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Parte 2

Lily estava ciente do combinado, mas odiava aquilo, por isso sempre se esforçara para conseguir ao menos um cliente, e quando as coisas ficavam feias, ele apelava para um de seus talentos. Subia no pequeno palco onde ficavam encostados os instrumentos musicais, que eram geralmente usados nos fins de semana pelos bardos que apareciam sempre.
Havia tambores, flautas e instrumentos de corda, mas nenhum era do agrado da garota, o que mais a cativava era o grande piano empoeirado.
No passado tinha mais prestígio, sendo tocado todas as noites pelo falecido pai adotivo de Lily – homem que ganhara a vida como músico naquela hospedaria, isso, depois de se apaixonar por uma das garotas que trabalhava ali, e com muito empenho, retirou-a do trabalho como meretriz. Contudo, um ano depois a garota descobriu-se grávida, e para a infelicidade do casal, a jovem faleceu durante o parto, deixando o pai sozinho com a filha, que ganhou o nome da mãe, Lily.
Após do falecimento do pai, apenas Lily tocava o instrumento. Ela dirigiu-se até o palco, caminhando graciosamente, como se pisasse em nuvens, desfilando em linha reta, quebrando a cintura a cada passo, num rebolado hipnótico, normalmente, como se não estivesse sob um salto tão alto e fino.
Sentou-se no pequeno banco, que a tendo sentada, não parecia mais tão pequeno, pois, Lily era magra e baixa.
Abriu a tampa que escondia as teclas.
Assoprou, e a poeira se foi. Sorriu, era alegria de boas lembranças, do pai ensinando-a a tocar.

Lembrou-se das palavras do pai:

“Primeiro você assopra, para tirar a poeira, em seguida estala os dedos, só aí você pensa na música que quer tocar, quer dizer, nada de pensar, você tem que sentir, a primeira música, deve ser a projeção dos seus sentimentos no exato momento”.

Lily deixou a taça sob o corpo do piano, entrelaçou os dedos e forçando os braços para frentes, ouviram-se os estalos. Pôs-se a encarar as teclas, logo fechou os olhos, e num suspiro, deu sinal de que encontrou a música certa, após uma ajeitada em seus longos cabelos, iniciou.

Para quer tentar fugir, se não sabe para aonde ir,
Se não sabe o que fazer, qual o sentido de correr?
Deixo a chuva me molhar, deixo o vento me levar,
Vou pousar em outros braços, descansar em outros abraços!

Ou posso esperar minhas assas crescerem, dormirei para não ver minha morte.
Vou pedir desculpas aos que me machucaram, pois, eles dizem que sou a culpada.
Jogarei sementes ao chão, e vou esperar crescerem, ficaram gigantes se eu tiver sorte.
Vou devolver as muletas aos que me machucaram, e voar para longe, quando estiver curada.

Enquanto tocava, de olhos fechados, o tal elfo, desceu as escadas.

Observador, surpreso até, procurava a origem da bela voz, como isso aproximou-se devagar do pequeno palco. Era interceptado no caminho pelas garotas que tentavam a qualquer custo levá-lo para seus quartos. Umas tentavam beijá-lo, outras agarrava-o, algumas até abaixava as alças dos vestidos mostrando os seios, mas ele se esquivava, estava interessado na garota que cantava como um pássaro livre.

O elfo se aproximou e ficou de pé frente ao palco, mas sem subir, apenas observava. Lily cantava com muita intensidade, de modo que todos ali, pararam para escutá-la, naquele momento, os preconceitos que tinham a respeito da garota se foram, viam-na simplesmente como uma talentosa artista.
As lagrimas rolavam do rosto da jovem pianista, borrando um pouco a maquiagem arroxeada em volta de seus olhos.

Quando a garota terminou, fora aplaudida pelo elfo, alto de braços grandes e fortes. Apenas ele aplaudiu, algumas das garotas até quiseram, mas vendo que umas amigas não o fizera, ficaram todas estáticas, os homens voltaram a beber e papear uns com os outros, como se não se importassem. Mas o elfo, de pele amarronzada, e  de olhos amarelos – inundados –  nem sequer olhou para trás, não se importava com a opinião alheia.

