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O Irmão

Nós chegamos à loja alguns minutos depois. Jessie reclamou o caminho inteiro sobre como era cansativo ter que ficar sentada até chegar ao seu destino. O carro de Trenton já estava estacionado na frente e a porta destrancada.

Eu e Jessie subimos até o segundo andar.

— Ei, Russ — Trenton me cumprimentou assim que me viu — E... Ah, meu Deus — ele se levantou — Funcionou.

— Olá, Trenton e Nathan.

— Puta merda — Nate também se levantou para cumprimentar Jessamine — Você é bem mais bonita fora da pintura.

Jessie sorriu. Revirei os olhos e fui me sentar na mesa redonda no centro da sala.

— Como funciona? Não é realmente seu corpo, certo? Você é matéria do Outro Lado, então não é a mesma que morreu há trezentos anos atrás — Trenton perguntou.

— Não. Acho que sou uma coisa nova, mas, ao mesmo tempo, continuo sendo a mesma, porque era esse espectro que habitava meu corpo.

— Isso faz de você um espectro visível para todos?

— Talvez — ela se aproximou da cadeira ao meu lado e apoiou as mãos — Eu acredito que se eu entrar no Outro Lado, eu volto a ser o que era.

— Você pode morrer nessa nova forma? — Nate perguntou.

— Acredito que sim. Será o equivalente a me banir de volta para o Outro Lado.

— Uau — Trenton se sentou e riu — Não acredito que trouxemos alguém dos mortos. Isso deveria ser permitido...?

— Não — eu o cortei — É por isso que vocês não irão escrever sobre nada que aconteceu, ok? Não sabemos quem serão os próximos Guias. Caso eu morra, não faço ideia para que parte da família o dom irá, sendo assim, não temos como saber o que alguém fará com essas informações.

— Deus, você é tão irritante — Nathan balançou a cabeça — Como você passou todo esse tempo tendo apenas ele para conversar?

— Mortos não são seletivos.

— Chega de gracinhas. Vamos falar sobre o que importa — eu apoiei os braços na mesa cheia de papéis — Temos dois Guias, então quando podemos abrir o portal?

— Precisamos encontrar um novo ponto onde o véu esteja fraco — Nathan explicou, se sentando ao meu lado.

— Como assim? O que houve com o ponto do beco?

— É possível que ele esteja fechado, digo, você disse que sentiu Carrie te puxar...

— Carrie me puxou — corrigi Trenton, porque tinha certeza que, por um segundo, eu estava lá do Outro Lado e essa não era uma sensação que eu gostaria de repetir tão rapidamente, mas aqui estávamos.

— Ok. Supondo que ela causou o rompimento das barreiras entre os dois mundos, não acha que ela teria fechado a passagem depois de ter percebido o que você tentou fazer?

Eu olhei para Jessamine que encarava o próprio anel. Eu me lembrei da discussão com ela. Ela sabia mais do que contava, mas eu não entendia porque ela não queria compartilhar suas informações. A não ser que fosse algo pessoal demais...

— Ela pode fazer isso? — Nathan leu minha mente — Jess? Você sabe de algo?

Jessamine ergueu os olhos castanhos. Quando ela virou a cabeça na direção de Nathan pude sentir o cheiro do meu sabonete. Era estranho perceber que ela possuía um cheiro agora e um tão familiar.

— Carrie é uma anomalia. Ela não deveria estar onde está, então não é errado supor que ela consiga mexer com as leis naturais.

— Ok, podemos tentar o ponto do parque, talvez? Aquele que visitamos uma vez? — falei para Jessie.

— Não... Quem foi o último sequestrado? É melhor usarmos a passagem pelo qual ele foi absorvido. Se um corpo passou por lá, o caminho estará mais acessível para você também.

— Pensei que o Outro Lado não seguisse as regras daqui. Como você sabe que entrarei na mesma passagem?

— O Outro Lado é um espaço vazio e não segue o tempo natural, mas ele é como uma coisa viva, se alguém modificou seu espaço, ele continuará dessa forma.

— Interessante. O Outro Lado existe antes do começo dos tempos e continuará existindo depois — Nathan começou a falar enquanto andava de um lado para o outro — Como você se sentia lá dentro?

— Nathan, você terá tempo para isso depois — eu o cortei.

— Terei mesmo? Assim que isso acabar, você mandará Jessamine para o Outro Lado e ela é a fonte viva de conhecimentos sobre esse lugar.

— Ela não irá embora tão cedo assim — falei.

Eu falei sério. Não a mandaria embora assim que tudo terminasse, ela poderia ficar mais um mês ou dois, quem sabe, apenas o tempo para provar mais alguns cheeseburgers e se conformar com o que aconteceu com ela.

— Bom — Trenton pigarreou — Uma jovem chamada Pauline foi a última desaparecida. Consigo localizar o ponto que ela provavelmente foi absorvida, porém ela desapareceu há cinco dias. Se Carrie não fez mais vítimas até então, temos um lugar.

— Deveríamos checar isso por segurança... Eu consigo fazer no sistema da NYPD. Rhodes ficará ainda mais desconfiada, mas não sei se existiu um tempo em que ela confiou em mim.

— Ok. Se tivermos um ponto, é só fazermos o mesmo ritual, mas com Jess.

— Certo... Só mais uma coisa... — eu me ajeitei na cadeira — O que eu faço quando chegar lá? Como será...? — Tentei manter a voz firme, mas acho que Trenton notou o medo por trás dela.

Eu tinha medo de poucas coisas na vida, esse era um dos motivos pelo qual Carey estava sempre em cima de mim. Eu já fui parar mais vezes no hospital por imprudência do que qualquer outro detetive. A capitã Owston dizia que eu não tinha medo de morrer e talvez ela tivesse razão.

Meu medo em ir para o Outro Lado não era sobre morrer, era sobre me perder na escuridão, de vagar sem rumo como Jessamine, de encontrar o meu passado que eu achei ter enterrado há muito tempo.

— O Outro Lado é moldável a você — Jessamine falou — Assim que entrar, ele se moldará ao que você quer. Se pensar que está nas ruas de Cambridge, você estará nas ruas de Cambridge. Mas não pense em algo vasto demais, o ideal é que seja um lugar que você conheça tão bem quanto você mesmo.

Eu assenti.

— Depois disso, você a encontrará rapidamente.

— Como?

— Eu tenho uma teoria de que ela se revelará para você — Jessie disse, girando o anel no seu dedo. Havia mais por trás dessas palavras do que eu era capaz de captar.

— E então? Russell apenas a enfrentará sem nada? — Trenton perguntou — Qual o plano depois?

— Se ela for um espírito irritado você pode expulsá-la para a terra contando que seus poderes são mais fortes do Outro Lado, eu consigo mandá-la embora definitivamente daqui — Jessie falou. Sua voz, no entanto, perdeu aquele tom de confiança. Ou ela não acreditava que esse plano pudesse dar certo ou ela apenas estava escondendo mais coisas de nós.

— Isso se ela for um fantasma comum, o que com certeza ela não é — Eu ergui o tom de voz — Não descartamos a possibilidade de ser um Guia morto.

— Então o mesmo plano funcionará — Jessie rebateu.

— Como você disse, um Guia é a conexão entre nosso mundo e o outro, quem diabos garante que ela não terá poderes aqui também?

— Eu estou garantido, Russell — Jessie disse irritada. Era a primeira vez que a via irritada na vida real e não parecia tão diferente da sua versão fantasma, exceto que ela não podia mover objetos na minha direção.

— E se não for nada disso? E se for algo completamente diferente? — Trenton interferiu — Tudo que sabemos é que é uma anomalia. Algo inteligente que pensa... Precisamos pensar melhor sobre isso. Não quero que se machuque, Russ... Jess, você pode nos falar tudo o que sabe sobre o Outro Lado?

— Sim, mas, acredito que a maior parte estejam nos livros.

— Não importa. Todos os detalhes são necessários — Nathan disse.

— Certo. Eu vou até a delegacia checar os desaparecimentos... — eu me levantei. Nathan puxou uma cadeira para se sentar ao lado de Jess e ele começou com sua enxurrada de perguntas. Jess não pareceu se incomodar, aliás, pelo contrário, parecia feliz em respondê-lo — Trenton, posso falar com você?

Trenton assentiu e nós descemos as escadas.

— Isso é sobre meu pedido de férias, não é? Quem foi? Wells? Horward? Johnson?

— A capitã Owston.

— Ah, droga, é pior ainda.

— O que deu em você, Coleman? — eu disse — Você sempre se dedicou ao seu trabalho, então, de repente, Nathan está te contando essas idiotices e você larga tudo para ficar enfurnado nessa loja velha?

Trenton deu um passo para trás, quase batendo em uma viola antiga. Ele pareceu surpreso pelo meu ataque, mas seu rosto permaneceu firme, seus olhos não desviaram do meu como costumavam desviar quando estávamos na delegacia.

— Não, não é uma idiotice... — ele respirou fundo — Olhe, Russ, por muito tempo, eu fiquei perdido, não sabia muito bem qual caminho seguir. Meu pai queria que eu fosse como ele e eu... só queria achar meu lugar. Achei que o trabalho como detetive era esse lugar, mas percebi que eu estava apenas me esforçando à toa, porque era tarde demais para escolher outra coisa.

— E você escolheu o quê? Perseguir fantasmas?

— Eu não sei o que exatamente estou escolhendo, mas eu gosto daqui, eu gosto de estudar os livros e encontrar a resposta que pode salvar nosso mundo.

Passei a mão pelo cabelo. De todas as coisas que eu temia quando contei a verdade para Trenton, vê-lo largando seu emprego estável para estudar fantasmas em uma loja de antiguidade era a última delas.

Esse mundo não pertencia a ele e eu não desejava que ele fizesse parte disso. Olhe só o que aconteceu com todos os Guias, olhe o que aconteceu com Jessamine. Não era o lugar que Trenton merecia.

— Isso é loucura. Você vai largar a delegacia para passar suas tardes aqui? Como vai se sustentar?

— Fala sério, Russ, eu tenho mais dinheiro do que gostaria e mesmo se não tivesse, a vida não é apenas dinheiro.

— Você diz isso porque nasceu com ele — eu me irritei — Você não pode viver assim, Trenton, você não entende isso? Você está jogando uma vida no lixo.

— E você está parecendo meu pai.

Fechei os olhos e respirei fundo. Ao nosso lado, havia um relógio de madeira da minha altura e com a corrente de ouro. Ele não funcionava e eu não sabia se estava quebrado ou se existia uma maneira de ligá-lo. Parecia tão velho quanto Jessamine.

— Bom, a última coisa que eu quero ser é um homem burguês de meia idade — respondi e Trenton abriu um sorriso fraco — Desculpe, Coleman, você tem o direito de escolher o que quer para você... Eu só.... — suspirei — Eu perdi um irmão uma vez, não quero perder outro.

Trenton se aproximou e colocou uma mão no meu braço.

— Eu também não quero te perder, Russ, e sinto muito que você não tenha tido escolha quanto a... bem, tudo.

Balancei a cabeça.

— Você nunca me contou do seu irmão.

— Eu nunca contei muitas coisas — admiti.

Exceto para Jessamine, eu contei muitas coisas para ela, pensei. E acredito que ela também contou para mim. Eu gostava de pensar que alguns dos pensamentos que ela compartilhou comigo, ela nunca compartilhou com ninguém.

— Mas isso fica para outra hora — afastei seu braço — Temos um mundo para salvar.

— Acho que isso nunca foi tão real.

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