Capítulo Treze
A movimentação na Confeitaria não diminuía, tamanho era o sucesso que os bolos feitos por Eunjin e Jimin faziam. Certamente, a matriarca da família Park nunca teria imaginado que suas receitas hoje em dia, dariam um valor lucrativo tão alto.
Com a expansão feita na cozinha recentemente, a necessidade de contratar mais funcionários gritou, e claro, Jungkook já estava resolvendo isso. Logo depois, ele se reuniu para acertar os últimos detalhes da compra de um local em outra cidade, para abrir uma nova franquia.
Estava com a vida bastante corrida, mas não deixou de ir as suas consultas com o psiquiatria, sendo acompanhado por Jimin em todas elas.
Sua vida só não estava melhor por ter sido obrigado a noivar-se com Seyoon. É claro, foi uma escolha sua, mas na hora do desespero quando a mente não pensa, o corpo padece logo depois.
Em uma tarde no meio da semana, a confeitaria foi deixada inteiramente na responsabilidade de Jimin, pois Jungkook se ofereceu a ajudar Eunjin em buscar o sr. Park no hospital.
Finalmente depois de algumas semanas se recuperando do pós operatório, o homem finalmente pode voltar ao seu lar.
— Que chatice. — Taehyung comentou. Ele estava sentado ao lado do ruivo no balcão, com o queixo apoiado na palma da mão e um olhar entediado. — Que horas fecha, mesmo ?
— Às vinte e uma. — Jimin respondeu sem levantar a cabeça. Estava muito atento ao seu joguinho de palavras cruzadas. — Qual nome que dá à um conjunto de abelhas com a letra e ?
— Enxame ?
— E.n.x.a.m.e... — Foi dizendo conforme escrevia cada letra. — Isso! Obrigado.
Aquele foi o pico de emoção que o mais velho teve naquele dia, até o presente momento. Primeiro, o expediente enfadonho na sorveteria e agora a tarde, a maçante espera até que o ruivinho pudesse fechar a confeitaria, para eles irem à última sessão do cinema.
Uma mulher jovem entrou na confeitaria desacompanhada. Ela olhava ao seu redor como se estivesse procurando por alguma coisa ou alguém. Jimin estava alheio à ela enquanto prestava atenção somente ao joguinho. Quando teve o ombro levemente empurrado por Taehyung, ele franziu o cenho e ergueu a cabeça.
— Que foi ?
— Aquela mulher parece estar perdida. — Afirmou, apontando à moça com um movimento de cabeça.
Quando Jimin olhou na direção indicada, quase sentiu que o chão se abriu para engoli-lo. Ele a reconheceu de imediato, como a moça arrogante que participou do jantar na casa dos pais do Jungkook.
Assim que Seyoon lhe viu, ele não teve tempo para explicar ao mais velho de quem se tratava aquela pessoa. Ela caminhou ligeira até chegar justamente onde o ruivo estava.
— Onde está Jungkook ? — Ela perguntou calma, mas com o nariz erguido.
— Saiu. — Jimin respondeu simples.
— E pra onde ele foi ?
— Resolver um assunto particular.
A mulher suspirou visivelmente tentando conter sua irritação.
— Olha só menino, eu não tenho tempo pra isso. Está vendo isso aqui ? — Ela ergueu a mão esquerda e mostrou um anel em seu dedo anelar, que muito provavelmente foi ela que comprou para si mesma. — É Lorraine Schwartz. — Exibiu-se, dando uma risadinha. — Somos noivos, não temos segredos.
Se fosse possível o queixo de Taehyung estaria no chão. Ele rapidamente compreendeu a situação, e olhou para o ruivo que, inabalável, enfrentava a mulher e seu olhar peçonhento.
— O assunto é referente à minha família, e neste caso, não é da sua conta. — Jimin respondeu arrojado.
