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🌙 3.2. O Labirinto do Fauno

Janet

ERA SEXTA-FEIRA . O Jornal Oficial de Andrômeda começava às cinco. Ninguém era oficialmente
obrigado a ver, mas era burrice não fazer isso. Até os Renegados da Floresta Negra - os mendigos, os andarilhos - achavam uma loja ou igreja onde pudessem acompanhar o noticiário. E com a data da Coroação
se aproximando, o Jornal Oficial era mais que uma obrigação. Todo mundo queria saber como caminhava o assunto.

Comecei a prestar atenção nas palavras do rei. O loiro, branquelo, bombado e sensual Marcos Felipe.

- Esta manhã, outro ataque em Buxcalberck e Nucca, em Gahnim comprometeu nossas bases, deixando as tropas em um número pouco inferior ao do inimigo. No entanto, estamos confiantes de que os recrutas do mês que vem chegarão com o moral elevado e renovarão nossas forças. - Marcos anunciou.

Eu odiava a guerra. Infelizmente, Andrômeda era jovem e alí, em Zurim, País Real de Salém, onde ficava o palácio e o Castelo Real, tinha que se defender de todo mundo. Talvez não sobrevivêssemos a outra invasão de uma tropa de Viúva Negra.

Após o rei nos informar do recente ataque a um campo rebelde, a equipe de economia anunciou a situação da dívida do país, e o chefe do Comitê de Infraestrutura informou que em
dois anos começariam a trabalhar na reconstrução de inúmeras estradas. Algumas delas estavam abandonadas desde a Guerra das Rosas, quando Viúva Negra perdeu poder, dando lugar ao trono para Marcos, no fim da Idade das Trevad. Por fim, a última pessoa - o mestre de cerimônias - subiu ao palanque.

Tudo aconteceu rápido demais, o primeiro tiro acertou a janela e transpassou pelo dorso de Alec, um dos serviçais gritou e todos caíram no chão, em busca de proteção.

As rajadas seguintes quebraram a vidraçaria do salão real, os empregados ficaram histéricos, se escondendo como podiam. Alguns foram atingidos e outros buscavam proteção.

Marcos levantou as mãos, criando uma barreira, semi - transparente, como uma parede de vidro, e instintivamente me protegendo, seus olhos estavam completamente brancos, sinal de que ele estava usando Magia Branca. Bem, agora eu entendia o significado do seu apelido em Andrômeda: Feiticeiro Branco. Era um nome que os andrômedanos não usavam muito, entanto, o povo parecia ter medo de proferir aquele apelido para Marcos, quase como se fosse uma lenda urbana.

O primeiro monstro invadiu a janela ainda assim. Marcos estava concentrado se esforçando em manter a barreira e impedir que mais monstros entrassem mas em vão, logo estávamos cercados por Filhos de Scorpion, escorpiões gigantes com uma carcaça inquebrável e negra como a noite. Pinças que podiam perfurar até mesmo as mais fortes armaduras, tal como fizeram com os primeiros soldados que tentaram manter uma linha de defesa.

Marcos expande sua barreira na tentativa de manter os escorpiões do outro lado da sala mas eles começam a atacar a magia de Marcos com seus ferrões.

Encontro uma brecha lateral na barreira e corro para uma das espadas que se mantinha posicionada na parede, pendurada junto a um escudo, aproveitando a deixa de Marcos, já que todos os escorpiões pareciam concentrados nele. Ao lado das espadas haviam quadros de Frida Cahrlo e releituras de Rafael.

- Janet cuidado! - ele grita quando eu me abaixo, desviando de um ferrão que passa raspando pela minha cabeça. Outros escorpiões parecem notar a minha movimentação e resolvem me perseguir mas Marcos desvia a atenção dele de volta para a Sala com uma pequena explosão gerada por um feitiço em um dialeto que eu desconhecia.

Mas aquilo era incrível. Palavras poderiam materializar pensamentos desde que canalizassem a energia corretamente. A magia sempre havia sido ciência.

Observo pela primeira vez um dos quadros daquele ambiente ao lado de uma releitura de A Ceia, a imagem de três senhoras idosas com cabelos alvos, brancos como a neve e unhas pontiagudas. A maior no centro tinha manchinhas marrons e pretas por toda sua pele branca, pálida.

