1422 PALAVRAS 

A lua cheia brilhava intensamente no céu sobre o reino de Lee Gon. O palácio, com seus jardins bem cuidados e pátios grandiosos, estava banhado em uma luz prateada, conferindo um ar quase etéreo ao lugar.

Lee Gon estava em seu escritório, os olhos fixos em uma antiga pintura pendurada na parede. A pintura retratava seu tio, Lee Lim, um homem que ele sempre considerou uma ameaça, mas que agora, ele começava a ver sob uma nova luz. Ele havia passado dias mergulhado em documentos e registros antigos, tentando encontrar pistas sobre os estranhos acontecimentos, que vinham perturbando tanto seu mundo quanto o de Tae-eul.

Finalmente, algo chamou sua atenção. Um velho diário de um dos conselheiros reais de seu avô mencionava um artefato antigo, um espelho que, segundo a lenda, permitia ao usuário atravessar dimensões.

Foi quando ele descobriu algo ... Além do espelho, que segundo a lenda permitia ao usuário atravessar dimensões, Lee Gon encontrou outra pista crucial no velho diário de seu avô: um emblema antigo com um botão incrustado de diamantes. O diário descrevia como Lee Lim havia mostrado um interesse incomum por esse emblema antes de desaparecer misteriosamente.

Lee Gon estudou atentamente o emblema, reconhecendo que ele não era a passagem em si, como o espelho, mas sim um mapa, um guia que mostrava as rotas para todos os mundos paralelos e o caminho até a porta de passagem. Enquanto examinava o diário, Lee Gon percebeu algo mais, algo perturbador. Havia uma figura gravada ali, uma mulher de costas, ligada de alguma forma ao emblema.

Apesar de seus esforços, ele não conseguia decifrar quem ela era ou o que sua presença significava. O coração de Lee Gon acelerou enquanto as peças começavam a se encaixar. Lee Lim estava tentando algo muito maior do que apenas usurpar o trono. Ele estava tentando unificar todos os mundos paralelos, eliminando qualquer ameaça em seu caminho e agora, Lee Gon sabia que aquela mulher desconhecida poderia ser a chave para tudo.

Lee Gon fechou o diário com força, o coração acelerado. As peças começaram a se encaixar.

Lee Gon se levantou rapidamente, cruzando o escritório até a janela, onde podia ver o vasto jardim iluminado pelo luar. Sua mente estava em turbulência, uma mistura de raiva e determinação crescendo em seu peito. Se Lee Lim realmente estivesse atrás de tal poder, isso significava que ninguém, nem mesmo Tae-eul, estava a salvo. Ele sentiu um frio na espinha ao pensar nela, no perigo em que ela poderia estar sem nem mesmo saber.

Enquanto isso, em seu próprio mundo, Tae-eul estava ocupada com um caso que a estava deixando cada vez mais intrigada.

Várias pessoas haviam sido encontradas mortas em circunstâncias misteriosas, e o padrão que começava a surgir era assustador. As vítimas pareciam não ter nenhuma conexão entre si, exceto por uma coisa: todas elas tinham sósias no mundo de Lee Gon.

Tae-eul estava no local de um dos assassinatos, examinando o corpo com uma expressão séria. A cena era brutal, mas o que mais a perturbava era o fato de que não havia sinais de luta, como se a vida tivesse sido arrancada dessas pessoas de maneira quase sobrenatural.

De repente, seu rádio chiou, quebrando o silêncio.

Uma voz distorcida surgiu, uma transmissão que não estava nas frequências normais.

— Ele está unificando os mundos.

— O ginásio...

— Ele está no ginásio.

A voz era baixa, quase inaudível, mas Tae-eul sentiu um arrepio ao reconhecê-la.

Era Lee Lim.

Ela já conhecia aquela voz e aquele rosto, pois Lee Gon havia lhe mostrado imagens de seu tio anos atrás, antes de ele desaparecer e do pai de Lee Gon morrer. O ginásio mencionado era um lugar que não existia em seu mundo, mas que ela sabia existir no mundo de Lee Gon. A confirmação da identidade de Lee Lim e a menção ao ginásio fizeram Tae-eul perceber a gravidade da situação que os dois mundos estavam, de fato, perigosamente interligados.

Seu coração acelerou.

"O que Lee Lim estava tramando? "

"E como ele estava transmitindo essa mensagem diretamente para ela? "

"Ou para quem seria aquela mensagem? "

Tae-eul sentiu uma onda de medo, mas também de determinação. Ela sabia que precisava agir rápido. As mortes, a conexão entre os dois mundos, tudo estava começando a fazer sentido. Lee Lim estava eliminando qualquer pessoa que tivesse um sósia, e ela sabia que, de alguma forma, ela e Lee Gon eram peças fundamentais nesse jogo sinistro.

De volta ao palácio...

Lee Gon estava no meio de uma reunião urgente com seus conselheiros. Ele sabia que o tempo estava se esgotando.

— Lee Lim está tentando unificar os mundos, ele disse, sua voz cheia de autoridade, mas também de preocupação.

— E para fazer isso, ele está matando qualquer pessoa que tenha um sósia em outro mundo. Ele acredita que, eliminando os pares, ele poderá governar um único mundo unificado.

— Descubram quem tem e não tem sósia por lá ...

Os conselheiros ficaram em silêncio, a gravidade da situação pesando sobre eles.

— Precisamos localizá-lo, um dos conselheiros disse finalmente. Antes que ele cause mais mortes.

Lee Gon assentiu, mas seus pensamentos estavam em outro lugar. Ele estava pensando em Tae-eul, em como ela estava conectada a tudo isso, e em como ele poderia protegê-la. Ele sabia que Lee Lim não pararia por nada para alcançar seus objetivos, e isso o enchia de uma fúria silenciosa. Mas também havia algo mais que o perturbava profundamente. Em seus estudos, ele havia descoberto que, em ambos os mundos, Tae-eul era a única pessoa sem um sósia.

"Como isso era possível? "

"E o que isso significava para ela, para eles? "

Enquanto Lee Gon formulava um plano, Tae-eul estava a caminho de uma nova pista. Ela dirigia pela cidade, os olhos fixos na estrada, mas sua mente estava em outro lugar. A voz no rádio continuava ecoando em sua cabeça.

— Ele está no ginásio. Ela sabia que precisava descobrir o que estava acontecendo, mas também sabia que não poderia fazer isso sozinha. Ela precisava de Lee Gon, precisava das respostas que ele poderia ter.

Chegando ao local onde o ginásio deveria estar, Tae-eul sentiu uma onda de apreensão. O lugar estava deserto, mas havia uma estranha sensação de que algo estava muito errado. Ela entrou com cautela, sua mão descansando sobre a arma em sua cintura. O ginásio parecia comum à primeira vista, mas ela sabia que as aparências podiam enganar.

De repente, ela ouviu passos, e seu coração disparou.

Preparando-se para o que pudesse vir, Tae-eul se aproximou da origem do som. No centro do ginásio, viu uma figura familiar ...

Era Lee Lim.

Ele estava de pé, olhando para uma estrutura estranha que parecia ser algum tipo de portal.

— Você chegou, como eu sabia que chegaria, ele disse, sem sequer olhar para ela.

Tae-eul sacou sua arma, apontando para ele.

— O que você está fazendo? Levante as mãos, você está preso ... sua voz estava firme, mas por dentro, ela sentia o peso da situação.

— Estou criando um novo mundo, ele respondeu, virando-se para encará-la com um sorriso frio.

— Um mundo sem pares, sem duplicatas. Um mundo onde eu sou o único rei. E você vai gostar do lugar que vai ocupar nele.

Antes que ela pudesse reagir, o portal atrás de Lee Lim começou a brilhar intensamente, emitindo um zumbido baixo.

Tae-eul sentiu o chão tremer sob seus pés, e em um instante, ela soube que estava diante de algo muito além do seu entendimento. Mas antes que pudesse agir, uma explosão de luz a envolveu, e tudo ficou branco.

De volta ao palácio, Lee Gon sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

Algo estava errado, muito errado. Ele correu para o lugar, onde o portal entre os mundos estava guardado, mas ao chegar lá, foi como se o mundo tivesse desabado ao seu redor. O espelho estava pulsando com uma luz intensa, e Lee Gon soube naquele momento que Lee Lim estava mais perto de alcançar seus objetivos do que ele jamais imaginara.

O reino, os dois mundos, e a mulher que ele amava ... tudo estava em jogo agora. Lee Gon sabia que precisava ser rápido, precisava agir antes que fosse tarde demais. O que ele ainda não sabia era que Tae-eul estava prestes a se encontrar cara a cara com seu pior inimigo, e que a batalha que estava por vir iria testar não apenas sua força, mas também seu amor, em maneiras que ele jamais poderia imaginar.