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SALVEEEEEEEEE
Estou pensando em botar umas metinhas de malandro no começo dos capítulos... Mas vou deixar mais para frente, quero ver a média de comentários e votos antes de estipular uma meta.
Espero que gostem do capítulo de hoje, deixem a ⭐ se isso acontecer e boa leitura 💕
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— Você vem com a gente?
A pergunta direcionada a Jimin foi feita por Taehyung, seu melhor amigo. O garoto alto de fios vermelhos estava parado ao lado.
— Eu vou pelo caminho de sempre — Jimin respondeu enquanto juntava seus materiais e os guardava na mochila.
— Você quem sabe. — Já estava acostumado com o fato de Jimin ir para casa pelo caminho que todos evitavam fazer. E ia sozinho porque Tae também fazia parte desse todo. — Mas você vai na festa de sábado, né?
— Acho que sim, Tae. — Jimin olhou para ele. — Ah e me manda o link daquela música lá.
— Tá. Te mando quando chegar em casa. Quero dizer, na casa do Hobi.
O loiro rolou os olhos e jogou a mochila em um dos ombros. — Aposta quanto que você vai ficar fodendo o dia inteiro e vai esquecer?
— Isso não é verdade!
A provocação resultou num Taehyung de braços cruzados e sobrancelha erguida. Jimin soprou um riso e virou de costas, caminhando tranquilo até a porta.
— Até mais, Tae. Não esqueça a música, tá?
Jimin negou com a cabeça ao sair da sala, seguindo pelo corredor pouco movimentado até a saída da escola. Tae provavelmente iria esperar para ir junto do namorado.
Pôs os fones de ouvido e caminhou sem pressa pelas calçadas das ruas. Não morava tão longe do colégio, não precisava de condução. Parou no caminho para comprar o leite que sua mãe pediu e continuou, passando em frente ao casarão.
Seus olhos, como em todos os outros dias, foram atraídos pelas as gretas do gradeado preto para dentro da propriedade. E lá estava. Sempre lá, na janela.
Ele parecia o esperar.
Jimin parou e sustentou o olhar alheio, tirando um de seus fones.
O garoto pendeu a cabeça o lado, curioso, e bastou isso para chamar a atenção do loiro.
Jimin o achava adorável.
— Vamos dar uma volta?! — gritou bem alto para que o outro escutasse já que havia uma distância considerável entre a casa e o muro; logo, entre eles.
O garoto do final da rua arregalou os olhos e, como fumaça, sumiu da janela. Sumiu da visão do loiro.
Jimin suspirou e colocou seu fone de volta, terminando o curto caminho até em casa. A mulher parecia estar terminando de fazer o almoço.
— De novo? — ela perguntou.
— Oi, mãe. Eu cheguei bem sim, obrigado por perguntar. — Usou um tom irônico, colocando a sacola em cima do balcão. — Trouxe seu leite também.
— Você tem que parar de ficar olhando lá para dentro. — Apesar do tom de repreensão, beijou a testa do menino.
— E a senhora tem que parar de ficar espiando as pessoas pela janela.
— Não tem nada lá, Jimin.
Balançou a cabeça, já havia decorado as frases de sua mãe.
— Não vou fazer nada, só estou olhando. Que mal tem? — Ela não disse nada. Na verdade, mudou de assunto.
— Vá lavar as mãos para o almoço, sim? Já está pronto. E chame seu pai.
— Depois eu como, tô sem fome agora.
Ao deixar a cozinha e subir para o primeiro andar da casa, bateu o nó dos dedos na porta do quarto dos seus pais. — Almoço pronto.
Quando escutou a resposta, seguiu caminho e chegou no dele, jogou a bolsa no chão e soltou com desleixo o corpo sobre a cama, suspirando alto.
— Por que você fugiu, hein? — Fechou os olhos ao se perguntar.
Era a primeira vez que tentava falar com ele, assim como era a primeira vez que o moreno saía antes dele. Jimin estava com medo de que sua aproximação repentina tivesse assustado o garoto, porque, quando foi à escola no dia seguinte, ele não estava o esperando na janela. Nem quando voltou para casa na hora do almoço. E nem no próximo dia. E nem o outro.
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— Olha, não é que você veio mesmo? — seu melhor amigo disse alto de forma que sobressaísse a música estrondosa que tocava na casa.
— E você realmente não me mandou a música. — Jimin balançou a cabeça em indignação. — Trepou muito, assim espero.
O tapa que recebeu de Taehyung não foi doloroso e o arrancou risadas.
— Me respeita. — E Jimin percebeu que ele sequer fez esforço para negar, porque sabia que era verdade.
— Tá bom, santa. O que tem para beber? Isso aqui está chato... — Jimin perguntou e deslizou os olhos pelas inúmeras pessoas espalhadas pela sala da casa do amigo, a maioria dançando e bebendo.
