Agora já temos uma boa bagagem histórica para o seu mundo, então você deve estar se perguntando se já não está na hora de criar os vales e montanhas que irão compor a paisagem, certo? Errado! Vamos primeiro terminar de definir alguns pontos cruciais para o seu enredo e depois, eu prometo, vamos colocar a mão na massa e dar forma para nossos mundos!

Como acabamos de pensar no contexto histórico, podemos perceber que os eventos ocorridos foram causados por um pensamento/ valor social que levou a sociedade do seu livro até aquele ponto, portanto, podemos tirar daí os valores políticos e definir o tipo de governo que irá reger a sua sociedade.

Eu sei que falar de política pode ser chato e nem sempre a gente que ficar pensando em todas as leis e normas que irão existir no livro, principalmente porque é provável que elas nem sejam mencionadas na história. E tudo bem, seu leitor não precisa ter conhecimento sobre todos os códigos existentes na sua sociedade, mas você e sua personagem precisam saber. Por quê? Porque são vocês dois, juntos, que irão direcionar o leitor através da aventura e vocês precisam ter em mente o que é permitido e o que não é.

Por exemplo, todo mundo sabe que não devemos matar, sabemos quais são as punições quando fazemos algo ilegal e também sabemos o que são as coisas ilegais do nosso país, mas quando viajamos para outro território, não temos certeza de tudo que pode ser feito por lá, afinal, não é o lugar onde moramos e só estamos de passagem. Na sua história, acontece a mesma coisa. Seu leitor é o visitante e sua personagem é o morador. Assim, também podemos considerar que você é o governante. Mas calma, não vou pedir para você criar mil códigos de conduta a partir do zero! O que é realmente importante é que você saiba o que é considerado dentro e fora da lei na sua história.

Existem muitos regimes políticos diferentes, cada um com seus prós e contras, que irão se encaixar perfeitamente no enredo que você está criando. Você pode fazer uma busca rápida sobre cada um deles e encontrar o que está mais próximo da sua ideia. Você pode usar esse regime exatamente como é, ou pode fazer seus próprios ajustes para que fique do jeitinho que sua história precisa.

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ATIVIDADE:

Eu sei, parece que isso tudo dá muito trabalho, então vou tentar facilitar um pouco mais... pense em três leis que serão as mais importantes para a sua sociedade.

Como estamos usando minha história como exemplo, vamos utilizá-la novamente. Lembra que no último capítulo definimos que minha sociedade é pacífica e focada no desenvolvimento da raça humana? Daí podemos tirar duas leis soberanas para o meu povo:

1 – Não matar ou ferir outros seres de forma proposital.

2 – Toda ação humana deve ser volta para o melhoramento coletivo. Atos que impeçam ou atrapalhem o desenvolvimento não devem ser realizados.

Já temos o esboço para criar duas das leis superiores, mas podemos criar ainda mais normas. No último capítulo também decidi que iria haver um conflito envolvendo pessoas que utilizam a magia antiga, então podemos tirar uma lei daí também.

3 – É proibido utilizar magia antiga.

Agora, que tal "enfeitar" o texto?

1 – É expressamente proibido matar ou ferir outros propositalmente, devendo, assim, o infrator sofrer as devidas punições previstas na lei.

2 – Tendo em vista o melhor, todas as ações devem ser realizadas em prol dos valores e moral do coletivo. Atos que infringem tal objetivo devem ser considerados impróprios e, quando cometidos, punidos conforme a lei.

3 – É expressamente proibido utilizar-se de meios dependentes de magia antiga. Atos realizados através deste, sob quaisquer pretextos, devem ser considerados impróprios e punidos conforme a lei. Ainda, o indivíduo que acobertar outro envolvido em tais práticas, mesmo que sem intenção, também deverá ser julgado culpado e punido conforme a lei.

Art. 1º - Considera-se a não delação do infrator o mesmo que acobertá-lo. Assim, é obrigatória a denúncia da prática de magia antiga quando testemunhada.

Pronto, agora temos três leis que parecem saídas de um verdadeiro código de normas!

Você pode fazer quantas normas desejar, desde que estejam relacionadas aos costumes da sua sociedade e sejam relevantes de alguma forma, seja pelo contexto histórico ou até mesmo para criar empecilhos durante a jornada da sua personagem. Já pensou se seu herói/heroína for enquadrado em alguma lei enquanto estiver tentando salvar o mundo? Com certeza a sociedade iria repreendê-lo, sem ter ideia de que ele estava ajudando todo mundo. Seria muito interessante ver como sua história se desenrolaria a partir daí...

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São inúmeras as possibilidades de uso das normas dentro de uma história. Elas podem ser aliadas do mocinho(a) ou então criar uma grande confusão, basta você saber como aplicá-las. E, para isso, você precisa conhecer muito bem a política e as normas da sua sociedade, então não descarte esse tópico, porque ter uma base política definida é imprescindível para se ter uma boa história de ficção.

E mesmo depois de criar algumas normas você continua com dúvidas? Não tem problema, vamos pensar um pouco mais sobre os regimes políticos do mundo real, tenho certeza de que assim você vai conseguir definir o tipo ideal de governo para seu mundo. Lembrando que é possível (e recomendado) definir diferentes governos para diferentes territórios. Isso acaba criando um conflito a mais no seu mundo e traz ainda mais veracidade, pois cada lugar tem seus próprios valores e defende interesses individuais.

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ATIVIDADE:

Vamos decidir agora alguns fatores básicos sobre a sociedade em que sua personagem vive. Lembre-se de que você não precisa escrever um código inteiro sobre isso, mas é importante ter alguns detalhes definidos.

1 - Como é organizada a sociedade em que seu herói/heroína vive?

- Forma de estado: Estado unitário (há uma entidade única que governa todo o território) ou Estado federal (várias entidades menores que juntas compõem o Estado).

2 - Há uma única figura de poder ou o governo é distribuído entre dois ou mais indivíduos para que as leis sejam seguidas?

- Forma de governo: Anarquia (não há uma hierarquia de poder ou ordem social; a própria sociedade se governa), Despotismo (uma única entidade governa com poder absoluto de acordo com sua vontade), Monarquia (um monarca é o chefe de estado e mantém sua posição até a morte, quando a posição é passada a seu sucessor), República (há uma entidade superior, eleita pelo povo para defender seus interesses e com prazo de duração de suas funções, podendo deter de todo o poder ou dividi-lo com outras entidades menores de poder), etc.

3 - Qual é o maior interesse dessa sociedade?

4 - Há outros territórios que possuem o mesmo interesse, podendo se tornar aliados? E há territórios com interesses opostos, sendo considerados inimigos?

5 – Sua personagem concorda com o regime político ou é alguém que irá desafiá-lo?

Como eu sei que visualizar essas atividades ajuda bastante. Vamos mais uma vez responder as perguntas usando o meu modelo de mundo:

1 – Eu disse anteriormente que no meu mundo, toda a raça humana havia se unificado em prol do desenvolvimento tecnológico, portanto, um único governo é o que melhor representa minha sociedade. Assim, meu território é de um estado unificado.

2 - Como o mundo é muito grande e seria muito difícil uma única pessoa controlar tudo sozinha, seria necessário que as regiões estivessem divididas e sob controle de diferentes chefes que respondem a uma figura maior, portanto, o que melhor representa meu mundo é um governo de República.

3 – O maior interesse da minha sociedade é a melhoria de vida da raça humana.

4 – Não, todo o território terrestre foi unificado.

5 – Minha personagem principal vive sob as regras, pois como os outros, ela sabe que as leis existem para garantir a qualidade de vida para todos.

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Após responder essas cinco perguntas, acho que você já está pronto para a próxima etapa de criação (e sim, vamos finalmente começar a dar forma ao seu mundo) ...

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