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Capítulo 15

Sim, eu fui praticamente arrastada até o quarto do agora descoberto príncipe, o mesmo só solta a minha mão para entrar no próprio closet, voltando com um caixa parcialmente grande em mãos.

- Eu, Etta e Agdar íamos a sua casa hoje à tarde te convencer a ir ao baile com isso. - Henri põe o que estava em mãos em cima de sua cama enquanto me aproximo para ver.

Ao abrir a caixa meus olhos se arregalaram com o que tem dentro, é o  mesmo vestido roxo azulado com detalhes dourados que eu vi na loja onde fomos.

- Ficamos preocupados pela sua não aparição na escola ontem, então fomos na cidade e íamos te entregar ele como forma oficial do nosso convite triplo. - Ele riu soprado

- O Agdar? - Minha pergunta saiu como um suspiro.

- Sim, ele quem nos disse o quão encantada você ficou com o vestido, eu trouxe para aqui por que nenhum dos outros dois podia levar para casa sem ser questionado e como eu sou um príncipe... - Henri se interrompe.

- Não é questionado. - Constato ainda com olhos brilhando na direção do vestido.

- Você não pode recusar, não tem devolução na loja se quer saber. Etta não usa vestidos e eu não daria para outra pessoa que não fosse você. - Olho para ele, e por uns bons segundos nos encaramos.

- Não vou recusar, eu seria louca se o fizesse, ainda mais que o Agdar se atentou a isso. - Digo vendo ele piscar alguma coisa enquanto faz um gesto de negativo com cabeça como se quisesse tirar algo de seus pensamentos.

- Você namoraria com ele, digo, com o Agdar? - Ele pergunta com o cenho franzido.

- Ele é um cara legal e bonito, aliás quem dá raça maior não é? Não sei dizer se temos uma ligação para um possível romance.

- Isso não foi bem uma resposta. - Henri diz parecendo chateado com algo.

- Não, acho que eu não namoraria o Agdar. - Respondo o mais sincera que consegui, não porque devo explicações ao príncipe mas por sentir a necessidade de dizer em voz alta ao querer tirar a feição cabisbaixa do rosto bonito dele.

- Certo, vamos! Eu te ajudo com a caixa até o seu quarto. - Ele diz fechando o objeto.

Não digo nada apenas o acompanho para fora do quarto, vamos um ao lado do outro na direção de onde agora eu durmo.

- Você vai hoje, não é? - Ele pergunta enquanto andamos.

- Se eu disser que não, você e os outros dois vão atrás de mim? - Ele assente igual uma criança faria, freneticamente.

- Eu sou o príncipe, te dei um vestido e você não pode recusar. - Ele diz olhando para frente com um sorrisinho presunçoso no rosto.

- Eu só vou por que como já cheguei a falar quero muito ir, mas não espere mais nada do que o vestido e um tomar banho. - Ele rir alto me fazendo revirar os olhos. - Estou falando sério, não terá superprodução, cabelo e maquiagem, então se contente comigo simples.

- Mesmo se você fosse com o que está vestida agora, eu estaria feliz. - Ele diz parando e virando em minha direção.

- Está dizendo que minhas roupas são trapos? - Questiono lhe dando um peteleco na testa.

Certo que estou vestindo um vestido azul claro de botões que vai até um pouco acima dos joelhos e os sapatos de Valentina, mas não estou tão horrível assim.

- Ai! - Ele diz sem conseguir pôr a mão na testa.

- Isso foi por insinuar que estou mal vestida. - Digo passando a mão onde atingi. - E isso foi por quebrar a cadeira comigo em cima. - Lhe dou outro peteleco.

- Rory! - Ele reclama.

- O que está acontecendo aqui? - A voz de Marina chega aos nossos ouvidos, então olhamos na direção que íamos que é por onde ela veio. - Príncipe Henri e Violeta. - Ela fala nossos nomes parecendo confusa com a cena em sua frente.

- Antes que você dê uma bronca na Rory, nós somos amigos de escola.

- E você só não é amigo dos dois esquisitos lá?

- Não! Certo que faz pouco tempo que eu conheço a Rory, mas somos amigos. - Ele fala parecendo uma criança brava ao ser contrariado.

