Com o desaparecimento de seus filhos,o líder Yin vagou dias e noites atrás do trio,mas isso levou o antigo guerreiro a adoecer.

As experiências vividas pelos irmãos,e a morte de seu pai,forçou o amadurecimento do trio. Infelizmente estes ainda não estavam prontos para seguir a liderança de um dos irmãos,resultando numa acalorada discussão.

A discussão tornou-se amarga,evoluindo para uma corrosiva raiva.

A raiva levou a idéias,e estas idéias originaram um desejo esmagador de domínio absoluto.

Foi no fim de uma colorida primavera, que o trio se encontrou num pequeno vale, cercado por montanhas de pico alto,e duas colinas.

O verde no vale é incrível,mas a existência de uma única árvore no centro do vale,torna o lugar detentor do nome 'Vale da árvore solitária'.

A árvore se trata de um álamo-negro,esta árvore é de uma altura enorme, além de ser a única em todo o vale.
O tom verde escuro de suas folhas arredondadas,entra em contraste com a grama esmeralda.

Neste encontro nada acalorado,e muito cordial,ficou decidido durante um frugal festim, que cada um seria líder de seu respectivo clã.

Neste dia,por algum misterioso motivo,a felicidade e descontração,não deram espaço para o amargor,e a inveja.
Banhados pela luz de Amaterasu,os irmãos esqueceram suas diferenças,e desfrutaram de um dia inesquecível.

Porém,no dia seguinte,tudo voltou a ser como antes.
Após o desejum, novas discussões se seguiram,sendo mais agressivas que as anteriores.

Infelizmente,o trio se dividiu definitivamente quando o irmão mais jovem,sacou sua arma velozmente, e ameaçou a vida do primogênito.
Repousando sua lâmina prateada,há dois centímetros do pescoço de seu irmão, e inimigo.

Toda a cólera ocorreu, por culpa de uma única ameixa surrupiada pelo mais velho dos irmãos,durante o leve desejum.

Após a breve batalha que ocorreu entre eles, ambos abandonaram a ancestral região de sua morada. Uma linda floresta densa,não muito distante de um gigantesco vulcão adormecido.

Este belo 'Mar de Árvores',assim nomeado pelos primeiros habitantes da tribo,nunca lhes deixou faltar nada na questão de alimento e esconderijo.
Dada a sua aproximação com cavernas e diversos bosques.

Dizem as lendas,que os primeiros habitantes,saíram de uma caverna congelada,e estes eram filhos,dos filhos, de deuses poderosos.

Um grupo específico deste povo,rumou cada um para uma nova região,seguindo seu líder com orgulho.

No inverno do primeiro ano com seus seguidores,o primogênito criou o clã do escorpião,no meio deste mesmo ano, o segundo irmão liderou o clã da garça,e o mais novo entre eles,no fim do verão do ano seguinte, tornou-se líder do clã do leão.

A confecção de armas e armaduras, tornaram-se tão importantes quanto a construção de casas e móveis,artesanato e costura.
Além da obrigatória instrução.

O tempo avançou,e os clãs tornaram-se fortes, igualmente ao gosto amargo que cada clã,tinha um pelo outro.

Os irmãos herdaram cada um seu tesouro,o primogênito ficou com a katana Kusanagi-no-Tsurugi,o segundo irmão ficou com a jóia Magatama,e o mais jovem,ficou com o espelho Kagami.

Com o passar do tempo, a tensão piorou ainda mais,quando o primogênito,líder do clã do escorpião.
Entendeu que seus irmãos haviam firmado aliança,na pura intenção de destruir seu clã,e roubar seu tesouro ancestral.

Um terrível equívoco de sua parte,pois o clã da garça e o clã do leão,apenas haviam se reunido para um harmônico almoço,após uma caça ao javali selvagem.

Dominado por uma fúria selvagem e quase incontrolável,o mais novo dos irmãos,e líder do clã do leão,avançou contra o clã do escorpião, atacando com força total.
Infelizmente,este dia por demais distante, é conhecido como 'Elo Partido',pois desde então,estes clãs se odeiam profundamente.

Foi neste tempo de caos,em que cada um dos irmãos acabou se apaixonando por servas dos deuses. Cada irmão se casou na estação de seu maior agrado.

O primogênito realizou matrimônio no outono,o segundo mais velho, realizou matrimônio no início da primavera,e o mais jovem,realizou matrimônio no alto verão.

Ambos festejaram em enorme alegria e fartura,mas nenhum convidou o outro,destruindo ainda mais seus laços de sangue.

O mundo avançou com o passar do imparável tempo.
As gerações seguintes a esta época,nasceram com uma pequena centelha divina,portadores de sutis poderes sobrenaturais incríveis.

Continua sendo tempos de grande esplendor,a felicidade está presente em todos os lugares,e em todas as coisas.
O tom vibrante da natureza está em seu auge, há muito não podem ser comparadas a natureza do lado ocidental.
O lado em que foi semeado primeiro.

Takeshi, é a quarta geração desde a criação de seu clã,o clã do leão. Este homem com seus vinte e nove verões, é um guerreiro hábil,leal e mortal.
O guerreiro passeia despreocupado por uma floresta de plátano com trinta e cinco metros de altura.

As belas folhas lobadas,se misturam entre os intensos amarelo e vermelho,numa delicada onda de cores vibrantes. O solo verde, tornou-se um tapete de belas folhas douradas e acobreadas.

O guerreiro leão,caminha para espairecer sua mente,após uma intensa batalha contra youkais, já que eetes se aproximavam dos domínios de seu senhor.

Distraído pela beleza que lhe cerca e o som harmônico dos pássaros,o homem não percebeu a existência de um ser com grande beleza e poder,lhe perseguir e observar.

