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Amor, Tequila e Machica

Melhor Capítulo♥

Era bela como a mulher alheia. 

– Paul Morand 


LOJA DO HOTEL

DUAS HORAS MAIS TARDE 

— Vamos! Chega de criancice! – ordenou Tommo, puxando-me pela manga. 

— Que diabos eu vou fazer aí dentro? 

— Você precisa comprar roupas! 

Diante da minha recusa, ele me empurrou, e me vi aspirando pela porta giratória, que me lançou ao chão do luxuoso hall da loja do hotel. 

— Você é doente! – gritei, levantando-me. — E meu tornozelo? Ás vezes parece que você tem geleia na cabeça! 

Ele cruzou os braços como um severo professor primário. 

— Preste atenção. Você está vestido como um ás de paus, sua pele não vê um raio de sol há seis meses e o comprimento do seu cabelo dá a entender que seu cabeleireiro morreu no ano passado. 

— E daí? 

— E daí que vai ter que mudar seu estilo se ainda quiser conquistar uma garota! Vamos, venha comigo! 

Fui atrás dele de má vontade, pouco disposto a me dedicar a uma sessão de compras. A imensa sala, dominada por uma cúpula de vidro que nada tinha de mexicano, lembrava antes a decoração art nouveau das butiques elegantes de Londres, Nova York ou Paris. Pendurados no teto, lustres de cristal se alternavam com fotografias gigantes, vagamente artísticas, de Brad Pitt, Robin Williams e Cristiano Ronaldo. O lugar exalava narcisismo e vaidade. 

— Bom, vamos começar pelos produtos faciais – decidiu Tommo. 

Produto faciais.... suspirei, balançando a cabeça. 

Com trajes irretocáveis, as vendedoras da seção de cosméticos davam a impressão de terem sido todas clonadas. Ofereceram seus préstimos, mas Tommo – que parecia em seu ambiente em meio a perfumes, cremes e loções – recusou ajuda. 

— A barba por fazer e o visual Cro-Magnon não combinam nada com você – ele determinou. 

Abstive-me de qualquer comentário. Era bem verdade que, nos últimos meses, eu havia me desleixado. 

Ele pegou uma cesta e jogou dentro os três tubos que escolhera. 

— Lavar, esfoliar e hidratar – enumerou. 

Ele mudou de prateleira, dando continuidade às observações: 

— Gostei muito deles. Seu amigo é meio estranho, não? Ficou tão emocionado quando encontrou você. Foi comovente. 

Acabávamos de passar as últimas duas horas com Niall e Liam. Nosso reencontro me falara fundo no  coração, e eu tinha a impressão de estar dando a volta por cima. 

— Você acha que eles acreditaram na nossa história? 

— Não sei – ele confessou. — É difícil acreditar no inacreditável, não é? 

* * * 


PISCINA DO HOTEL 

JIMM'S BAR 

Protegido por uma de sapê, o bar dominava a piscina e oferecia uma vista espetacular do mar e do incrível campo de golfe, que ao longo do oceano escalonava seus dezoitos buracos. 

— E então, o que achou daquele Tommo? – perguntou Niall. 

— As pernas dele são uma coisa. A bunda também, bem carnuda e arredondada. – afirmou Liam, sorvendo o canudo do coquetel dentro do coco. 

Niall olhou para ele, desolado. 

— Um dia você vai ter que me explicar por que leva tudo para o lado sexual...

Ele encolheu os ombros como uma criança que acaba de ser repreendido. Diante deles, o barman sacudia vigorosamente a coqueteleira, preparando com ênfase o perfect after eight que Niall pedira. 

Liam tentou retomar a conversa: 

— E a sua opinião? Não vai me dizer que engole essa história de personagem de romance caído de livro? 

— Sei que parece maluco, mas adoro essa ideia – ele respondeu, pensativo. 

— Admito que a semelhança física é perturbadora, mas não acredito nem em contos de fadas e nem magia. 

Com um sinal de cabeça, Niall agradeceu o garçom, que acabara de colocar seu copo numa bandeja. Em seguida, deixaram o balcão e se dirigiram até as piscinas para de instalarem em duas espreguiçadeiras. 

— Queira ou não, com sua galeria de personagens desencantados, a Trilogia dos anjos tem algo de mágico – Niall disse, olhando para o oceano. 

Arrebatado, expôs a Liam sua profunda convicção: 

— Esse livro é diferente dos outros. Desencadeia uma tomada de consciência nos leitores, revelando fissuras, mas também recursos dos quais nem desconfiavam. Essa história já me salvou a vida e mudou para sempre a trajetória da nossa existência, permitindo que saíssemos daquele cortiço. 

— Niall? 

— O quê? 

— Esse garoto que está se fazendo passar pelo Tommo é envolvente, ponto-final. Um salafrário que está se aproveitando da fraqueza do Harry para tentar depená-lo. 

— Como você quer que ele depene? – o loiro exclamou. — Por sua culpa, ele não tem mais um centavo! 

— Não seja cruel! Você acha que é fácil conviver com essa culpa? Nunca vou me perdoar por ter estragado tudo. Penso nisso noite e dia. Há semanas procuro uma forma de me redimir. 

Niall se levantou da espreguiçadeira e olhou para Liam com frieza. 

— Para alguém que sente tanta culpa, você me parece bem tranquilo, deitado aí com seu chapéu de palha e seu coquetel de coco. 

O loiro lhe deu as costas e de afastou em direção à praia. 

— Você está sendo injusto! 

Liam pulou da espreguiçadeira e correu atrás dela para tentar detê-lo. 

— Espere por mim! 

Na corrida, escorregou no piso molhado e se estatelou no chão. 

Merda...

* * * 


LOJA DO HOTEL 

— Eis o que você precisa: sabonete hidratante de leite de cabra. E esse gel para fazer peeling. 

Tommo prosseguia com suas compras, me entupindo de recomendações e considerações estéticas: 

— Acho bom levar um antirrugas, sério. Você está chegando a uma idade crítica para um homem. Até agora, a espessura de sua epiderme protegia você da ação do tempo, mas isso tudo acabou. Suas rugas vão começar a ficar mais profundas. E, por favor, não seja ingênuo de acreditar nas mulheres que afirmam que isso é um charme extra! 

Quando ele começava, não dava mais a chance para resposta, garantindo sozinho o espetáculo. 

— E, além disso, você tem manchas sob as pálpebras. Com as bolsas e olheiras, parece ter saído de uma festa de três dias. Sabia que é aconselhável dormir ao menos oito horas por noite para facilitar a drenagem? 

— Não se pode dizer que você tenha me concedido tempo para isso nesses últimos dias...

— Ah, então a culpa é minha! E, prontinho, um soro de colágeno. E um autobronzeador para pegar a cor do lugar. Se eu fosse você, daria uma passadinha num spa. Eles têm máquinas high-tech para acabar com as sobrinhas indesejáveis. Não? Tem certeza? Uma manicure, então, suas unhas são de mecânico...

— Sabe o que as minhas unhas acham disso? 

De repente, na curva de um corredor, quando entrávamos na seção de perfumaria, dei de cara com uma fotografia de Zayn Malik em tamanho natural. Sorriso Colgate, torso nu, ombros largos, olhar em chamas e barba à James Blunt, o famoso Apolo era modelo de uma famosa grife de luxo, que o escolhera para encarnar o espírito de seu novo perfume: Indomável. 

Tommo deu um tempo para que eu pudesse absorver o golpe, depois tentou me consolar. 

— Tenho certeza que retocaram a foto – disse baixinho. 

Mas sua compaixão não me servia. 

— Cale a boca, por favor. 

Tentando impedir que a melancolia tomasse conta de mim, ele me arrastou atrás dele, me obrigando a participar da sua caça ao tesouro. 

— Olhe! – gritou, parando diante de um mostruário. — Aqui está a arma infalível para a sua pele recuperar o brilho: máscara de polpa de abacate. 

— Mas eu não vou mesmo me lambuzar com esse troço! 

— Não posso fazer nada se sua pele é fosca! 

Quando eu estava começando a me irritar, ele jogou um balde de água fria em minha exaltação: 

— Quanto aos cuidados capilares, tenho que confessar que sou obrigado a jogar a toalha, porque, para domar essa selva que você tem na cabeça, boa sorte! Podemos comprar de cara um xampu de queratina, mas vou marcar uma hora para você com o Georgio, o cabeleireiro do hotel. 

Entusiasmado, ele agora percorria a seção de moda masculina. 

— Bem, passemos às coisas sérias. 

Como um cozinheiro escolhera os ingredientes antes de preparar um prato refinado, ele não se furtava ao trabalho em meio às prateleiras. 

— Vejamos, você vai provar isto, isto e... hum... isto. 

