfiando o queixo no espaço entre o pescoço e o ombro do rei.

— Eu sei que você está nervosa. Não faz mal sentir nervosismo de noiva. É saudável.

— Obrigada, pai — ela murmurou enquanto o segurava firme entre seus braços. — Você é tudo pra mim.

Jonathan sabia, tinha perfeita consciência do amor infinito que sua filha tinha por ele. Tentou ser o menos sentimental possível, o rei não queria chorar e parecer triste, mesmo que o sentimento fosse de alegria imensa e realização pela sua sempre pequena Aveta.

— Agora vamos, Laerte deve estar ansioso — ele disse.

— Kaya desceu na frente, eu pedi que verificasse se ele não fugiu, e desse um toque para o meu celular.

— Minha filha!

— Pai, eu fiz os cálculos. Existiam chances — rebateu a princesa.

— E ela ligou? — questionou o rei.

Aveta deu dois passos para a direita, sem desvencilhar sua mão esquerda da mão do pai, pegou o aparelho sobre a penteadeira e mostrou o ecrã ligado a ele. A tela estampava a figura também nervosa do príncipe, já no altar, com as mãos entrelaçadas perto do rosto enquanto John, seu padrinho, lhe afagava os ombros.

— Parece que ele está tão nervoso quanto você — disse Jonathan contraindo a testa.

— Acho que devemos ir. Eu não quero que ele pense que eu não quero me casar — disse a princesa, devolvendo o objeto ao lugar de onde o retirara.

O rei Jonathan posicionou-se ao lado dela, entrelaçou o braço esquerdo da princesa no seu próprio e ajeitou o manto vermelho que pendia em suas costas e tocava o solo suavemente, como o pousar de uma borboleta. Assim como o vestido branco de Aveta, que deixava seus olhos acastanhados, quase cor de mel, ainda mais luminosos e magníficos. O salto de bico fino dava pequenos chutes no vazio antes de tocar a ponta do tecido e impulsioná-lo para frente. Cada passo dado no corredor em direção ao salão principal fazia ecoar o seu barulho seco no coração de Aveta, que já não se importava mais em parecer emocionada. O seu sorriso banhado por algumas gotas brilhantes deixava claro que não tinha dúvidas sobre a escolha que fizera.

Os dois escutaram o ressoar das quatro trombetas que anunciavam a proximidade do início da cerimônia, e a princesa agarrou ainda mais firme o braço do pai, como se sustentasse toda sua existência na estrutura corporal de Jonathan.

Assim que chegaram em frente à grande entrada, que estava fechada, o som frondoso dos instrumentos de sopro foi substituído pelo toque suave dos dedos da pianista que interpretava a Ave Maria, acompanhada por um violoncelo que era capaz de capturar a essência dos sentimentos que valsavam pelo tapete vermelho vazio.

Do outro lado, Laerte engolia em seco pela quinquagésima vez, só naquela meia hora. Aveta parecia distante nos últimos dias, mal lhe direcionava a palavra, ele temia que ela não aparecesse, ou aparecesse com uma feição de desagrado. Ele não queria que ela casasse com ele por alguma obrigação ou gratidão, e tinha medo de não ter sido feliz no pedido. Em seu interior, pensava que ela poderia ter descoberto, dentro daquelas últimas semanas, que não o amava.

Dois guardas bem trajados, com suas fardas em um tom azul turquesa, seguraram firme os dois puxadores de ouro e impulsionaram os lados da porta, fazendo brotar do centro da imagem a figura divinal e majestosa, amparada pela aura hipnótica que sua beleza lançava aos olhos de quem a encarava. E o sorriso. Ah! O sorriso fora capaz de findar qualquer dúvida que ainda poderia existir no peito do jovem príncipe.

O tremor do nervosismo deu lugar à ansiedade de poder tocá-la, de segurar aquelas mãos macias e encaixar a aliança bem devagarinho na mão esquerda da futura esposa.

Os passos foram lentos, Aveta encarou o pai ao chegar no exato meio do tapete, buscando seu rosto acolhedor. Uma piscadela discreta foi o bastante para que ela sentisse a coragem necessária de prosseguir.

Os olhos dos convidados mal repararam nas vestes pomposas do rei, a noiva era, realmente, o centro de todas as atenções. A densidade das notas foi se abrandando, e os corações apaixonados estavam próximos. Jonathan segurou a mão de Laerte com força e acenou com a cabeça. Depois, voltou a face à filha e murmurou:

— É o seu xeque-mate, minha rainha.