Aquela foi a primeira vez que ele reagiu tão energicamente a uma afronta. Isso não era de sua natureza, mas lembrou-se das palavras de sua mãe há dias, e os conselhos de Eunjin ele seguia sem vacilar. Não deixaria que ninguém se aproveitasse de sua bondade. Nunca mais.
Seyoon ficou surpreso com o modo que o mais novo falou consigo. Nem parecia aquele garoto bobinho que não sabia como se comportar em um jantar chique e elegante.
Ela sorriu diante da resposta, imaginou que era apenas ciúme da parte dele, e suspirou se sentindo vitoriosa.
— Supera, queridinho. — Ela arqueou uma sobrancelha, mantendo o sorriso cínico. — Eu posso até mandar um convite de casamento pra você, se quiser.
— Por que não enfia esse convite no teu cu ? — Taehyung questionou, já irritado com aquela conversa.
O sorriso deixou os lábios dela, e até mesmo Jimin abismou-se com o linguajar utilizado pelo mais velho.
— O quê? — Seyoon questionou fingindo não ter entendido da primeira vez.
— É surda, porra ?
— Eu... — Seyoon estava pronta para uma resposta, mas a resposta não estava pronta para Seyoon. Ela fitou o ruivo que estava igualmente sem palavras.
— Tá esperando o quê pra ir embora ?
Ela respirou fundo e guardou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Jungkook vai saber disso! — Taehyung riu de sua ameaça inútil. — Não vou descansar até que seja demitido!
— Pois senta queridinha, porque em pé você vai cansar.
Seyoon murmurou algum rincho irritadiço e logo saiu, fazendo um ruído irritante com seu salto agulha no piso da confeitaria.
O mais velho comentou algo mas Jimin não prestou atenção. Estava de cabeça baixa e com os olhos começando a arder em lágrimas.
Jimin sentiu uma mão curvar sua mandíbula e erguer seu rosto.
— Levanta a cabeça. — Taehyung exprimiu, passando os dedos pelas bochechas do mais novo, secando algumas lágrimas. — E não chora.
Jimin fungou e assentiu.
Muito antes que desse a hora habitual em que fechavam a confeitaria, eles colocaram uma placa na entrada indicando que o horário de funcionamento havia chegado ao seu fim.
Pouco a pouco, os clientes foram se retirando e após os últimos, eles fecharam as portas e seguiram para um shopping local.
Aproveitaram que estavam pelo menos duas horas adiantados quanto ao filme, e ficaram vagueando pelo local. Conhecendo um ao outro.
Taehyung lhe contou sobre a faculdade de administração que estava cursando, a pedido de seus irmãos. No começo ele se sentiu obrigado, mas depois acabou gostando.
Já Jimin ainda não tinha iniciado o ensino superior por motivos óbvios. Mas confessou que sentia muita vontade de continuar os estudos, se especializar e se tornar um grande confeiteiro um dia.
Eles ficaram tão distraídos na conversa que quase perderam o início do filme.
A comédia que escolheram arrancou várias risadas do ruivo que andava cabisbaixo. Nesse dia, ele voltou pra casa com uma sensação de renovação. Mesmo que Seyoon tenha lhe dado a graça de sua odiosa presença.
🍰
Uma semana, era o tempo que faltava para o dia do casamento de Jungkook e Seyoon. O moreno tentou manter-se ocupado durante o máximo de tempo possível, para não ter de pensar que em poucos dias, perderia seu ruivinho para sempre.
Passou pela sua cabeça simplesmente não comparecer à cerimônia, procurar por Jimin e pedir perdão pelo que o fez passar. Ele seria processado e preso por estelionato e a julgar pela quantidade de advogados que a empresa de sua família dispõe, ele ficaria o resto da vida na cadeia.
Não tinha dúvidas de que Jimin ficaria sempre ao seu lado, independente dele ser um presidiário sem nada a lhe oferecer. Mas definitivamente não era isso o que Jungkook queria para ele.
Jeon queria que ele seguisse com sua vida e fosse feliz. Mas o que ele não sabia era que suas lamentáveis escolhas, só estavam dificultando tudo.