A doce velhinha tinha um sorriso estranho pintada em tinta óleo, ela não mostrava seus dentes, colocando seus lábios para dentro de sua boca de algum modo. As outras duas velhinhas pareciam suas irmãs mas mantinham - se em pé, eretas e apoiadas em suas respectivas bengalas. Deus! Eu queria rir. Só conhecia uma doce velhinha que conseguisse sorrir daquele jeito.

Os traços perfeccionistas me diziam que aquela poderia ser uma obra perdida de Rafael ou de Bochicceli.

Oh céus.

- Janet, não! - Marcos gritou mantendo seu poder e me tirando do foco, mas a verdade é que eu estava assustada, aquela mulher na pintura sem sombra de dúvidas era minha avó - pegue a espada na Sala Real, aquela que está presa a pedra! - Marcos grita e eu corro para Sala Real. Por que Andrômeda tinha uma pintura com o rosto da minha avó?

Não tive tempo para pensar nisso.

Nunca havia reparado naquela espada, sua bainha era de um material que eu desconhecia, mas o cabo era revestido em couro e sua lâmina estava presa a uma pedra gigantesca como nos desenhos do Rei Arthur, haviam outros objetos ao seu lado a mostra como se aquela sala fosse um museu, a lâmina era prateada mas não me parecia ser feita de ferro ou de aço convencionais, haviam escritos em toda a sua extensão e eu a puxo da pedra. No exato instante que eu a puxo, as letras gravadas em sua lâmina começam a brilhar.

Você nos pertence. Era a tradução da frase escrita na lâmina. Eu pertenço a quem?

Havia uma magia forte naquela espada. Magia antiga, ancestral. Observo rapidamente a sala ao meu redor, alguns livros ficavam emoldurados e lacrados em caixotes de vidro juntos de um tabuleiro de ouija, um deles era de uma capa negra e do tamanho de um livro comum, de leitura rápida. Seu título era claro e eu precisaria dele, quebro o vidro com a espada e o pego.

Minhas roupas pareciam mais pesadas e logo noto que agora eu usava uma armadura completa.  Escuto um zumbido estalar nos meus ouvidos e corri para me esconder atrás de uma pilastra do castelo enquanto buscava bolar um plano.

Eu sou a Espada da Verdade, minha Rainha. Uma voz masculina e fria parecia estar dentro da minha cabeça, nas minhas mãos a lâmina da espada brilhava. Era oficial, eu estava completamente louca, era a única explicação para eu estar falando com uma espada.

Os bolinhos batizados com maconha que Malcolm Pace me dava na faculdade de repente pareceram ser uma grande sina.

Fui forjada no Rio Tigre pelas quatro bruxas iniciais que formaram o mundo, Salém, Saráfine, Gahnim e Föer. Do aço celestial em que nasci, Zeus, o pai dos deuses, ordenava que Hefesto formasse as armas de seus irmãos e irmãs. Minha lâmina é a mais afiada do Cosmos, sou capaz de perfurar o céu e o mar com um único golpe. E serei, a partir de hoje, sua arma fiel.

Ela continuou a conversar comigo, vibrando em minha mão mas sou impedida de responder porque um soldado passa voando pela minha cabeça e cai do outro lado da sala, derrubando um quadro de Michelangelo. Me viro para voltar ao salão e me deparo com Scorpion, seu ferrão apontando para um homem que chorava e gritava, caído no chão.

Assim que Scorpion ataca, escorrego para o lugar onde o homem estava, seus olhos se fixam momentaneamente em mim, como se me reconhecesse, e bloqueio seu golpe com a espada antes que o monstro se recuperasse levanto a lâmina da arma e giro em direção ao ferrão do deus - escorpião, cortando sua pinça venenosa fora.

Bem, seria uma escorpiana contra um escorpião. Seria cômico se não fosse trágico naquele momento.

Nunca pensei que um dia enfrentaria o monstro que gerou a lenda para o meu signo. Os signos do zodíaco eram permeados por lendas da mitologia greco-romana, tal como Escorpião era baseado no monstro do Tártaro, e Virgem baseado em Ártemis,a deusa casta da lua e da caça, assim como Áries era baseado em Ares, o deus grego da guerra.

Ele urra de dor e se debate no chão, seu corpo se ressecando como uma casca vazia. E logo, se desfaz em poeira voando em direção ao Tártaro.

Não teria de lidar com ele nem tão cedo.

