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O Barulho do Mundo

Nicolae passeia por meu apartamento com um olhar analítico que eu finjo ignorar. Eu gostaria de poder dizer que ele está olhando para um cômodo decorado com recordações de viagens exóticas, ou que ele iria encontrar um atelier com peças de arte de minha autoria espalhadas descuidadamente pela sala, mas infelizmente, o espaço reflete uma certa preguiça existencial de ser criativa.

- Então é aqui que você se esconde?

- Bem diferente da mansão, não? - digo, tirando alguns artigos científicos e provas corrigidas do sofá e oferecendo a ele um lugar para sentar.

- Eu gosto. Sinto-me em paz aqui. Ele se parece com você.

Nicolae sorri, sua perfeição quase etérea contrastando com meu sofá minimalista de uma forma pungente.

- Comigo? Bagunçado e improvisado?

- Descomplicado.

Levanto a sobrancelha, mas não respondo.

Nicolae não imagina quantas vezes lutei para desviar meus pensamentos de se ocupare. de seu rosto, desde que nos conhecemos, enquanto sentei neste mesmo sofá.

Descomplicada não é a palavra que eu esperava que ele usasse para me descrever.

Definitivamente o comentário de Lorie me deixou mais ferida do que eu esperava. Nunca fui uma pessoa de vaidades, mas com ele não quero ser a garota de quem se gosta por ser a pessoa mais fácil de lidar.

Hoje quero ser mais do que a moça pacífica, racional, meiga...

"Descomplicada".

Não demoro para me vestir. Não tenho dúvidas do que quero usar essa noite. Eu me descubro tirando do guarda roupa um vestido soterrado pela falta de ocasião. 

Isso vai servir.

Sorrio para a imagem no espelho, mal reconhecendo a pessoa por trás daquele vestido vermelho e da maquiagem.

Saio despretensiosamente pela porta do meu quarto, tentando afetar uma casualidade inexistente.

- Para onde vamos?

Encontro o olhar perplexo de Nicolae. Seus olhos passeiam de cima a baixo, e ele parece querer absorver cada detalhe. Ele morde o lábio inferior, sem deixar de me devorar com os olhos.

Era este o olhar que eu queria.

Ele demora alguns momentos para responder, como se hesitasse em manter a programação.

- Primeiro vamos onde os jovens saem por aqui. Depois... Você fica por minha conta! 

Ergo a sobrancelha. 

Esta jovem ultimamente só passa tempo no trabalho...

Apesar da fantasia que imediatamente me ocorre de derrubar uns béquers com Nicolae sobre a bancada do meu laboratório, a ideia não parece realmente boa na vida real... Seguimos pela cidade, procurando um lugar para pararmos. A situação é realmente esquisita.

Nenhuma revista feminina ensina como planejar um encontro com um vampiro centenário...

Não faria sentindo ele me levar para um jantar romântico, como um casal que acaba de se conhecer normalmente faria... Um filme, talvez?  A ideia parece morna demais. 

O que eu faria se eu fosse uma mocinha de um livro de literatura adolescente? 

O pensamento quase me faz rir.  Percebo como tenho saído pouco nos últimos meses.  O Pub onde me encontrei com Sarah parece ser um dos poucos lugares na cidade que servem para nós.  

Quando entramos, damos de cara com Drogo, sentado no balcão, confirmando minhas suspeitas de que não há muito o que fazer em Mystery Spell. 

Ele me lança um olhar curioso, e à guisa de alguma piada ou obscenidade, ele se restringe a me dar uma piscada aprovadora, limitando-se a nos cumprimentar. Drogo dirige a palavra ao irmão.

- O que causou esta invasão Nerd por aqui? Sem passeios de carruagem e declamação de poesias por hoje, Nicolae?

Nicolae dá de ombros.

- Você está frequentando as aulas, Drogo. Por que não posso frequentar um bar?

Ele parece em choque diante da resposta de Nicolae. 

- Quem é você e o que fez com meu irmão?

Sorrio diante da cumplicidade dos Bartholy.  

- Eu preciso de uma bebida! Aceita alguma coisa, Drogo? Cerveja? Whisky? Bloody Mary?

Sussurro as últimas palavras em seu ouvido. Drogo ri.

- AB positivo, por favor.

Ele me acompanha até o outro lado do bar.

- Seja lá o que está acontecendo entre vocês... Não parem. 

Eu assinto, sem palavras. O garçom entrega nossos copos de bebida, entre os olhares curiosos das pessoas ao nosso redor. Volto com duas doses de whisky, enquanto Drogo se perde na plateia.

Nicolae levanta a sobrancelha, sorvendo a bebida em um único gole.

 - Cuidado com isso, você pode acabar derretendo o seu senso crítico com essa quantidade de álcool, Victória.

- Felizmente estou acompanhada de um cavalheiro... Mas fique tranquilo. Não é tão fácil derrubar meu senso crítico...

Nicolae me lança um olhar desafiador. Mas depois de algumas doses de whisky, ele é quem parece realmente animado.

Talvez os vampiros não sejam tão imunes assim ao efeito do álcool...

A banda começa a tocar. Sinto a empolgação da plateia, e uma euforia um pouco etílica. Nicolae pega minha mão, nos guiando através das pessoas, para perto do palco.

Não sei se foi o efeito da bebida, amortecendo nossa percepção, mas a situação parece cada vez menos surreal. 

Era como se antes houvesse dois mundos, um onírico que eu dividia com Nicolae, e outro, com o resto das pessoas. E eles parecem estar indo muito bem juntos neste momento.

 O som de Kashmir, do Led Zeppelin, preenche o ambiente, e me surpreendo ao ver que Nicolae conhece toda a letra. Ele percebe que não consigo parar de observá-lo, intrigada. Seus lábios bem desenhados se esticam em um sorriso desconcertante. 

- O que foi? Nem é uma banda moderna! Foi uma tristeza quando eles não tocaram em Woodstock!

Nunca tinha pensado nessa potencialidade.

- Você... foi... no festival de Woodstock?!

Nicolar assente, mas logo percebo que sua expressão se fecha.

- Sim. Mas não acabou bem, não foi uma boa lembrança.

- O que houve?

Ele balança a cabeça negativamente, como se afastasse algum pensamento ruim. Com um déficit de atenção típico de alguém um pouco alcoolizado, Nicolae volta a cantar com a banda. 

- Você canta muito bem!

Com uma mão apoiada em minhas costas, Nicolae responde, enquanto se aproxima de mim. 

- O que você disse?

Tento falar um pouco mais alto.

- Eu disse que você canta muito bem.

- O quê?

Quando me aproximo a ponto de meu nariz tocar sua pele fria é que percebo que cai em sua brincadeira. Eu sussurro.

- Nicolae não é possível que você não esteja me ouvindo! Para um cara que lê pensamentos, sua audição está suspeitamente muito ruim! Eu disse que você canta muito bem!

Ele gargalha, orgulhoso de sua brincadeira. É delicioso ouvi-lo rir. 

Como o jovem que ele parece ser... 

Nicolae me puxa com firmeza, virando o rosto para encontrar meus lábios.

- E você cheira muito bem! Na verdade, eu já tinha escutado da primeira vez, mas não ia perder a chance de trazer você para mais perto!

 Estou completamente rendida quando o sinto enfiando o rosto em meu pescoço, me causando arrepios quando sinto seus lábios descerem até meus ombros.  

Apesar de admirar o intelectual, o irmão responsável e cuidadoso que vejo em Nicolae, eu estava curiosa sobre o garoto cigano que corria atrás de saias e se metia em brigas. 

Eu me sinto uma adolescente, descobrindo o que é trocar carícias no fundo de um bar escuro.

Sinto meu coração acelerado, a palma das mãos suadas e um calor em meu ventre se irradia por todo o meu corpo. A sensação é tão boa que penso que a qualquer momento irei despertar de um sonho, mas quando as luzes se acendem, é apenas para o intervalo da banda. 

Nicolae continua aqui, bem real à minha frente, com um lindo sorriso cheio de cumplicidade e com suas mãos frias acariciando minha nuca.  

Subitamente, percebo que estamos sendo observados.  Sinto meu rosto queimar.  A poucos metros de nós, reconheço Sarah, com um olhar indefinível, sentada com Sebastian Jones e outras três pessoas, que rapidamente reconheço como professores do Campus.

Na outra ponta da mesa, Loan nos fuzila com um olhar irritado.

Nicolae mantém um braço sobre meus ombros, e apesar do constrangimento do encontro inesperado, não penso em retirar. Penso se seria tudo efeito do álcool, ou se estávamos nos apoiando um ao outro, mas neste momento, eu não poderia me importar menos.

