Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo Dez

— Está feito. — Youngjae anunciou, ao encerrar a ligação. — Eles estão o encaminhado para o centro cirúrgico agora mesmo, para depois tranferi-lo para um outro hospital de referência.

Hana suspirou cheia de si, enquanto passava os olhos pela segunda vez, nos documentos assinados por Jungkook. Ela se aproximou do filho passando a ponta dos dedos sobre a mesa e parou a alguns centímetros dele.

— Você sempre pode contar com sua família. — Ela tentou iniciar um diálogo com Jungkook, mas ele mantinha os olhos fixos na perna da mesa e os pensando longe. — Eu acabei de ajudar não apenas com um tratamento para este pobre infeliz, mas com seu futuro, filho. Imagine o mundo de sucesso que te aguarda, assim que unir-se a família dos Oh.

— Preciso de um pouco de ar. — Jungkook se levantou subitamente da poltrona, fazendo Hana recuar alguns passos.

Youngjae observou o filho sair com pressa do escritório. Ele sentiu-se mal por ele, e gostaria que as coisas não seguissem dessa maneira. Mas ele não passava de um capacho manipulado pela esposa. Não tinha coragem para enfrentá-la.

Ele olhou para Hana, sentindo vontade de contradize-la, falar em defesa do filho mas limitou-se a negar com a cabeça.

— O quê ? — A mulher o enfrentou.

— Acho que está colocando seus interesses acima das necessidades do nosso filho.

— Ah, você acha ? — A mulher caminhou até estar de frente ao marido, encarando-o com seus olhos frios e penetrantes. Ele, por outro lado, não conseguiu manter o olhar por mais que alguns segundos, olhando para qualquer outro ponto do escritório. A ação não passou despercebida por Hana. — Você não passa de um banana. O nome dessa família já teria ido para a lama se não fossem por meus esforços. — Ela suspirou voltando a se afastar e dando à Youngjae a chance de recuperar sua postura, que facilmente se quebrava diante da imponência de sua mulher.  — Tenho algumas ligações a fazer. — Ela concluiu, esperando que Youngjae entendesse e saísse por conta própria do cômodo.

Ele assentiu e logo deu à sua esposa a privacidade que ela desejou. Na esperança de ainda encontrar seu filho caçula nas dependências da mansão, Youngjae correu até o jardim para tentar alcançar e ter uma conversa com Jungkook. Mas segundo alguns empregados, o moreno já havia partido há alguns minutos.

A Youngjae, apenas restou lamentar pela sua falta de coragem para defender os interesses de seu próprio filho.

Agora, Jungkook já estava distante o suficiente para que uma conversa fosse possível. Ele se encontrava dentro de um carro particular a caminho do hospital.

— Eu não iria aceitar esta corrida. — O motorista quebrou o silêncio. — Mas estou precisando do dinheiro para as sessões de fisioterapia para o meu joelho.

Jungkook demonstrou nenhum interesse nos problemas particulares do motorista. Ele mesmo tinha seus próprios infortúnios.

Mesmo sendo ignorado, o motorista seguiu com seu monólogo.

— Sabe quantas sessões eu fiz só para poder conseguir mover um pouco o joelho ? Dez, cara! E o desgraçado cobra caro pra... Droga de semáforo! — Ele acelerou o veículo a fim de conseguir passar antes de ser obrigado a pagar pelo sistema de trânsito.

Foi por pouco, mas por uma questão de segundos, o motorista de aplicativo não causou um grave acidente. Uma picape que vinha pela via da direita freiou antes que o pior acontecesse.

No fim, o que ficou para trás foram apenas os gritos do motorista da picape xingando o homem imprudente e sua buzina berrando com fúria.

— Você viu a cara daquele trouxa ? — O motorista riu observando pelo retrovisor.

— Seu imbecil estúpido do caralho! — Jeon gritou socando as costas do assento do motorista.

— Relaxa aí, cara. Não aconteceu nada demais.

— Se acha muito esperto não é, babaca ? É por causa de idiotas como você, que acidentes acontecem!

— Quem você pensa que é para gritar comigo no meu carro ? — O homem parou o veículo bruscamente, abriu a porta e em seguida abriu a do passageiro. — Desça! Sua viagem termina aqui.

No mesmo instante, Jungkook removeu o cinto de segurança e saiu cheio de fúria na direção do motorista, fazendo-o regredir os passos conforme o moreno raivoso se aproximava.

— Seu merda! — Rugiu, segurando o motorista pelo colarinho e o jogando com violência contra a parede de um prédio. — Você não só colocou a minha vida em risco, como a de outras pessoas inocentes! — Ele socou a parede, ao lado da cabeça do homem.

— Eu vou chamar a polícia. — O homem ameaçou. Ele engasgou ao sentir a mão do moreno acercar sua garganta e apertar com força, restringindo a circulação.

— Você vai chamar a polícia ? — Jungkook perguntou entredentes. — Chama. Tô esperando. — Ele ficou observando o motorista por alguns segundos, e a única resposta que obteve foram os murmúrios de engasgo do homem. Ele então o jogou contra o próprio carro, e quando caiu, o homem se encolheu com medo. — Eu vou pagar pela desgraça da corrida e você vai me levar para a porra do meu destino ou eu juro que parto sua cabeça em duas e você nunca mais vai ultrapassar um sinal vermelho na porcaria que você chama de vida!

Ele tossiu desesperado em busca de oxigênio, e com as mãos trêmulas de medo, o homem assentiu e sentou-se no banco do motorista. Ele levou alguns segundos até se recompor, passou uma toalha no rosto limpando o suor e penteou o cabelo para trás usando os dedos.

Durante o restante do caminho, ele se limitou a dirigir respeitando o limite de velocidade e seguindo estritamente todas as demais leis de trânsito.

Após chegar no seu destino, Jeon retirou algumas notas e jogou na frente do motorista, bateu a porta ao descer e caminhou a passos pesados para dentro do hospital.

— Senhor — Uma funcionária o chamou, ao vê-o caminhar na direção do elevador. —, o horário de visitas terminou há uma hora.

— Eu só preciso falar com uma pessoa.

— Senhor, infelizmente não vai ser possível. Peço que consulte as normas para visitantes e volte um outro dia.

— Porra... — Grunhiu frustrado, sem se preocupar em diminuir o tom de sua voz. — Eu só quero saber como uma pessoa está, cacete! — Com receio, a mulher manteve-se distante. Ela apertou a prancheta que carregava com o nome de alguns pacientes. — Por favor ? — Cerrou o maxilar.

A mulher consultou as horas em seu relógio de pulso e em seguida, estudou o homem parado à alguns metros distante de si. Ele parecia desesperado e não tinha a cara de quem aceitaria um não como resposta.

A moça estava no início de seu turno, e não queria um problema maior do que poderia lidar, quando apenas precisava buscar informações sobre este tal paciente que o moreno tanto ansiava, a ponto de tentar seguir caminho livre até os andares superiores, onde pacientes mais graves estavam internados.

— Tudo bem, venha comigo. — Ela caminhou até a recepção do térreo, o moreno a seguiu. — Qual o nome do paciente ?

— Park Dakho.

A mulher se dirigiu a uma colega que estava sentada diante de um computador.

— Yuri, pode me fazer um favor ? — A mulher assentiu. — Busque nos registros o prontuário de um homem chamado Park Dakho.

Yuri acessou as informações no computador e logo obteve todos os dados atualizados sobre o atual estado clínico do pai de Jimin.

— Aqui — Ela virou a tela do computador para a outra funcionária.  — Ele está em cirurgia e será transferido para o Hospital Real assim que for estabilizado.

Jungkook suspirou.

— Obrigada, Yuri. — A funcionária, que na verdade se tratava de uma enfermeira se afastou sendo seguida pelo moreno. — Ponto senhor, agora pode por favor obedecer as regras do hospital e voltar um outro dia ?

— Obrigado. — A mulher assentiu e logo garantiu que ele realmente não iria passar da recepção, informando a situação à segurança.

Visto que não conseguiria ver Jimin naquele dia. Ele saiu do hospital e sentou na escadaria lateral que dava acesso ao prédio. Poderia ligar para seu celular, mas não estava certo de como reagiria diante dele.

Então ele ficou alí, sozinho com seus pensamentos.

Àquela altura, quando seu sangue finalmente esfriou, era praticamente impossível controlar as lágrimas. Elas desciam copiosamente em suas faces. Ele nem sequer se dava o trabalho de secá-las.

Vez ou outra, pessoas que estavam como acompanhantes passavam por ele, com o desejo de esticar as pernas caminhando um pouco. Algumas o olhavam solidárias, se perguntando o que poderia ter acontecido. Outras ignoravam sua existência.

