🍰
Quando Jimin abriu os olhos, ele sentiu que naquela manhã, a luz solar estava mais forte. Ele fechou os olhos para diminuir a irritação, e quando tentou levantar, sentiu uma dor aguda na sua cabeça. A princípio foi uma fisgada forte, que o fez cerrar os dentes. Ele permaneceu com os olhos fechados, e as pontas dos dedos ao lado da cabeça, na algura da têmpora, esperando a dor diminuir.
Com o tempo ela foi regredindo a intensidade, mas continuava chata e contínua, como se tivesse um coração batendo dentro do seu cérebro.
A porta do quarto se abriu, e ele fez uma nova careta de dor. Estava sensível não apenas visualmente, mas também com tudo o que ouvia. Tudo parecia estar a níveis sonoros elevados.
- Bom dia. - Disse Taehyung se aproximando do ruivo com um copo de água e um remédio para dor. - Toma, vai fazer você se sentir melhor.
- Obrigado. - Jimin colocou o comprimido na boca e o fez descer com um gole de água. - Que horas são ?
- Já passa das dez. - Respondeu despreocupado, sem olhar pro relógio.
- Céus! Como estou atrasado. - Ele tentou se levantar rapidamente, mas uma vertigem o atingiu fazendo-o sentar novamente.
- Calma, não vamos abrir hoje.
- Por que não ?
Ele hesitou.
- Porque não.
Jimin se questionou mentalmente qual seria o motivo mas resolveu não insistir. Estava feliz em ganhar outra folga naquela semana, pois não estavam fisicamente em boas condições para trabalhar. Ele ficou sentado ainda despertando de seu sono, enquanto o remédio não fazia efeito.
- O Jin lavou suas roupas. - Ele afirmou apontando pra cômoda. - Estão alí, dobradas. Tô na cozinha esperando pra tomarmos café.
Jimin assentiu e quando se viu sozinho no quarto, pegou suas roupas e seguiu até o banheiro. Após um longo banho relaxante, os incômodos da ressaca já haviam desaparecido, ele vestiu sua roupa e seguiu até a cozinha.
Taehyung estava sentado em uma cadeira, esperando por ele. Seus irmãos já haviam feito seu desjejum, e estavam na sala assistindo o telejornal matinal.
- Senta aí. - Indicou uma outra cadeira de frente para ele. - Eu não sei o que você gosta então pode se servir à vontade.
Jimin assentiu, sentando na cadeira indicada. A mesa estava farta, com queijo, pão, algumas fatias de bolo, frutas, café e leite. Eram tantas as opções que ele não sabia qual escolher primeiro.
Por fim, ele decidiu pegar primeiro uma fatia de bolo. Assim que deu a primeira mordida, ele franziu o cenho sentindo um gosto familiar. Taehyung arqueou as sobrancelhas surpreso e sorriu pequeno, esperando que ele terminasse de comer.
- Esse bolo foi da Kookie's ?
- Sim. - O mais velho assentiu. - Não sabia que você iria reconhecer o sabor.
- Bem, não é querendo me gabar mas... - Deu um gole no café. - Meus bolos são muito bons mesmo. Difícil não reconhecer uma delícia dessas... - Concluiu, dando mais uma mordida.
Taehyung deu de ombros, servindo-se com uma fatia do mesmo.
Neste momento, Namjoon se levantou do sofá e volta a cozinha. Ele pegou um copo e abriu a geladeira, servindo-se com água.
- Hoje não era o seu dia de folga, e você está aqui, despreocupado e tomando café na minha casa. - Se falou com o ruivo. - Espero que esse tipo de coisa não se repita, Jimin.
- Desculpe sr. Kim. - Ele abaixou a cabeça envergonhado.
- Não me entenda mal, a vida é sua e você faz dela o que bem entender. Mas você ainda está cumprindo seu aviso prévio, e precisa ser responsável pelo tempo que permanecer trabalhando em nossa sorveteria. - Jimin assentiu ainda com a cabeça baixa. - E saiba que o dia de hoje será descontado do seu salário.
- Tudo bem, eu entendo sr. Kim.
- Não. - Taehyung entrou na conversa. - Você não pode fazer isto. Eu não abri a sorveteria, como ele iria trabalhar ?
- Mas ele não foi.
- Não faria nenhuma diferença se tivesse ido. Você não pode descontar de um funcionário o dia de trabalho, se nem ao menos abriu as portas do estabelecimento.
Namjoon comprimiu os lábios, olhando pro mais novo desconfiado, com seus olhos centrados. Ele pensou em dizer algo mais, mas optou por voltar a sala em silêncio.