Sebastian se adianta e cumprimenta Nicolae, enquanto me olha intrigado.

- Olha só quem decidiu se juntar ao mundo dos vivos.

A curiosa escolha de palavras de Sebastian me intriga, mas Nicolae sorri, estendendo a mão para o professor Jones.

- Olá Sebastian! Já faz algum tempo!

Sarah está maravilhosa, como sempre, usando um top branco com uma saia de cintura alta que desenha sua silhueta curvilínea, mas seu olhar perigoso me mostra que não vou sair desta tão fácil.

Ela me arrasta para próximo da mesa, enquanto Nicolae e Sebastian parecem conversar sobre generalidades.

-Você recebeu minha mensagem hoje, falando sobre o encontro dos professores?

Penso que hoje não dei atenção devida ao meu celular, que ficou abandonado em algum canto de minha bolsa.

- Sarah, me desculpe, não vi nada hoje! Estava ocupada.

- Claramente! Nicolae Bartholy? Quem diria! Então vocês vieram juntos como um casal?

Dou de ombros. O tom de sua conversa me deixa alerta. Mal eu mesma estou conseguindo lidar com tudo, e a última coisa que preciso é de mais plateia entre nós dois, mesmo que seja uma boa pessoa como a Sarah... 

- Estamos nos conhecendo, Sarah... 

Minha amiga me olha com preocupação.

- Victória, você é minha amiga e não quero que se machuque. Há muitas coisas que você não sabe sobre os Bartholy! 

Sarah me passa a mensagem que julgo entender nas entrelinhas? 

Como ela saberia dos segredos dos Bartholy?

Pensando melhor, isso definitivamente não me surpreende. Os Osborne também tem suas histórias circulando em Mystery Spell... 

Histórias envolvendo feitiços e bruxaria...

Seria Sarah realmente uma bruxa? Isso explicaria porque ela conhece os segredos dos Bartholy, e porque há uma certa resistência entre ela os irmãos vampiros... 

E talvez seja o motivo de seu afastamento de seus pais...

Se por um minuto a suspeita pareceu absurda, diante das minhas descobertas recentes...por que não? O que mais nesse mundo eu desconheço? 

Olho para a minha amiga com uma expressão de compreensão súbita. 

- Sarah, você é... O que dizem que você é? 

Ela desvia de meu olhar, quase confirmando minhas suspeitas. Sarah me olha, em choque, me puxando para um canto.

Minha cabeça vai explodir...

- Mas como? Como você soube? E você não...?

Baixo meu tom, olhando ao nosso redor, alerta contra ouvidos alheios.

- Sarah, aqui não é o lugar. Mas eu não sou nem remotamente tão cabeça dura ou mente fechada quanto pareço! 

- Então é sério mesmo! Nicolae contou...?

- Não, ele não contou! Eu descobri! Há algumas coisas... impossíveis de se ignorar a uma certa distância... Mas ele é muito decente, não me deixaria no escuro. 

Sarah não consegue conter a expressão chocada. Eu a espero organizar os pensamentos.  

- Como você está lidando com tudo isso? 

Dou de ombros. A situação parece tão absurda e no entanto...

- Negar um fato não torna ele menos real... Se você se encontra diante de um achado que contraria suas teorias, você precisa mudar a sua teoria e não o achado... 

Sarah solta uma risada cristalina. 

- Victória, sua nerd, você não existe! - há uma ternura em seu comentário- Você parece feliz... 

Assinto, olhando para Nicolae, que flagra meu olhar e sorri. 

- Atropelada por um caminhão, certamente. Mas feliz... 

Sarah suspira. 

- Você realmente caiu na teia,  minha querida! Eu sei que já disse para ficar longe deles, mas confesso que já tive uma opinião pior sobre os Bartholy, principalmente sobre Nicolae, até que... 

Sarah se interrompe.

- Até que o que, Sarah?

- Nada, outra hora conversamos. Você vai precisar de mais explicações.... Mas saiba, que no fim do dia... Somos apenas pessoas... 

Sorrio para minha amiga com ternura. 

- Eu sei, Sarah. Não se preocupe... 

- Então tente não racionalizar tudo e aproveite sua noite!

Racionalizar definitivamente não é meu forte quando o assunto é Nicolae Bartholy.

