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Capítulo Quinze

Gostaria de agradecer ao mono_project que fizeram essa capinha pra mim. Eu adorei, ela é muito linda. Muito talentosa o anjinho que fez ❤❤ aaaaaaaaa

Ao contrário dessa pessoa que vos fala kkksks desculpa, eu não sei fazer capa ;-; não ri das minhas capinhas 💔 kjsk

Obrigada pelos votos, obrigada pelos comentários e pelo apoio ❤ das fanfics que escrevi/escrevo, essa é a estória que mais me emociona por ser baseada em uma história real. Não tem outra, todo capítulo eu choro enquanto escrevo.

Boa leitura:

— Agora que esse garoto pede demissão, você me vem com querer tirar o dinheiro da nossa sorveteria! — Seokjin bradou furioso.

Ele e Namjoon sempre movimentam mensalmente a poupança criada em nome do negócio, para imprevistos e também para ser usada na grande reforma que eles planejaram por anos.

Quando viram a enorme quantia que foi sacada, quase tiveram um infarto.

— Você sabe que precisamos de cada centavo — Continuou. — Tudo que está lá foi fruto do nosso trabalho duro e suado. Nosso sonho de transformar aquela pequena sorveteria em algo muito maior, você simplesmente joga pro alto por que o conto de fadas daquele garoto não deu certo ?

— Eu pensava que você tinha a cabeça no lugar. — Namjoon opinou.

— Na verdade eu não tinha antes.

— Ah, faça-me um favor!

— Não. Você que me faça um favor, Jin. Esse é o sonho de vocês, não o meu.

Os outros dois se entreolharam sem entender. O fato é que Taehyung sempre aceitou os planos que seus dois irmãos mais velhos faziam, incluindo ele próprio. A faculdade que eles pagaram, era justamente no intuito de fazê-lo administrar melhor o negócio da família. Eles nunca sequer perguntaram se era realmente isso que o mais novo queria.

É certo que, ao atingir a maioridade, Taehyung poderia simplesmente expressar sua opinião, e falar que não compartilhava dos mesmos planos que eles. Mas o sentimento de "dever" o fez se esforçar para agradar aqueles que criaram-no como se fossem seus pais.

— Mas você nunca disse nada... — Namjoon refletiu em voz alta. — Você até aceitou cursar administração.

— Eu só queria, sei lá. Não ser um mal agradecido. Eu não tirei a parte de vocês eu tirei a minha. E vou continuar estudando e ajudando vocês na sorveteria. Mas eu vou investir meu dinheiro no que eu quiser.

No que eu quiser, você quer dizer entregar uma fortuna pra o garoto que você nem sequer gostava. Taehyung você perde a noção, garoto ? — Seokjin permanecia soltando fogo pelas ventas. Ele olhava para um e olhava para o outro, esperando algum posicionamento mais firme do mais velho. — E você vai ficar com essa cara de idiota ? Não vai falar nada ?

— Eu ? O que você quer que eu diga ? O dinheiro é dele. Ele tem vinte e quatro anos, é um adulto e sabe o que faz. Deixa ele jogar anos de sacrifício pro vento.

— Eu não posso simplesmente aceitar isso.

— Se você vai aceitar ou não, o problema é seu. Eu sinto muito se eu não compartilho dos mesmos sonhos que vocês.

— Não... Compartilha do sonho do Jimin.

— Pelo menos ele se tornou algo pra mim que eu não tinha há muito tempo. Uma família. Eu tinha o Hobi e ele foi embora. Eu pensei que ficaria sozinho mas aí ficamos amigos e foi a melhor coisa que me aconteceu em anos.

— Espera, eu acho que não ouvi direito. Você disse que não tem família ? — Seokjin se aproximou com  uma expressão tão ameaçadora, que o mais novo recuou. — E o que nós somos pra você, afinal ?

— São meus irmãos, que eu amo muito. Mas que se trancaram em um mundo só de vocês, e esqueceram que tem um irmão mais novo. E só lembraram que eu existo por causa da porra de um dinheiro que foi tirado da conta.