E no fundo, ele mesmo não estava pronto para ver Jimin com outro.
Em certa tarde, logo antes de Jimin ir da sorveteria até a loja de doces, ele havia combinado com o Lee que ele finalmente poderia levá-lo para dar uma volta. Depois de muita insistência da parte do mais velho.
Ele chegou com seu carro esportivo e estacionou do outro lado da rua, para evitar que Jungkook o visse. Mas para a sua decepção um carregamento de açúcar chegou, e como Jungkook é o proprietário, ele saiu para assinar a entrega.
Antes que o moreno voltasse para dentro, não foi difícil notar a McLaren azul estacionada do outro lado da rua. Não era comum aquele tipo de veículo daquele lado da cidade, e ele só sabia de uma pessoa que gostava daquele tipo supérfluo de ostentação.
— Lee ? — O moreno atravessou a rua sorrindo na direção do seu amigo.
— E aí, cara ? — Lee o dirigiu um sorriso amarelo.
— Que faz aqui fora ? Vamos entrar.
— Não. É que... — Ele olhava discretamente na direção da confeitaria, implorando mentalmente para que o ruivo não surgisse naquele momento. — Eu tô esperando alguém.
— A Sílvia ta aqui ?
— Não. — Riu sem graça. — A Sílvia tá... — Ele pensou rapidamente em como poderia se livrar do moreno. — Você não tem que confirmar se a mercadoria foi entregue direito ?
Jungkook olhou para trás, viu seus funcionários acompanhados por Eunjin, cuidando do assunto.
— Não, já estão olhando por mim. — Taemin murmurou algo, quase como uma lamentação. — Mas me diz, quem é a vítima dessa vez ?
— Quê isso, Jeon ? — Brincou, fingindo estar ofendido. — Não, cara. Agora é sério. Eu estou mesmo apaixonado. — Lee se distraiu enquanto suspirava pensando no ruivo.
— Eu conheço ?
Foi desperto quando ouviu a voz de Jungkook e antes que pudesse responder, ele ouviu uma outra, logo atrás.
— Jungkook ? — O moreno virou e viu Jimin bem atrás de si.
O menino caminhou até ficar do lado dele, próximo a porta que dava entrada ao banco do carona.
Logo Jeon entendeu a situação. Ele olhou para Taemin e o Lee quase pode ver sua vida passar diante dos seus ollhos. Jungkook apontou para ele, girou sobre os calcanhares e se retirou.
— Jungkook ? — Jimin chamou novamente depois de ter sido ignorado.
Jungkook olhou para trás e forçou um sorriu.
— Bom passeio, Jimin.
Ele franziu o cenho, acompanhando com os olhos enquanto o moreno se afastava, e quando ele finalmente entrou na confeitaria, Jimin suspirou e sentou no banco do carona.
— Você está lindo. — Taemin o elogiou, mas o ruivo estava distante em seus pensamentos e não o ouviu. — Jimin ?
— Sim ?
— Estou falando com você.
— Desculpa. O que disse ?
— Falei que você está lindo.
— Ah, sim. Obrigado. — Sorriu sendo gentil. — Você também.
Taemin sorriu assentindo e sem querer demorar nem mais um minuto na frente da confeitaria, ele deu partida no carro e os levou para o cinema mais próximo.
O Lee fez de tudo para que a tarde fosse perfeita. Já tinha escolhido um filme que estava em cartaz, comprou lanches deliciosos para ambos e escolheu os melhores lugares.
Tudo estava caminhando perfeitamente bem. O filme era sem dúvida muito engraçado, com toda certeza que ele tinha, Jimin estava adorando.
Quando o filme terminou, Taemin insistiu para que ele fosse consigo em um outro lugar. Desta vez em um restaurante.
A partir daí Jimin não gostou muito, visto que se tratava de um lugar típico onde a mãe de Jungkook e Seyoon frequentaria. Mas ele não demonstrou sua reprovação, o mais velho estava se estava esforçando tanto para que seu dia fosse divertido, que ele logo se sentiu na obrigação de pelo menos fingir que estava gostando.
— Aquela parte que o cara gritou pela mãe dele foi muito engraçada. — Lee comentou enquanto eles aguardavam os pedidos.
O celular dele começou a tocar de repente, e ele revirou os olhos recusando a chamada. No mesmo instante ele tocou outra vez.
— Pode ser importante. Não vai atender ?
— Não. Não é importante. — Suspirou satisfeito quando a pessoa em questão parou de ligar. — Eu ri muito quando ele bateu com a cara na parede se vidro. — Lee comentou enquanto eles aguardavam os pedidos.
— Verdade. — Jimin concordou se lembrando da cena. — O Tae riu bastante nessa parte.
— Tae ? — Ele questionou sem compreender.
— Taehyung.
— Sim, mas... Você já assistiu esse filme antes ? — Jimin fez que sim com a cabeça. — Por que você não disse ?
— É que você já tinha comprado os ingressos. Não quis te dar nenhum prejuízo... — Jimin lamentou inocentemente.
Taemin deu uma risada divertida.
— Jimin, eu posso comprar o cinema inteiro se eu quiser. — Gabou-se presunçoso.
Jimin murmurou algo e algum tempo depois o jantar foi servido.
Ao voltarem para casa, Jimin teve a sensação de que estava bastante cansado, e não era fisicamente. Quando ele saía com Jungkook, sentia-se muito diferente, seu corpo pedia cama, mas sua mente sempre ficava leve e descansada. Ele se sentia genuinamente feliz.
— Espero sair mais vezes com você. — Taemin proferiu. Ao se despedirem, ele segurou a mão do ruivo e depositou um beijo carinhoso em suas as costas. — Obrigado por ter me dado a honra de sua maravilhosa companhia.
— Uhm... Tenho que entrar.
— Claro. Mas será que sua mãe está ? Eu gostaria de trocar uma palavrinha com ela. — Seu celular chamou mais uma vez. — Droga. — Murmurou desligando na mesma hora.
— Vou chamar ela.
Jimin entrou em sua casa e em menos de um minuto, voltou na companhia de Eunjin.
— Pois não ?
— Senhora, me chamo Taemin, sou um amigo do Jungkook e do seu filho também. Jimin é um menino muito adorável e encantador, impossível não se apaixonar. — Ele riu sozinho. — Gostaria de saber se tenho sua permissão para namorá-lo.
Jimin arregalou os olhos, ele com certeza não esperava por isso. Não quando o mais velho deixou bem claro que só queria sua amizade.
— Minie eu deixei água pro café no fogo, dá uma olhadinha pra sua mãe, sim ? — Pediu carinhosa, e Jimin assentiu deixando os dois a sós. — Olha só moço, você me parece ser uma pessoa muito atenciosa por ter vindo aqui falar comigo mas... — Ela fez uma pausa suspirando. — Jimin não está em condições no momento pra entrar em um novo relacionamento. É claro, se ele quiser eu não tenho como impedir. Mas peço que tenha um pouco de sensibilidade para entender a situação dele. Não seja tão apressado.
— Eu entendo perfeitamente. — Não, ele não entendia. Ficou decepcionado com a resposta da ruiva.
Ele queria ser convidado para entrar e tomar do café que estava sendo feito. Ficou parado diante dela, esperando pelo convite que nunca chegou.
— Que bom. — Ela olhou na direção da cozinha para ver se seu filho já estava vindo. — Agora se nos der licença... — Ela deu dois passos para trás e segurou a porta, pedindo de forma indireta para que ele fosse embora.
— Tenha uma ótima noite. — Ele desejou com um falso sorriso, deu meia volta e se retirou.
Assim que fechou a porta, Eunjin balançou a cabeça e passou a chave. Ela ficou incomodada com as palavras ditas pelo sujeito. Para ela, “sou amigo do Jungkook” e “gostaria de namorar o Jimin” não cabiam na mesma proposição no momento.
