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Capítulo 14

"Um ser humano inteligente discute ideias. Um ser humano mediano discute comportamentos, como fatos, estilos e conceitos. um ser humano superficial discute pessoas, quer dizer, suas roupas, projeção, imagem. Onde vocês se encontram?”

Augusto Cury

~~~

Eu poderia ter me enganado, tendo em vista as inúmeras possibilidades de que, aquele moço não iria aparecer tão cedo, tão pouco para buscar um lenço  — que eu poderia já ter feito de pano de chão.

Mesmo havendo pessoas passando pela minha frente, alguns apressados e outros andando com o olhar para a tela do celular em suas mãos, eu não consegui desviar meus olhos dele.

Eu poderia tentar sair dali, fingindo não tê-lo visto, ou eu estivesse realmente enganada em pensar que seria ele.

Mas era ele! O mesmo garoto que tinha me enviado um celular e aquelas mensagens. O proprietário daquele lenço. Que desapareceu por semanas. Eu não tinha motivos para estar irritada, mas não dava para evitar.

Não sei que o sorriso estampado em seus lábios era por ter me encontrado ali me fazendo parar ou por perceber o meu semblante de espanto. Mas, uma coisa eu tinha certeza, na primeira vez que eu o encontrei não percebi como o sorriso dele era tão lindo. O azul oceano dos seus olhos estavam carregados de um imenso brilho, que dava para notar mesmo pouco distante somente pela claridade das luzes dos postes e a claridade dos faróis  dos carros que passavam ali.

Estava paralisada na calçada, sem nenhum pensamento me assombrando, até me lembrar da primeira vez que nós tivemos aquele agradável encontro onde eu saí com o vestido sujo de cappucino e meus bolinhos viraram farelos espalhados no chão.

Dessa vez, me arrisquei a sair da beirada da calçada, me aproximando do jovem para não correr o risco de ser quase atropelada novamente.

A sacola com meu hambúrguer ainda estava intacta.

Vi ele se aproximar enterrando suas mãos no bolso do jeans e desviei meu olhar para qualquer pessoa que passava ali.

—   Pensei que você iria me ignorar dessa vez. — O moço a poucos centímetros de distância de mim se pronunciou aparentemente tranquilo.

Eu ainda estava pensando no que responder. No fim não queria ser rude com ele. Não daquela vez.

—   Bem… eu ainda estou com algo que lhe pertence, não seria adequado te ignorar sem antes te devolver o que é seu.  — Voltei a desviar meus olhos dos deles e passei a mão pelo cabelo, vendo que poderia estar todo bagunçado pela brisa que soprava seus fios.

—   Oh! Então você pensa em me ignorar depois?

—   Ahn… não. Eu não disse isso, na verdade… só penso que… bem, esquece.  — Passei a mão pelo cabelo novamente, mas dessa vez pelo nervosismo, uma mania que herdei  desde sempre quando eu estava ansiosa.

—   Está bem, está bem. Vou fingir que não me sentir ofendido por isso.  — Abriu um largo sorriso e ajeitou a gola da sua camisa polo, por baixo do casaco preto.

—   Nem tem motivos.

Ele se aproximou mais de mim.

—Se você recuar, eu não vou te salvar de um atropelamento desta vez. Você poderia ao menos sair um pouco mais do meio-fio.

—Eu ia fazer isso, bem antes de você falar.

Ele sorriu e voltou olhar para mim.

—   Você está indo para casa, agora?  — Ele acompanhou meus passos com os olhos até eu ficar do lado dele, mantendo seu olhar fixo ao meu. Desviei meus olhos dos dele.

—   Sim. Você veio buscar seu lenço, certo?

Ele apenas assentiu.

—   Eu não estou com ele aqui, tenho que buscar em casa, você tem pressa…

Parei de falar ao me assustar quando analisei um cachorro  possivelmente da raça são Bernardo, pelas características,  correndo em minha direção que tinha acabado de escapar da coleira que um homem segurava na mão.

Vi seu dono correndo e gritando atrás dele, enquanto eu fui para trás do jovem que estava conversando comigo, segurando seu casaco preto, que estava com metade do zíper fechado, o arrastando para que ficasse em minha frente, impedindo que o cachorro se aproximasse.

Minhas experiências com cachorros não eram as melhores. Principalmente cachorros enormes como aquele.

Eu só consegui escutar os latidos em meio a movimentação na rua. Nem tinha percebido que estava que em algum momento eu abracei aquele homem a minha frente, que me servia como um escudo, caso o cachorro avançasse em cima de mim.

Fechei os olhos ao sentir o focinho do cachorro farejando meu pé e prendi a respiração.

O dono dele se aproximou com a respiração ofegante, olhando severamente para o cachorro que tinha parado.

—Bob! Eu já falei para você não fazer isso, vem aqui garotão desobediente. — O homem que aparentava ter uns 45 anos  puxou o cachorro segurando o pescoço para colocar a coleira.

—Vem aqui bob… — Ele puxou o cachorro novamente, que estava se recuando a ir, ficando próximo do pé do jovem a minha frente.

—Mil desculpas senhores… — O homem de cabelo grisalhos falou conosco ao levar seus olhos em nossa direção. — O Bob é meu levado as vezes.

Só então percebi que ainda estava próxima demais do garoto que eu nem sabia o nome ainda. Ainda. Não tinha se afastado dele e ele pareceu não ligar.

Me afastei dele ainda com os olhos fixos no cachorro, temendo que ele se soltasse novamente.

—Calma Luara, ele é bonzinho. — O garoto se agachou, ficando perto do cachorro, acariciando seu pelo.

—Não tenho boas recordações com cachorros. — Falei ainda receosa.

O dono do cachorro sorriu e se voltou para mim.

—Bem, agora não tem o que temer, o Bob já vai voltar para casa, chega de emoções por hoje.

—Tá vendo Luara, o Bob só queria atenção. — O garoto se levantou e olhou para mim com um sorriso, e se voltou novamente para o homem que estava com o cachorro.

—Bem, já vou indo, desculpe a intromissão do Bob. — Ele ofereceu um aperto de mão para mim e para o homem ao meu lado.

—Ah, sem problemas. — Respondi.

—Até mais jovens. — Ele se afastou levando o Bob consigo que farejava a calçada.

—Não sabia que um cachorro te deixaria com tanto medo assim. — Ele voltou colocar as mãos no bolso da calça, me analisando com um olhar curioso.

—Eu tenho uma cicatriz no pé, causada por um cachorro. Não quero ter outra.

—Nossa, agora entendo tamanho medo, mas o Bob pareceu bem domésticado.

—Estou perdendo o medo de pouco a pouco… Mas, o Bob é muito grande, e, sabe, o medo foi inevitável.

—Aham, bem pelo menos você me viu como uma proteção. — Ele sorriu e seu cabelo castanho balançou com o vento gélido que estava.

—Ahn... está ficando tarde, né… Acredito que seja melhor ir… Te devolver o que é seu.

—   Não tem problema, aceita minha humilde companhia até sua residência?

—   E se você for um sequestrador? Não deveria nem estar conversando com você.

Ele gargalhou ainda mais, exibindo uma covinha solitário do lado esquerdo da sua bochecha  — outra coisa que não tinha observado nele antes.

—   Não vou te sequestrar  — Tentou segurar o riso, mas fracassou na tentativa.  — Nem tem como também.

—   Não sei… você é tão misterioso… estranho…

Talvez eu não devesse ter falado isso.

—   O que te leva a pensar assim?  —Ele arqueou uma das sobrancelhas.

—   O que eu iria pensar de uma pessoa que eu nem sei o próprio nome? — perguntei cruzando os braços.

—   Aaaah! Meu nome. — Ele enterrou as mãos no bolso da sua calça jeans e sorriu.  — Não gostou de “ o garoto do lenço azul”? — me provocou.

—   Tão ridículo.  — Revirei os olhos.

—   Da próxima vez, eu coloco “ do lenço amarelo”.

Tudo bem. Não consegui segurar o riso novamente.

—   Seria bem melhor  — murmurei.  — Bem, se você vai me acompanhar para buscar seu lenço, acredito que seja melhor irmos, já está ficando tarde.

—   Okay.

—   E não encosta em mim, é melhor você andar bem distante de mim, e não tente nada, eu treinei karatê.

—   Tudo bem, mestre  — ele respondeu rindo.

Caminhamos pela rua pouco movimentada, havendo somente o barulho de alguns carros e da música calma que vinha do pub ali perto.

Nunca me imaginei estando ali, naquela situação, caminhando ao lado, — quase ao lado, estávamos afastados o suficiente para não conseguirmos nos tocar, — daquele garoto.

Olhei de relance para o lado onde o jovem estava e o vi caminhando tranquilamente. Nenhuma sobrancelha erguida, nem início de sorriso, apenas semblante sereno. Voltei olhar para frente antes que ele percebesse que eu estava o admirando demais.

—   Qual é o seu nome?  — Não consegui controlar minha curiosidade.

O jovem virou seu rosto em minha direção enquanto continuava caminhando.

—   Eu estava  convencido que você estaria satisfeita com o nome que eu me apresentei. —Sorriu.

