O único aviso que eu tenho para esse capítulo é que talvez tenha alguns spoilers e que o doente Ramsay Bolton está nele, acho que isso já é algo auto-explicativo.

Boltons são grandes filhos da puta traiçoeiros, todos sabiam disso. Para confiar num Bolton, a pessoa deveria estar muito louca ou muito desesperada.

Mais, aí está o X da questão. Você era uma Bolton. Filha de Roose Bolton e meia-irmã de Ramsay Bolton.

Apesar de não ser confiável e ser um tanto manipuladora, você não chegava aos pés da maldade de seu pai e irmão. Eles eram cruéis, sem sombra de dúvidas.

Mas Ramsay não era apenas cruel, ele era um monstro disfarçado de homem. Você nunca se imaginaria fazendo com alguém o que ele fez com o pobre Theon Greyjoy. O rapaz nunca mais vai ser o mesmo quando se livrar das garras de seu irmão.

Para sua sorte -ou azar- Ramsay era tão doente ao ponto de ser apaixonado por você, então você era a única pessoa que ele não machucaria, pelo menos não gravemente.

Isso era uma vantagem para você, pois sempre que podia, estava ajudando Theon ou Lady Sansa, as vítimas preferidas de seu meio-irmão.

Sua relação com Sansa era um tanto conturbada. Você realmente gostava da dela com todo o seu coração e queria protegê-la, mais você era uma Bolton, então ela não confiava em você. Você não a julgava, faria o mesmo se estivesse no lugar dela, mas você se arriscava muito por causa da garota e ela sempre tratava sua boa vontade como se fosse nada mais que sua obrigação.

- Gostei do seu vestido - A voz de Ramsay ecoa pelo seu quarto, você encontrou o olhar dele pelo espelho de sua penteadeira, mais não fez questão de se virar para encará-lo, apenas continuou escovando seus cabelos. - Você fica bem de vermelho.

- O que você quer, Snow?

- Eu sou um Bolton agora.

- Você é e sempre será um bastardo, seu sobrenome não importa.

- Você tem sorte. - Ele se senta em sua cama - Você é a única pessoa que pode falar assim comigo.

- Oh deuses, que sorte a minha. Eu posso contrariar Ramsay Snow sem perder um dedo ou a língua. - Você fala sarcasticamente - Você não me respondeu. O. Que. Você. Quer?

- Você anda passando muito tempo com a minha esposa e, infelizmente, ela está tomando os seus péssimos hábitos. - Ele zomba - Ela teve coragem o suficiente para me responder de forma grosseira, isso não é hilário?

Você larga a sua escova e se vira para o homem, olhando no fundo dos olhos azuis dele.

- O que você fez com ela?

- Apenas a ensinei a não me responder. - Ramsay sorri - Com certeza ela não vai mais fazer isso.

- Eu vou falar para...

- Nem tente. - Ele se deita na sua cama - Papai já sabe do péssimo exemplo que você dá para Lady Sansa. Se for falar com ele, só vai resultar nele te pedindo para se afastar dela.

- Está satisfeito?

- Claro que estou. - Ramsay murmura, se levantando e se aproximando de você - Não vou deixar te roubarem de mim, nem mesmo aquela garotinha.

- Não podem roubar de você o que não é seu.

- Diga isso para aquele lordezinho que papai queria que casasse com você... se bem que ele não vai poder ouvir, já que eu arranquei as orelhas dele.

- Você não pode matar Sansa, você precisa dela.

- E quem tá falando sobre matar? - Ele gargalha - Minha querida irmã, eu não mataria Lady Sansa, apenas a ensinaria uma lição.

- Você vive falando sobre o quanto me deseja, mais na primeira oportunidade que tem, você machuca meus amigos e se deita com aquela prostituta Melinda. - Você gargalha do homem - Você é tão ridículo. Eu honestamente teria vergonha de ser você.

- O nome dela é Miranda e isso não é problema seu. - Ele diz perdendo a paciência - Eu estou te avisando, minha adorada irmãzinha, cuidado com as suas palavras.

- Ou vai fazer o que? - Você questiona, com um sorriso no rosto - Vai trancar a sua adorada irmãzinha num quarto escuro e tortura-lá? Você tem mesmo essa coragem?

- Não me subestime.

- Você é doente, Ramsay. - Você cruza os braços sobre o peito - É tão doente que precisa machucar as pessoas para se sentir melh...

Você foi interrompida por um forte tapa na sua cara. No mesmo momento seu rosto começou a arder e um corte na sua boca começou a sangrar.

- É, eu tenho razão. - Você riu, levando a sua mão na região onde foi atingida pelo tapa - Eu não consigo descrever em palavras o quanto que eu te odeio.

- Eu sei. - Ele se aproxima da porta - Papai mandou te chamar para o jantar. Melhor irmos logo, ele não gosta de atrasos.

Você grunhi de raiva e acompanha Ramsay até a sala de jantar. Todos estavam lá, só faltava vocês dois. Você se sentou em seu lugar habitual, entre Sansa e Ramsay e de frente para Roose.

O jantar estava sendo silencioso. Normalmente você que começava as conversas, com alguma reclamação ou avisando Roose sobre algo que Ramsay fez e te desagradou, mais dessa vez você ficou calada, nem sequer tocou na comida, pois o corte na sua boca estava tão dolorido que você mal conseguia comer.