Jimin pegou o celular que estava em seu bolso, com a carga baixa e quase desligando. Sua intenção era ver a hora, mas quando viu as inúmeras ligações não atendidas de sua mãe, sentiu seu coração disparar.
- Meu deus!
- O que houve ?
- Minha mãe me ligou e eu não atendi. - Taehyung o olhou com o cenho franzido. Jimin virou a tela do celular para mostrar as quase trezentas ligações não atendidas. - Olha só.
- Ela deve tá bem preocupada. Melhor você retornar.
- Você tem razão. - Ele girou a tela para si mesmo e buscou o contato salvo de sua mãe.
No primeiro toque Eunjin atendeu.
- Alô ? Jimin ?!
- Sou eu, mamãe. - Respondeu com voz baixa.
- Meu filho, onde você está ? Eu fiquei te esperando até tarde e você não chegou. - A voz da mulher soava como se tivesse se acordado naquele momento. - Eu fiquei tão preocupada que mal preguei os olhos.
- Eu estou bem, mamãe. Desculpa não ter ligado. Eu cheguei tão... - Jimin não costumava mentir pra sua mãe, mas naquele momento ele sentiu imensa vontade. Ele não iria fazer isso. Mas estava morrendo de vergonha de falar que estava tão bêbado que nem ao menos lembrava de como conseguiu chegar na casa dos Kim.
- Minie ?
Antes que o ruivo pudesse responder, Taehyung pegou o celular de sua mão.
- Oi, sra. Eunjin, eu sou aquele garoto que apareceu na confeitaria naquele dia, lembra ? - A mulher puxou na memória e se lembrou do dono daquela voz grave.
- Oh, sim, me lembro.
- Então, a culpa foi toda minha na verdade. Ele chegou tão cansado de tanto que a gente dançou e se divertiu, que eu o convenci de ligar agora de manhã, depois do café.
- Ele se divertiu ? Estava feliz ?
- Sim, senhora. - Ele pôde ouvir um suspiro de alívio do outro lado da linha.
- Se é assim então tudo bem. Fala pra ele que não se atrase pro almoço. E que eu o amo muito.
- Claro, eu falo... Tchau.
- E então ? - Jimin perguntou roendo a unha do dedo polegar.
Taehyung suspirou, devolvendo o celular do ruivo.
- Sua mãe é... Legal. - Jimin sorriu concordando. - Ela pediu pra dizer que não se atrase pro almoço e que te ama muito.
Jimin sorriu ainda mais sentindo seu corpo mais quentinho, como se tivesse acabado se receber um abraço carinhoso, através daquelas palavras.
- Então eu já vou indo. - Afirmou se levantando. - Eu gostei muito de ontem. Ainda não acredito que dancei no meio de tantas pessoas.
- E você foi até o chão.
- Meu deus... - Escondeu o rosto sentindo as bochechas corar.
- Eu também gostei. Quer dizer, menos da parte que você quase vomitou em mim.
- Ai, desculpa...
- Tudo bem. Ah, quase me esqueci - Ele tirou um pequeno cartão do bolso. - Você conhece algum Lee Taemin ?
- Ele é amigo do Jungkook. Por que ?
- Ele pediu pra você ligar pra ele.
— Como... ?
— Ele tava na casa noturna.
Jimin pegou o papel e o estudou pensativo. Afinal, o que será que ele queria consigo ?
Ele guardou o cartão no bolso e após ser acompanhado até a porta pelo mais velho, ele pegou um ônibus a caminho de sua residencia.
Assim que chegou em casa, encontrou quatro grandes malas na sala, próximas do sofá. Eunjin estava na cozinha terminando de fazer o almoço, ele rumou em sua direção, mas na metade do caminho seu corpo bateu conta o de Jungkook.
Jimin só não foi jogado para trás, porque o mais velho agiu rápido segurando seus braços.
— Desculpa. Você está bem ?
— Estou. — Ele viu uma outra pequena mala na mão do maior. — Ah, você está indo hoje...
— Sim. — Jungkook esperou que ele dissesse que não precisava mais ir embora, mas Jimin se manteve em silêncio, e no fundo ele sabia que daquele jeito seria melhor. Ele soltou um suspiro. — Soube que saiu com um amigo ontem.