—   Vou começar a pensar que você não tem nome, ou… é um algum tipo de avatar e não quer revelar seu verdadeiro nome para não ser descoberto.

Ele sorriu ainda mais.

—   Edward.  — Ele voltou sua atenção para mim novamente.  — Me chamo Edward, mas ficaria feliz se você me chamasse de “O garoto do lenço azul”.

—   Claro, Edward.  — Sorri em provocação.

Não percebi como as horas passaram rápidas. Ou a nossa conversa foi além do que eu esperava. Considerei uma conversa agradável.

—   Você pode me esperar aqui? — questionei ao girar a chave na fechadura do portão, enquanto Edward estava em pé ao meu lado.
—   Não vou demorar.

—   Okay, estou aguardando.

Desci as escadas sem olhar para trás, entrei no porão e deixei a sacola com meu hambúrguer — que já estava frio — sobre a mesa e fui em direção a uma das gavetas do armário para procurar o lenço. Subi logo em seguida, e encontrei Edward no mesmo lugar onde estava desde que chegou.

—   Aqui está!  — Estendi o lenço para ele.

—   Vejo que você não manchou… nem estragou, cuidou bem. — Sorriu.

—Poderia ter pintado de amarelo.

—   Ohh! Claro, o tão famigerado amarelo, não iria ser capaz de tamanha audácia.

—   Talvez.  — Ficamos em silêncio por alguns segundos. — Bem, quero te agradecer pelo celular, acredito também que você exagerou na compra.

Ele exibiu um sorriso.

—Que isso, eu fui responsável pelo que aconteceu com o seu antigo, não poderia fazer menos do que isso.

—   Ahn… obrigada novamente  — murmurei.

—   Agora eu tenho que ir, até mais senhorita.  — Ele estendeu sua mão para mim.

—   Até mais. — Retribuí seu gesto, me afastando dele.

Enquanto ele caminhava pela rua, fiquei observando seus passos, pensando na pergunta que ainda estava entalada na minha garganta e que não queria se desfazer. Qual seria a relação dele com o Cristhian e o Philipe? E novamente eu não consegui pergunta-lo, e estava sem respostas mais uma vez.

~~*~~

—   COMO ASSIM? ELE APARECEU BRANQUELA??  — Kate falou alto o bastante para chamar atenção das pessoas que estavam no restaurante também.

Realmente ela chamou atenção de todos que estavam nas mesas perto da nossa.

—   Não precisa gritar, Kate — murmurei para ela, me afundando na minha cadeira, querendo sumir dali.

—   Está bem! Está bem! Mas, como assim?? Como foi?! Vocês conversaram?!  — Ela ergueu as duas sobrancelhas ao perguntar.

—   Credo Kate, você está mais apavorada que eu, e para de gritar.

— Tudo bem... Me desculpa pelos gritos, mas me explica tudo novamente.

Ela passou a mão pelo rosto, como se estivesse tentando se acalmar.

— Bem, ele me encontrou na verdade, na esquina do Cowley, sabe aquela devilery que você me levou...

— Aham, naquela faixa próximo ali, certo? Você atravessou na faixa né, Luara?

Kate sabia que as vezes eu não tinha paciência para caminhar até a faixa de pedestre e acabava atravessando em alguma brecha de carros ali.

— Sim, fui até a faixa, mas não cheguei atravessar, foi aí que ele apareceu...


Peguei o copo de suco a minha direita, e terminei de beber, quando já estava sentindo minha garganta secar.

— Pelo menos ele tem um nome. — Kate sorriu. — Mas, você perguntou qual a relação dele com aquele Cris... Cristiano?

Ela voltou sua atenção para o prato a sua frente, enrolando o macarrão no garfo e levando a boca.

— Cristhian. — Completei. — Eu não perguntei, não tive coragem.

— Seria bom saber qual a aproximação deles, ou o que o Cristhian foi falar com você naquela tarde, no Barnes & Coffee.


  — Eu sei, também quero saber, quem sabe um dia eu pergunto para o Philipe.

— Ele iria sorrir em resposta.

— Provavelmente.

— Qual foi sua reação quando o Edward revelou o próprio nome?

— Não sei, estava raciocinando tudo, na verdade, acredito que não tive reação, ou tive... Eu não sei

— Se eu estivesse no seu lugar eu estaria surtando branquela, não consigo entender como consegue ficar calma com isso tudo. — Kate pegou o copo com coca-cola e levou até a boca.

— Não tem outra forma de lidar com tudo isso, Kate. É tudo tão estranho.

Kate assentiu em silêncio, como se estivesse sabendo a confusão que estava em minha mente, e não se acreditando nas minhas respostas. E antes de voltar a comer, olhou para mim e apenas sorriu.

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