— Aconteceu alguma coisa, amigo ? — Uma das pessoas que por alí passou, resolveu verificar. — Você perdeu alguém ? — A pergunta era justamente por ele estar chorando na frente de um hospital. — Quer conversar ?

— Não. — Foi curto. De fato, ele apenas gostaria de ficar um tempo sozinho. Não se sentia a vontade chorando, e diante de estranhos o fato seria pior.

— Tudo bem, então. Que deus lhe conforte.

A pessoa se retirou, deixando o moreno torturando-se, com sua tentativa falha de encontrar uma resposta que justificasse tudo o que levava ao atual momento em sua vida.

Julgava-se um cretino por sentir um pouco de arrependimento, afinal, ele teria que por um fim na história que estava construindo ao lado do amor de sua vida. Em contrapartida, era a vida do pai de Jimin que estava em risco. O ruivinho perderia o pai para sempre. Ele iria morrer com certeza se não tivesse buscado o auxílio financeiro que só seus parentes poderiam lhe dar.

Alguns passos soaram na calçada atrás de si, mas ele ignorou achando que se tratava de mais algum transeunte que acompanhava algum paciente, mas a voz gentil e conhecida o fez girar a cabeça para ter a certeza de que não estava ouvindo coisas.

— Eu te procurei por todo o lugar. — Jimin suspirou ao ver o moreno ali, sentado diante de si. — Por que saiu sem falar comigo ? — Antes que Jungkook pudesse se levantar, Jimin se sentou no degrau ao lado dele.

— Achei que vocês precisavam de um momento à sós entre família.

— Jungkookie, do que está falando ? Você também é minha família. Nunca mais pense o contrário. — Jungkook mantinha a cabeça baixa, tentando esconder seu semblante de choro. Mas a cada palavra doce que Jimin soltava, era como uma tortura que lhe sufocava, apertava seu peito, pois sabia que assim que lhe contasse sobre seu casamento com Seyoon, ele iria partir seu coração em milhares de pedacinhos microscópicos. — Você está chorando ? — Levou a mãozinha até uma de suas faces, fazendo-o erguer o olhar para si. — Jungkook, você está chorando... Não precisa ficar assim. — Ele passou os dedos por onde as lágrimas haviam marcado caminho. — Uma empresa fez um depósito em nome de uma instituição de caridade. Eu não sei por que, mas eles vão pagar todo o tratamento do papai. Isso não é maravilhoso ? Realmente existem pessoas tão boas neste mundo, não é Jungkookie ?

O moreno lhe dirigiu um pequeno sorriso e assentiu.

— Fico feliz em ouvir isso, meu pequeno. — Ele posicionou a palma no rosto de Jimin, e acariciou-o.

— O que foi isso na sua mão ? — Jimin questionou ao ver sangue nos nós dos dedos do mais velho.

— Não é nada, eu tropecei e me apoiei no chão com os punhos cerrados... — Ele pigarreou, mudando de assunto. — Como sua mãe está ?

— Mamãe está muito feliz. Ela foi pra capela do hospital agradecer pela ajuda. Como ela não sabe qual empresa foi responsável pela doação, ela foi agradecer diretamente pra deus e pedir que ele abençoe a alma caridosa que nos ajudou.

— Viu como tudo dá certo... — Ele terminou a frase com tom de choro, voltando a derramar lágrimas.

— Jungkook, meu amorzinho, não chora. Vai ficar tudo bem. — Ele puxou o corpo grande do moreno para si, passando a mão em seu cabelo enquanto ele chorava em seu colo mais uma vez.

— Eu te amo, Jimin. — Ele sussurrou entre soluços. — Por favor, não esquece disso.

— Por que você está falando assim ? — Jungkook ergueu o corpo e o fitou, tendo os dedos do menor limpando suas lágrimas de novo.

— Porque eu quero que saiba que você sempre será a pessoa mais importante da minha vida. Você é a razão que eu tive para continuar e começar tudo de novo.

— Eu também te amo. Mas por... — Ele foi interrompido quando Jungkook juntou seus lábios. O beijo foi molhado pelas lágrimas do moreno. Sem entender, Jimin apenas se entregou ao ósculo.

Eles ficaram por mais alguns instantes juntos alí sentados. Abraçados e em silêncio, cada um com seus pensamentos.

Alguns minutos depois, Jimin avisou a sua mãe que iria para casa e a mais velha concordou. Jungkook o levou e como ambos estavam muito cansados do dia que tiveram, não fizeram mais nada além de tomarem banho juntos.

