Capítulo 6 - O Início do Treinamento
O quintal da casa de Esther Mikaelson era amplo e cercado por árvores altas que balançavam suavemente ao ritmo do vento. O sol estava escondido atrás de nuvens espessas, lançando uma luz cinzenta sobre o local, enquanto Stiles permanecia parado no centro do espaço. Ele olhava ao redor, os olhos analisando cada detalhe do cenário, tentando se preparar mentalmente para o que estava por vir.
Esther estava a poucos passos dele, observando-o com um olhar calmo, mas cheio de expectativa. Ela vestia um longo manto negro que parecia absorver a pouca luz do dia, e suas mãos seguravam um pequeno grimório, suas páginas gastas pelo tempo.
— Está nervoso? — perguntou Esther, quebrando o silêncio, sua voz tão serena quanto a brisa que passava por eles.
Stiles respirou fundo, cruzando os braços.
— Nervoso não é exatamente a palavra. Mais... apreensivo. Não faço ideia do que esperar.
Esther esboçou um sorriso, como se esperasse exatamente essa resposta.
— É natural sentir isso. O desconhecido sempre provoca incertezas. Mas lembre-se, Stiles, você tem algo que poucos têm: uma linhagem que carrega séculos de conhecimento e poder. Tudo o que precisamos fazer é despertar isso dentro de você.
— Certo, sem pressão então — murmurou Stiles, lançando um olhar rápido para o grimório em suas mãos. — Por onde começamos?
Esther deu um passo à frente, abrindo o livro e passando os dedos delicadamente pelas páginas até encontrar o que procurava.
— Começaremos com o básico: sentir a energia ao seu redor. Antes de qualquer feitiço ou encantamento, você precisa aprender a reconhecer a magia que permeia o mundo.
Ela se ajoelhou e desenhou um círculo no chão com uma peça de giz branco. Dentro do círculo, traçou símbolos que Stiles não reconhecia, mas que pareciam vibrar com uma energia sutil.
— Entre no círculo — instruiu ela, olhando para ele com expectativa.
Stiles hesitou por um momento antes de dar um passo à frente e entrar no círculo. Assim que seus pés tocaram o interior, ele sentiu um leve formigamento subir por suas pernas, como se o chão estivesse pulsando sob ele.
— O que é isso? — perguntou ele, franzindo a testa.
— É a magia natural que flui por esta terra — explicou Esther, sua voz cheia de reverência. — Sinta-a. Deixe-a passar por você, mas não tente controlá-la. Apenas observe.
Stiles fechou os olhos, tentando seguir as instruções. Ele respirou fundo, concentrando-se na sensação ao seu redor. Aos poucos, começou a perceber algo além do formigamento: uma espécie de vibração, como se o ar estivesse vivo.
— Está funcionando? — perguntou ele, mantendo os olhos fechados.
— Sim — respondeu Esther com um leve sorriso. — Você está começando a se conectar.
Por vários minutos, Stiles permaneceu no círculo, deixando-se envolver pela energia ao seu redor. Quando abriu os olhos, havia algo diferente em seu olhar: uma centelha de compreensão que antes não estava lá.
— Isso foi... estranho. Mas também meio incrível — disse ele, saindo do círculo.
Esther assentiu, satisfeita.
— Essa foi apenas a primeira etapa. Agora que você consegue sentir a magia, precisamos trabalhar em canalizá-la.
Ela ergueu a mão e entregou a ele um pequeno cristal, sua superfície brilhando com reflexos multicoloridos.
— Este cristal será seu foco. Segure-o em sua mão e tente transferir a energia que sentiu para ele.
Stiles pegou o cristal, olhando para ele com ceticismo.
— Certo, e como exatamente eu faço isso?
— Concentre-se. Visualize a energia ao seu redor como uma corrente fluindo para dentro de você e, então, para o cristal.
Stiles respirou fundo novamente, segurando o cristal com força. Ele fechou os olhos e tentou imaginar a corrente de energia que havia sentido antes. Por um momento, nada aconteceu. Mas, então, ele sentiu um calor suave na palma da mão, e o cristal começou a brilhar levemente.
— Eu fiz isso? — perguntou ele, abrindo os olhos e olhando para o cristal, surpreso.
— Sim, você fez — respondeu Esther, um leve tom de orgulho em sua voz. — Isso é apenas o começo, mas é um bom começo.
Stiles sorriu, um misto de alívio e entusiasmo crescendo dentro dele.
— Certo, qual é o próximo passo?
Esther fechou o grimório e olhou para ele, sua expressão ficando mais séria.
— O próximo passo será mais desafiador. Agora que você conseguiu canalizar a energia, precisa aprender a moldá-la.
Ela gesticulou para um pequeno objeto no chão: uma vela apagada.
— Seu objetivo é simples. Acenda a vela sem usar suas mãos.
Stiles olhou para a vela e depois para Esther, levantando uma sobrancelha.
— Parece algo saído de um filme de fantasia.
— Talvez, mas é um exercício essencial para aprender a controlar sua magia. Concentre-se na chama que deseja criar. Visualize-a. Sinta o calor dela, o brilho. E, então, deixe sua energia trazê-la à vida.
Stiles se ajoelhou diante da vela, franzindo a testa enquanto tentava se concentrar. Ele estendeu a mão, mas parou antes de tocar o objeto, lembrando-se das instruções de Esther.
— Vamos lá, Stilinski, você consegue fazer isso — murmurou para si mesmo.
Ele fechou os olhos novamente, visualizando a chama como Esther havia instruído. Por vários segundos, nada aconteceu. Mas, então, ele sentiu um leve calor em sua mão e ouviu o som suave de algo estalando.
Quando abriu os olhos, viu que a vela estava acesa.
— Eu consegui! — exclamou ele, virando-se para Esther com um sorriso largo.
— Sim, conseguiu — respondeu ela, sorrindo levemente. — Mas ainda há muito a aprender.
Esther aproximou-se dele, colocando uma mão em seu ombro.
— Você fez progressos notáveis hoje, Stiles. Mas lembre-se, a magia não é apenas poder. É responsabilidade. Use-a sabiamente, ou ela pode consumir você.
Stiles assentiu, sentindo o peso das palavras dela.
— Entendido.
Enquanto o sol começava a se pôr, lançando tons dourados sobre o quintal, Stiles percebeu que estava apenas começando a compreender o mundo em que havia entrado. E, pela primeira vez em muito tempo, sentiu que estava exatamente onde deveria estar.
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