Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Quando te conheci

Votem e comentem ♥

É preciso ter o caos de si para dar à luz uma estrela cintilante.

— Friedrich Nietzsche

EXPLOSÃO

GRITO DE GAROTO AGUDO

PEDIDOS DE SOCORRO!

Um barulho de vidro quebrado me arrancou do pesadelo. Abri os olhos em um sobressalto. O quarto estava mergulhado na escuridão e a chuva fustigava as vidraças.

Levantei-me com dificuldade, a garganta seca. Estava com febre, ligando de suor. Respirava com dificuldade, mas continuava vivo.

Dei uma espiada no despertador:

03:16

Algo se mexia no andar de baixo, e eu ouvia distintamente as persianas chicoteado a parede.

Tentei acender a luz da cabeceira, mas, como de costume, a tempestade provocou um apagão em Malibu Colony

Levantei-me com dificuldade. Sentia enjoo e a cabeça pesada. Meu coração palpitava agitado, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona.

Tomado por vertigens, tive de me apoiar na parede para não cair. Os soníferos podiam não ter me matado, mas haviam me lançado em um limbo do qual me tornará prisioneiro. O que mais me preocupava eram meus olhos: pareciam arranhados e ardiam de tal forma de tal forma que eu não conseguia mantê-los abertos.

Castigado pela enxaqueca, me forcei a descer os poucos degraus me escorando no corrimão. A cada passo, meu estômago revirava e eu tinha a impressão de que vomitaria no meio da escada.

Do lado de fora, o temporal não dava trégua. Sob a luz dos relâmpagos, a casa parecia um farol em meio às tempestade.

Ali constatei os estragos: o vento penetrar pela porta da sacada, que eu deixara aberta, derrubando na passagem um jarro de cristal que se espatifar no chão, e a chuva torrencial começava a inundar a sala.

Merda!

Corri para fechar o vidro e me arrastei até a cozinha para pegar uma caixa de fósforo. Foi com a volta da luz que senti subitamente uma presença e, logo a seguir, com a respiração.

Virei o rosto e...

***

Uma silhueta masculina, esbelta e atraente, se destacava no azulado noturno do lado de fora.

Levei um susto e arregalei os olhos: por pior que eu enxergasse, o rapaz estava nu, com uma das mãos pousada no baixo- ventre, com a outra escondendo o pênis.

Não me faltava mais nada!

— Quem é você? — perguntei, me aproximando e olhando-o da cabeça aos pés.

— Ei, não se preocupe! — ele gritou, agarrando a manta de fio Escócia do sofá e enrolando-a na cintura.

— Como assim “não se preocupe”? O mundo está de pernas pro ar! Você está na minha casa!

— Talvez, mas não é motivo para...

— Quem é você? — insisti.

— Eu achei que você me reconheceria.

Eu não o distinguia, mas de qualquer forma sua voz me dizia nada, e eu não estava com a mínima vontade de brincar de adivinhação. Risquei um fósforo para acender o velho lampião garimpado no mercado de pulgas de Pesadena.

Uma suave luz coloriu o ambiente, revelando a aparência de meu intruso. Um rapaz de aproximadamente vinte e cinco anos, olhos claros, assustados e petulantes, e cabelos escuros com uma mistura de mel e um marrom intenso.

— Não sei como poderia te reconhecer. Nunca nos vimos antes.

Ele deixou escapar uma risadinha zombeteira, mas me recusei a entrar no seu jogo.

— Muito bem, já chega rapazinho! O que faz aqui?

— Sou eu, Tommo! — disse ele, como se fosse evidente, e puxou a manta para os quadris.

Notei que ele estava arrepiado e que sua boca tremia. Não era para menos: ele estava ensopado e a sala, congelante.

— Não conheço Tommo nenhum. — respondi, me dirigindo ao enorme armário de nogueira que usava como despensa.

Fiz a porta correr e, vasculhando uma bolsa esportiva, encontrei uma canga com motivos havaianos.

— Pegue! — gritei para ele, atirando-lhe o pano da outra ponta da sala.

Ele o agarrou no ar e, enxugando o rosto e cabelos, me desafiou com o olhar.

— Tommo Donelly — apresentou-se, atento à minha reação.

Fiquei imóvel por vários segundos, sem de fato compreender o significado de suas palavras. Tommo Donelly era um personagem secundário de meus romances. Um garoto sobretudo atraente, mas pouco desamparado, que trabalhava como enfermeiro em um hospital público de Boston. Eu sabia que muitos dos meus leitores haviam se reconhecido naquele personagem do tipo boy next door, comum nos romances populares, na versão de mulheres, mas que adaptei para homem, queria tirar o monótono das histórias, criando um personagem gay, de certa forma isso chegou a gerar polêmicas sobre a minha sexualidade, à tempos atrás. O que não tinha nada haver, com o fato de eu estar escrevendo esse tipo de história.

Pasmo, dei alguns passos em sua direção e apontei o lampião para ele. De Tommo, ele tinha a aparência esguia, dinâmica e sensual, o semblante luminoso, o rosto um pouco anguloso, salpicado por sardas discretas.

Mas quem era aquele garoto? Um fã obcecado? Um leitor de identificava com meu personagem? Um admirador ressentido?

— Você não acredita em mim, não é? — ele pergunta, instalando-se em um banquinho alto atrás do balcão da cozinha e pegando da fruteira uma maçã, na qual cravou os dentes.