Jimin adormeceu logo após alguns minutos.

O mesmo não se pode falar de Jungkook, que passou a madrugada inteira com o terrível sentimento de perda devorando sua alma.

🍰


Jimin acordou e automaticamente estendeu o braço esquerdo para seu lado, mas franziu o cenho ao notar que Jungkook não estava ao seu alcance. Ele abriu os olhos vagarosamente para se acostumar a claridade e virou-se devagar para enfim enxergar o cantinho em que o moreno passou a noite, vazio.

A casa estava silenciosa. Jimin então julgou que ele já havia saído para trabalhar. Mas quando se direcionava para a cozinha, tomou um susto quando viu uma silhueta grande sentada no sofá, de costas para si. Pelos fios negros ligeiramente crescidos, ele sabia que se tratava de Jungkook.

Ele sorriu se aproximando, inclinou o corpo descende as mãos pelos ombros e abdômen do mais velho, e lhe deu um beijo na bochecha.

— Bom dia. Pensei que já tinha ido. Você já tomou café ?

— Não.

— Então espera um minutinho que vou fazer alguma coisa pra gente comer.

— Jimin. — O ruivo girou para ele, sentindo a seriedade em seu tom de voz. O medo de que alguma coisa havia acontecido com seu pai o tomou. Como se advinhasse, Jungkook percebeu e lhe contou sobre uma ligação que havia recebido naquela manhã. Era Eunjin informando que a cirurgia foi um sucesso e que Dakho seria transferido naquela manhã para um outro hospital, para receber o melhor tratamento do país. O mais novo suspirou aliviado. Mas não por muito tempo... — Precisamos conversar.

Jimin se perguntou o que de tão grave teria acontecido para estar perturbando o moreno, deixando-o tão sério quanto jamais o viu.

— Aconteceu alguma coisa ?

Aquilo não seria fácil. Obviamente que não. O moreno passou praticamente a madrugada inteira pensando em um jeito de falar com ele, para que o magoasse o mínimo possível. Mas olhar para aqueles olhos castanho esverdeados, brilhantes,  saber que em alguns minutos eles estariam cheios de lágrimas fazia da missão praticamente impossível. Isto o corroía por dentro.

Não seria ele a secar suas lágrimas, mas o motivo delas.

— Todos os anos da minha vida, não compensa os meses que vivi com você. Antes de te conhecer eu era, digamos que uma pessoa que ninguém queria por perto. As pessoas costumam ter medo de mim, hesitam ao falar comigo. Mas você não. Você me enxergou além disso. Você me deu o melhor de mim. — Fez uma pausa engolindo o bolo que se formava em sua garganta. — Eu posso dizer que nasci de novo quando te encontrei, e não importa quantos anos passem, eu vou te amar até a eternidade.

— E-eu, eu não entendo porque está me dizendo todas essas coisas. — Jimin sentiu que aquela forma que Jungkook estava falando, aquelas palavras que deveriam lhe tocar e deixá-lo feliz, na verdade o deixou com uma sensação ruim. Uma aflição que crescia dentro de seu peito.

Jungkook sentiu que não podia mais adiar.  Ele puxou todo ar que pôde e soltou de uma vez:

— Não podemos mais ficar juntos.

Jimin franziu a sobrancelha minimamente, como se não tivesse ouvido direito. Ou como se aquelas palavras não fizessem o menor sentido, até porque, para ele realmente não faziam.

— Como assim ? Você... — Ele não sabia o que dizer naquele momento. Ficou paralisado olhando para o moreno, esperando ele dizer que era apenas uma brincando, de muito mal gosto. Mas Jungkook não teve coragem de repetir. — Você tá terminando comigo ?

— Estou. Eu sinto muito...

— Mas por que ? O que... O que eu fiz ? É por causa dos problemas que tenho te causado com a saúde do papai ? E-ele vai ficar bem, ele já...

— Não, você não tem culpa de nada.

— Então me diz, por que ? Por que, Jungkook ? O que aconteceu ? Fala pra mim. A gente pode conversar e... — Seus olhos estavam encharcados.

— Por favor... — Jungkook sussurrou. — Não torna isso mais difícil. Eu estou tentando fazer do jeito menos doloroso...

— Mas por que ? Eu não entendo...

Talvez, se Jimin passasse a odiá-lo, poderia esquecê-lo de forma mais rápida. Foi o que Jungkook pensou. E se fosse para ajudá-lo a superar tudo isso, ele poderia conviver com isto.

— Porque vou me casar com Seyoon.

— Eu pensei que você me amasse... — Falou baixo, quase como um sussurro.

— E eu amo. Amo muito, eu...

— Como você pode dizer que me ama, se agora mesmo disse que vai se casar com uma mulher ?

— Foi um erro. Eu... — Jungkook fechou os olhos, tomando coragem para terminar de falar o que – para ele –, era necessário para que Jimin sentisse raiva e o superasse mais depressa. — Eu não deveria ter me relacionado com você.

— Eu me entreguei pra você. — Jimin ficou de pé, dando alguns passos adiante enquanto tentava limpar as lágrimas que não paravam de descer espontaneamente. — Não só de corpo mas... — Um soluço cortou sua fala, e ele continuou: — Eu te dei meu coração.

— E eu o estou entregando de volta.

— Não, não está. Você o destruiu completamente. — Jungkook se levantou, tentando se aproximar. Mas Jimin retrocedeu alguns passos, se afastando. — Vai embora.

— Jimin...

— Eu não quero te ver. Nunca mais... — O moreno ainda ficou parado, o encarando. Mas Jimin insistiu. — Por favor, vai embora.

Assim que o moreno fechou a porta, Jimin se deixou cair no sofá e encolheu-se em seu assento, soluçando descontroladamente.

Jungkook saiu sem um destino certo. Mas sentindo que deveria ser punido por aquilo. Não seria capaz de bater em si mesmo, desse modo, ele facilmente conseguiu um jeito de levar uma surra arrumando briga com um grupo de homens que jogavam dominó em uma praça.

🍰

Depois de um bom tempo acompanhando a transferência e acomodação do marido no novo hospital, Eunjin estava realmente exausta quando atravessou a sala de casa, desejando tomar um banho relaxante e logo depois, deitar-se na cama e se permitir dormir por longas horas.

Contudo, ela notou com o canto dos olhos, uma figura deitada toda encolhida em seu sofá. O rosto estava escondido, enterrado em uma almofada, mas a cabeleira vermelha não deixava dúvidas que se tratava do seu único filho.

— Meu amor, você dormiu no sofá ? — Ela viu que o garoto respirava tranquilamente, e pela falta de resposta, não tinha conseguido acorda-lo. Ela então se aproximou e tocou em seu ombro, balançando-o levemente. — Minie, querido. Você está desconfortável aqui. Por que não dorme na sua cama, hm ? Vamos.

O menino tirou a almofada do rosto e quando ergueu a face para olhar a mãe, ela notou seus olhos inchados devido ao choro excessivo. Jimin olhou para a mais velha e instantaneamente sentiu vontade de abraça-la e chorar ainda mais.

— O que aconteceu, por que você estava chorando, Jimin ? — A ruiva perguntou séria, mas seu tom era leve.

— Jungkook terminou comigo, mãe. — Jimin desabou novamente, enterrando o rosto no ombro da mãe, que o abraçou de imediato. — Ele estava estranho e disse algumas coisas sem sentido.

— Oh, meu filho... Onde ele está ?

— E-eu mandei ele ir embora. — Ele levantou a cabeça para olhá-la. — Desculpa, eu sei que ele é um inquilino e precisamos do dinheiro.

— Tudo bem, querido. — Ela o tranquilizou, passando a mão em suas madeixas vermelhas. — Eu vou conversar com ele e resolver a questão do melhor jeito para todos.

Jimin encostou novamente a cabeça no ombro da mais velha, soluçando baixinho.

— Por que tá doendo tanto ?

— Meu amor, tem um livro que fala que, a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar. — Ela o abraçou com um pouco mais de força. — Se eu pudesse, tiraria toda essa dor de dentro de você, e sentiria eu mesma.

Ele chorou um pouco mais no colo de sua mãe, recebendo carinho e alguns conselhos. Um pouco mais tarde ela o aconselhou a tomar um banho relaxante e também fez o mesmo. Ele pegou emprestado o livro citado pela mãe e foi ler em sua cama, enquanto ela ficou no sofá, esperando que seu ex genro retornasse para casa.

Eunjin estava tão cansada que dormiu no sofá, e se assustou um pouco quando a porta de entrada foi aberta. Ela despertou de seu breve cochilo e olhou para trás. Seu queixo caiu, perplexa quando viu o rosto de Jungkook todo machucado.