🍰
A semana se passou rápido demais para alguns. O tão sonhando casamento entre as famílias Jeon e Oh finalmente havia chegado e o prazo para que o moreno pagasse sua dívida tinha chegado ao fim.
Naquele dia ele não abriu a confeitaria. Não teria coragem de olhar para a mãe do ruivinho e fingir que estava tudo bem, como nos últimos dias. Ele ficou em seu apartamento procurando formas de não enlouquecer enquanto aguardava a sua sentença final.
Jimin foi trabalhar normalmente na sorveteria. Ele já tinha cumprido seu aviso prévio, mas pediu para que ficasse mais alguns dias, apenas para distrair sua mente de pensamentos negativos. Claro que a família Kim permitiu, eles estavam precisando se funcionários. Taehyung teve que transferir seus horários na faculdade para o período noturno, justamente por conta disso.
— Você vai ficar com essa cara fechada o tempo inteiro ? — Taehyung questionou ao mais novo.
— Eu tô bem normal.
— Claro. E daqui a pouco começa a nevar aqui dentro. — Sua piada sarcástica não fez efeito no humor do ruivo. — Ah Jimin, muda essa cara.
— É a única que eu tenho. — Taehyung deu de ombros. — Desculpa.
— O casamento dele é hoje, né ?
— É...
— Você quer acabar com o estoque ? — Perguntou já pegando duas colheres.
— Não...
O mais velho suspirou sem saber o que fazer, para tirar o ruivinho daquela melancolia.
— Pode ir pra casa então, assim você vai espantar os clientes. — Jimin o fitou com os olhos cheios de lágrimas, e na mesma hora ele se arrependeu de ter dito aquilo. — Já terminou as palavras cruzadas ?
Isso pareceu animar o ruivo um pouco mais. Havia parado em uma fase um pouco difícil, e esqueceu de terminar.
Para melhorar o clima eles receberam uma chamada de vídeo, remetente do Japão.
— Hey Jiminie, que saudade! — Hoseok apareceu primeiro na tela, com seu sorriso enorme. Yoongi sentou-se ao lado dele.
— Hobi! — Se animou um pouco, limpando os olhos com as costas das mãos. — Como tá indo suas aulas ?
— Muito divertidas. Eu tô adorando.
— Você tá cuidando do meu amorzinho direito, né ? — Taehyung perguntou ao loiro.
— Sim, eu tô alimentando ele é já já coloco pra dormir. — Disse ironicamente.
— Grosso...
— Quando você vem nos visitar ? — Jimin interrompeu o pequeno desentendimento. — Preciso muito de um abraço seu agora.
Hoseok suspirou.
— Também quero muito isso, mas só daqui a algumas semanas. — Afirmou com pesar. — Mas Jiminie, o dia hoje não é só aquele casamento. Não deixa que isso estrague seu dia. Sai um pouco e se diverte. Sorria. O Tae me contou que você saiu pra dançar com ele. Queria estar aí pra ver.
— E ele dançou muito bem. — Taehyung confirmou.
— Nem foi tão bem assim. — Jimin corou, sorrindo um pouco.
— Ainda tá fraco. Quero aquele sorrizão de todo dia de manhã, quando você chega na sorveteria.
Jimin suspirou derrotado e se aproximou do celular, ficando bastante próximo da câmera. Tudo o que Yoongi e Hoseok puderam ver foi o seu rosto, e o sorriso crescendo e exageradamente grande do ruivinho na tela.
— Agora sim é o Jiminie que eu conheço. — Hoseok comentou sorrindo.
Os quatro passaram horas conversando e fazendo Jimin sorrir ainda mais, com histórias divertidas que aconteceram com eles no Japão. Seu melhor amigo poderia estar distante, mas ele se sentiu abraçado por ele, e seu coração ficou mais quentinho.
