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Capítulo 21

"Chorar é diminuir a profundidade da dor."

— William Shakespeare

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A minha grandiosa salvação realmente foi ter me sentado em um daqueles bancos altos e estofados de frente à vitrine da bomboniere.

Elizabeth se sentou ao meu lado e eu fiz logo meu pedido. Chá.

Assim que foi entregue, Elizabeth fez o seu. Um expresso de café.

—Você veio acompanhada de alguém?  — perguntei sem desviar meus olhos da vitrine.

—Não, eu queria, mas a pessoa não quis. Você acredita nisso? — Ela pegou seu café expresso que estava extremamente quente e mexeu uma colher dentro dele. — O pior nem é isso, é que eu o vi aqui também, ele se recusou a vir comigo, mas teve a idiotice de vim. — Bufou.

—Uhum, parece trágico. — Olhei para ela. — E quem é essa pessoa que você convidou para vir com você?

—Talvez você não conheça, mas o Philipe conhece, foi o …

—Achei vocês! — Ouvi a voz do meu chefe atrás de mim. — Vamos! Eu consegui as credenciais.

Elizabeth e eu olhamos para o mesmo ponto onde a voz do meu chefe sobressaiu. Ele sorriu e esperou alguma resposta minha.

—Claro! — Sorri de volta e me virei ainda sentada ajeitando a saia do vestido para me levantar.

—Você quer vir conosco Elís? — Phlipe perguntou.

—Claro que sim! — Elizabeth se levantou segurando sua xícara de café no mesmo instante que eu, e acidentalmente ou propositalmente, sua xícara bateu contra meu braço, fazendo com que aquele líquido escorresse pelo meu vestido e pela minha pele. Quente demais! Extremamente quente!

O grupo de pessoas a nossa volta pararam e olharam para onde estávamos ao ouvir o som dos cacos da xícara contra o chão.

Dei um pulo para trás sentindo minha pele queimar pelo café quente, fazendo com que o banco onde eu estava sentada caísse no chão. A renda do meu vestido ficou presa no banco e quando fui caminhar tropecei com aquele salto na saia do meu próprio vestido e cai.

A maior vergonha da minha vida.

—Olha o que você fez! — Elizabeth exclamou afastando a saia do seu vestido e indo se acomodar nos braços do Philipe. — Isso está quente, Luara!

—N- Não foi porque eu quis… aconteceu… hã…  — Meus olhos se encheram de lágrimas e eu juntei todo meu autocontrole para não chorar ali.

Philipe correu em minha direção e Elizabeth choramingou que seu braço estava doendo prendendo a atenção dele para ela novamente.

—Esse vestido me custou tanto!

—Calma, o vestido deixa pra segundo caso, o importante é não ter se ferido. Vamos ajudar a Luara... — Meu chefe acalentou Elizabeth.

Aquilo já tinha sido demais para mim. Me levantei com todas as forças que consegui encontrar naquele momento. Peguei minha bolsa de cima do balcão junto com meu celular e deixei o dinheiro do meu chá junto da minha xícara. Meu chefe segurou meu braço e murmurou algo que não entendi. Não queria falar com ninguém, só queria ir para casa.

Precisava ir embora!

Eu não suportaria mais ficar ali. Passei por eles dois seguindo até a direção das escadas. Aquela tinha sido a maior humilhação da minha vida. Comecei a chorar sem controle, as lágrimas não conseguiam se segurar mais, cheguei na última escadaria que dava acesso ao saguão do qual passei para entrar e me arrastei descendo as escadas me apoiando na parede.

Ouvi o aviso do fim do intervalo. Até a vontade de ver a apresentação eu tinha perdido. Tudo estava arruinado.

Argh!

Eu não sabia o que fazer. Como iria para casa sozinha? Minha vontade era de sentar naquele mesmo degrau e chorar. Chorar muito, chorar de tristeza, decepção, arrependimento. Chorar até soluçar.

Continuei descendo a escada tropeçando nos degraus, faltava poucos metros até a saída. Meus olhos estavam encharcados e aquele salto não me ajudava em nada. Jurava que podia escutar a voz do meu chefe gritando meu nome e pedindo para esperar. Mas não adiantava de nada mais! Eu queria sair dali o mais rápido possível. Talvez tivesse táxi àquela hora na rua, ou ali por perto.

Contei meus passos, sentindo a garganta apertar e o ar me faltar. Eu tinha passado a maior vergonha da minha vida em frente daquelas pessoas.

A saída estava fechada como praxe depois que o espetáculo havia começado. Cheguei próxima a um dos seguranças sussurrando para que me desse passagem quando ouvir o barulho dos trovões. Meu Deus! Minha noite realmente estava arruinada. Uma tempestade começou quando um dos seguranças abriu o enorme portão para que eu saísse dali.   

Meu Jesus Cristo!

Minha maquiagem já devia estar toda borrada pelo tanto que eu chorava e meus olhos com certeza estaria da cor de um tomate. Meu vestido estava sujo e tinha uma parte da sua lateral rasgada. Tudo trágico. Ergui minha cabeça e caminhei pela calçada procurando algum sinal de ponto de táxi. Mas só o que conseguia enxergar eram as luzes dos carros.

Ligar para Kate seria uma solução?

A chuva não estava me ajudando, o chão estava escorregadio e eu sentia que a qualquer momento poderia cair com aquele salto.

— Senhorita Luara. — Uma mão repousou no meu ombro quando me inclinei para tirar minhas sandálias encostada na parede do teatro.  Me ergui rapidamente para saber quem era, que possivelmente já me conhecia por ter pronunciado meu nome.

Meu Deus! Continuei parada olhando para o Edward que estava à minha frente segurando um guarda-chuva com a mão direita enquanto a sua esquerda estava enterrada no bolso da calça, em meio a toda aquela tempestade olhando para mim perplexo.

Devia estar claro para mim o que ele estava pensando ao me ver daquela forma. Cheirando a café com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar, penteado desfeito por causa de toda aquela chuva, maquiagem borrada. Aquela noite parecia não ter fim.

— O que aconteceu?  O que fizeram a você?

Suspirei. A última coisa que eu queria era discutir com alguém, ainda mais com aquele homem.

— A última pessoa que eu devo explicação é você, Edward. Eu só preciso ir embora...

As lágrimas fugiram de controle novamente, suspirei várias vezes tentando cessar o choro enquanto Edward continuou parado na mesma posição segurando o guarda-chuva.

— Por Deus, Luara. Olha o seu estado, se for pra sair por aí em meio a chuva pedindo um estrago pra sua vida, faça isso de um modo mais inteligente, ao menos pegue o guarda-chuva.

— Não precisa. Eu já vou chamar um táxi. — Abri minha bolsa e peguei meu celular sem saber pra quem realmente eu deveria ligar.

— Oh céus! Você nem sabe por onde ir...

Como ele sabia disso? Saber pra onde eu iria eu sabia, mas não como chegar até lá.

— Eu só quero ir pra casa.

— Eu te levo até lá, mas saiba que ficar na chuva em meio a trovões e raios não é um modo certo de se aventurar.

Se ele soubesse o verdadeiro motivo pelo qual eu estava ali...

Mas eu não queria brigar, eu não tinha forças para uma discursão e um momento interrogatório.

Qualquer ajuda era bem-vinda naquele momento, desde que eu chegasse em casa o mais cedo possível.

— Não era pra você estar lá dentro? — perguntei.

— Era.

— E por que não está?

— Porque você estava aqui fora se molhando.

Aquilo tinha sido imprevisível demais. Não sabia nem o que responder. Voltei a tirar minhas sandálias do meu pé quando outro estrondo anunciou no céu. Os trovões estavam fortes demais.

— Vamos, eu te ajudo. — Edward segurou meu braço para que eu não caísse ao tentar tirar aqueles saltos.

— Para onde está me levando?

— Para o carro, é lógico, ou você quer continuar nessa chuva totalmente perdida?

— Você sabe o caminho de volta para minha casa?

— Não. Mas sei até o Barnes & Coffee, de lá você me guia até chegarmos onde você quer.

Essa era a única solução que eu tive.

Entramos no Honda City estacionado alguns metros do teatro. A chuva caia fina, mas os trovões ainda permaneceram.

Voltei a colocar meu salto, já que estava dentro do carro não teria problemas de usá-lo novamente.  Edward permaneceu calado e colocou o cinto. O carro dele era automático e ele não precisou se preocupar em mexer na marcha. Sua postura era neutra assim como o tom de voz, já tinha me acostumado com o sotaque inglês.

— Por que está fazendo isso?

— Isso o quê? —  Ele me olhou de relance e voltou seus olhos para os obstáculos à sua frente.

— Se preocupando em me levar até em casa.

— Eu não estou me preocupando com isso.

— Como não? Olha o que você está fazendo: levando uma desconhecida em seu carro chique pra sua casa, sendo que você tinha todo o resto do concerto para assistir.

— Eu já tinha saído do teatro. E não vai me fazer falta a apresentação que eu não assisti.

— Por que?

— Você pergunta demais.

Desfiz nosso contato visual olhando para a rua que passava através do vidro fechado do carro. Já estava conseguindo identificar as ruas por onde passávamos, não demoraria para chegarmos próximo do meu trabalho.

Meu trabalho...

Meu Deus! Como eu iria trabalhar amanhã? Depois de toda vergonha que passei... e o Philipe, eu tinha deixado ele para trás. Passei a mão pelo cabelo pensando nos prováveis problemas futuros que terei.

Eu só queria ser arrebatada.

Edward ligou o som e uma melodia harmoniosa tomou nossos ouvidos. Ele gostava mesmo de música para ficar escutando até no carro. O que não era ruim. Era ótimo!

Voltei meus olhos para ele. Edward não pareceu se incomodar com minha presença ali. Ele estava bem vestido, apesar de não estar nada extravagante, o cabelo curto penteado para trás, o mesmo castanho que me lembrava desde a última vez que nos vimos. O semblante era quieto. Mas faltava algo nele.

O lenço!

Ele não estava usando o lenço azul.

Ou era normal ele não usar?

Eu estava ficando paranoica com tudo aquilo. Tantas perguntas...

Observei o modo com que ele movia o volante do carro. A mão direita fazia quase todo o trabalho. A esquerda estava bem mais relaxada. Reparei nos dedos dele. Alguns dedos da mão esquerda não se moviam. Parei de olhar quando Edward pigarreou.

Olhei espantada para ele e desviei meus olhos de imediato.

Os dedos dele... não consegui observar muito. Mas havia algo estranho no modo com que ele movimentava a mão esquerda.

Ou não. Seria algum delírio meu?
Passamos pela rua do meu trabalho e eu disse por quais ruas ele deveria seguir.

— Eu não entendo isso. — Quebrei o silêncio e olhei para o homem ao meu lado.

— O quê?

— Você. Eu não consigo entender você!

— Seu trabalho é me entender?

O quê? Ele queria mesmo discutir?

— O que você quer saber? — perguntou.

— Qual a sua relação com o Cristian?

— Somos amigos.

— E o que ele queria me falar no dia que foi me encontrar no meu trabalho?

Ele pareceu pensar um pouco.

— Ele tinha ido buscar minha echarpe.

— Echarpe?

— Sim. O meu lenço.

— Ele só foi pra buscar seu lenço?

— Sim, que eu saiba sim, aconteceu algo demais nesse dia?

— Não, mas eu não faria esse favor pra um amigo.

— Eu estava de viagem, e eu queria minha echarpe de volta, e ele foi buscar. Mas nem conseguiu pelo que ele me disse e eu mesmo tive que vir buscar.

— Você conhece o Philipe?

— Sim.

Ele suspirou. Eu acho que já tinha feito perguntas demais.

— Em qual rua eu entro?

— Na próxima, à direita.

Ficamos outra vez em silêncio escutando somente o som da música que ainda tocava.

— Eu ainda não consigo entender...

— O quê?

— Por que você está sendo gentil comigo.

— O que queria que eu fizesse? Você estava sozinha na chuva. E não sei o que fizeram a você, mas sei que não foi coisa boa pelo seu estado.

— Não sei se confio em você.

— Então não confie.

— É isso mesmo, e nem sei porque ainda estou aqui, eu já deveria ter saído desse carro a muito tempo.

— O quê? Ainda está chovendo. — Ele me olhou incrédulo.

— Você não me disse o verdadeiro motivo para fazer esse ato.

— Quer que eu fale mais o quê? Você pergunta demais.

— Eu pergunto demais?

— Claro que pergunta. — Olhou para mim. — Eu não tenho mais motivos para dizer o porquê te dei uma carona, já disse tudo o que tinha pra dizer.

— Ótimo então. Pode parar o carro ali mesmo, eu sei chegar em casa sozinha.

— Você está ficando louca? É perigoso ir sozinha essa hora.

— Não me importo, eu só quero sair daqui.

— Tudo bem, ao menos pegue o guarda-chuva, ainda está chovendo.

Ele estacionou o carro onde eu havia falado, não estava longe da minha residência. Era só caminhar reto que chegaria até lá.

— Obrigada por me trazer até aqui. — Peguei o guarda-chuva que ele me estendeu e sai do carro.

— Eu espero que você não caia caminhando por aí com toda essa chuva e com esse salto.

— Eu não vou cair, porque eu sei andar de salto.

Fechei a porta do carro e segui caminhando pela calçada.

“É só chegar em casa, tomar um banho e dormir. ”  Repeti para mim mesma. 

Foi só uma noite ruim...

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