Prefiro não forçar a resposta, e apenas assinto, com carinho.

- Digo o mesmo para você! 

Aponto com os olhos para Sebastian Jones, que apesar da conversa com Nicolae, não para de olhar em nossa direção.

Sarah suspira.

- Isso é mais complicado do que parece...  

Estimulo Sarah a continuar a se explicar, mas ela encerra a conversa.

Vejo Nicolae e Sebastian. Aos poucos, o constrangimento entre os dois homens parece estar se desfazendo. Contra todas as probabilidades, este encontro ocasional parece estar sendo um sucesso... 

Ainda assim, eu preciso de mais uma bebida...  

Aproveito a distração e sigo em direção ao bar. Um corpo atlético se coloca a minha frente, bloqueando minha passagem. Percebo que comemorei cedo demais... 

Loan...

- Devagar, Victória! Onde você vai sem cumprimentar um velho amigo?

Loan me encara, me devorando com os olhos de uma maneira lasciva. Pela primeira vez na noite, um olhar fez com que eu me sentisse nua. 

- Sinceramente, achei que você tivesse me ouvido. Aos beijos com o Bartholy? Em público? Você não tem juízo, Victória?

Fico surpresa com o tom invasivo do comentário de Loan.  Presumo que ele esteja alcoolizado para falar comigo dessa forma. 

Sinto o efeito de minha bebida passar conforme minha mente permanece alerta. Ele aproxima as mãos de mim, para me tocar.  Recuo, aumentando o espaço entre nós.

- E este vestido... essa maquiagem... tudo isso para terminar na cama... 

Seu olhar é de admiração e inveja. Loan parece transtornado, e ainda frustrado quando me desvio de seus toques. 

- Loan, você bebeu demais. Outra hora conversamos, ok?

Viro as costas para seguir meu caminho, encerrando essa discussão. Sinto algo segurar meu braço.  Não é força suficiente para me machucar, mas é o bastante para arrancar olhares de reprovação das pessoas em volta. Loan tenta me fazer olhar para ele. 

- Não! Você não vai voltar pra casa com ele!

Respiro fundo. Não quero constrangimentos no dia seguinte. Com discrição, me desvencilho de seu aperto e digo tranquilamente.

- Loan, agradeço sua intenção, mas não tenho motivos para concordar com você. Nicolae é meu amigo, confio nele. E fique tranquilo, que se as coisas derem errado, eu sei exatamente me defender. Você não sabe nada a meu respeito e nem se deu ao trabalho de perguntar. Se me conhecesse, saberia que sou mais forte do que pareço e que essa é a primeira coisa que eu quero que um homem saiba a meu respeito. Que eu não preciso de um protetor ou de um guia.

Ele me olha horrorizado

- Você não é nada do que esperava de você. Uma mulher que se respeita não acabaria na cama de um Bartholy. Você não se importa com o que as pessoas vão falar?

Dou de ombros, começando a perder a paciência.

- Você está certo Loan. Eu não poderia estar menos aí para o que as pessoas vão falar. Com licença.

Loan fica atônito, tentando balbuciar uma resposta enquanto me esquivo. Uma mão toca meu ombro e quase me preparo para reagir, mas o toque é conciliador.

- Preciso intervir com o treinador?

Balanço a cabeça negativamente. A voz de Nicolae me acalma.

- Já é um assunto resolvido, não se preocupe! 

Nicolae me direciona um olhar triste, me trazendo delicadamente para perto de si. Ele acaricia meu rosto com as pontas dos dedos, em um gesto tão carinhoso que sinto que poderia me perder em suas mãos. 

- Você é uma garota corajosa. Mas é assim que as pessoas vão reagir a você enquanto estiver comigo. Muitas das pessoas de bem dessa cidade desconfiam dos Bartholy. Você está realmente disposta a lidar com isso?

Encaro seus olhos azuis. 

- Eu não estou disposta a me afastar de você.

Nicolae tem essa habilidade única de me transportar para um lugar melhor apenas mergulhando seu olhar cheio de promessas no meu rosto. Ele sorri, aliviado por minha resposta, mas seus olhos escurecem.  

- Vamos embora daqui?

Sua voz soa rouca. Suspiro, aliviada, e percebo o quanto estava ansiando por este momento.  

- Achei que você nunca fosse perguntar!

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