EPISÓDIO VI
A nave seguia além da velocidade da luz na rota para o Sistema Laboki, rumo a Aquarius 5. Eram apenas três naves que integravam a frota: a nave de ataque, tripulada pela Sailor Júpiter, Dermiah, Obi-Wan e alguns clones, além do droid R2A6, mais dois caças de apoio, para uma eventual fuga, com Yoda num deles e Anakin em outro.
Lita logo percebeu que a tensão presente entre Dermiah e Obi-Wan crescia cada vez mais, e embora quisesse crer nas justificativas do recém-promovido Jedi, não o podia fazer. Não presenciara nenhuma atitude incorreta por parte do mais antigo cavaleiro Jedi, exceto algumas frases marotas aqui e acolá, que muito mexiam com o frágil humor de Dermiah.
Ele foi a viagem toda concentrado a seu canto, parecendo não se importar com a missão que desempenhariam. Lita achava estranho, mas talvez fosse um costume, uma técnica. Também ela tinha seus treinamentos secretos, e talvez eles fossem estranhos aos olhos alheios. Quem imaginaria que uma Sailor obstinasse mudar o curso de uma cachoeira?
Traduzia algumas expressões incorretas e as armazenava no droid, também corrigindo as entonação e pronúncia. Obi-Wan sentou-se próximo a ela.
- Vejo que se diverte com o droid. Pelo visto a capacidade de processamento de dados na Terra é bastante insuficiente.
Roubada de seus pensamentos, Lita respondeu:
- Sim, mas creio desta forma ser melhor. Não acho nossos líderes maduros o suficiente para uma tecnologia tão avançada. O que temos já nos causa bastantes problemas.
- Não é a tecnologia a responsável por suas atitudes, mas talvez sua mesquinhez.
- Portanto era menos arriscado quando brigávamos com paus e pedras. Não havia riscos de destruírmos o planeta.
Obi-Wan coçou a barba, pensativo:
- Talvez se a Terra fizesse parte da República Galáctica isso fosse facilmente resolvido.
Lita baixou a cabeça tristemente e deixou que seu cabelo, preso por um rabo de cavalo, caísse das costas para frente, por cima do ombro, curvada que estava.
- Por mais doloroso que seja é preciso que o processo de amadurecimento político de nossas sociedades ocorra sem interferência.
O Jedi assentiu com a cabeça.
- Tem toda razão.
Um dos clones chegou próximo a eles e disse:
- Chegamos, capitão Kenobi. Estamos a uma distância considerável de Aquarius 5, porém longe de qualquer sinal de interceptação.
- Ótimo - respondeu Obi-Wan. - Cheque os equipamentos e prepare as tropas.
Ao que o clone se fora, virou-se para Lita:
- Pegue isto. - E jogou o estanho cassetete a ela. - É um sabre de luz. Veja como funciona. Faça exatamente como eu.
Lita viu o Jedi emitir uma luz azul do objeto, assim fez o mesmo com o seu: uma luz verde irradiou do sabre. Ela ficou maravilhada.
- Não se deslumbre assim tão fácil, Sailor Júpiter. Os inimigos também podem manuseá-lo, principalmente Conde Dookan e General Grievus.
- Seriam estes os inimigos?
- O primeiro é controlar o sabre. Se não controlá-lo não poderá lutar.
- Acaso os Jedi não confiam nos poderes de uma Sailor?
- Pelo contrário, Sailor Júpiter. Precisamos muito de suas habilidades. Apenas ofereço uma chance de ampliá-las. Que tal? Tenho certeza de que assim que dominar as habilidades com o sabre também poderei com você aprender os ensinamentos das Sailor.
E dizendo estas palavras, Obi-Wan investiu contra Lita, que levantou assustada seu sabre e não encontrou o golpe de seu companheiro.
- Você não vai treiná-la, Obi-Wan - disse furiosamente Dermiah, que sustentou o golpe desferido pelo mestre Jedi. - Eu me encarregarei da Srta. Lita.
- Você não é um mestre para treiná-la - respondeu Obi-Wan. - Sabe disso.
- Sou um Jedi. E você também sabe que não pode treinar mais de um aprendiz. Lita será minha.
- Meça suas palavras. Ela não é Jedi, mas uma Sailor. O comando desta missão está confiado a mim. É seu dever me obedecer.
A estas palavras Dermiah estacou, assumindo uma postura ereta e relaxada, com o sabre azul abaixado.
- Cedo o comando da operação a você e me encarrego do treinamento da Srta. Lita.
Furiosa, Lita falou, de dedo em riste, enquanto comprimia os olhos, controlando seu poder de Sailor:
- Ei, não sou nenhuma moeda de troca. O que há entre vocês?
Então o droid começou a piscar e a emitir curtos barulhos agudos.
- Sei que não temos tempo, R2A6 - falou Obi-Wan. - Resolveremos isto mais tarde, Dermiah, pois já estamos na área de penumbra dos radares.
Obi-Wan se foi com os clones. Dermiah sorriu e abraçou Lita. Aquilo tudo enojava a Sailor, que embora não recusasse o gesto do Jedi, não tinha a menor vontade de corresponder.
A esta cena assistiu o pequeno droid, emitindo um longo e baixo ruído decrescente.
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