— Chato? Qual é... É sábado, será que você pode se divertir um pouquinho? — O loiro foi segurado e arrastado por Taehyung, cortando o aglomerado de pessoas até a cozinha. — Tem tantas pessoas bonitas aqui... Por que não transa? Você está precisando.
— Não é como se a minha vida sexual fosse do seu interesse — resmungou, pegando o copo cheio de alguma bebida alcoólica das mãos do amigo.
— A partir do momento que eu tenho que aguentar você estressadinho e me enchendo o saco, sim. É do meu interesse.
Jimin revirou os olhos e bebericou para sentir o gosto.
— Eu posso te apresentar algumas pessoas — Tae sugeriu. — Minha prima está aí. Ela e o namorado dela. Você sabe, eles adoram pessoas de fora no sexo deles. Você mata dois com uma cajadada só.
— Tentador. — Encostou na pia. — Mas não estou a fim de trocar fluídos corporais com outras pessoas. Não hoje.
— Olha, eu tentei. Vou dar uma volta. Fica aí com sua áurea puritana que eu vou pegar o Hoseok dentro do quarto dos meus pais.
— Eu vou contar para eles!
— Eu arranco seu pinto! — Taehyung gritou de volta, sumindo entre as pessoas. Jimin riu sozinho, bebendo mais um pouco da bebida.
Jimin sabia que poderia aproveitar a festa da melhor forma possível, ele era bom em curtir sem se preocupar com muitas coisas e Taehyung sabia como organizar uma. Contudo, não estava mesmo no clima de festança.
Sua versão pouco social havia dado as caras e nesses casos era melhor respeitar suas vontades — ou a falta delas — antes que se tornasse o mau humor em carne e osso.
Por isso não demorou tanto para que Jimin estivesse na rua pouco iluminada. O tédio da festa o fez querer ficar sozinho, num lugar sem música alta e pessoas falando demais. E era cedo, umas oito ou nove da noite. O sono não havia dado sinal, talvez a inquietude ou a curiosidade — presente em todos os dias — o guiaram até lá.
A mansão bizarra dos Jeon.
Ela parecia mais assustadora à noite, o garoto tinha que admitir.
A rua deserta, que não causava sensação alguma de estar sendo observado, provocava pensamentos maliciosos nele. Intrusivos. E seu corpo parecia preparado para obedecê-los. Talvez pudesse...
Ao olhar de um lado a outro e não ver sinal algum de carro ou pessoas se aproximando, atravessou a rua. Em passos ligeiros e cautelosos, chegou à calçada do casarão. Estava quieto e escuro, como em todas as outras vezes que ousou chegar perto.
Certamente o portão, cujas barras de ferro pretas se retorciam e formavam belos ornamentos, estava trancado. Sem pensar tanto nas consequências, onde a adrenalina projetou seu corpo contra o portão, Jimin enfiou um dos pés entre uma barra e outra.
E seu corpo sentiu o esforço, não era alguém que costumava se movimentar tanto.
— Você deveria começar a fazer exercícios físicos, Park Jimin — falou consigo mesmo ao quase perder o equilíbrio e cair sentado quando pulou para o outro lado, dentro da propriedade.
Ajeitou a camisa e, sem pressa alguma, deu passos pelo quintal gramado. Os joelhos ligeiramente flexionados e os olhos atentos nas janelas na tentativa de enxergar algo enquanto dava a volta na casa.
Nenhuma luz acesa. Nenhum ruído.
Rodeou toda o casarão até os fundos, onde foi recebido por um impressionante e enorme jardim. Apesar da pouca iluminação que vinha da lua, Jimin conseguia ver o quão gracioso e bem cuidado era.
Extenso e gramado, algumas estátuas ultrapassaram seus um metro e setenta de altura, árvores pequenas e bem podadas tal qual os arbustos, menino, bancos ostentando detalhes ornamentais...
Espera.
— Invasão de propriedade não é algo muito ético. — Jimin estagnou no mesmo lugar, os olhos castanhos presos no rapaz sentado em um dos bancos.
— Er... Desculpa. Eu só... estava passando ali e... — Apontou para trás, mas não havia desculpas para aquilo.
— E caiu aqui dentro? — Pode ser que Jimin tenha detectado um quê de humor em meio ao mar de ironia, mas pode ser que tenha sido mera impressão. — Você não devia estar aqui. Vá embora.
— É que... eu... — Engoliu em seco, sentia-se nervoso com a situação. Extasiado, quem sabe. Porque existe alguém. — Deixe-me ficar. Eu quero... conversar apenas.
O garoto pareceu hesitar, olhando para a casa escura por poucos segundos.
— Como quer que eu confie em alguém que invadiu a minha casa no meio da noite? — Jimin coçou a nuca, onde um pouco da cabeleira loira recaía. Achava irônico ele dizer algo do tipo quando a metade da cidade achava o mesmo dele.
— Desculpa ter invadido. Eu... prometo que não vou fazer nada. — Observou o rapaz pender a cabeça para o lado, exatamente como fez há alguns dias, e foi o suficiente para a franja negra, consideravelmente comprida, seguisse o singelo movimento.
— Não sei, não... — Fechou o livro que até então repousava sobre o colo.
— Estou entediado e não tenho ninguém para conversar. — Não era mentira. — Não quero voltar para casa agora.
O garoto continuou quieto, o olhando daquele jeito.
— Posso ficar aqui mesmo... longe — completou e apontou para outro banco, mais afastado.
Jimin queria mesmo ganhar a confiança alheia. Precisava.
— Está bem, mas... — Já 9 outro garoto parecia hesitar, quem sabe ponderar. — Mas a minha mãe não pode te ver.
— Por quê? — Agora pareceu, mesmo sentado, recuar. — Não precisa responder, está tudo bem.
— Por que está aqui? — Jimin se permitiu sentar no banco que outrora havia apontado, longe do outro. — Quero dizer, por que pulou o muro?
— Hm... Curiosidade.
— Curiosidade? — Jimin assentiu. — Sobre o quê?
— Sobre o que tinha além dos portões. E principalmente sobre você.
E, mais uma vez, o garoto pendeu a cabeça para o lado. Talvez fosse como uma mania. Adorável, Jimin não poderia negar.
— Sobre mim? — Assentiu outra vez. — Por que eu?
Deu de ombros.
— Eu tenho muitas perguntas. E tenho certeza que você não vai me responder nem metade delas. — Jimin também não pode deixar de notar como o par de olhos grandes brilhavam, a luz da lua parecia intensificar.
— Que tipo de pergunta? — E não era só Jimin que era curioso.
— Por que nunca sai daqui? — O garoto engoliu em seco e desviou os olhos para o livro ainda sobre o próprio colo.
— Mas por que acha isso? — desconversou. — Por que acha que não o responderei?
— Porque você não confia em mim — Jimin falou manso. — Não me conhece ainda...
— Está correto.
— Então permita eu me apresentar, quero ganhar sua confiança.
— Por que acha que conseguirá ganhar minha confiança com uma mera apresentação? — Jimin viu, então, um pequeno sorriso surgir no canto da boca do rapaz. Um sorriso carregado de ironia.
— Não vou. E para isso preciso que me dê uma chance. Quero me encontrar com você mais vezes.
— Eu já disse que não é uma boa ideia...
— Sua mãe não precisa saber. — Teve a atenção alheia para si mais uma vez e aproveitou para sorrir — Por favor, eu prometo ser discreto.
— Por que quer tanto me conhecer?
— Porque você chamou minha atenção. Me olha todos os dias. — Embora estivesse noite, viu as bochechas brancas como a neve ganharem um tom róseo.
E o garoto teria respondido se não tivesse escutado o barulho do carro de sua mãe, seguido do portão abrindo.
— Vá embora! — gritou baixo, levantando-se aflito do branco.
Ele era mais alto que Jimin.
— Me deixe vir te ver amanhã — o invasor de propriedade praticamente implorou.
O dono da propriedade em questão pareceu hesitar. Pensar. Havia bastante relutância, é claro, não sabia o que poderia acontecer se permitisse que alguém entrasse em sua casa. Seu defeito maior, entretanto, era ser curioso.
Porque, assim como acontecia com Jimin, sua curiosidade era quem tomava as decisões.
— Venha na segunda. Por volta das duas e meia da tarde, não venha antes. — Deu passos para trás, se afastando do banco e, por consequência, mais do invasos. — E não deixe que ninguém te veja.
Jimin não pode responder nada, o garoto sumiu ao entrar na casa pela porta dos fundos. Entretanto, a resposta alheia o fez estampar um sorriso grande no rosto, embora não tenha feito cerimônias ao correr pelo quintal até o muro gradeado e certificar-se de que não havia mais ninguém andando na rua antes de pular para o outro lado.
Dormir naquela noite foi uma tarefa. E, pior do que isso, foi ter que aguentar o domingo inteiro sabendo que no dia seguinte veria o motivo de 50% dos seus pensamentos diários.
E Jimin estava disposto a esperar o tempo que fosse para ter a confiança do garoto do final da rua, porque iria sim provar para todos que não estava ficando louco.
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E aí, anjos! Como vocês estão?
E ele pulou a cerca Memo... Esse Ji...
SPOILER: o próximo capítulo Jimin vai conhecer a casa do diabo e o filho dele que mora lá. Aguardem.
Enfim, é isso. Por hoje
Se amem. Se cuidam. Se hidratem. Se protejam 💜
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