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Ladrão de vidas

Oi, Oi
Leiam as notas finais ♥

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O mundo não lhe será dado de presente, acredite. Se quiser ter uma vida, roube-a.

— Lou Andreas-Salomé

Uma onda de calor percorreu meu corpo e tocou meu rosto. Eu me sentia bem, agasalhado, protegido. Por um instante, resisti à vontade de abrir os olhos e prolonguei aquele sono amniótico em meus casulo acolchoado. Então, senti como se ouvisse uma música ao longo, o refrão de um reggae de sucesso cujas notas de misturavam a um cheiro de minha infância: o de panqueca com banana e de maçã caramelizada.

Um sol audacioso despejava sua luz no ambiente todo. Minha enxaqueca havia passado. Com a mão diante dos olhos para não ter visão ofuscada, virei a cabeça em direção às varanda. A música vinha do meu pequeno rádio, disposto sobre uma mesinha de teca envernizada.

Havia movimento em volta da mesa: um tecido de uma roupa balançando, um corpo pequeno que estava perambulando com um avental amarrado no corpo. Endireitei o corpo para me apoiar no encosto do sofá. Eu conhecia aquela roupa! Eu conhecia aquele corpo que o jogo de transparência deixava adivinhar!

— Aurore... — murmurei.

Mas a delicada e vaporosa silhueta avançou até tapar a luz do sol e...

Não, não era Aurore, era o desmiolado daquela noite que dizia ser um personagem de romance!

Saltei do cobertor antes de voltar rapidamente para ele ao me dar conta de que estava tão nu como uma minhoca.

O louco me despiu!

Procurei minhas roupas com os olhos, mas não havia nem uma cueca ao alcance da mão.

Isso não vai ficar assim!

Apanhei o cobertor e o enrolei na cintura antes de seguir em direção ao terraço.

O vento expulsara as nuvens. O céu estava limpo e resplandecia num azul magnético. Com as minhas roupas e o tênis que Niall deixou na minha casa, por ser pequeno demais quando comprei — porque havia confundido os números do seu calçado — o clone de “Tommo” se agitava em volta da mesa como uma abelha em meio a raios de sol, ele retira o avental do corpo, o pendurando na porta da dispensa.

— O que você ainda está fazendo aqui? — fulminei.

— Essa é uma maneira esquisita de me agradecer por ter preparado o café da manhã!

Além de pequenas panquecas, ele preparava dois copos de suco de toranja e café.

— Além do mais, com que direito você tirou a minha roupa?

— Bem, estamos quites! Você não se acanhou ao me olhar dos pés à cabeça ontem à noite...

— Mas você está na MINHA CASA!

— Ora, ora, não vai criar caso só porque eu vi o chiquinho!

— Chiquinho?

— Mas é claro, seu menino Jesus, seu bilauzinho...

Um menino Jesus! Meu bilauzinho!, pensei, apertando o cobertor em volta da minha cintura.

— É importante ressaltar o lado afetuoso do diminutivo, pois, nesse aspecto, você na verdade é....

— Chega de palhaçada! — o interrompi. — E se você acha que com bajulação....

Ele me passou a xícara de café.

— Você consegue falar sem gritar?

— E com que direito você pegou as minhas roupas?

— Você não acha que caiu bem em mim? Costumava usar quando era menos velho? Bom, porque não imagino você tentando ser jovem com o algumas pessoas fazem quando já não estão nos seus vinte e poucos...

Deixei-me cair na cadeira e esfreguei os olhos para me recuperar. Durante à noite, chegue ingenuamente a pensar que aquele garoto pudesse ter sido apenas uma alucinação, mas infelizmente não era esse o caso: era um homem, garoto, de verdade, e representado por um chato de marca maior.

— Tome o café antes que esfrie.

— Não quero, obrigado.

— Está com essa cara de defunto e não quer café?

— Não quero o seu café, é diferente.

— Por quê?

— Porque não sei o que você colocou na minha xícara.

— Você acha mesmo que pretendo te envenenar?

— Conheço os desvairados desse seu tipo...

— Os desvairados do meu tipo!

— Exatamente. Ninfomaníacos com a delirante convicção de ser amante pelo ator ou pelo escritor que admiram.

— Eu, um ninfomaníaco! Aí, meu velho, você realmente está tomando seus desejos pela realidade. E se você acha que te admiro, está viajando na maionese! E não sabia que você era gay!

— Não sou. — disse secamente.

— Então por que está falando asneiras para mim?

— Você é gay?

Ele rolou os olhos.

— Você me fez ser gay, na sua história. Esqueceu? — bateu na própria testa.

— Não fiz isso. Se você é gay, foi porque descobriu atração por alguém do seu mesmo sexo.

Uma risada puxada da sua garganta, ecoa pela cozinha.

— Isso é bem óbvio. Mas se te tranquiliza, não me atraio por escritores velhos como você e também, se me interessasse não seria por alguém grosseiro, tosco como você.

Massageei as têmporas, observando o sol triunfar por detrás da linha do horizonte. Minha cervical estava dolorida e a cefaleia voltara de supetão, escolhendo agora torturar a parte de trás da minha cabeça.

— Bom, vamos parar de brincadeira. Você vai voltar para a casa sem me obrigar a chamar a polícia, certo?

— Preste atenção, eu entendo que você se recusa a admitir a verdade, mas...

— Mas?

— ....sou mesmo Tommo Donelly. Sou mesmo um personagem de romance, e pode ter certeza de que isso me apavora tanto quanto você.

Aterrorizado, acabei dando um gole no café para, em seguida, após uma última hesitação, terminar a xícara. A bebida talvez pudesse estar envenenada, mas aparentemente o veneno não surtia efeito imediato.

Ainda assim, não baixei a guarda. Quando criança, lembrava-me de ter visto um programa de tevê no qual o assassino de Jhon Lennon justificava seu ato pela vontade de conquistar um pouco de celebridade de sua vítima. Certamente eu não era o ex-beatle e aquele homem era mais bonito que Mark David Chapman, mas eu sabia que muitos stalkers eram psicóticos e que o ato de partir para a ação podia ser impulsivo e violento. Assumi então minha voz mais tranquilizadora para tentar fazê-lo raciocinar novamente:

— Ouça, eu acho que você está ligeiramente.... perturbado. Isso acontece. Há dias em que nos levantamos com o pé esquerdo. Talvez você tenha perdido recentemente o emprego ou um amigo? Seu namorado terminou com você? Ou será que você se sente rejeitado e cheio de sentimento? Se for esse o caso, conheço uma psicóloga que poderia...

Ele interrompeu a minha falação sacudindo diante dos meus olhos uma das receitas prescritas pela dra. Sophia Schnabel.

— Pelo que pude entender, é você que precisa de um psi, certo?

— Você mexeu nas minhas coisas!

— Afirmativo — respondeu ele, me servindo mais café.

Seu comportamento me desconcertava. O que eu devia fazer numa situação dessas? Chamar a polícia ou um médico? Pelas suas palavras, eu poderia apostar que ele tinha antecedentes criminais ou psiquiátricos. O mais simples teria sido botá-lo para fora a força, mas se tocasse naquele pestinha ele seria capaz de dizer que tentei assedia-lo, e eu não queria correr o risco.

— Você não passou a noite na sua casa — adverti, numa última tentativa. — Sem dúvida, sua família ou seus amigos estão preocupados. Se quiser avisar alguém, pode usar o telefone.

— Eu não acredito! Em primeiro lugar, ninguém se preocupa comigo, o que é bem triste, tenho que admitir. Quanto ao telefone, acabam de cortar a linha. — ele respondeu na lata, voltando para a sala.

Eu o vi se dirigir a grande mesa que me servia de escrivaninha. De longe, todo sorrisos, exibiu um maço de contas.

