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Monstros do Passado


A semana passou tão rapidamente, que mal recordo de como era não ter Drogo por perto no laboratório. De alguma forma estranha, ele parece ter sido feito para isso...

A presença crescente do aluno problema nas últimas aulas tem sido motivo de espanto até mesmo para o Reitor Baumman, que desistiu de tentar reprová-lo.

Como já esperava, isso não melhorou em nada a minha relação com meu superior, que parece olhar para os irmãos Bartholy como se fosse capaz de colocá-los em um espeto, mas para mim, é uma satisfação que tem aumentado dia após dia.

E embora ainda parecendo desinteressado o suficiente para espantar a esperança de qualquer professor, começo a entender o modo de funcionamento de Drogo...

Trabalhos entregues, pontualidade... Faço vista grossa para o fato de que ele prefere passar minha aula mexendo no celular ou provocando as meninas. Quanto mais ignoro seus maus comportanentos, mais ele parece abandoná-los...

Para ser sincera, ele tem superado minhas melhores expectativas...

Com uma xícara de café, espero Sarah terminar uma de suas performances, atrasando minha aula, como habitual. Minha solidão é quebrada por Sebastian Jones, que entra na sala dos professores.

Sua pele bronzeada ressalta seus olhos dourados, fazendo-me recordar que ele esteve recentemente em uma expedição arqueológica.

- Olá, professor Jones! Como foi a viagem ao mediterrâneo?

Sebastian retribui meu cumprimento, concentrado enquanto esquenta água para seu chá.

- Foi muito interessante! Estamos fazendo uma análise de algumas pinturas etruscas para minha tese sobre monstros das civilizações antigas...

Seu rosto brilha de empolgação.

- Parece mais interessante do que corrigir provas de cálculo! Eu gostaria de saber como é uma pintura etrusca!

Sebastian fixa um olhar franco sobre mim e abre um sorriso caloroso. Realmente, não é difícil entender parte do motivo de suas aulas serem as mais esperadas da faculdade...

- Você gostaria de ver as fotos? É um estudo sobre monstros...Algumas são um pouco impactantes...

- Claro, eu não me importo!

Algo de provocativo se desenha em seu rosto.

- Naturalmente...

O professor Jones me mostra algumas fotos em seu celular.

Há diversas pinturas com monstros marinhos, e deuses, mas uma em particular ganha minha atenção.

Uma pintura se destaca entre as demais, e sinto a opressão dominar meu peito.

Suas cores sombrias retratam homens mutilados, com os corpos empilhados pelo chão.

Cada um dos rostos carrega uma expressão torturada. É como se nenhuma felicidade houvesse sobrado em seu mundo...

No centro, flutuando, há uma figura humana. Mas certamente, não é um homem. Sua cabeça é esqueletizada, expõe os dentes ladeados por uma pele tão esticada e fina que parece prestes a expodir. Apenas um vazio negro se encontra no lugar de seus olhos, e ainda assim, uma aura de crueldade emana de suas órbitas vazias.

As mãos são brancas e pálidas, com dedos longos, terminando em pontas finas.

Contornando suas costas, suas asas negras e tortuosas, como um anjo amaldiçoado, se estendem, como se delimitassem seu reinado de terror.

Ao seu redor, criaturas pálidas e disformes debruçam-se sobre as pessoas, parecendo devorá-las.

Estou hipnotizada, como se a criatura pudesse me tocar.

Sebastian aponta para o centro, como se me arrancasse de meu torpor.

- Impressionante, não?

- O que é isso, Sebastian?

- Isso, minha cara, é uma criatura das trevas conhecida como O Inominável ou simplesmente Inonimatus. É uma das poucas criaturas consideradas puramente malignas da mitologia. Eu o procuro há anos...

Os olhos vazios da criatura me causam calafrios.

- E esses seres ao redor?

- São seres do submundo, presos para sempre entre o mundo dos vivos e dos mortos. Não estou convencido disso, mas acreditava- se que eles se alimentavam de humanos.

- Então eles são vampiros?

Sebastian Jones sorri, balançando a cabeça negativamente.

- Não. Eles não se alimentam de nosso sangue no sentido literal... Acredita-se que o Inonimatus se fortalece com as emoções humanas mais sombrias. Ele é capaz de despertar nossos instintos mais violentos. Seu exército se alimenta daquilo que nos faz humanos.