- O que aconteceu, S/n? - A voz suave de Sansa quebra o silêncio do lugar, fazendo olhares se direcionarem a você - Você se machucou?

Sua bochecha provavelmente estava com um grande hematoma vermelho ou roxo. Você não conseguiria esconder isso por muito tempo, no fim das contas.

- Não foi nada. - Você resmunga, arranhando o prato com a faca.

- Diga-nos, estou curioso. - Roose insiste, te fazendo o enviar um olhar mortal.

- O que você acha? - Você ruge, deixando todos, menos Ramsay, chocados.

- E-eu...

- Pergunte para o seu filho, Ramsay. - Você o interrompe e olha para o homem ao seu lado - Ele com certeza saberá responder.

- Você bateu na sua irmã?

- Ela estava me provocando. - Ramsay se defende - Ela me chamou de doente, ridículo e patético. Eu não poderia apenas deixá-la me humilhar dessa forma.

- É verdade S/n? - Dessa vez Roose se dirige a você.

- Ótimo, agora a culpa é minha. - Você grita, acertando na mesa a faca que estava usando, a prendendo lá - Aposto que você também vai dizer que eu sou a culpada pelo o que meu querido irmão faz com a Lady Sansa, não é?

- Você é um mal exemplo para ela.

- Foi Ramsay que te disse isso, estou certa?

- S/n, você está estragando o jantar. - Ramsay murmura, fingindo que realmente se importava.

- Você que está estragando o jantar! Igual sempre estraga tudo! - Você empurra a cadeira para trás e se levanta.

- Mais não sou eu que sempre estragada tudo.

- Ramsay, vai se foder!

- S/n! - Roose grita, batendo as palmas da mão na mesa.

- Vai se foder você também! - Você grita, mais antes de se retirar, se vira para Roose - Ah, com todo respeito é claro.

Com certeza você se daria mal por causa desse surto, mais não se importou, apenas correu para o seu quarto e bateu a porta com força.

Você tirou o seu vestido pesado e colocou sua roupa de dormir. Em seguida se jogou em sua cama, sem planos futuros envolvendo deixar seus aposentos.

Uma batida em sua porta a vez gemer de frustração e ignorar completamente, pois talvez assim a pessoa iria embora.

Porém a batida continuou de forma insistente.

- Está aberta. - Você murmura se sentando na cama

A porta é aberta, revelando Sansa Stark parada ali.

- Sansa... - Você sussurra surpresa.

- Eu não deveria estar aqui. - Ela cochicha - Me desculpa, já estou indo.

- Não! - Você exclama, se surpreendendo com o seu próprio tom - Quer dizer, pode ficar, se quiser.

Ela sorri levemente e fecha a porta atrás dela.

Você dá espaço na sua cama para a garota se sentar junto com você.

- A que devo a sua visita?

- Você sempre fica ao meu lado quando me machucam, então me vi na obrigação de fazer o mesmo por você.

Com um suspiro pesado você encara seus pés. Ramsay realmente te bateu e seu pai não fez nada.

- Eu não pensei que ele era capaz de fazer isso comigo. - Você admite - Eu sei que ele é maluco, mais ele é apaixonado por mim, ele sempre deixou isso claro. Se ele machuca alguém que ele diz amar, ele é mais perigoso do que eu imaginava.

- Ramsay é um monstro. - Ela segura em sua mão - Por que ele fez isso com você?

- Eu estava errada, de qualquer forma. - Você sorri tristemente ao sentir a mão da garota acariciar a sua - Ele tinha me dito que havia te "ensinado" a não respondê-lo, eu perdi o controle e acabei o xingando.

- Então a culpa é minha... - Ela sussurra - Se eu não fosse tão idiota ele não teria...

- Sansa, a culpa não é sua, nem minha. - Você coloca uma mão na bochecha dela, a fazendo olhar para você - A culpa é dele e de ninguém mais.

- Você é uma das poucas pessoas que ainda me tratam como uma pessoa, não como um objeto. E eu te trato tão rudemente.

- Eu sou uma Bolton, os boltons traíram sua família, você tem o direito de me tratar assim.

- Não, eu não tenho. Você não é igual ao seu pai ou seu irmão. Você não tem culpa das ações deles. Você é uma boa pessoa e é a única pessoa que eu posso confiar aqui.

Aquilo foi o suficiente para te fazer deixar os rótulos para trás e beijar a garota. Ela ficou surpresa, é claro, mais não hesitou em devolver o beijo.

Era uma mistura de tantos sentimentos, tristeza, culpa, gratidão e amor. Você nunca havia sentido isso e, aparentemente, Sansa também não.

- Me desculpa. - Você murmura se afastando - Foi a emoção do momento e...

Sansa te interrompe com outro beijo, um beijo com mais confiança e cheio de sentimentos positivos.

- Não precisa se desculpar. - Sansa cochicha quando vocês se afastam. - Eu tenho que ir agora.

Você notou um sorriso no rosto de Sansa quando ela saiu do seu quarto o que, por um motivo desconhecido, te fez sorrir também.

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Nunca me imaginei escrevendo um imagine da Sansa, mais eu até que gostei ashauahwianaoam