Coloquei o lampião sobre o balcão de madeira. Apesar da dor aguda que me dilacerava o cérebro, estava decidido a manter a calma. Comportamentos intrusivos junto a celebridades eram muito comuns em Los Angeles. Fiquei sabendo que certa manhã Stephen King encontrara um homem armado com uma faca em seu banheiro, que um roteirista iniciante invadira a casa de Spielberg apenas para obrigá-lo a ler um script e que um fã desequilibrado de Madonna ameaçara cotar-lhe a garganta caso ela recusasse seu pedido de casamento....

Durante muito tempo eu havia sido poupado desse fenômeno. Fugia dos estúdios de televisão, praticamente não dava entrevistas e, apesar da insistência de Liam, não aparecia com o intuito de promover meus livros. Considerava motivo de orgulho o fato dos meus leitores apreciarem minhas histórias e meus personagens mais do que a minha humilde pessoa, mas a exposição na mídia de meu romance com Aurore me rebaixara, a contragosto diga-se de passagem, da categoria dos escritores para a menos prestigiosa das celebridades.

— Eu! Alô! Tem alguém na linha? — me intimou “Tommo”, agitando os braços — Você parece um robô com esse olhar de peixe morto!

“Mesmo vocabulário “imagético” ...

— Muito bem, chega. Você vai vestir alguma coisa e voltar bonitinho para casa.

— Acho que vai ser difícil eu voltar para casa...

— Por quê?

— Porque a minha casa são seus livros. Para um pequeno gênio das letras, acho você um pouco lento.

Suspirei, sem ceder à irritação. Tentei fazê-lo raciocinar:

— Rapazinho, Tommo Donelly é um personagem de ficção...

— Até aí, estamos de acordo.

Até que enfim.

— Esta noite, nesta casa, estamos na realidade.

— Isso me parece óbvio.

Bom, avançamos um pouco.

— Portanto, se você é um personagem de romance, não pode estar aqui.

— Claro que posso!

Estava bom demais.

— Então me explique como isso aconteceu, mas fale rápido, pois estou realmente com sono.

— Eu caí.

— Caiu de onde?

— De um livro. Da sua história, caramba!

Olhei para ele incrédulo, sem compreender uma única e maldita palavra de seus devaneios.

— Caí de uma linha, no meio de uma frase inacabada — acrescentou, apontando, para me convencer, o livro sobre a mesa que Liam me entregara no almoço.

Ele se levantou e me passou o exemplar, abrindo na página 266. Pela segunda vez no dia, percorri com os olhos o trecho em que a história se interrompia abruptamente.

Tommo limpou os olhos avermelhados.
— Por favor, Jack, não vá embora desse jeito. 
Mas o homem já vestira o casaco. Ele abriu a porta sem olhar para o amante:
— Eu te suplico! — ele berrou, caindo

 

— Veja, está escrito: “berrou, caindo”. E foi bem na sua casa que eu caí.

Eu estava cada vez mais surpreso. Por que aquele tipo de coisa caía (era o caso de dizer) sempre em cima de mim? O que eu tinha feito para merecer aquilo? Sem dúvida alguma eu estava um pouco chapado, mas não a ponto de pirar daquela maneira. Eu havia tomado apenas alguns soníferos, não LSD! De qualquer forma, talvez aquele garoto só existisse na minha cabeça. Provavelmente não passava da manifestação sinistra de uma overdose de medicamentos que me fazia delirar.

Eu tentava me agarrar a essa ideia, procurando me converser de que tudo aquilo era apenas uma alucinação vertiginosa que cruzava meu cérebro, mas nem por isso deixei de observar:

— Você é completamente maluco, e isso é um eufemismo. Já lhe disseram isso, não é mesmo?

— E você faria melhor se voltasse para cama, pois sua cabeça está no seu rabo. É isso não é um eufemismo.

— Tem razão, vou dormir, não tenho tempo a perder com um garoto maluco da cabeça!

— Estou cheio dos seus insultos!

— E eu de aturar um desmiolado que caiu da lua e aterrissou nu em pelo na minha casa às três da manhã!

Enxuguei as gostas de suor na testa. Mais uma vez eu sentia dificuldade de respirar, e espasmos de ansiedade contraíam os músculos do meu pescoço.

Meu celular estava no bolso. Peguei-o para discar o número da guarita de segurança do condomínio.

— Pode me escorraçar! — ele gritou — É muito mais fácil do que me ajudar.

Eu podia entrar no jogo dele. Definitivamente, alguma coisa nele me tocava: o rosto de mangá, seu humor rebelde, seu lado menino que deu errado, que atenuava seus olhos de lagoa, e suas pernas grossas eram intermináveis naquele momento. Mas suas falas eram incoerentes demais para que eu pudesse fazer alguma coisa por ele.

Disquei o número e esperei.

Primeiro toque.

Sentia o rosto quente e a cabeça cada vez mais pesada. Então minha visão ficou embaçada e comecei a ver tudo duplicado.

Segundo toque.

Eu precisava jogar uma água no rosto, precisava...

Porém, à minha volta, o cenário perdeu a realidade e tudo oscilou. Ouvi o terceiro toque, muito longe, depois perdi os sentidos e desmoronei no chão.

Notas Finais

Bem é isso, espero que tenham gostado, Obrigado aos favoritos ♥ 

Até a próxima ♥♥

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro