" O óbvio também é
preciso
ser dito. "

Elisa Albuquerque.

De volta ao meu castelo, as lembranças dos meus dias com Rube voltaram à tona, mexendo com minhas emoções. 

— Não fique assim, princesa, tenha fé em nossos deuses que tudo irá ficar bem, não tenha dúvidas. — Murmura, mas fico quieta. — Sinto muito, minha amiga, é que às vezes me esqueço de que você exerce a outro Deus e não aos nossos. — Sussurra, pondo a tira de flores em minha cabeça. — Nada acontece se não for da vontade dele, não é? Você mesma diz isso várias e várias vezes sobre este tal Deus que todos não vê.

— Rube peço que não se refira a ele desta forma como sua melhor amiga e a princesa deste reino, exijo que pelo menos perante a mim o respeite mais vezes. Não me envergonho de maneira alguma de crer nele e muito menos de ir à forca por seguir aquele em que eu confio há anos. — Me guia para o salão de dança que está repleto da nobreza e dos camponeses. 

— Sim, mas os seus privilégios são mais fáceis de serem levados como rumores, mas, como sempre foi dito pelo rei e pela rainha, sabemos muito bem que se eles imaginarem você espelhando isso, seria o seu fim. Um castigo severo seria posto. 

— Não importa Rube essa é a minha religião e, como diversas vezes eu já falei para você, não adianta não irei renunciar aquilo que sigo nem pela sua clemência e nem muito menos por qualquer outra pessoa. — Saio pelos corredores, porém volto até ela.
— Morrer pela minha fé ou por apenas mencionar sobre será uma grande honra, entende. — Questiono
e ele assente.

Um estrondo faz com que eu saia das minhas lembranças, porém há algo ao qual necessito saber, que é o motivo de meu pai abominar tanto minha religião e aqueles que a seguem. 
Só sei que agora, tendo o poder absoluto sobre minhas mãos, tudo aquilo que era restringido sobre a fé voltará da forma na qual sempre devia estar.

— Rainha, peço perdão por interromper o seu descanso, sei que avisou para não incomodá-la, porém, há um homem lá fora dizendo que necessita vê-la. — Emma anuncia, me deixando de cenho franzido.
— Ele disse que se chama Jackson.

— Ah, sim, ele… Pensei que fosse o meu irmão, o mesmo anda tão sumido depois da briga que teve com a Rube. — Tiro minhas vestes confortáveis e a deixo me vestir com um algo mais apropriado. — Falando nisso, sabe por onde ela possa estar? A procurei, mas não a vi.

— A última vez que a vi ela estava no comércio comprando os acessórios e pelo que avistei do semblante dela, a discussão não foi nada agradável.
— Fala baixinho assim que saímos de meus aposentos.

— Vou tentar ir aos aposentos dela pela tarde, entre tanto, por agora pode voltar às suas obrigações, mas assim que meu marido chegar avise onde estarei. — Ordeno e ela concorda, saindo. — Jackson, o que devo a sua inesperada visita.
— Ergo a mão para cumprimentá-lo, mas o mesmo me abraça, porém, o afasto de imediato.

— Eli, na verdade, vim para cá depois que escutei seu pai e sua mãe falando com a sua irmã Luna do quanto esse casamento está tão magnífico. Desculpe dizer isso, mas eu não consigo crer nas palavras deles.
— Se senta do meu lado, me deixando de cenho arqueado a tamanha ousadia. 

— Jackson, você é um dos guardas confiáveis de meu pai e o meu irmão andou bastante próximo nessa amizade… Também nos conhecemos há um longo tempo, mas isso não dá o direito de vir se intrometer assim no meu casamento em meu castelo.
— Resmungo, porém ele me oferece uma xícara de café, mas recuso. 

— Duvido muito que esse casamento indesejado esteja desta forma, entretanto, eu só decidi tomar essa coragem em dizer meus sentimentos pós presumi que seja fachada.
— Faz uma pausa, me fazendo seriamente cogitar na opção de expulsá-lo a conta pés daqui.
— Eu te amo Elisa e duvido muito
que aquele serzinho seja capaz de amá-la ou conseguir dizer isso a você.