Mas eu estava enganada. A poeira do monstro rodopiou, girando entre si.

- Janet! Se afaste deles! - Marcos berrou. - O Tártaro não está mais os segurando!

Deles?

-Oh, céus! - o chão começou a tremer aos nossos pés e rachou. O piso gemeu como em um terremoto.

- Corra! - Marcos berrou, corri até ele. Mesmo sabendo que ele queria que eu corresse para longe. Lhe estendi a mão.

- Juntos até o fim? - olhei em seus olhos.

- Juntos até o fim. - Marcos sorriu. - Use a Espada da Verdade, mentalize uma armadura ao seu redor e de maneira alguma deixe - a cair em mãos inimigas. - ele instruiu.

Mais escorpiões emergiram do solo.

Golpeei o primeiro e cortei seu ferrão, ele desapareceu como um conjunto de blocos de montar, sabendo que uma armadura completa me cobria agora.

O segundo tentou acertar Marcos pelo flanco esquerdo mas o interceptei com a espada, ela parecia ser uma extensão de mim, respondendo aos meus pensamentos, usei o capacete de cavalaria para acertar o monstro que se virou para mim, irado. Ao que eu queria fazer mas ainda assim sabia que não seria o suficiente.

Marcos acertou outro monstro e abaixou quando um ferrão passou raspando pela sua cabeça.

- Alguma idéia? - Marcos perguntou. Uma lembrança se ascendeu na minha mente. Retirei o livro que guardava no bolso interno da jaqueta jeans e folheio as páginas enquanto Marcos começava a se cansar, uma fraca aura brilhante emergia dele, amarelada como a luz do sol. Finalmente encontro um feitiço útil enquanto Marcos cortava a cabeça de um escorpião a minha frente.

- brilho eterno em um mundo perdido, traga do Mundo Inferior meu auxílio - rogo o feitiço.

- o quê? - Marcos me pergunta, pegando ar.

O solo rompe e mãos emergem dele, cinzentas e, algumas em estado de putrefação. Logo um conjunto de vinte zumbis com armaduras de soldados romanos aparecem no salão.

- Zumbis? - Marcos solta um gritinho.

Uma outra figura surge entre os zumbis. Um homem de pele morena, cor de café torrado, e olhos vibrantes de um dourado, como ouro líquido, em armadura completa e uma coroa de ossos e ouro na cabeça. Meu feitiço tinha dado certo demais.

Seus dreadlocks balançavam enquanto ele emergia e aparecia diante de nós, Samuel Karr, o Hospedeiro do Espírito do Mundo Inferior. Ele suspira, parecendo entediado.

- Precisam de ajuda? - Sam sorri e pisca para mim. Seus zumbis começam a atacar os monstros, que tentavam destruí - los mas os mortos -vivos não podiam ser realmente destruídos, eram apenas desmembrados e destroçados mas sempre se encontravam.

Sam golpeia o primeiro monstro mas os Filhos de Scorpion pareciam ressurgir assim que eram destruídos.

- Eles não morrem! - grito. O livro caí no chão e abre na página que ainda não havia lido, o vento balança as páginas, o pego momentaneamente para guardá-lo e então percebo o feitiço que havia naquele capítulo. Samuel me dá retaguarda enquanto folheio as páginas, sua espada negra brilhava em um dourado, mas resolvo não focar os meus pensamentos em o que poderia ser o material de confecção da bainha daquela arma.

- Sobre os olhos desse cristal faça meus inimigos caírem afinal. - recito o feitiço e o solo parece romper, como se fosse feito de areia movediça. Afundando - os no piso do castelo, eles ficam presos, suas pinças metade repostas, metade presas, os Filhos de Scorpion sibilam.

Em poucos dias me acomodei em uma rotina que parecia quase normal, se descontarmos o fato de que eu tinha aulas com sátiros, ninfas e um centauro.

Todas as manhãs estudava grego antigo com Bruna e Hylla, conversávamos sobre deuses e deusas no presente, o que era um pouco estranho. Descobri que Bruna estava certa a respeito de o grego antigo não era tão difícil de ler. Pelo menos, não mais difícil que português. Depois de algumas manhãs eu já conseguia ler sem muita dor de cabeça algumas linhas de Homero, tropeçando aqui e ali.

No resto do dia eu alternava atividades ao ar livre, procurando alguma coisa em que fosse bom.