Peguei no ar uma camisa fúcsia, um casaco roxo e uma calça acetinada. 

— Tem certeza que é para homem? 

— Por favor, não vai mergulhar em uma crise de masculinidade agora! Hoje os “homens de verdade” se vestem de maneira elegante. Essa camisa strech e acinturada, por exemplo, eu dei uma igualzinha para o Jack e... 

Ele parou a frase no meio, se dando conta um pouco tarde demais de que acabara de pisar na bola. 

Sem hesitar, atirei a roupa na cara dele e saí da loja rapidamente. 

Ah, esses garotos... suspirei, enveredando pela porta giratória. 

* * * 


Ah, esses garotos... Suspirou Liam. 

Com um chumaço de algodão ensopado de sangue na narina, ele caminhava com a cabeça para trás voltando do pronto-socorro, onde o médico do hotel acabara de lhe dispensar os primeiros socorros depois do tombo. Por causa de Niall, ele pagara o maior mico na piscina, terminando seu voo em cima de “Órion e Cassiopeia”, esmagando a bunda de uma e derrubando como um cavalo no peito de outra seu drinque de coco. 

Eu não acerto uma mesmo...

Chegando ao pátio da galeria de arte, redobrou as precauções: o chão estava escorregadio e o lugar era pouco frequentado. 

Chega de bancar o ridículo, ele pensava, quando um homem saiu como um foguete da porta giratória e se chocou contra ele. 

* * * 

— Não olha por onde anda? – ele gemeu, estatelado no chão. 

— Liam! – exclamei, ajudando-o a se reerguer. 

— Harry! 

— Machucou? 

— Não foi nada, não se preocupe. 

— Onde está o Niall? 

— Teve um ataque. 

— Vamos tomar uma cerveja e comer alguma coisa? 

— Encontrou quem estava procurando! 

 O Window on the Sea era o restaurante calmo do hotel. Com três níveis, oferecia em esquema de bufê as especialidades culinárias de doze países diferentes. Suas paredes da taipa eram decoradas pinturas de artistas locais: naturezas-mortas ou retratos de cores intensas que lembravam as telas de María Izquierdo e Rufino Tamayo. Os clientes podiam optar pela sala climatizada ou pelas mesas instaladas do lado de fora. Optamos pelo ar livre, em um local cativando com uma vista mágica da piscina, iluminada pelo sol, e do mar de Costés. 

Liam estava falante. 

— Fico tão feliz te vendo assim, meu velho. Está melhor, não está? De qualquer forma, cara está melhor que nos últimos seis meses. É por causa do garoto, pode contar! 

— É verdade que ele me tirou do buraco – admiti. 

Um balé de garçons se agitava em volta das mesas com bandejas carregadas de taças de champanhe Cristal, california rolls de foie trás e lagostins crocantes. 

— Que ideia a sua, você fugiu feito um maluco – ele me criticou, pegando duas taças e um pratinho com tira-gostos. 

— Mas foi essa maluquice que me salvou! Aliás, eu achei que vocês queriam me internar! 

— Aquela sonoterapia foi um erro – ele reconheceu, com certa vergonha. — Eu já não sabia o que fazer para te ajudar, então entrei em pânico e me entreguei feito um idiota nas mãos daquela Sophia Schnabel. 

— Bom, isso tudo é passado, ok? 

Brindamos ao nosso futuro, mas eu via que alguma coisa ainda o atormentava. 

— Me tranquilize – ele acabou dizendo — Você não acredita de verdade que esse garoto é mesmo o Tommo, não é?

— Por incrível que pareça, eu receio que sim. 

— Então, no fim das contas, a internação não era uma ideia tão ruim assim – ele fez uma careta, engolindo um lagostim. 

Eu ia mandá-lo para aquele lugar quando meu celular vibrou num uivo metálico para me avisar que eu recebera uma mensagem. 

Olá, Harry! 


A identidade da remetente me fez estremecer. Eu não podia deixar de responder. 

Olá, Aurore! 

O que você está fazendo por aqui? 


Fique tranquila, não estou aqui por sua causa.

Liam se pusera de pé e, como era de seu feitio, lia descaradamente minha conversa com minha ex-namorada. 

Então por que está aqui? 


Tirei uns dias de férias. Tive um ano difícil, como você pode imaginar. 

Espero que não esteja querendo me fazer ciúme com o garoto que estava com você na loja. 

 

— Que cara de pau essa fulana! – explodiu Liam. — Mande-a à merda. 

Mas, antes que eu pudesse digitar qualquer resposta, ela me enviou um novo torpedo. 

E diga ao seu amigo para parar de me xingar...


— Piranha! – berrou o acusado. 

... e de ler minhas mensagens por cima do seu ombro. 


Liam recebeu a mensagem como uma bofetada e, mortificado, passeou o olhar pelas mesas nos arredores. 

— Ela está lá embaixo! – ele disse, apontando para uma mesa instalada instalada numa pequena alcova perto do bufê ao ar livre. 

Olhei por cima da balaustrada: da malha e páreo de seda, Aurore, com o olho grudado em seu BlackBerry, almoçava com Zayn Malik. 

Para não entrar no jogo dela, desliguei o celular e pedi a Liam que se acalmasse. 

Precisei de dois goles de champanhe para cair na real. 

* * * 

— Bom, agora que você melhorou, o que planeja pro futuro?  – ele se preocupou. 

— Acho que vou voltar a lecionar – eu disse. — Mas num lugar que não seja os Estados Unidos. Tenho muitas lembranças de Los Angeles. 

— E para onde pretende ir? 

— Para a França, talvez. Conheço um liceu internacional em Côte d'Azur que chegou a demonstrar interesse pelo meu currículo. Vou tentar a sorte. 

— Quer dizer que vai nos abandonar... – ele constatou, decepcionado. 

— Temos que crescer, Liam. 

— E a literatura? 

— A literatura acabou. 

Ele abriu a boca para protestar, mas, antes que articulasse qualquer palavra, um tornado surgiu atrás de mim e se revoltou: 

— Como assim acabou? E eu, caramba? – berrou Tommo. 

Todos os olhares se voltaram para nós em reprovação. Entre as gafes de Liam e os rompantes de Tommo, eu sentia claramente que não estávamos em nosso lugar naquele areópago de estrelas e bilionários. Nosso lugar era em um prédio de subúrbio, fazendo churrasco de salsicha, bebendo cerveja e jogando basquete. 

— Você tinha prometido me ajudar! – reclamou Tommo, ainda de pé em nossa mesa. 

Liam deu sua contribuição: 

— Se você prometeu...

— Ah, cale a boca! – o interrompi, apontando-lhe o indicador em ameaça. 

Peguei o garoto pelo braço e puxei-o de lado. 

— Vamos parar de mentir um para o outro. Eu não POSSO mais escrever. Não QUERO mais escrever. Ponto-final. Não estou pedindo que você compreenda, apenas aceite. 

— E eu quero voltar para a casa! 

— Pois bem, considere que de agora em diante sua casa é aqui. Nessa maldita “vida real” que você parece tanto apreciar. 

— Mas eu quero rever meus amigos. 

— Eu achava que você não tinha amigos! – retruquei. 

— Por favor, quero rever o Jack! 

— Você vai encontrar um monte de caras querendo trepar com você por aqui! 

— Você tem algum problema com isso! E a minha mãe? Vou encontrar um monte de mães também?! 

— Escute aqui, eu não sou responsável pelo que acontece com você. 

— Talvez, mas temos um contrato! – ele disse, tirando do bolso o pedaço de toalha de papel amassado que selara nosso acordo. — Você tem toneladas de defeitos, mas eu achava que fosse no mínimo um homem de palavra. 

Continuando a segurá-lo pelo braço, obriguei-o a descer comigo a escadaria de pedra que levavam ao bufê instalado perto da piscina. 

— Pare de falar de um contrato do qual você não poderá cumprir sua parte! – eu disse, apontando com o queixo para a mesa onde Aurore e seu namorado assistiam ao nosso espetáculo. 

Eu não queria mais me enganar nem viver uma ilusão. 

— Nosso pacto prescreveu. A Aurore reconstruiu a vida dela, você nunca vai trazê-la de volta para mim. 

Ele me lançou um olhar atrevido. 

— Quer apostar? 

Abri os braços sem entender. 

— Vá em frente. 

Ele se aproximou lentamente, colocou a mão em volta do meu pescoço e, com lentidão de uma carícia, depositou um beijo nos meus lábios. Sua boca era fresca e doce. Senti um arrepio diante daquele surpresa e recuei de leve, sem que ninguém percebesse. Depois senti o coração pulsar, despertando em mim sentimentos havia muito extintos. E se no início aquele beijo inesperado parecia me haver sido roubado, agora eu já não tinha nenhuma vontade de interrompê-lo. 

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