— Ah, sim, eu saí pra dançar um pouco... — O moreno lhe olhou com as sobrancelhas curvadas, como se estivesse triste e decepcionado. Jimin entendeu que ele pensava que o "amigo" se tratava de um possível namorado e logo se explicou. — Oh, não é o que está pensando. Você o conhece, ele é dono da sorveteria que trabalho. Seu nome é Taehyung...
Neste momento, Eunjin ouviu a voz de Jimin um pouco mais alta e apareceu na porta cozinha para ver se seu filho realmente havia chegado. Quando confirmou, ela se aproximou de ambos.
— Quer ajuda pra levar elas ? — Ela perguntou ao maior.
— Não é necessário. — Sorriu agradecido. — Obrigado por terem me recebido tão bem. Foi por pouco tempo, mas foi a primeira vez que me senti em um lar de verdade. Peço desculpas por todo e qualquer aborrecimento que causei. Deixei meu novo endereço em um bloco de notas na bancada da cozinha, caso precisem de ajuda não hesitem em procurar.
Jimin se manteve com o rosto erguido o tempo todo, tentando ao máximo segurar o choro. Com certa hesitação, ele se aproximou de Jungkook e o abraçou pela cintura.
— Você foi um bom inquilino. — Jungkook retribuiu o abraço, passando os braços pelos ombros do menor.
O moreno não teve forças para responder, apenas sentindo e aproveitando ao máximo os últimos segundos sentindo o calor do corpo de Jimin junto ao seu.
— Independente de qualquer coisa, você vai encontrar um lar aqui, sempre que precisar. Conte comigo.
— Com a gente. — Jimin a corrigiu, ele separou o abraço e olhou no fundo dos olhos do moreno. — Eu só desejo que você seja muito feliz, Jungkookie.
Sentindo os olhos se encharcarem de lágrimas, Jungkook virou-se de costas para que os outros dois não lhe vissem chorar. Ele fungou, seguindo até suas malas, pendurou duas nos ombros e as demais puxou com as duas mãos.
— Obrigado por tudo. — Tentou manter a voz firme, mas falhou na última palavra.
Com pressa, ele seguiu até a porta e saiu sem olhar para trás. Assim que a fechou, ele respirou fundo, engolindo um soluço e sentindo as lágrimas descerem uma atrás da outra.
Dentro da casa, Eunjin abraçou seu filho que já não conseguindo segurar o choro, deixou-se levar pela tristeza.
— Mamãe, por que isso tá acontecendo ? — Ele soluçava, com o coração apertado e sentindo vontade de correr atrás do moreno e pedir para que ficasse.
— As vezes a vida é cruel meu amor. Perdemos uma coisa, e ganhamos outra.
—
Tá falando do papai ? — Jimin fungou e a mulher assentiu. — Ah, eu também acho que ganhei um amigo.
— Isso é ótimo meu amor!
— Quer dizer, eu não sei bem se ele é meu amigo. — A mais velha franziu o cenho sem entender. Logo, ele tentou explicar. — Ele não gostava muito de mim...
— Por que não ? — Seu questionamento foi sincero e além de qualquer curiosidade. Jimin é um garoto extremamente doce e agradável, é realmente difícil de entender como alguém não sentiria nenhum tipo de simpatia por si, mesmo que mínima.
— Eu não sei. Eu até tentei, mas ele nunca quis ser o meu amigo. — Respondeu sincero e com um pouco de tristeza. — O namorado dele é o Hobi, lembra que te disse que ele viajou pro Japão ? Então, ele ficou muito triste e se sentindo muito sozinho. Bom, com tudo o que aconteceu, eu também acabei ficando sozinho, e muito triste... Então acabou que nós dois ficamos fazendo companhia um ao outro.
Eunjin puxou na memória os nomes, e ligou algumas conversas que teve com seu filho. Ela suspirou, ficando séria.
— Jimin, por acaso este garoto é aquele que maltratava você ?
— Eu sei o que parece, mas, ninguém é de todo ruim, mamãe. Eu sei que ele também é uma boa pessoa. Eu não tenho muitos amigos, também estou com saudades do Hoseok. Ontem foi tão divertido.
— Você tem um grande coração e eu me orgulho muito disso. Mas não deixe as pessoas se aproveitarem disso, está bem ?
— Não vou.
— Certo. Me ajuda a terminar o almoço ? — Jimin assentiu e ambos foram para a cozinha, cozinhando juntos como sempre gostaram de fazer.
🍰
Durante a noite, Jimin jogava um de seus jogos favoritos a fim de se distrair, havia se esquecido do pedido que Taemin e só lembrou porque um dos diversos nomes de usuários, era parecido com o do mais velho.
Ele desconectou do jogo e sentou na cama, salvando o contato pois sabia que não era muito organizado com suas coisas, e poderia perder o cartão. Não fazia ideia sobre o que ele queria falar consigo, hesitou por alguns minutos até finalmente iniciar a ligação.
O número chamava mas ninguém atendia. Talvez estivesse ocupado, ou apenas passou o número por engano, achando que eles ainda estavam juntos. Quando estava prestes a desistir, alguém atendeu do outro lado.
— Lee.
— Uh, você pediu pra eu te ligar ?
— Jimin é você ?
— Sim.
— Eu esperei sua ligação durante todo o dia inteiro. Fiquei muito preocupado quando deixei você na casa de um amigo seu. Como você está ?
— Estou bem, obrigado.
— Eu só acredito vendo. Amanhã você está livre ?
— Não, amanhã eu trabalho como em todos os outros dias. Por que ? Não precisa ficar preocupado.
— Certo, mas, há uma coisa que preciso falar com você.
— Pode dizer.
— Não, Jimin. — Sorriu amarelo. — Precisa ser pessoalmente.
— Hhm... — Estava claro a falta de vontade do ruivo em concordar sair com o mais velho. Mas Lee estava disposto à isso e insistiria até que ele aceitasse.
— É sobre o Jungkook. — E ele sabia justamente como conseguir isso.
— Aconteceu alguma coisa ?
— Uhm, sim... Mas não posso te contar por ligação, eu realmente preciso falar com você.
— Certo, então amanhã à tarde eu acho que posso. Depois do expediente.
— Ótimo. Onde posso te encontrar ?
— Pode ser na pracinha perto do departamento de polícia ? A sorveteria não fica muito longe de lá.
— Claro. Para mim não há nenhum empecilho. Nos vemos lá então, amanhã à tarde ?
— Sim. — Jimin confirmou e por um instante, ele pode jurar que o outro festejou do outro lado da linha.
Após encerrar a ligação, o ruivo se perguntou o que poderia ter acontecido com Jungkook. Ele pensou em ligar para o moreno, mas desistiu da ideia sabendo que, se quisesse lhe contar algo, ele mesmo teria ligado.
Não era orgulho. Ele apenas não queria parecer um ex-namorado pegajoso que não aceitava o término. Iria respeitar seu espaço, mas não podia evitar de ficar preocupado, depois do que Taemin lhe contou.
🍰
Na manhã seguinte, Jimin acordou cedo, tomou café com sua mãe e seguiu para a sorveteria ouvindo músicas em seu fone de ouvido, enquando cantarolava caminhando até seu local de trabalho.
Sentiu falta da companhia de Jungkook, do tempo em que seguiam juntos todos os dias para o trabalho. Mas ele teria de se acostumar. Aquela era a sua nova realidade e quanto mais cedo aceitasse isso, melhor.
Não podia chorar pra sempre.
Quando chegou na sorveteria, Taehyung havia acabado de abrir as portas com a ajuda de seu irmão Namjoon à cerca de alguns minutos. Chanyeol estava com um pano limpando as mesas, Jimin pegou mais um e se juntou ao serviço, antes dos primeiros clientes começarem a chegar.
Após a jornada de trabalho, ele seguiu até a pracinha onde havia combinado encontrar-se com Taemin. Esperou pelo mais velho por cerca de vinte minutos, até que o viu caminhando em sua direção, vestido assim como Jungkook na primeira vez que o viu.
— Desculpe pelo atraso, fiquei preso em uma reunião.
— Tudo bem. — Sorriu de canto.
Jimin não sabia se permanecia sentado no banco, se levantava e lhe oferecia a mão para cumprimentá-lo. Se perguntava sobre Jungkook ou se esperava que o próprio Lee tocasse no assunto.
Por fim, ele se levantou, visto que o outro permaneceu de pé depois que chegou. Ele sentiu a sua mão ser puxada para um aperto, e o mais velho se inclinou para cumprimentá-lo com um beijo na bochecha.
O ato pegou o ruivo de surpresa, e de algum modo ele se sentiu desconfortável com aquilo. Em uma tentativa de deixar o clima um pouco menos estranho, ele decidiu ir direto ao ponto.
— O que queria falar comigo de tão importante ?
— Eu soube do término de vocês, eu... — Jimin abaixou o olhar. Aquele era um assunto delicado que ainda lhe causava grande tristeza. — Mas não foi sobre isso que vim falar com você. Pra falar a verdade, também não é nada que tem relação com o Jungkook.
