Capítulo 28 - Escolhas e Consequências
1404 PALAVRAS
O sol começava a se erguer sobre o horizonte, banhando o palácio de Lee Gon em uma luz suave e dourada. As cicatrizes da batalha ainda eram visíveis: pedaços de pedra caídos, paredes rachadas e o chão manchado de sangue. No entanto, a sensação de vitória trazia um novo sopro de vida ao reino. Cada soldado que passava pelas ruínas carregava no semblante uma mistura de cansaço e alívio, sabendo que o pior havia passado, mas que a verdadeira reconstrução estava apenas começando.
Lee Gon caminhava lentamente pelo salão principal, sua respiração ainda pesada após o confronto que havia definido o destino do reino. O peso da responsabilidade agora parecia maior do que nunca. Ele observava as pedras caídas, cada uma delas um lembrete do sacrifício feito por aqueles que lutaram ao seu lado. Seus olhos capturavam cada detalhe do palácio em ruínas, e ele sentia a magnitude da tarefa que o aguardava.
— Tivemos uma vitória, mas o custo foi alto; Lee Gon murmurou, mais para si mesmo do que para qualquer um em particular.
Seus pensamentos estavam entrelaçados com as memórias dos que haviam partido, dos sorrisos que ele nunca mais veria. Ele parou diante de uma coluna quebrada, onde as marcas da batalha ainda eram frescas. Suas mãos tocaram a superfície fria da pedra, e ele fechou os olhos por um momento, tentando absorver a dor que permeava o ambiente.
Jo Yeong e Kang Seok se aproximaram, ambos exaustos, mas com uma determinação inabalável. Seus rostos estavam marcados pelo cansaço, mas havia uma chama nos olhos de ambos, uma força silenciosa que os mantinha em pé.
— O palácio pode ser reconstruído, mas é importante que o povo saiba que seu rei venceu; disse Jo Yeong, colocando uma mão firme no ombro de Lee Gon.
Kang Seok olhou ao redor com uma expressão séria, seus olhos analisando cada detalhe do que restava.
— Precisamos de uma mensagem de esperança, algo que inspire as pessoas a seguir em frente. O medo ainda está presente, mas o que eles precisam agora é de um símbolo, algo que lhes mostre que a escuridão foi dissipada.
Lee Gon assentiu lentamente, suas palavras ainda presas na garganta. Ele sabia que eles estavam certos, mas a dor da perda ainda pesava em seu coração. Seus olhos se voltaram para a janela quebrada, onde os primeiros raios de sol iluminavam a sala. A luz, apesar de fraca, trouxe um pequeno consolo, um lembrete de que mesmo na escuridão mais profunda, havia um vislumbre de esperança.
Com passos lentos e pesados, Lee Gon se dirigiu aos aposentos reais. Quando ele entrou, encontrou Tae-eul sentada perto da janela, observando o nascer do sol. Seus olhos estavam fixos no horizonte, mas havia uma tristeza silenciosa em sua postura. Ela segurava o medalhão em forma de coração que havia sido crucial na batalha, os dedos deslizando suavemente sobre a superfície fria do objeto.
— Não sei se posso continuar a governar com todo o peso dessas perdas; disse Lee Gon, sentando-se ao lado de Tae-eul. As vidas perdidas... as famílias destruídas... isso é algo que nunca vai me deixar.
Sua voz estava rouca, carregada de emoção reprimida. Ele olhou para Tae-eul, esperando encontrar algum conforto em seus olhos, mas tudo o que viu foi o reflexo de sua própria dor. A batalha não havia poupado ninguém, e ambos estavam marcados pelas cicatrizes invisíveis que o conflito havia deixado.
Tae-eul virou-se para ele, seus olhos refletindo a dor e a compreensão. Ela sabia que não havia palavras que pudessem aliviar o fardo que ele carregava, mas sua presença era suficiente para lhe dar forças.
— Gon, você tem o poder de mudar as coisas. Mas você não pode fazer isso sozinho. Eu... também estou em conflito sobre o que vem a seguir. O que significa para nós dois, para os nossos mundos.
Ela segurou a mão dele, entrelaçando seus dedos com os dele. O toque era suave, mas firme, como se estivesse tentando transmitir uma parte de sua força para ele. Eles permaneceram em silêncio por um momento, deixando que as emoções fluíssem entre eles sem a necessidade de palavras.
