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Tem mais um capítulo ❤

Muita gente me pergunta quando vou dirigir um filme c pessoas reais. Mas o que é a realidade?

— Tim Burton

— Demorou! — queixou-se uma voz.

Mas não era a de um anjo, muito menos de são Pedro.

Era a voz de Tommo Donelly!

ESTACIONAMENTO DA CLÍNICA

MEIO-DIA

Depois de uma queda de dois andares, eu me vi envolto em uma cortina no teto de um velho Dodge amassado, estacionado exatamente sob a janela do consultório de Sophia Schnabel. Tinha uma vértebra quebrada, dos nos joelhos, nas cervicais e no tornozelo, mas não estava morto.

— Longe de mim te apressar — continuou Tommo —, mas, se a gente não correr, receio que dessa vez eles metam você em uma camisa de força.

Ele voltara a se servir no meu armário e usava um uma camisa de manga longa, aonde as cores das mangas eram pretas e aonde estava o tórax, branca. Uma calça jeans preta, que moldava sua perna, sem contar que ele dobrou até o calcanhar. O vans preto nos pés, ainda eram os mesmos de antes.

— Bom, espero que você não tenha a intenção de passar o Natal em cima desse teto! — ele insistiu, agitando um molho de chaves preso em uma argola assinada “Bugatti”.

— Foi você quem roubou as chaves de Milo! — constatei, descendo do Dodge.

— A quem a gente agradece?

Por incrível que pareça, eu havia sofrido apenas ferimentos leves, mas, quando firmei o pé no chão, não pude me conter e soltei um grito de dor. Era uma torção no tornozelo e eu não conseguia colocar um pé na frente do outro.

— LÁ ESTÁ ELE! — gritou Liam, apontando para o estacionamento e botando no meu encalço três enfermeiros que mais pareciam jogadores de rúgbi.

Tommo se instalou no volante do Bugatti e eu pulei logo atrás dela no assento do passageiro.

Ele arrancou em direção à saída do estacionamento no momento em que o portão automático se abaixava. Cheio de confiança, fez uma derrapagem controlada no chão de cascalho.

— Vamos fugir por trás.

— VOLTE, HARRY! — suplicou Niall, enquanto passávamos diante dele como um raio.

Os três pitboys tentaram barrar nosso caminho, mas Tommo, sem esconder a satisfação, mudou a marcha e acelerou bruscamente.

— Confesse que apesar de tudo está contente em me ver! — ele exultava, enquanto o esportivo mandava a barreira pelos ares e nos lançava para a liberdade.