— Mas o que... — Seokjin permanecia incrédulo, sem saber o que responder por alguns segundos. — Você sempre teve a liberdade pra fazer o que queria. E você-...

— E vocês adoravam quando eu saía, não ?

— E Você — gritou, impondo sua fala. — Fazia questão de nunca ficar em casa. A escolha sempre foi sua. Você que se afastou. Tenha a maturidade de um homem adulto pelo menos uma vez na vida e reconheça seus erros.

Taehyung abriu a boca para refutá-lo, mas a fechou novamente, balançando a cabeça em negação. Em outra época ele discutiria até sua língua cair, mas esta noite ele optou por evitar que a briga se alastrasse.

Ele vagueou pelas ruas sem um destino certo. Passou pela sorveteria e nem sequer ergueu a cabeça para olhá-la. Ele seguia seu trajeto chutando as pedrinhas que encontrava pelo caminho, e algum tempo depois havia chegado no bairro onde a família Park reside.

Olhou em seu relógio e já passava das vinte e três horas. Ele se perguntou se Jimin ainda estava acordado. Não queria incomodá-lo aquela hora, mas também não queria voltar pra casa naquele dia e dormir na rua não era uma opção.

Ele pegou o celular e enviou uma mensagem de texto para o mais novo.

“ Estou aqui fora. Ainda está acordado? ”

A resposta veio logo a seguir.

Sim, vou abrir a porta.

Poucos segundos depois a porta foi aberta, e Taehyung viu a figura de um ruivinho com o cabelo bagunçado e levemente úmido. Ele estava vestido com um pijama azul com vários carneirinhos brancos.

— Seus pais estão acordados ?

— Não, já foram dormir. Entra. — Ele abriu espaço para o outro entrar.

Taehyung o seguiu pela casa até chegarem no quarto do menor. Papel e caneta estava sobre a cama, e algumas bolinhas de papel amassadas pelo chão.

— Como você é organizado — ele sentou na cama e examinou o caderno — o que é isso ?

— Tava elaborando alguma ideia que pudesse ajudar a arrecadar os fundos pra pagar a dívida do Jungkook.

— E no que você pensou ?

— Ah... É bobo... Não vai dar certo.

— Fala, aí eu digo pra você se é bobo ou não.

Jimin suspirou.

— Eu tava pensando, e se a gente criar um site pra confeitaria e começar a vender pela internet também ? Aceitar encomendas pra festas e sei lá, eventos.

— Não é uma ideia boba, Jimin. É genial.

— Você tá falando sério ?

— É claro que eu tô. Vai ser muito bom pra confeitaria. Mas, só não sei se vamos conseguir o que falta em tão pouco tempo. Pra ser sincero com você, eu acho praticamente impossível.

— Mas já é uma ajuda, não é ?

— Com certeza. Eu vou te ajudar com isso, mas primeiro a gente vai organizar esse quarto porque eu odeio bagunça.

— Desculpa... — sorriu amarelo e se colocou a limpar e arrumar o quarto.

O mais velho ficou com a parte administrativa. Organizando, planejando e orientando o ruivo no uso dos recursos financeiros, enquanto este lhe apresentava quais serviços e produtos seriam ofertados.

Longos minutos se passaram e o projeto se desenvolvia com êxito. Poderia não ser capaz de levantar uma enorme quantia em pouco tempo, mas com certeza renderia um efeito positivo no futuro.

No entanto, a questão era o aqui e agora. Ganharam certo tempo e um pouco de esperança com uma ajuda especial. Taehyung via o menor Incrivelmente concentrado, acreditando realmente que todo esse esforço daria certo. Ele era mais realista, e temia o quão Jimin ficaria arrasado quando no final de tudo, o casamento finalmente acontecesse.

Então, se Taehyung acreditava que aquilo tudo era uma grande perda de tempo, por que estava ajudando-o ?. Bem, a resposta era simples; ele faria o mesmo se estivesse em seu lugar.

Ele correria atrás de todas as opções para não perder o amor de sua vida, e vê-lo encarar um destino tão amargamente miserável.

Por conseguinte, uma ideia despontou em sua mente.

— Jimin ?

— Hm ?

— Eu tava pensando em uma coisa... — o ruivo parou de escrever e voltou sua atenção para ele. — E se... Você já considerou a ideia de pedir esse dinheiro à alguém ?

— A quem eu pediria, Tae ? — Jimin riu, balançando a cabeça pela ideia ingênua do outro.

— Taemin ?

— O que te faz pensar que ele possui todo esse dinheiro ?

— Bem, se ele pode comprar um cinema inteiro, como o mesmo afirmou... Além do mais, você viu aquele carro dele ?

— Eu acho que se ele quisesse ajudar o Jungkook já teria feito isso por conta própria.

— Também acho... Mas se você pedir ele vai ajudar. — ele o fitou confuso. Taehyung revirou os olhos. — Meu deus, Jimin. Eu tô falando que se você jogar um certo charminho... — disse piscando e sorrindo ladino.

O rosto do menor avermelhou-se como suas madeixas.

— E-eu não vou fazer isso! — protestou, e logo acrescentou diminuindo o tom da voz: — Não sou garoto de programa!

— E quem tá mandando você transar com ele ?

— Fala baixo!

— Desculpa. — sussurrou. — E quem tá falando que é pra você transar com ele ?

— Não ?

— Lógico que não. Vem aqui... — ele segurou na mão do menor e o levou até ficar de frente ao espelho na parede. — Olha pra esse rostinho e me fala; quem tem coragem de dizer um não pra você ?

Jimin o fitou indeciso.

— Eu não sei, Tae...

— Escuta o que tô te falando, sou mais velho e mais experiente. — Ele o guiou de volta à cama e sentou ao seu lado. — Você vai ligar pra ele e marcar um encontro. Eu vou te arrumar e você vai matando...

— Não, eu não quero fazer assim.

— O Jimin sexy vai fazer com que ele faça o que você quiser.

— Eu prefiro ir como o Jimin, Jimin mesmo.

— Tudo bem. — ele suspirou e se deu por vencido. — Liga pra ele.

— Será que ele ainda tá acordado ? — Taehyung o encarou com uma expressão de tédio. — Tá, tá! Vou ligar.

Jimin pegou o celular e procurou pelo contato de Taemin. No primeiro toque o mais velho atendeu:

Jimin ?

Coloca no viva voz. — Taehyung sussurrou.

— O-oi...

Aconteceu alguma coisa ? Precisa de algo ?

Taehyung fez que "sim" com a cabeça.

— Sim, eu preciso falar algo com você... — "Pessoalmente" Taehyung murmurou movimentando os lábios. — Mas precisa ser pessoalmente.

— Claro, mas essa semana eu estou cheio de trabalho atrasado. Você pode passar na empresa ?

Jimin fitou o mais velho e ele fez um gesto positivo com a mão.

— Sim, posso.

Amanhã, então ?

— Pode ser.

Ótimo. Então até amanhã. — Antes que o ruivo pudesse responder, ele acrescentou: — Ah, e Jimin... Foi bom ouvir sua voz.

— Ér... Até amanhã. — e encerrou a chamada. — Eu me sinto horrível fazendo isso.

— É por um bem maior.

Jimin assentiu com um suspiro.

— Mas e você, o que tava fazendo tão tarde andando sozinho por aí ?

— Tive uma discussão com meus irmãos... — ele hestiou, não queria dizer que foi por causa do dinheiro que o entregou para ajudar a pagar a dívida do moreno.

— Eu sinto muito. — ele o abraçou. — Sei que vocês vão ficar bem. São uma família, e família tem dessas coisas... Mas no fim, é tudo o que temos e tudo fica bem.

— Eu sei. Só precisava de um tempo.

— E você pode ficar aqui o tempo que quiser. Temos um quarto extra, você pode dormir nele.

— Obrigado.

🍰


Na manhã seguinte, Jimin acordou cedo e seu amigo o ajudou a preparar o café da manhã. Enquanto faziam seu desjejum, Eunjin apareceu na cozinha mas não para tomar café, ela sempre preparava uma refeição boa, leve e saudável para Dakho antes de saciar a própria fome.

— Minie, querido, você tem algum compromisso hoje ?

— Tenho, por que ?

— Oh, hoje seu pai vai iniciar a hidroterapia, eu ia precisar da sua ajuda para levá-lo.

— Eu posso ajudar. — Taehyung ergueu a mão.

— Tem certeza ? Por que eu posso ligar pro Jungkook, ele sempre ajuda quando o Jimin está trabalhando.

— Tenho sim. Não vou trabalhar hoje e Jungkook deve tá ocupado com a abertura da outra loja.

— Nesse caso eu vou levar isso aqui pra ele — disse equilibrando uma bandeja. — ... E daqui a pouco a gente vai.

O mais jovem assentiu.

Jimin terminou sua refeição e quase querendo desistir, foi rebocado até a porta pelo maior, e se não fosse por ele, Jimin realmente teria desistido.

Após cerca de uma hora e meia, entre pegar um transporte e chegar até a empresa que Taemin trabalha, o ruivo ainda hesitou alguns minutos antes de entrar no prédio, onde o sobrenome tão familiar estampava na elevação; Jeon.

O ruivo sentiu um arrepio desagradável, só de imaginar que poderia encontrar com a mãe do moreno. Ou talvez, não. A mulher era muito importante, certamente não prestava atenção nos rostos dos funcionários.

Talvez passasse despercebido. O que era pouco provável devido aos fios tão vermelhamente vívidos que possuía em sua cabeça.

Ele respirou fundo e entrou.
Só de estar na recepção do térreo ele pôde notar o quão grande era aquele lugar. Por fora ele já tinha uma ideia de como poderia ser, mas quando viu com seus próprios olhos, o interior nem se comparava.

Ele seguiu até a recepcionista e após ser ignorado duas vezes, ele pigarreou alto:

— Hm Hm.

A mulher que digitava freneticamente no teclado, elevou o olhar para ele e sorriu.

— Desculpe Senhor, em que posso ajudar ?

— Onde posso encontrar o sr. Lee Taemin ?

A mulher voltou a digitar algo e logo ergueu a atenção para ele novamente.

— Departamento de contabilidade. Quarto andar.

— Ah... — ele a fitou totalmente perdido.

— O senhor pode pegar o elevador — Indicou apontando em uma direção. — Quando chegar no quarto andar siga reto e vire no segundo corredor à direita.

— Obrigado. — a mulher assentiu e voltou a digitar.

Jimin seguiu até o elevador, onde já tinham algumas pessoas esperando. Todas vestidas com roupas bastantes formais, o olhavam de cima a baixo. Mas ele as ignorou e saltou no andar indicado.

Assim que virou no corredor à direita, ele viu um espaço como a recepção do térreo, mas com proporções muito menores. Havia uma outra recepcionista sentada diante de uma mesa e na parede ao lado uma porta, onde ele conseguiu ler em uma pequena placa o nome do amigo de Jungkook.

— Em que posso ajudá-lo ? — a mulher indagou ao vê-lo se aproximar.

— Gostaria de fala com o sr. Lee.

— Só um momento. — Ela discou no interfone e enquanto isso o ruivo passou um olhar por outras portas naquele memo corredor, lendo os nomes escritos nas plaquinhas. Um deles era Sílvia Bocelli. — Sr. Lee, há um rapaz querendo falar com o senhor. Seu nome ?

— Park Jimin.

— Seu nome é Park Jimin, Senhor. — ela fez uma pausa, certamente esperando o homem falar e logo dirigiu um sorriso simpático ao ruivo, indicando a porta próxima à ela. — Pode entrar.

Jimin agradeceu à mulher e entrou na sala do Lee. Ele estava sentado em sua cadeira assinando alguns papéis e quando viu o ruivo entrar, largou a caneta para recebê-lo, segurando suas mãos.

— Olá, Jimin. Sente-se aqui. — o guiou até um sofá no canto da sala. — Como você está ?

— Estou bem e você ?

— Melhor agora. — Jimin forçou um meio sorriso desviando o olhar. — Então, o que era tão importante que você precisa falar pessoalmente ?

Taemin não cabia em si de tanta ansiedade e emoção. Desde a ligação do ruivo na noite anterior, ele sentiu que valeu a pena se agarrar ao último fio de esperança. Jimin mudara de ideia e resolveu aceitar seu destino, entregando-se à ele.

— Preciso de um favor seu, e nem sei como pedir... — O sorriso do maior diminuiu, mas ele ainda não perdeu a esperança.

— Pode falar. Sabe que pode contar comigo para tudo.

Como Taehyung havia indicado, ele pensou na mentira inventada para convencê-lo. Contar que o estado de saúde de Dakho havia piorado e ele precisava de certa quantia a mais... Não, ele não podia fazer isso. Seu pai estava se recuperando bem, não usaria seu nome para uma mentira.

— Preciso de ajuda pra pagar a dívida que o Jungkook fez pra ajudar meu pai. Eu já tenho cem mil e preciso de mais cem para pagar. Só assim ele se verá livre do contrato que o obriga a se casar com Seyoon.

O sorriso de Taemin murchou por completo. Agora ele tentava ocultar um semblante enfurecido. Mas a julgar pela respiração pesada, era difícil não notar sua irritação.

— Então era isso. — afirmou com desprezo na voz. — Sinto muito mas não posso ajudar.

— Ah, tudo bem. — tentou se levantar mas foi impedido pelo maior.

— Não, não está tudo bem. — Passou os dedos nas pálpebras sorrindo abafado. — Você só pode estar brincando comigo.

— Eu não entendi.

Taemin suspirou buscando alguma paciência, o que não adiantou muito.

— Eu pensei que você tinha vindo aqui pra finalmente me aceitar em sua vida, mas na verdade só estava de olho no meu dinheiro e no que eu posso te dar. — Jimin arregalou os olhos, surpreso demais para reagir de imediato. — Eu tenho cara de idiota, Jimin ?

— Eu não estou de olho no seu dinheiro! — respondeu completamente ofendido. — É pelo Jungkook. Ele é seu amigo.

— Ele é meu amigo sim. Mas por causa disso eu tenho que abrir mão de uma fortuna pra limpar as cagadas que ele faz ?! Jungkook é um adulto com malditos trinta e dois anos. Ele que arrume um jeito de sair dessa.

— Tudo bem, já entendi. — se desvencilhou do mais velho e seguiu até a porta. — Obrigado por sua atenção.

Assim que o ruivo saiu, Taemin sentiu vontade de chutar a mesa de centro, mas lembrou-se que o móvel pertencia a empresa e com certeza custaria os olhos da cara.

Jimin caminhou alguns passos sem uma direção certa. Sabia que aquilo seria uma péssima ideia, e se arrependera de ter dado ouvidos à Taehyung.
Por coincidência, acabou chegando na praça de alimentação. Sempre que ficava estressado e nervoso ele gostava de comer alguma doce, para se acalmar.

Ele passou os olhos pela vitrine, se perguntando qual seria o mais gostoso. Claro, nenhum daqueles era mais gostoso do que os vendidos na Kookie's, mas era o que tinha naquele momento. Estava prestes a fazer seu pedido quando ouviu uma voz estranhamente conhecida ao seu lado.

— Jimin ?

O ruivo lançou um olhar para o lado, e ficou surpreso ao se deparar com o pai de Seyoon parado ao seu lado.

— Sr. Oh ?

O mais velho confirmou sorrindo, oferecendo-lhe a mão para um cumprimento.

— Quanto tempo. O que faz por aqui ?

— Vim falar com um amigo, mas não deu muito certo... Mas nossa, o senhor ainda se lembra de mim.

— Mas é claro, você foi a única coisa agradável daquele jantar insuportável. — Jimin sorriu envergonhado. — Já escolheu ? Se não, permita-me indicar essa tortinha de limão. É a melhor.

— Bem, vou confiar na sua indicação. — respondeu com um sorriso.

— Mocinha, coloque-me duas tortinhas de limão, por favor. — o mais velho inquiriu a atendente e logo ele recebeu os doces em um pequeno pote. Ele se dirigiu à uma mesa e Jimin o seguiu. — Você disse que não deu certo sua conversa com seu amigo. Por que não ? — Jimin o olhou hesitante. — Perdoe-me, não precisa responder. Sempre fui um velho enxirido.

— Tudo bem... É que a história diz respeito à sua filha também...

— Hm. Seyoon... Entendo. — ele lembrou-se que no jantar, Jimin fôra apresentado como namorado de Jungkook. — Não se acanhe por isso. Vejo que precisa conversar. Pode falar, meu jovem.

Jimin respirou fundo e contou toda a situação para o mais velho. Ele não poupou detalhes em contar toda a história desde que conhecera o moreno até sua saga para conseguir quitar sua dívida.

— ... Eu só... — de repente não foi possível segurar as lágrimas. O mais velho retirou um pequeno lenço e o entregou. — Obrigado.

— Uma situação terrivelmente problemática. Cem mil não é pouco dinheiro. — Jimin concordou balançando a cabeça. — O negócio que minha companhia está prestes a fechar com a empresa dos Jeon me renderá bons frutos.

— Eu entendo...

— Em contrapartida, vejo que Seyoon não será feliz nesse casamento. Assim como Jungkook, e consequentemente você também não. — Jimin o olhou com o cenho franzido. — O filho mais novo dos Jeon é extremamente habilidoso no ramo dos negócios. Não entendo ao certo o motivo de ter sido afastado da empresa, mas eles certamente perderam muito com isso. Jungkook tem um dom e será grande. Estou disposto a entrar com todo o valor que falta para pagar a dívida e muito mais, se me aceitarem como um investidor da rede de confeitaria, e receber uma parcela nos lucros.

— O senhor quer dizer, um sócio ?

— Quase isso. Mas é por esse caminho. Eu entro com o capital e também recebo participação nos lucros obtidos. Mas não terei nenhum poder de decisão na empresa de vocês.

Jimin se perguntou se ele tinha o poder de decidir aquilo pelo moreno. Talvez não houvesse necessidade, o mais velho havia deixado bem óbvio que não poderia se intrometer em nada. E estava claro que ele também tinha boas intenções.

— Temos um acordo, então ? — Jimin o viu retirar um cheque e uma caneta de sua pasta. O menor apenas assentiu, vendo-o assinalar o papel e desliza-lo na sua direção. — Aqui está.

Os olhos do ruivo desceram até o cheque e ele engasgou ao contar a quantidade de zeros alí. O homem o entregou aquilo como se fossem alguns trocados.

— Calma, garoto. Respira. — ele inclinou o corpo para frente e deu algumas tapinhas em suas costas. — Ainda tem mais tortinhas se você gostou tanto. Tome, beba um pouco de água.

— E-eu não sei o que dizer... E-eu... Obrigado!

O mais velho sorriu fazendo um gesto de mão.

— Depois vou entrar em contato com você e Jungkook para acertar os valores. Agora ande, vá, monte em seu cavalo branco e salve o seu amor.

Jimin sorriu com a comparação divertida, e após algumas reverências e agradecimentos, ele correu sem saber para onde ir primeiro. Estava tão feliz que não notou a pessoa que passava em sua frente e esbarrou em uma mulher que carregava algumas pastas.

— Desculpa.

Os papéis estavam espalhados pelo chão, a mulher lançou um olhar extremamente bravo para o ruivo, mas quando percebeu quem era, sua expressão suavizou.

— Jimin ? — questionou Silvia, sorrindo confusa. — Que faz aqui, querido ?

— Eu consegui! — respondeu em um rompante de felicidade. — Eu tenho o dinheiro pra pagar a dívida do Jungkook! — de repente o sorriso tornou-se menor, e uma expressão confusa desenhou em seu rosto. — Só não sei o que fazer agora.

— Tenho acesso a todas as dívidas ligadas ao sobrenome Jeon. — Ela segurou a mão do mais novo e o guiou para sua sala. — Vem comigo.

Continua...

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