- Entendo...

- Além disso, vampiros não são criaturas das trevas, são seres que tem livre arbítrio. Essas criaturas só tem como propósito a destruição e o sofrimento...

Fico surpresa com a colocação. O que é basicamente um contrassenso, considerando que não acredito em nenhum desses seres.

- Vampiros então não são maus por natureza?

Sebastian sorri, enigmático.

- Humanos são bons por natureza? Se uma vaca tivesse capacidade de responder a essa pergunta, como ela responderia? Depende do ponto de vista, não concorda?

Concordo, vencida por seu argumento.

- E onde se encontra esse Inonimatus?

Sebastian dá de ombros.

- Ele governa um universo paralelo, onde domina um exército de criaturas das trevas. São criaturas há muito tempo banidas deste mundo. As dimensões perderam o contato há muitas gerações...

- Ele pode passar para o nosso mundo?

- É exatamente o que estamos tentando descobrir! Encontramos imagens semelhantes em sítios no México, na Rússia, na India e em Bagdá. Curiosamente, alguns dos lugares onde ocorreram as batalhas mais sangrentas da história...

Olho novamente a pintura e um arrepio percorre minha espinha.

- Parece que seria um problema grave se isso ocorresse!

Sebastian me dá um sorriso de canto.

- Digamos que eu não gostaria de um destes atrás de mim...

Permanecemos calados por alguns minutos, enquanto Sebastian termina o chá, com uma expressão pensativa. Sebastian quebra o silêncio primeiro.

- Mas, à exceção das criaturas apocalípticas, devo dizer que seu país é encantador.

- Meu país?

- Achei que você fosse italiana!

- Não! Sou brasileira!

Ele me olha intrigado

- Curioso...

- Entendo sua confusão. Brasileiras geralmente não são ruivas na imaginação do mundo, mas devido à imigração, temos de todas as cores e tamanhos!

- Não, não por isso... É porque você tem características físicas...

- De uma tribo nômade da Itália? Você não é a primeira pessoa que me diz isso!

Sebastian parece surpreso.

- E quem foi a outra pessoa?

- Nicolae Bartholy.

Sebastian me olha com um olhar indecifrável.

- Nicolae é uma pessoa... interessante. Não somos exatamente amigos, mas devo dar o mérito de que ele é um homem decente. Foi uma perda ele ter abandonado a docência. Eu não tinha essa visão, mas o tempo tem me convencido de que ele vive de acordo com seus princípios...

O comentário de Sebastian me intriga, mas antes que eu tivesse tempo de perguntar qualquer coisa, Sarah aparece na sala dos professores.

Vestindo um conjunto amarelo elegante, ela parece um girassol luminoso, o qual posso ver, pelo olhar do professor Jones, não passou desapercebido.

- Vou pedir licença! Preciso ir!

Ele se levanta e deixa a sala dos professores, parecendo um pouco perturbado. Sarah se dirige à mim.

- Hora de ir para sua aula, querida! Desculpe pelo atraso!

- Não se preocupe! Estava ouvindo sobre a viagem do professor Jones e nem vi o tempo passar!

Sarah sorri.

- Sebastian é excepcional! É inacreditável, mas ele foi meu professor! Não envelheceu nada nestes anos!

Deixo Sarah para encontrar meus alunos. A aula terminou mais tarde do que esperado...

Na saída, encontro o reitor Baumman conversando com uma moça loira, bastante produzida, com roupas sofisticadas e uma maquiagem elegante. Sua expressão de poucos amigos e o olhar submisso do Reitor me dão a impressão de que ela deve ser uma dessas representantes do colegiado para quem toda a faculdade dobra os joelhos.

Tento passar desapercebida, em vão. Com gestos desajeitados, o Reitor acena para que eu me aproxime.

- Professora Rodrigues, essa é a senhorita Samantha Parker. A família Parker é uma das maiores patronas da nossa faculdade, e a senhorita Parker estava aguardado justamente para conhecê-la.

Olho para ela um pouco desconfiada. Samantha me cumprimenta com um sorriso formal. Seus olhos azuis me fixam com frieza.

- Você tem sido muito falada. Muito prazer!

Algo na forma com que ela disse essas palavras me deixou alerta, mas estendo minha mão educadamente, embora sem conseguir compreender o interesse em minha pessoa.