Aveta soltou um pequeno riso entre lágrimas e deixou que o pai se soltasse completamente dela. Ela precisava se sustentar sozinha. Tinha de conseguir completar aquele trajeto sem vacilar.
Laerte estendeu a mão direita e ela a segurou sem hesitar.

— É muito previsível eu dizer que está linda?

— É, sim. Previsível com uma pitada de clichê — ela respondeu, movimentando a cabeça para o lado.

— Nesse caso... Você está linda. — Laerte estendeu o braço e ela pôs-se ao seu lado.

Os dois terminaram de subir os degraus até o altar singelo, montado onde deveriam estar os tronos reais. Aveta fora a solicitante de que a cerimônia fosse ali naquele lugar, que tivera tanto significado para os dois.

O padre escolhido, um primo do príncipe John, deu início ao cerimonial da forma mais simples possível. Este fora um pedido de Laerte, ele tinha algo que dizer a ela no momento dos votos, e queria que chegasse o mais rápido possível. Ensaiara diversas vezes, não queria hesitar ou tropeçar nas palavras.

— Laerte de Salazar — disse o padre, sinalizando para que o príncipe começasse.

O rapaz olhou para os presentes, depois para o pai da princesa e por último a encarou.

— Eu... Pensei em muito o que dizer agora. Eu não queria parecer despreparado ou nervoso. Mas é meio impossível. — Ele deu um pequeno riso, fazendo alguns dos convidados se contagiarem. — Uma vez, um cara me disse — Laerte olhou para John e o amigo sorriu em convencimento —, que companheirismo é atirar no escuro. E eu descobri que é verdade, mas eu descobri ainda mais. — Laerte levou o polegar à pequena lágrima teimosa que descia vagarosamente pela bochecha da princesa. — Com você eu descobri que o amor faz com que nós nos lancemos em frente à bala. Sem pensar. E eu sei que eu te amo porque... Eu me jogaria no caminho de mil balas por você, se fosse preciso. Então eu prometo que serei fiel em todos os momentos, e que eu vou lutar todos os dias para que você sinta que pode atirar no escuro por mim, sem medo.

Uma sessão de aplausos foi ouvida, mas logo foi interrompida pelo pedido de silêncio proferido pelo rei, que levou o indicador sobre a boca e abanou a mão contrária, para cima e para baixo.

— Eu não preparei nada tão bom quanto isso — Aveta começou, ainda com a voz abalada pelas palavras do noivo. — Mas uma vez uma moça me disse — Aveta virou-se, olhou para Kaya e sorriu com a coincidência dos votos —, que não demonstrar os sentimentos pode afastar quem a gente gosta. Eu tinha medo dizer tudo o que você significa pra mim, com medo de parecer fraca. Mas agora eu sei que amar você não me faz mais fraca. Laerte, amar você me faz mais humana. E eu prometo honrar o seu amor com a minha fidelidade, demonstrando tudo o que eu sinto para que você saiba que eu o amo infinitamente.

O rapaz soltou o ar pela boca, controlando a emoção que já tomava conta de seu corpo.

— Podem trocar as alianças — disse o dirigente da cerimônia.

Kaya aproximou-se, andava devagar por conta da enorme protuberância revelada pelo vestido rosé, o oitavo mês de gestação já lhe pesava as pernas, a coluna e toda a estrutura óssea. A princesa portava uma caixa dourada, que carregava o par de círculos reluzentes. Os dois encaixaram as alianças nos dedos trêmulos um do outro, tentando controlar a vontade imensa de juntarem os lábios e demonstrarem o seu amor intenso.

— Pode beijar a noiva — completou o padre, erguendo as mãos em frente o corpo e gesticulando com um sorriso no rosto.

O príncipe puxou a moça pela cintura e despejou um beijo doce, molhado, carinhoso e quente na amada. Que retribuiu da mesma forma enquanto os dois eram saudados, de pé, por todos os presentes.

Ao longe, no fundo do salão, as palmas estavam mais contidas. Como estacas de madeira sendo afundadas no solo. Duas pessoas encaravam a cena com um misto de sensações. Tentavam manter a postura, mesmo com o turbilhão de informações que eram processadas a cada minuto por suas mentes.

— Acha que já podemos chamá-los? — perguntou o rapaz à moça ao seu lado.

— Não. Vamos esperar a festa — respondeu, sem tirar os olhos do casal apaixonado que descia os degraus.

— E vai dar tempo?

— Vai dar... — Ela esticou o pescoço e observou o casal alegre caminhar em direção à saída. — Tem que dar.

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