Lee Gon sentiu um aperto no peito, uma mistura de medo e resignação. Ele sabia que o caminho à frente seria difícil, mas com Tae-eul ao seu lado, ele acreditava que poderia enfrentar qualquer desafio. Mas ele também sabia que a escolha dela sobre o futuro seria crucial, não apenas para eles dois, mas para os dois mundos que dependiam de suas ações.
Ao longo do dia, enquanto os servos e soldados trabalhavam para limpar os escombros e restaurar a ordem, Tae-eul se afastou para um canto tranquilo do jardim do palácio. As flores que antes floresciam em abundância agora estavam murchas, marcadas pelos dias de luta e destruição. Ela se abaixou para tocar uma pétala caída, sentindo a fragilidade da vida em suas mãos.
Tae-eul ponderava sobre seu papel nos dois mundos. A conexão que ela sentia com Lee Gon era profunda, mas ela também sabia que não podia abandonar completamente seu próprio mundo. A lembrança de seu trabalho como detetive, das pessoas que confiavam nela, pesava em seu coração. Ela havia salvado muitos em seu tempo ao lado de Lee Gon, mas sabia que ainda havia muito a ser feito em seu mundo.
Ela decidiu que era hora de conversar com Lee Gon sobre sua decisão. O sol já estava se pondo quando ela o encontrou na varanda, olhando para o horizonte. O céu estava tingido de laranja e vermelho, refletindo a turbulência que ambos sentiam em seus corações.
— Eu não posso ficar permanentemente aqui; começou Tae-eul, sua voz suave, mas resoluta. Eu preciso voltar ao meu mundo, mas isso não significa que vou deixar você ou o reino. Precisamos encontrar um equilíbrio... talvez um jeito de manter a conexão entre nossos mundos viva, sem sacrificar o que cada um de nós é.
Lee Gon virou-se para ela, seus olhos escurecidos pela tristeza, mas também cheios de compreensão. Ele sempre soube que esse momento chegaria, mas isso não tornava a despedida mais fácil.
— Eu sempre soube que você teria que voltar. E, apesar de querer você ao meu lado, eu sei que o seu dever é igualmente importante. Vamos encontrar uma maneira, Tae-eul. Como sempre fizemos.
Eles se aproximaram, e Lee Gon envolveu Tae-eul em um abraço apertado. O silêncio entre eles era carregado de emoção, cada batida de seus corações sincronizada, como se o universo estivesse tentando preservar aquele momento para sempre. O vento sussurrou ao redor deles, carregando as promessas que faziam um ao outro.
Nos dias seguintes, Lee Gon e Tae-eul trabalharam juntos para restaurar a ordem no reino. A reconstrução do palácio começou imediatamente, com os servos e soldados movendo pedras e erguendo novas estruturas. Lee Gon fazia questão de estar presente em cada etapa, oferecendo orientação e apoio. Ele sabia que a presença dele era vital para inspirar confiança e esperança em seu povo.
Em uma tarde, enquanto caminhavam pelos corredores parcialmente reconstruídos, Tae-eul parou para observar uma equipe de construtores que trabalhava em uma das torres destruídas. A visão de pessoas trabalhando juntas para criar algo novo a encheu de esperança.
— É incrível o quanto as pessoas podem se unir em tempos de necessidade; comentou ela, virando-se para Lee Gon.
— Eles confiam em mim para guiá-los; respondeu Lee Gon, sua voz carregada de responsabilidade. E eu confio neles para reconstruir nosso reino. Mas sei que preciso fazer mais. Preciso garantir que algo assim nunca mais aconteça.
— E você não está sozinho nisso, Gon. Eu posso não estar aqui o tempo todo, mas sempre estarei ao seu lado, de alguma forma. Vamos encontrar uma maneira de manter essa conexão viva; disse Tae-eul, sua voz firme com determinação.
Juntos, eles visitaram as partes mais danificadas do palácio e das aldeias próximas, mostrando ao povo que a liderança estava firme e que a esperança era real. As crianças que haviam perdido seus pais na batalha olhavam para Lee Gon com olhos cheios de admiração e curiosidade. Ele sempre se abaixava para falar com elas, prometendo que faria tudo o que estivesse ao seu alcance para garantir que pudessem crescer em um mundo seguro e próspero.
Tae-eul, usando suas habilidades de detetive, ajudou a encontrar e desmantelar os remanescentes das forças de Lee Lim. Ela liderou missões para capturar aqueles que ainda eram leais ao traidor, garantindo que a ameaça fosse completamente eliminada. Suas habilidades, combinadas com a força militar de Lee Gon, criaram uma rede de segurança que impediu qualquer possibilidade de novas insurgências.
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