- É um prazer conhecer finalmente a moça que meu avô tão ansiosamente convidou para esta universidade!

- Professora Rodrigues, o senhor Parker é o principal investidor em sua pesquisa!

Eu os observo, confusa.

- Fico honrada. Mas creio que o laboratório me ofereceu o cargo após a recusa de outros colegas mais experientes, como de protocolo...

Samantha parece irritada com minha colocação.

- Você está enganada, professora! Naturalmente o reitor fez a mediação, mas foi meu avô, Henry Parker, quem procurou meio mundo por você!

Não é o procedimento usual do laboratório, o que me faz pensar que os Parker devem ser no mínimo uma família extremamente influente ou Samantha é apenas uma jovem pedante que se atribuiu muita importância.

Mas decido não contestar mais.

- Agradeço a indicação e o interesse em meu trabalho!

Samantha faz um gesto com a mão, minimizando meu agradecimento.

- Meu avô sempre procura jovens talentos, e desde o seu prêmio no concurso nacional de jovens inventores, ele vem procurando um espaço para encaixá-la em nossos patrocínios.

Olho para ela, surpresa. Isso foi há quase uma década atrás!

- Gostaria então de conhecer meu benfeitor. Onde posso encontrá-lo?

Samantha parece pálida, mas mantem o sorriso educado e o tom polido. O reitor a observa com um ar tenso.

- Meu avô é muito reservado, creio que ele não gostaria de visitas. Mas eu transmito os seus cumprimentos. De qualquer forma, pretendo estar mais presente, acompanhando de perto seus progressos!

Algo em seu tom autoritário me diz que suas visitas não serão para aplausos. Nos despedimos, educadamente.

Sigo para minha casa, pensando neste encontro atípico.

Sentada em meu computador, releio o email, informando minha convocação para este cargo, a procura de pistas sobre os Parker.

Mas é apenas um texto protocolar e nenhuma informação me auxilia. Nas trocas de email com o Reitor, também nada excepcional.

Quando tenho a ideia de procurar pelos Parker, vejo uma noticia que me chama a atenção.

A foto de um belíssimo casal de meia idade acompanhado da filha, a qual rapidamente reconheço em uma versão mais jovem, com um ar arrogante, e vestida com trajes de líder de torcida, aparece sob a manchete:

"Acidente causa morte de casal proeminente em Mystery Spell.".

Leio rapidamente a matéria, recheada de palavras como "misterioso" e "inexplicável", mas a frase final me chama a atenção.

"(...) A única filha do casal, S. P., encontra-se em coma na UTI por traumatismo Crânio Encefálico, em estado grave. (...) "

Sinto meu estômago embrulhar. Eu julguei Samantha Parker como uma jovem rica e arrogante, sem sequer tentar pensar nela como algo diferente.

Penso em ligar para Sarah, mas já é quase uma hora da manhã.

A empatia que sinto pela situação de Samantha chega a doer. Assim como eu, ela é uma orfã jovem demais.

Durmo, com meus pensamentos se agitando em torno da tragédia dos Parker.

Aos poucos, sou transportada para as ruelas de uma cidade que não conheço. Está escuro, mas reconheço o rosto assustado de minha mãe, parecendo muito jovem, correndo como se procurasse por algo.

Ela segue através de mim, como se eu fosse um fantasma. Tento chamá-la, mas minha voz está presa.

Seus passos se aceleram em direção a um corpo caído, circundado por uma poça de sangue.

Minha mãe se aproxima de uma jovem, já quase sem vida, que aponta um cesto e diz algumas palavras em uma língua que não entendo, mas minha mãe parece compreender.

Com lágrimas nos olhos, minha mãe agarra o cesto e corre. Sinto o medo e a dor que emana por seus poros.

É quando ele surge.

Uma sombra entre as trevas começa a perseguí-la. Ela agarra o cesto ainda com mais força, correndo entre as ruelas estreitas e escuras, até que um beco sem saída interrompe sua fuga.

Quando o homem começa a se aproximar, penso que tudo acabou, pelo sorriso sardônico em seu rosto sombreado.

Minha mãe treme, proferindo algumas palavras em latim.

Uma luz surge a seguir, atordoando o homem, e a última palavra que distingo antes de ser acordada pela claridade, é pronunciada entredentes, com uma voz áspera:

Bruxa!

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