Fazia pelo menos meia hora que um cliente não aparecia na sorveteria. Jimin estava sentado em uma das mesas, quebrando a cabeça com o jogo de palavras, com Chanyeol tentando ajudar.
— Acho que vou fechar mais cedo hoje. — Taehyung informou, saindo do caixa. — Preciso terminar meus trabalhos.
— Eu te ajudo. — Jimin fechou o caderninho de palavras cruzadas e se levantou.
— Não, pode ir. Deixa que o Chany me ajuda.
Jimin assentiu, pegou suas coisas na salinha dos fundos e foi embora direto pra casa. Pretendia assistir alguma série com seus pais, aproveitar que Dakho estava se recuperando bem da cirurgia e podia fazer companhia para eles durante algumas horas na sala.
— Eu só vou anotar algumas informações lá dentro e já volto. — Taehyung informou ao outro e entrou no escritório.
Chanyeol estava vendo se tudo estava guardado e bem fechado, quando ouviu a porta da sorveteria ser aberta. Ele girou para ver quem era, e uma mulher com semblante irritado se dirigiu até ele.
— Coloca o sorvete mais amargo que você tem. — Ela pediu, ocupando uma das mesas.
— Uh, desculpa moça, mas já estamos fechando.
A mulher respirou profundamente, massageando as têmporas.
— Menino minha tpm tá atacada hoje então acho melhor você me dá a porra do sorvete. — Insistiu com os olhos fechados, ainda massageando sua cabeça.
Chanyeol arregalou os olhos e se colocou atrás do balcão e atender o pedido da cliente.
— Pronto, já pod... — Taehyung franziu o cenho quando viu o outro colocando bolas de sorvete em um potinho. — Você não disse que já estávamos fechando ?
— Sim, mas... — Ele se aproximou do outro e disse em voz baixa: — Ela tá estressada.
Taehyung revirou os olhos e fez sinal para que ele interrompesse o que estava fazendo. Com muito gosto, ele se aproximou da mulher, que nesse momento, se olhava em um pequeno espelho enquanto penteava os fios desgrenhados do cabelo com os dedos.
— Com licença... — Chegou na moça, mas foi interrompido pela mesma.
— E você o que quer ?! — Taehyung olhou pra trás, Chanyeol observava a cena de deu de ombros. — Meu dia não está sendo dos melhores, cara... Não vem me encher o saco também, por favor.
— Minha querida, olha pra minha cara de quem não está nem aí pros seus problemas. — Taehyung articulou sem nenhuma paciência. — Meu dia também não está sendo maravilhoso.
— Ótimo. — Disse, indicando a cadeira de frente à dela. — Então senta aí e toma um sorvete comigo. Vamos descontar no açúcar.
— No açúcar e nas pessoas que não tem nada a ver com isso, né minha filha ? — Perguntou sarcástico.
— Menino, não me estressa você também! — Ela suspirou balançando a cabeça.
Taehyung ficou incrédulo diante daquela situação. Nunca tinha lidado com uma cliente assim antes. Ele sentiu enorme vontade de chamar Chanyeol, e juntos chutar a bunda desaforada dela pra fora da sorveteria, mas ao invés disso, teve uma ideia melhor.
Se aquela mulher estava mesmo disposta a estragar o dia de alguém, então que fosse com algo útil que ele já estava pensando há um tempo.
— Hoje você acordou com o diabo no couro, uh ? Precisa extravasar essa raiva. — Ele disse, fazendo a mulher erguer o olhar irritado. — Tá afim de me ajudar a arruinar um casamento ?
— Só se for o que eu tô pensando. — Ela afirmou com os olhos semicerrados.
🍰
A mulher dirigia com um pote de sorvete no colo, em direção ao local em que seria realizado o casamento. Ambos pareciam decididos, mas só agora Taehyung lembrou de um fato que devido a euforia da ideia, passara despercebido.
— Como a gente vai fazer isso exatamente ?
— Sei lá. A ideia foi tua. — A mulher rebateu tomando um pouco do sorvete.