Quíron tentou me ensinar arco-e-flecha, mas descobrimos bem depressa que eu não dava para aquilo. Ele não reclamou nem mesmo quando teve de arrancar de sua cauda uma flecha perdida.

Corrida? Eu também não era boa. As instrutoras, as ninfas do bosque, me faziam comer poeira.


Disseram-me para não me preocupar com isso. Tiveram séculos de práticas fugindo de deuses apaixonados. Mas ainda assim era meio humilhante ser mais lento que uma árvore.

E as lutas? Esqueça. Toda vez que ia para a esteira, Athena acabava comigo.

―E vem mais por aí, Janet. Treine mais - murmurava ao meu ouvido.

A única coisa em que eu era mesmo excelente era canoagem, e essa não era o tipo de habilidade de Rainha
que as pessoas esperavam da mulher que deveria salvar o mundo de Viúva Negra.

Sabia que os andromedanos mais velhos e os conselheiros me observavam, tentando concluir quais eram os meus poderes, mas não estava sendo fácil para eles.

Eu não era tão forte quanto Ares, nem tão boa em arco-e-flecha quanto Apolo. Não tinha a perícia de Hefesto com metais ou - os deuses me livrem - o jeito de Dionísio com as vinhas.

Marcos dizia que eu estava me saindo muito bem, mas eu tinha a sensação de que ele só estava tentando me fazer sentir melhor. Na verdade, também não sabia o que fazer comigo.


A despeito disso tudo, eu gostava de Andrômeda. Eu me acostumei com a neblina matinal sobre o Castelo das Luzes, com o cheiro dos campos do Bosque da Vida à tarde e até com os ruídos esquisitos dos monstros no lado mais escuro do Bosque da Vida - ou na Floresta Negra - à noite. Eu jantava com Marcos, empurrava parte da minha refeição para o fogo que ficava no centro da Sala Real e tentava sentir alguma conexão com Apolo, meu deus patrono. Não vinha nada. Apenas a sensação de que eu precisava falar com o Oráculo.

Comecei a entender o ressentimento de Marcos e como ele parecia magoado com o pai mesmo após tantos anos de sua morte. Dionísio podia fazer Diet Coke aparecer do nada. Mas eu não conseguia ter Wi-Fi sem leg em São Paulo.

Quinta-feira à tarde, uma semana depois de chegar Andrômeda, tive minha primeira aula de esgrima. Todos do Castelo se reuniram na grande arena circular, onde Apolo seria nosso instrutor.

Começamos com estocadas e cutiladas básicas, usando bonecos recheados de palha com armaduras gregas. Acho que fui bem. Pelo menos entendi o que devia fazer e meus reflexos foram bons.

O problema era que eu não conseguia encontrar uma lâmina que se adaptasse às minhas mãos. Eram pesadas demais, leves demais ou compridas demais. Apolo, o deus do sol, fez o melhor que pôde para me ajudar, mas concordou que nenhuma das lâminas de prática parecia funcionar para mim.

— Argh, eu odeio isso. — corro, subindo as escadas do Castelo.

— Cara, ele tá pegando pesado com você. — encontro Larissa na minha cama, no quarto da Rainha, comendo uma fatia de pizza desinteressadamente.

— O quê? Como chegou aqui? — pergunto, fechando a porta.

— Eu posso ir a qualquer lugar. — ela se levanta e dá de ombros. — Vim te buscar.

— me buscar? Para ir aonde? — pergunto e Larissa apenas sorri.

— é uma surpresa. — ela sorri como se tivesse um grande plano.

— Affe, tudo bem. — a sigo e caminhamos em direção a entrada do Castelo das Luzes, lá dois pégasos brancos estavam atrelados a uma carruagem.

— uau.

— Incrível né. — Larissa me puxa para a carruagem e assobia segurando  os arreios. Logo, os pégasos abrem as asas e somos levados ao céu.

— Vai me dizer agora para onde estamos indo? — pergunto para Larissa.

— para Ninphos. — ela sorri.

— Ni - o quê? — pergunto para ela.

— Ninphos, meu país. — Larissa responde.  — é uma ilha gigante entre Föer e Eron.

— Ah sim. — não fazia ideia do que Larissa falava.

Quando Larissa dizia que Ninphos era uma ilha gigantesca, ela tinha razão. Era uma ilha do tamanho de uma cidade, repleta por

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