— Jackson, isso não é da sua conta, é a minha vida e eu exijo respeito.
— Saio de perto dele e subo as escadas, mas ele me impede no meio dos degraus. — Eu não me importo de que ele nunca tenha dito as quatro sílabas, sendo que com as atitudes dele isso já é demonstrado. Só pela forma única com a qual ele me olha, tem noção que ele chama todos de apelidos ridículos, enquanto a mim ele sempre usa um exclusivo? São os detalhes que importam.

— Pode até fingir acreditar nisso, Eli, mas nós dois sabemos o quão falso isso é. Você é louca pelos romances, sempre desejou algo igual aos livros que lê, agora está tendo tudo ao contrário e quer me dizer que está feliz em meio a isso. — Questiona.
— Se ele disser que a ama com todo o coração, irei arrancar esses meus sentimentos.

— Jackson, esta discussão está tomando um rumo nada agradável e eu só te vejo como amigo e não algo a mais que isso, então se é isso que você está precisando. — Mantém um semblante de Neutro. — Não é necessário que ele diga isso, eu consigo dizer que o am..

— É, mas fácil perguntar para mim pessoalmente, não acha? Oh, coisinha loira. — Artemis resmunga, vindo até a mim. — Faça-me essa pergunta, estou ansioso para responder à altura que merece. — Entrelaça nossas mãos, deixando Jackson engolir em seco e com os ombros caídos.

— Artemis monterana você realmente ama mesmo essa mulher? Responda seriamente sem os seus sarcasmos ridículos.

— Nunca deixei as portas do meu coração aberto para mulher nenhuma entrar até porque nada me atraia nelas eram as mesma de sempre com os pensamentos iguais idiotas sinceramente cogitar numa opção de um dia ter um casamento ser amado e ainda ter uma esposa incrível ao meu lado era algo incapaz de ser real para mim.

— Meu marido, você não precis..

— Mas aí, quando a vi, tudo mudou. A faísca surgiu em meu peito, vê-la no campo de peônias despertou muito mais do que eu já estava sentindo, acredito ser amor à primeira vista. Que irônico, né? Um ser como eu enfim estar completamente rendido perante sua esposa. Viver milhares de séculos e ainda ter a dádiva de achar a sua alma gêmea é sem dúvidas a melhor coisa que já aconteceu. Meu coração pertence à minha esposa, eu pertenço a ela, pós agora meus batimentos são só por essa mulher.

— Acho que depois desta declaração, eu simplesmente não tenho palavras e nem muito menos argumentos, querido. Não negarei que ansiava muito por essa declaração tão linda de amor, estou em choque. — Ergo meus pés e o beijo. — Eu te amo, Artemis. — O mesmo me abraça, nos girando e em seguida me erguendo em seus braços.

— Agora, se me der licença, loiro oxigenado, irei ter uma tarde agradável com minha esposa magnífica que só pela palavra já diz que ela é minha. — O Fita, com um olhar tão sério que aparentava fuzilado se pudesse. — Vamos, meu amor, quero saber como foi o chá com as Ladys enquanto lhe faço massagens. — Nos rodopia e, por fim, acena para o Jackson com um sorriso de canto.

Assim que chegamos a nossos aposentos, fazemos exatamente tudo o que falou que faria e até um pouco mais… Pela madrugada, fico a me deslumbrar pela biblioteca que ele está começando a fazer para mim, coloco um livro para ler em cima da escrivaninha e Artemis aparece me abraçando por trás. 

— Não quero que pense sobre coisas incômodas, entretanto tenho uns questionamentos a fazer e um deles é... Tens algum problema com a minha crença. — Indago e o mesmo ri. — Por favor, querido, me diga logo, isso está martelando em minha cabeça.

— Darling, mas é claro que eu não vejo problema em você ser católica, até porque sou um ser sobrenatural e filho de um demoni.. E mesmo assim, a senhorita me ama, então é claro que esse sentimento é mútuo, minha anjinha. — Entrelaça nossas mãos,
me beijando muito mais.

Ele não tem noção do quanto me deixou ainda mais apaixonada por ele depois da declaração de amor.

Nota da Autora.

Estou demorando um pouco mais do que o necessário para entrega dos capítulos
devido aos desanimos aos quais vem
surgindo porém farei o máximo para
manter este livro até porque escrever
é uma das coisas que eu mais amo fazer.

NÃO SE ESQUEÇAM DE VOTAR

e principalmente de comentar no livro para quem saiba ele consiga ter algum alcance ou visibilidade melhor.

Não deixe de disserem o que estão gostando nos capítulos e as opiniões.