Jimin ergueu o rosto com o cenho franzido. Incrédulo com aquela confissão.
— Você mentiu. — Constatou o óbvio, sentindo-se enganado.
— Eu sei, me perdoe por isso. Eu só queria poder ter a chance de falar com você. Por favor, sente-se. — Pediu.
Ele sentou no banco em que Jimin estava e segurou seus antebraços com certo cuidado, puxando-o para baixo, o fazendo sentar.
Jimin permaneceu com os braços cruzados, chateado por ter sido enganado por uma mentira envolvendo Jungkook.
— Eu sinto muito pelo seu término. — Ele continuou. — Sei que está com uma sensação de perda, eu já passei por isso. Mas você vai perceber com o tempo que algumas coisas você não perde, você se livra.
— Não entendi o que você quis dizer com isso.
Taemin suspirou e sorriu anasalado.
— Não precisa entender. Apenas saiba que estou do seu lado. — Ele pensou em acariciar o rosto do ruivo, mas se conteve, colocando sua franja atrás da orelha. — Você é muito lindo.
Ele sentou mais próximo de Jimin e o mais novo teve que inclinar o corpo para trás, tentando manter um pouco do seu espaço pessoal.
— Obrigado.
— Desde a primeira vez que te vi, senti vontade de te chamar pra sair. Mas como você já estava com o Jungkook eu não achei certo.
— Eu não...
— Escuta — Interrompeu, sabendo que receberia um não mesmo antes do convite. —, entendo que ainda está muito recente, Jungkook é meu amigo... E você também, Jimin. Não se sinta pressionado a nada, eu só queria olhar nos seus olhos e dizer que pode contar comigo.
— Era só isso mesmo ?
— Apenas isso. — Confirmou, sorrindo gentil. — Mas é claro que quando você se sentir à vontade, a gente pode, quem sabe, pegar um cinema ?
— Como amigos ?
— Claro. Como amigos.
Jimin assentiu.
— Tudo bem, então.
— Ótimo. — Taemin ficou mais alguns segundos olhando seu rosto, imaginando como seria beijar aqueles lábios cheios e tão convidativos. — Deixa eu te levar pra casa.
— Uh, eu não estou indo pra casa agora.
— Tudo bem, levo você pra onde quiser.
🍰
O último lugar que Taemin esperava levar o ruivo, era para a confeitaria de Jungkook. Pensou em partir assim que Jimin descesse do seu veículo, inventaria uma desculpa qualquer. Uma reunião de última hora. Apenas para não ter de explicar o que estava fazendo com Jimin no seu carro.
— Obrigado pela carona.
— Não há de quê.
Jimin livrou-se do cinto e abriu a porta, mas parou seus movimentos quando notou que Taemin permaneceu parado.
— Não vai entrar ?
— Uh... — Ele olhou pro relógio e fingiu tentar lembrar de algo. — Acabei esquecendo que tenho uma reunião importante daqui alguns minutos. Infelizmente não posso me atrasar. Fica para uma outra hora.
— Entendo. — Jimin finalmente desceu, fechando a porta e dando tchau com a mão enquanto o mais velho partia para sua "reunião".
O ruivo entrou na confeitaria e seguiu até os fundos, para conhecer pela primeira vez, a cozinha recém construída.
Parado na ombreira, ele viu sua mãe conversando com duas outras pessoas, acertando alguma coisa enquanto falava apontando para um caderno com coisas escritas. Ele esperou que Eunjin terminasse seu raciocínio, e quando ela ergueu o rosto para despachar os dois funcionários para seus serviços, notou seu filho parado na porta lhe observando.
— Você chegou. — Recebeu-o com um beijo na bochecha. — Preciso que cuide da confeitaria um pouco, Jungkook teve que sair pra resolver uma questão importante. Eu fico com a cozinha.
— Que questão importantes ?
— As coisas estão indo muito bem, Minie. Eles estão amando nossos bolos. — Ela sorriu orgulhosa. — Ainda não é certo, mas parece que vamos abrir uma nova loja em outra cidade.
Jimin recebeu a notícia com alegria. Pelo menos isso estava dando certo.
Com o avanço no tratamento do seu pai, o sucesso que estava sendo a confeitaria. Jimin pensou que sua mãe poderia estar certa, afinal. É verdade que coisas ruins acontecem às vezes, mas coisas boas também. Ele queria ficar feliz, e até estava pelos outros, mas ainda assim, no fundo ele sentia um vazio enorme dentro de si, e esperava que esse sentimento diminuísse com o tempo.
Continua...
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro