Sociedade, *dementador constante do novo. Obrigando-nos a amofinar nossa personalidade num velho baú para sermos apenas mais um manequim numa vitrine,  apenas sendo analisada e escolhida por um comprador.                        

Uma noviça criada para servir.

Crescendo num segmento sistemático perfeito, onde nenhum defeito é tolerado, e onde cada passo é milimetricamente controlado.

Ao mesmo tempo que uma fortaleza impenetrável, também é uma flor, onde vento machuca suas pétalas.

Uma caixinha. pequena. diferente de todas da encomenda.                                                                      Um sorriso. escandaloso. Gostoso de ouvir.

Na face nua do espelho, a silhueta de  duas pessoas sobrepondo-se num único reflexo: Uma menina e uma mulher.

Teria sido um erro da natureza? Ou apenas uma singularidade?

Duas personalidades, habitando num mesmo corpo frágil, numa mesma mente hábil e num mesmo coração aflito.

A força,sutileza e destreza de uma dama.                                                                                                                O sorriso graciosamente simples, o olhar e gestos de uma criança.

Na tentativa de ser a consorte perfeita, relutou anos, sufocando sua simplicidade na sombra do medo. De ser julgada. De ser rejeitada. De que sua imagem fosse dissipada...

A incógnita.

O discrepante amedronta.

O maior tormento dos que caminham é o desconhecido, o "inexplorável", ou meramente o novo.

Uma personalidade autêntica e excêntrica é algo com o que as pessoas não sabem como lidar, tendo em vista que parecem ter recebido antolhos.

Ouço eu o clamor de **Robespierre: "Liberté, Égalité, Fraternité"

  Porque negar a essência? Apenas para agradar meia duzia de rostos a qual visamos diariamente aprovações e honradez?

Prefiro ser singular em minhas extravagâncias, do que mais um  livro empoeirado na estante.

Opto em ser um velho tinteiro numa escrivaninha, as modernas canetas esferográficas num pote.

Antes ser suscetibilizada por quem sou. 

Antes ser um marco por minhas peculiaridades, que desvanecer na multidão de rostos que caminham para o mesmo precipício:

O esquecimento.

*Não-seres das trevas que se alimentam de felicidade do universo de Harry Potter

**Um dos grandes responsáveis pela Revolução Francesa