— Não se assuste — comentou. — Há meses que não paga!

Foi a gota d’água. Sem pensar, lancei-me sobre ele e o desestabilizei para fazê-lo cair no meus braços. Paciência se fosse acusado de agressão. Preferia isso a ouvi-lo por mais um minuto que fosse. Segurava-o com firmeza, uma das mãos sob seus joelhos, a outra na parte de trás da cintura. Ele se debateu com toda a força, mas eu não cedo e o levei para a varanda, onde o atirei sem cerimônia o mais longe possível, antes de voltar correndo para dentro de casa e fechar a porta de vidro da sacada.

Pronto!

Os bons e velhos métodos, só assim a coisa funciona.

Por que eu havia me imposto aquela companhia importuna por tanto tempo? Afinal, não tinha sido tão complicado assim me livrar dele! Embora escrevesse o contrário em meus romances, às vezes não era ruim que a força triunfasse sobre as palavras...

Enfim, só!

Eu precisava de serenidade. Na falta de ansiolíticos, peguei o iPod e, como um druida que prepara uma poção calmante, montei uma playlist eclética com Miles Davis, Jhon Coltrane e Philip Glass. Conectei o fone de ouvido no aparelho é o ambiente foi tomado pelas primeiras notas de Kind of Blue, a mais bela obra de jazz do mundo, apreciada pelos que não são fãs de jazz.

Na cozinha, preparei outro café e retornei a sala, rezando para que o estranho visitante tivesse desaparecido do meu terraço.

Não era o caso.

Visivelmente de mau humor – outro eufemismo –, ele estava destruindo a louça do café da manhã. Cafeteiria, pratos, xícaras, bandeja de vidro, tudo que era possível quebrar foi atirado no piso de cerâmica. Depois bateu com raiva nas portas corrediças, antes de arremessar contra elas, com toda a força, uma cadeira de jardim, que apenas ricocheteou no vidro temperado.

— EU SOU O TOMMO! — ele gritou várias vezes, mas suas palavras eram filtradas pela vidraça tripla, e eu mais as adivinhava que ouvia. Aquela confusão não demoraria a alertar os vizinhos e, por tabela, a equipe de segurança de Malibu Colony, que me livraria daquela perturbação.

Então, ele se encolheu todo do outro lado da porta envidraçada. Sentado com a cabeça nas mãos, parecia abatido e desanimado. Tocado por seu desespero, olhei fixamente, me dando conta ao mesmo tempo de que suas palavras haviam despertado em mim, se não um estranho fascínio, pelo menos uma verdadeira curiosidade.

Fui me aproximando lentamente e me sentei recostado na vidraça, os olhos cravados nos dele, à procura de um sinal de verdade, ou ao menos de uma explicação. Foi quando vi suas pálpebras estremecerem, como se estivesse sob efeito de dor. Recuei para descobrir que a blusa dos Rolling Stones, que um dia usei tanto, estava manchado de sangue! Notei a lâmina da faca de pai entre suas mãos e compreendi que ele se automutilara. Eu me levantei para socorrê-lo, mas dessa vez fora ele quem bloqueara porta, travando a maçaneta externa com a mesa.

Por quê?, perguntei-lhe com o olhar.

Percebi um ar de desafio em seus olhos, e, como resposta, ela bateu várias vezes no vidro com a palma da mão esquerda, que se esvaía em sangue. Finalmente, imobilizou a mãos machucada e, pela transparência, li os três algarismos esculpidos em sua carne...

~~~~~•~~~~~~

Notas finais ♥

Oi gente, demorei porque estava com problemas com a internet
Então, ela estava me impossibilitando de atualizar a história:-/

O garoto de Papel, será postado no sábado ou domingo, okay?

Tenho muitas histórias e tudo estava bagunçado, então para que isso não ocorra, eu resolvi fazer um cronograma

Espero que estejam gostando ❤
Um beijo, todo Amor pra vocês💞

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