Com o tempo,os antigos artefatos foram recuperados pelo detentor da katana sagrada. Tornando-se seu guardião.

O guerreiro Yin,já era pai de três adolescentes,quando soube que haveria de escolher um sucessor para comandar a tribo. Ambos os três,trabalhavam duro,eram inteligentes,e muito hábeis no manuseio de variadas armas.

No entanto, seus temperamentos e caráter,eram tremendamente fortes,fazendo com que sempre estivessem em assíduas discussões. Com este conhecimento,o líder Yin resolveu fazer uma competição.

Em sua criatividade e sabedoria, Yin espalhou seus tesouros ancestrais,levando-os além de seus domínios,com o auxílio do povo espírito, seus mais antigos aliados. Os tesouros,a katana Kusanagi-no-Tsurugi,o espelho Kagami,e a jóia Magatama,foram postos no interior de pequenas cavernas.

A intenção de Yin,era ensinar seus filhos,a fazer uso da união,para proteção mútua e aprenderem a compartilhar seus momentos juntos, já que sempre estavam em discussões banais.

Na manhã da competição,a beleza no mundo,estava com ar primaveril. Suas cores vívidas,inspiravam canções e poesias diversas.

O firmamento era senhor de um maravilhoso azul celeste,possuidor de algumas poucas nuvens brancas. Ambos os irmãos,despertaram muito animados neste dia.

Algumas horas antes de se iniciar a competição,os irmãos desfrutavam da divina providencia,ofertada pela mãe natureza,onde se alimentavam de frutas suculentas e saciavam sua sede,com uma água refrescante. A margem de um estreito rio cristalino,e ruidoso.

Os herdeiros confabulavam sobre a competição,gabando-se de suas habilidades individuais. Em suas prosas,usavam a criatividade para dar origem a possíveis encontros com onis ou Youkais,ou ambos.

Durante a animada conversa,o primogênito de Yin,percebeu uma movimentação vinda de um campo alagado de arroz,não muito distante.

Neste belíssimo campo verde,se encontravam alguns pássaros Toki,onde se alimentavam de moluscos,caramujos e alguns pequenos sapos. Ao chamar a atenção dos irmãos,estes sorriram com a presença destes animais sagrados.

Entre estes animais,existe um mais belo e gracioso que os demais,pois este além de ser ligeiramente maior,medindo seus oitenta centímetros de comprimento. Seu tom branco, é como uma nuvem,banhada diretamente pela luz de Amaterasu.

Seu corpo ainda é esguio,mas seu rosto é de um vermelho vivo, exatamente como o de um caranguejo muito jovem.
Seu bico longo e curvo, possui uma ponta incrivelmente fina e majestosa,como o ferrão de um escorpião.

A penugem na ponta da cabeça, é maior e mais arrepiada,lembrando uma coroa de penas,na ponta de tais penas,uma fraca coloração rosa,ganha seu merecido destaque.

Ao abrir repentinamente suas asas,este pássaro Toki diferenciado,mostra sua envergadura com pouco mais de um metro e meio. A parte de baixo de suas asas,revela uma suave coloração rosa-alaranjado.

Por alguns segundos,o mais novo dos irmãos,notou que este líder dos pássaros Toki,lhe encara com curiosidade.
Num sentimento de um inquieto anseio,este irmão deixa seu assento ao lado dos irmãos,e se dirige ao pássaro,em passos lentos.

Curiosos com a atitude do irmão,os que ainda estavam sentados se erguem,e observam a direção tomada pelo irmão mais jovem. A ave parece estar observando o irmão mais jovem,mas ao perceber que os outros irmãos a observa,a ave alça vôo,recrutando seu bando.

Ao ser perguntado o porquê de observar a ave com tanta intensidade,o jovem revelou que o pássaro Toki,falou em sua mente. A ave,segundo o jovem,revelou que o perigo lhes aguarda pelo caminho.

Tal revelação foi motivos de gargalhadas acaloradas,e deboches criativos,vindos dos irmãos mais velhos. Para não gerar discussão,o irmão mais jovem gargalha com seus irmãos.

A comemoração antes de se iniciar a competição,foi feita no centro do vilarejo. A festividade estava muito alegre, música, dança e poesia,animavam o povo.

A comida estava maravilhosa,já que todos na tribo haviam contribuído com alimentos diversos,fosse frutas ou grãos,alimentos crus,ou cozidos.
Todos estavam em festa,e compartilhando.

Felizes e ansiosos,os herdeiros de Yin apenas se alimentaram de carnes e frutas,saciando sua sede com água. Vez ou outra,discretas provocações surgiam,mas logo eram aplacadas pala alta gargalhada do líder Yin.

Foi quando o sol tornou-se alto o suficiente no firmamento,que a competição teve seu início.
Embora o trio esteja armado com seu conjunto de armas padrão como lâminas, bordão e arco,cada herdeiro tem sua arma com maior afinidade.

Por este motivo,cada irmão é ligeiramente mais hábil com uma arma específica,onde o mais velho é hábil no manuseio com a katana. O irmão do meio é hábil e incrivelmente ágil com seu bordão de nogueira. E o mais jovem,possui uma mira infalível com seu arco de cerejeira.

Uma vez prontos,os irmãos partiram para sua empreitada,senhores de grande ansiedade.

Em trages confortáveis, elegantes e coloridos. Vez ou outra,os irmãos podem se mesclar com a vegetação que lhes cerca.

Por algum tempo,seguiram juntos pela mesma estrada de barro,onde a aleia rodeada por jovens carvalhos,com algumas madressilvas coloridas enroscadas em seu tronco. Sussurram desejos de sorte com o vento que passa.

Num ponto em que o caminho se divide num cruzamento,os irmãos se cumprimentam em silêncio. Seus olhos ardem num desejo de glória individual,onde em seu íntimo,ambos desejam possuir todos os tesouros.

Após dar as costas para os irmãos,o primogênito,rumou para o norte, atravessou rios, campos de camomila,campos de arroz e um perfumado lavandario.

O segundo filho de Yin,caminhou por uma extensa floresta de plátano,desfrutando da belíssima harmonia que só a natureza é capaz. Pois nesta linda floresta,o confortável tapete de grama esmeralda,compartilha seu solo com muitas samambaias.

O terceiro filho,o mais jovem,vagou por altos morros e colinas,bosques e pântanos, até chegar num local de grande contraste. Rivalizando contra o escuro pântano.

O local, é uma verde floresta de bambu,esbanjando vida em sua cor forte. A floresta tem início, próximo ao fim dos domínios do pântano escuro. A beleza desta região,está na mescla entre o bambu verde,e os cedros enegrecidos do pântano.

O deslocamento na floresta de bambu, foi um tanto complicado,pois as folhas se acumularam no solo,tornando seu volume alto,chegando facilmente aos joelhos.
Ao observar a floresta,e sua vestimenta,o mais novo dos irmãos,sentiu que a sorte está ao seu lado.

Por um acaso do destino,o jovem usa o mesmo tom de verde em sua roupa.
O tom verde é predominante,mas algumas pequenas linhas e listras brancas e prata. Não permitem que o mais novo dos irmãos, seja camuflado pela vegetação.

Ao deixar para trás a floresta verde,o jovem chega a um lindo campo de peônias azuis. O aroma doce, é fantástico, igualmente a linda cor da flor.

Admirado pela beleza do campo,o jovem perde algum tempo, observando flor por flor.

Ao tocar a pétala azul da peônia,uma presença agradável no meio do campo,lhe chama a atenção.

A presença agradável, pertence a um belo ser do povo espírito (Uma elfa). Este lindo ser,esbanja juventude em cada traço de sua existência.
O mais jovem dos irmãos,se apaixonou.

Hipnotizado pelo amor,o jovem se aproxima do ser com agilidade,e olhar fixo.

Cara a cara com sua paixão,o jovem se ajoelha em total submissão a sua amada. A retribuição do lindo ser,veio na forma de um gracioso, doce e tímido sorriso.

Ao perceber que a dona de seu coração se afasta com velocidade,o jovem se ergue rapidamente,e se põe a seguir o belo ser.

Enquanto o mais novo dos irmãos se distância do campo de peônias azuis,a leve brisa torna-se forte, balançando as flores,e espalhando seu perfume. Porém,se o mais novo dos irmãos,não tivesse se tornado cego pelo amor.

Teria notado que não muito distante,a leste,logo após uma curta trilha de terra marrom,e abaixo de uma colina verdejante.
Se encontra uma cachoeira,e atrás do véu de água, está a caverna com a Magatama.
Um dos três tesouros sagrados.

Mas não foi capaz de tal,assim como não foi capaz de perceber as manchas de sangue fresco,nas pétalas azuis.
Situadas a seis metros de sua posição,no sentido leste.
Onde a menos de meio metro das manchas,se encontra o cadáver do belo ser que apareceu para o mais jovem.

O irmão do meio,na floresta de plátano,após andar por algum tempo,sentou no centro da floresta,e se pós a meditar.
Uno com os espíritos da natureza,este irmão convocou a sabedoria dos espíritos ancestrais,procurando por rastros do povo espírito aliado ao seu pai.
Responsável por esconder um dos três tesouros.

Do plano astral,o segundo dos irmãos,encontra dois rastros da alma do povo espírito que procura. Porém,um está distante e fraco,mas o segundo rastro,está forte e próximo.
Tal rastro, vem da energia ki do ser rastreado.

Ao voltar ao mundo físico,este irmão percebe que o rastro de ki próximo,pertence a um ser que se forma do solo,feito de terra,grama e raíz. O ser,se ergue a três metros do jovem guerreiro.

A manifestação das forças da natureza,tomam a forma de uma linda e sedutora mulher.

A mulher,senhora de uma beleza incomum,observa atentamente o segundo dos irmãos,pois este ainda se encontra sentado,e de olhos fechados.

A belíssima criatura da natureza,tem feições delicadas,um olhar doce como o mais puro mel,e um corpo esguio,porém delicado. Seus longos cabelos,são negros como a noite,e brilham de forma sedutora.

Suas vestes longas,são tão elegantes quanto as de uma jovem princesa. Seus passos são lentos,mas delicados.
Sua longa vestimenta de seda, é tão colorida quanto o alto verão,e conforme avança,deixa para trás um lindo rastro de vida,pois de sua vestimenta que se arrasta no solo,nasce grama esmeralda e muitas flores.

A presença do ser sobrenatural que avança,aumenta conforme a exótica mulher se aproxima.
Chegando a um metro do segundo irmão,a donzela da natureza cessa seus passos.

Ao expirar o ar e abrir os olhos lentamente,o segundo dos herdeiros vislumbra a beleza sobrenatural do ser a sua frente.

Observando detalhadamente a mulher,o rapaz nota seu rosto afilado,seu nariz pequeno,e seus pequenos olhos estreitos. Claros e brilhantes como uma gota de mel a luz do sol.

A bela mulher exibe apenas um discreto sorriso,vindo de sua boca pequena e de lábios finos.
Inesperadamente,surge um forte vento vindo do sul,onde acaba espalhando o doce aroma floral vindo do ser sobrenatural.

Mesmo com a mulher esbanjando beleza,a única coisa a qual o jovem admira, são os fios de cabelo da mulher que dançam com o vento.
Eles são lançados para frente,onde vez ou outra,acabam por esconder a face da mulher,lhe garantindo um ar de mistério.

O segundo herdeiro,se ergue do solo com agilidade,e empunha seu bordão com firmeza,mas sem intenção de ameaça. Em silêncio,ambos se estudam,e por fim,acabam por perceber que não a hostilidade pairando furtivamente no ar.

Por ser muito esperto,o irmão do meio, não cai no fascínio da mulher,e continua atento a tudo que lhe rodeia.