O mais jovem olhou pela janela e pensou em algo rápido. Ele viu algo que lhe chamou a atenção e mandou ela parar o veículo. Eles saíram pegaram o instrumento que o mais novo viu pela janela, e logo, eles voltaram para o carro e continuaram seguindo seu caminho.
A igreja estava lotada, e a cerimônia ainda não havia começado. Quando eles chegaram, Taehyung pôde ver Jungkook sentado na escadaria, com a cabeça baixa. Um pouco depois uma mulher de idade intermediária apareceu falando com o moreno, e ele se levantou parecendo muito irritado e saiu deixando-a falando com os ventos.
Taehyung e a mulher pegaram duas grandes caixas no porta-malas e entraram secretamente na igreja pelo prédio da sacristia, subiram por uma escada em formato espiral e ficaram a postos nos antigos camarotes dispostas para os nobres, nos séculos antigos.
— Isso aqui vai pegar fogo.
Passado algum tempo esperando, a banda começou a tocar e o noivo entrou primeiro, na companhia da mesma mulher que havia falado com ela escadaria. Certamente era a sua mãe. Logo depois entraram outros casais e em seguida, o tão esperado momento por todos.
A noiva.
Seyoon trajava um vestido mais caro do que todas as roupas de todos os convidados juntos. E seu véu possuía um arranjo lindo de flores na cabeça, parecendo como uma tiara feita por elfos. As mesmas flores também estavam enfeitando todo o recinto sagrado.
Quando seu pai a entregou para o noivo e o padre iniciou a cerimônia, o último citado declarou a famigerada frase antes de qualquer rito:
— Se tem alguém aqui que seja contra este casamento, que fale agora, ou cale-se para sempre. — O sacerdote olhou para a assembleia, esperando por alguma manifestação, como não aconteceu de ninguém falar nada, ele tomou uma longa respiração para continuar a falar.
Foi neste momento que Taehyung e sua ajudante abriram as caixas e despejaram o conteúdo delas lá embaixo. Centenas de abelhas saíram voando na direção em que estavam as flores, ávidas pelo aroma doce que vinha delas.
Muitas voaram diretamente nos arranjos de flores que estavam perto dos convidados, fazendo-os se levantar e saírem correndo.
— Queima desgraçado. — A mulher comentou sorrindo quando muitas começaram a perseguir Taemin, que também estava presente.
Um grupo delas voaram diretamente para a cabeça de Seyoon, e foi quando a mesma entendeu o motivo do tormento coletivo e começou a gritar passando as mãos pelo cabelo desesperadamente.
— Jungkook, faz alguma coisa! — Ela pediu aos berros. — Por favor, me ajuda!
O moreno se aproximou com cautela e arrancou a tiara do cabelo da mulher e a jogou no chão. Contudo, em seu cabelo ainda ficaram resquícios do polén e as abelhas continuaram em sua perseguição.
Seyoon saiu correndo pela igreja até o lado de fora junto aos convidamos e se jogou no chão. Logo, seu vestido que valia milhões estava todo sujo e rasgado. Seu cabelo todo desgrenhado, a maquiagem cara toda borrada e seu rosto e braços com vários tons avermelhados de picadas.
Taehyung e a mulher aproveitaram o momento para saírem de seu esconderijo e voltaram correndo para o carro da mais velha. De longe eles anda observaram os berros coléricos de Seyoon, enquanto Jeon Hana tentava consolá-la em vão.
— Essa foi muito boa.
— Eu vou ter que concordar com você. — Disse a mulher suspirando satisfeita. — Melhorou meu dia em mil por cento.
Ele olhou pra mesma e assentiu concordando.
— Ah, eu me chamo Taehyung. — Disse oferecendo sua mão. — Esqueci de perguntar o seu.
A mulher aceitou o aperto de mão, e respondeu com um sorriso:
— Meu nome é Silvia.
Continua...
Aiai Seyoon, tava mesmo pensando que eu ia deixar ela casar com o Jungkook kkmkkkkkkkk
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