Guiado pelo discreto e distante som de água corrente, Takeshi chegou a margem levemente pedregosa de um rio verde como esmeralda. O largo rio,corre lentamente,em seu precioso leito,rochas e pedras dividem espaço,tornando a água abundante em espuma.

Takeshi admirava a chegada de um casal de cervos,logo após se acomodar no confortável solo gramado. Inspirado pela beleza da natureza,o guerreiro decide aliviar o peso de sua armadura vermelha e dourada.

O guerreiro não retirou toda a armadura,mas se livrou das ombreiras,das pesadas placas protetoras em seu antebraço,e de seu pesado elmo com uma volumosa juba vermelha de leão,junto a sua feroz máscara de ferro,banhada a ouro.

Observando a harmonia da natureza e suas vívidas cores,este se perguntou se não havia alguma forma de criar algo além de qualquer tom existente. Algo forte,vibrante,e delicadamente perfumado.

Ao fim deste pensamento,enquanto observa o correr do rio, Takeshi se encanta com as doces palavras de poesia, vindas de um ponto do rio acima. Curioso e encantado com a voz,o guerreiro se apodera das partes retiradas de sua armadura,e parte atrás da voz que lhe encanta.

Porém em sua descuidada presa,acabou deixando para trás sua pesada máscara dourada.

Quanto mais sobe a colina,mais alta e graciosa a voz se torna. Impulsionado pelo vento,o guerreiro se deixou ser levado,e procurou a origem das belas palavras.

Ao chegar no local, Takeshi tornou-se cauteloso. Se pós entre arbustos de graúdas amoras,e observou a margem do rio,ao qual tornou-se um estreito riacho.
O vento carrega consigo um delicioso aroma de mel e maçã,num sentimento de grande satisfação, o guerreiro viu os olhos da bela mulher,brilhar num tom sobrenatural.

Seu senso de justiça,leva Takeshi a por sua mão no cabo,e sacar sua arma com diligência.
Mas o ser na margem do rio,se trata da mais bela jovem já vista pelo guerreiro,e este tornou-se apaixonado.

A mulher é dona de uma aparência exótica,formosa e delicada. Porém,sua pele possui finas escamas num leve tom verde-água,e seus olhos, brilham num amarelo hipnótico,e a fenda de sua pupila, é negra como as sombras da noite.

Seus longos cabelos prateados, são sedosos até pouco abaixo de seus pequenos ombros, pois deste ponto para baixo, tornam-se escamados até as pontas.

Mesmo sendo um ser de presença maligna,sua voz é calma,doce e lindamente harmônica. Tremendamente digna a poesia que recita,e espalha pelo vento graciosamente.

Mesmo escondido entre os arbustos,os olhares do guerreiro e do ser sobrenatural se cruzam.

Takeshi repousa sua arma na bainha,e avança até a mulher na margem do rio,ela por sua vez,observa o ser mortal que se aproxima com cautela.

Há quatro metros da mulher,o guerreiro leão dá fim aos passos,e passa a observar o exótico ser.

Estes conversam por horas,cada um em sua posição inicial,e quando a nova aurora se iniciou,uma segunda companhia apareceu. Uma outra exótica mulher,porém esta possui um cabelo negro,e escamas levemente azuladas.

A recém chegada,deixou sua forma enganosa de lado,e se mostrou por completo,revelando ser uma serpente negra de olhos azul safira. Este monstro investiu de forma voraz contra Takeshi,desejando tomar o guerreiro como seu alimento.

Porém a confusão na mente do guerreiro teve início,quando sua companhia revelou que esta era sua irmã mais velha,e ela,a irmã mais nova,se opunha a idéia de devorar o homens.

Ambas começam a discutir calorosamente,e de forma inevitável,uma batalha se inicia.
Na batalha,a mulher de sua companhia,também revela sua forma verdadeira,onde se trata de uma serpente branca,com delicadas escamas verde-água.

Takeshi se põe em prontidão,esperando o resultado da batalha.

A batalha é selvagem e barulhenta,dado aos inúmeros sibilar de ambas as serpentes,logo,o solo torna-se manchado de sangue escuro.

Por várias vezes,o guerreiro pensa (E até avançou) em agir a favor de sua companhia. Mas sempre recua,pois em seu íntimo,sabe que a serpente branca ainda é um Youkai.

Takeshi sabe que poderia se aproveitar do momento,e fugir ou quem sabe esperar a vencedora e destruí-la,dependendo de quem venha a vencer.
Mas a honra do guerreiro,impede que este corra para dentro da floresta.

Após minutos de intensa batalha,surge uma vencedora,a serpente negra. No entanto,o coração do guerreiro não aceitou a prematura morte de sua companheira noturna,e avançou em auxílio da mesma.

Ao desferir toda a sua força espiritual para a lâmina da arma, takeshi investe de forma veloz contra a serpente negra,antes que esta desse do golpe fatal em sua irmã.
Uma feroz mordida em seu pescoço.

O solo tremeu com o passo do guerreiro leão,num piscar de olhos, Takeshi está a menos de um metro do monstro,forçando sua lâmina contra o ar,originando um som agudo e veloz.

A serpente vencedora,percebeu a lâmina do guerreiro há dois centímetros de sua face,e nada além disso.

Ainda com a emoção do golpe em sua expressão, Takeshi encara a serpente branca,ela está tremendamente ferida,e aparentemente,a beira da morte.

A aproximação do guerreiro com sua arma em punho, é a última coisa percebida pela serpente branca. Num movimento firme, Takeshi ergue sua arma embebida em sangue,e prepara um forte golpe.

O guerreiro leão,desce sua lâmina velozmente,forçando o sangue impregnado,a cair no solo. Enquanto avança ligeiramente, Takeshi repousa sua katana de volta a bainha.