- Certo, vou acreditar. - Ela diz dando de ombros. - Para onde você ia, o senhor sabe que tem que estar na recepção do príncipe do reino Verde às onze não é?

- Não vou recepcionar ninguém, eu estava indo levar isso aqui no quarto da Rory.

- Tenho certeza que a Violeta pode levar uma caixa desse tamanho sozinha. - Marina retruca.

- Está tudo bem Marina, ele só vai levar isso ao meu quarto e quando voltar vai para recepção do outro príncipe. - Pela primeira vez resolvi interromper a discussão dos dois.

- Espero mesmo, o seu pai vai ficar decepcionado príncipe Henri. Vá até cozinhar depois Violeta, terminamos de conversar antes do almoço. - Eu assinto dando um leve empurrãozinho no ombro do moreno para que ele voltasse a andar.

Chegamos no meu quarto depois de passarmos por uma boa frota de pessoas que trabalham no castelo, todas elas nos olhos da mesma forma que Marina, surpresos.

- Bom é aqui. - Aponto para a porta branca.

- Não vai me deixar entrar? - Ele pergunta.

- Já são quase onze Henri, vá a recepção, nos vemos depois.

- Certo, Etta e Agdar vão ficar me esperando para ir na sua casa mais tarde então tenho que ir avisar que você está aqui, quer ir comigo? -

- Vou conversar com a Marina sobre, me procure antes de ir. - Ele assente me entregando a caixa. - E obrigada pelo vestido. - Henri apenas sorri e se vai, quer dizer ele volta beija o meu rosto para logo depois sair correndo. - Você tem treze anos? - Grito sabendo que ele escutaria.

Dou uma risada soprada, entrando no quarto para deixar o vestido e ir procurar Marina para terminar nossa conversa.

Ao encontrá-la nos sentamos em uma das várias cadeiras da cozinha, que não é a principal do castelo, por isso está mais calma pois a outra está preparando os aperitivos para o baile no lado Oeste do castelo.

Nós duas conversamos com vai ser daqui para frente, segundo a mesma se eu quiser posso me oferecer a ajudar as meninas da cozinha mas que não seja sempre pois tenho que focar nos meus estudos, o que me deixou bastante feliz. Marina também contou um pouco mais sobre a minha mãe, em como ela era meiga e calma, acho que a única coisa que herdei dela foi sua aparência, com toda certeza a minha mãe amou a pessoa certa.

Depois do almoço, Henri aparece do nada na cozinha deixando todos que estavam nela assustados e nervosos com a presença do príncipe.

- Pensei que fosse demorar a te encontrar, mas não podemos voltar muito tarde para nos arrumarmos para o baile. - Ele diz quando já está próximo o suficiente de mim estendendo sua mão em minha direção por eu me encontrar sentada.

- Sei andar sozinha, vamos. - Digo me desvencilhando da sua mão. Ele vem atrás de mim quando saio pela porta que dá para dentro do castelo. - Como foi a recepção?

- O príncipe do reino Verde é um chato, ele vai passar alguns meses aqui aqui em um intercâmbio como se fosse incrível.

- Não seja tão duro, você mal o conheceu. - Digo olhando ele de lado.

- E não quero o conhecer, fique longe dele.

- Por quê? Soube que ele é super bonito talvez seja uma chance de... - Sou interrompida de falar por um Henri que atravessa a minha frente me assustando um pouco.

- O ônibus escolar vai começar a passar na frente do castelo por conta dele, mas eu sempre faço um portal para uma casa no pé da montanha que é de domínio meu...

- Você tem uma casa apenas para disfarçar que não é o príncipe?

- Eu não podia ficar parado esperando o ônibus na frente de um lugar desconhecido durante três anos. - Ele constata, pelo menos tem um bom ponto. - Você vai ficar no castelo e ir com ele ou quer comigo? - Sua pergunta saiu tão baixa e acanhada que não acredito que foi feita.

- Vão pensar que estamos morando juntos no mínimo, mas também não quero que saibam que moro no castelo, ou vão me bajular ou me chamar de aproveitadora barata. - Não sei o que é pior dessas opções, penso comigo.

- Então, vai esperar comigo? - Os olhos de cor diferentes brilharam em minha direção.

- Vou, agora vamos? - Ele assentiu mais uma vez me segurando pela mão e me guiando até onde ele iria abrir um portal para a casa da Etta.

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