— Magnifico — elogiou, fitando os olhos castanhos de Lily, que após beber o resto de seu licor, levantou-se, e desceu do palco, ficando frente ao elfo, que estava parado em frente a escada. — Você foi maravilhosa. — completou.
— Ah! Obrigada, que bom que alguém gostou — disse Lily, fungando em seguida.
— Aqui — o elfo ofereceu um lenço. — Que nada, todos amaram, mas pelo que me parece, as pessoas hoje em dia, estão cada vez mais frias, chego a pensar que  elas têm medo dos seus próprios sentimentos, por não compreendê-los talvez.
— Faz sentido — balbuciou a jovem secando suas lagrimas. — Mas eles podem ter medo dos sentimentos bons, pois, os ruins, como raiva e ódio, eles adoram, acolhem e cultivam, e saem pelo mundo afora cuspindo suas maldades.
— Sei como se sente, também não sou muito aceito em todos os lugares — comentou —, também sou menosprezado por onde passo, sei como é ser odiado, sem não ter feito nada de mal. A propósito, me chamo Edros.
— Lily! — disse a garota sorrindo.
— O que você acha, Lily, de eu te pagar uma bebida? — indagou o elfo, ajeitando seus longos cabelos brancos.
— Ficaria lisonjeada! — respondeu Lily, deixando nítida sua euforia.

Edros, então, estendeu a mão, Lily a segurou, e juntos foram até o balcão, o elfo pediu duas taças de licor. Puseram a beber enquanto conversavam sobre música, depois sobre as semelhanças entre eles, acerca de como eram vistos pela sociedade. Em pouco tempo, sorriam como velhos amigos que acabaram de se reencontrar e estavam colocando o papo em dia, o que culminou no convite do elfo para que subissem, e sem pensar muito, Lily aceitou aquele cliente – o único o qual a garota já teve um real interesse, desde que iniciou naquele trabalho.

— Sabe que ela não é mulher de verdade, não é? — grasnou uma mulher rechonchuda de cabelos ruivos, vendo interceptando Edros em meio a escada — Aposto que vai preferir ao mais, agradável — a ruiva levantou o vestido, na intenção de conquistar o elfo, mostrando-lhe a triangular mata de pelos ruivos.
— Eu posso ver a aura de todos vocês, e devo dizer que, a dela é tão feminina quanto a sua, e para mim, isso basta!

Retrucou o elfo, voltando a subir os degraus, dando de ombros para a ruiva que pela enraiveceu-se a ponto de deixar nítido em seu rosto o desprezo por Lily, e a revolta por ser rejeitada, era como se fosse a primeira vez que tal coisa acontecia, e semelhante a uma criança mimada, não parecia lhe dar bem quando algo de seu desejo lhe era negado.
Subiram até uma a suíte – no quarto andar – onde o elfo estava hospedado. Lily estava maravilhada com o lugar, pois, nunca havia entrado em uma suíte, nem para simplesmente ver. Terminaram suas bebidas e conversaram por mais um longo tempo. A jovem pegou isqueiro e um cigarro da cartela que estava no criado mudo, acendeu-o e jogou fumaça para o alto.

— Eu nunca fumei — comentou Edros, catando um cigarro e levando a boca.
— Eu acendo — disse Lily tomando o isqueiro das mãos do elfo, e se aproximando. — Você só tem que puxar o ar. — ensinou, em seguida, colocou o cigarro aceso na boca e encostou a ponta do mesmo, na ponta do cigarro na boca de Edros, que fez o como fora indicado.
— Que legal — disse ele retirando o cigarro da boca, e soltando a fumaça, sem nem ter tragado.
— Sim, muito — sussurrou Lily, sorriu, depois, o beijou.

Logo apagaram os cigarros, e deram atenção uma para o outro. Despiram-se sem pressa, aproveitaram cada segundo, e num toque suave, os dedos percorriam a pele. Era uma calmaria intensa, daquelas que faz o coração disparar, as pupilas dilatarem, as penugens se eriçarem, a epiderme se escamar. Horas depois, como delicadas flores ao amanhecer, servindo de morada para as gotas de orvalhos, ambos estavam embebidos de suor, deitados no carpete.

— Nossa, caramba! Já havia muito tempo que não me sentia tão bem, tão vivo — comentou Edros, ofegante.
— No meu caso, foi a primeira vez.

Uma batida forte na porta, interrompeu a fala de Lily.

— Só um minuto — pediu, Edros, se levantando, e indo até à porta, ainda nu. — Desculpe, mas não queremos nada, deixe-nos a sós…

Houve um gemido, longe de ser de prazer.

Uma faca fora cravada em seu peito, e o elfo caiu ensanguentado.

— Minerva! — bradou, Lily, estarrecida com o ocorrido.
— A culpa é sua — grasniu a ruiva —, se não tivesse inventado de cantar hoje, ele seria meu. — gritou, e saiu correndo.

Lily correu até Edros, e colocou a cabeça do rapaz em seu colo, gritou por socorro desesperada. Logo Stela e o barbudo que estava também em uma suíte saíram e viram a cena, correram para ajudar.

— Não fique triste, chegou minha hora — disse Edros com dificuldade.
— Não diga isso!
— Não há médico nem curandeiros nestas redondezas, um ferimento deste é o fim num lugar como este. — lamuriou. — Mas estou feliz por passar minhas últimas horas com você.
— Eu não estou feliz, estava até um minuto atrás — disse, Lily, beijando-o. — Agora que encontrei alguém que compreende minhas dores e me aceita como sou, tenho que perdê-lo? Como posso prosseguir agora? — Questionou aos prantos.
— Prosseguirá como uma mulher que conheceu o amor e o respeito, e jamais aceitará menos que isso — respondeu Edros, entre tosses.

Lily, sem se importar como o sangue no canto da boca de Edros, beijou-o, e ficou com ele até que seu coração parou de vez. Após isso, vestiu-se. Desceu até o salão, parecia hipnotizada, os passos eram lentos e o olhos fixo a frente, vidrados no nada, era como se sua alma estivasse dormindo – ou morta – e o corpo vagava como uma casca vazia.
Entretanto, olhos atentos perceberam a fúria no fundo do vazio daquele olhar. Lily olhava para todos os cantos, a procura de Minerva, os demais ali acharam graça e gargalharam, dizendo que a garota estava louca. Mas as gargalhadas se foram quando Lily soltou um estridente grito.
No início todos do salão apenas fizeram caretas, segundos a frente, alguns já estavam tapando os ouvidos, pois a garota não parava e o som era cada vez mais perturbador. Logo a grito atingiu uma frequência ainda mais incomodante, de modo a levar todos a taparem os ouvidos com as mãos, e entre os dedos, todos sentiram um escorrer quente, todos tiraram as mãos das orelhas, quase como um movimento coreografado, e se assustaram ao encararem a vermelhidão do sangue que continuava escorrer dos ouvidos.
Em seguida, foram os olhos que se transformaram em cascatas vermelhas, deixando trilhas brilhantes pelo rosto. A gritaria se instaurou no local, o desespero tomou conta, uns correram para o banheiro a fim de se lavarem, outros tentaram fugir, mas as portas se fecharam sozinhas e com violência, assim com as janelas. As teclas do piano puseram-se a mexer, tocando uma música animada, mas um tanto macabra. Não tardou para que não restasse uma pessoa viva no salão, e sim, apenas corpos de faces deformadas, como se tivessem todos um envelhecimento precoce. Os olhos avermelhados, trilhas de sangue, vindas dos ouvidos, olhos, narizes e bocas.
Por sorte, apenas quem estavam no salão foram afetados pela anomalia, os que estavam nos andares de cima, foram poupados. Ao fim do grito, Lily se segurou no corrimão como se perdesse as forças, ainda aos prantos pela morte de Edros, desceu e pulou o balcão do bar e pegou uma garrafa de licor, e lá, viu o corpo de Minerva que estava se escondendo ali.
A ruiva foi quem mais deve deformação, de modo a romper partes da pela da mulher, deixando ossos a mostra. Nos braços, no ombro, no rosto e talvez e todo o corpo a julgar pelas manchas de sangue no vestido bege.

— Queime no inferno, vadia!

Lily catou a garrafa de licor e foi até o palco, pegou um instrumento semelhante a um violão, e saiu pela porta principal. Nunca mais a viram por aquelas bandas, mas boatos correram por toda a região, sobre uma mulher dona de uma incrível voz,  que botava os bardos no chinelo, cantando as dores de ter perdido um grande amor.

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