O moreno a olhou desconfiado, já esperando uma bela discussão, imaginando que ela já ficou sabendo sobre o que aconteceu. Mas Eunjin não brigou. Ela caminhou até ele examinando seu rosto, com um semblante preocupado.

— Meu deus, o que houve com você ?

— Arrumei uma briga no caminho...

Eunjin suspirou.

— Sente-se no sofá. Eu vou buscar o kit de primeiros socorros.

Sem contestar, Jungkook fez o que a mais velha solicitou. Estava com os ombros encolhidos, sem saber ao certo o que lhe esperava. Mas estava disposto a aceitar qualquer retaliação.

— Nossa — Expressou enquanto cuidava de seus ferimentos. —, eles foram severos.

— Eu mereço... — Eunjin olhou em seus olhos cabisbaixos e apenas suspirou, voltando a fazer os curativos.

— Terminei. — Ela guardou o restante do material dentro de uma pequena maleta e a deixou em cima da mesa de centro. — Jimin me contou o que aconteceu, eu confesso que na hora eu me senti muito decepcionada com você. Lembrei das conversas que tivemos e de quantas vezes você me prometeu que cuidaria bem dele, e nunca iria magoá-lo. — Ela suspirou, ajeitando sua posição no sofá. — Mas olhando pra você agora, é perceptível que também está sofrendo com essa situação. Eu não entendo o que te levou a fazer isso, por isso não vou julgar. Eu acredito que depois de alguns dias vocês vão sentar para conversar e...

— Não. — Jungkook a cortou suavemente. — Não há nada que possamos fazer, Sra. Park. Eu não tenho... — Eu não tenho como pagar a dívida que fiz, para que seu marido pudesse ter o melhor tratamento no melhor hospital, e tivesse a chance de dançar com ele novamente. Que Jimin pudesse abraça-lo outra vez. Ele pensou, mas não poderia dizer aquilo. — Infelizmente não há nada que possa mudar isso.

Ele sentiu a mão da mais velha pousar suave sobre a sua.

— Você me disse para eu ter esperança quando tudo parecia que não tinha mais jeito. E eu tive. Um verdadeiro milagre aconteceu e Dakho está se recuperando bem da cirurgia, e ele ficará com o tempo... Agora eu digo pra você, Jungkook; tenha essa mesma esperança. Eu sei que tudo dará certo.

— Obrigado. A senhora é bastante compreensiva. Nota-se o porque do Jimin ser tão encantador.

— Eu gosto muito de você, Jungkook. O tenho como um filho. Mas entenda que sempre vou colocar o Minie em primeiro lugar na minha vida. — Ele assentiu. — É por isso que, eu acho que sua convivência nessa casa não vai ser boa para ele...

— Não se preocupe com isto, eu entendo completamente. Eu vou procurar um outro lugar.

Eunjin suspirou aliviado.

— Você pode ficar por uns dias, enquanto não encontra outro lugar pra ficar.

Ele assentiu agradecido.

🍰

No dia seguinte, Jimin acordou cedo para trabalhar, tomou café da manhã e rumou para a sorveteria.

— Decidiu tirar uma folga por si mesmo, ontem ? — Taehyung questionou.

Com a ausência de Hoseok, que estava se preparando para a longa viagem e estadia no Japão, agora quem cuidava do caixa era ele.

— Desculpe por isso. — Ele parou de cabeça baixa. — Pode descontar do meu salário.

— Ah, mas pode ter certeza que isso vai acontecer. Agora vai logo trabalhar que Chanyeol e eu sozinhos não estamos dando conta.

Jimin assentiu e se colocou a trabalhar.
Ele tentou ser o mais simpático possível com os cientes, mas o vazio que estava sentindo dentro si, o impedia de distribuir seu sorriso mais sincero.

Suspirou aliviado quando sua jornada de trabalho chegou ao fim, e voltou para casa, desejando apenas se trancar em seu quarto e chorar a vontade.

Quando chegou, encontrou sua mãe na cozinha fazendo bolos com Jungkook. Ele lavou suas mãos e se posicionou para ajudar.

— Jimin, você deve estar cansado, não precisa ajudar... — Jungkook arriscou.

— Mamãe — Jimin respondeu frio, como se o moreno não estivesse alí. —, fala para o meu sócio, por favor, que eu estou muito bem e que vou cumprir com minhas obrigações. Obrigado.

— Jungkook... Uh... — Sabendo que o moreno havia escutado muito bem, Eunjin ficou olhando-o sem saber o que dizer.

Ele assentiu.

— Eu ouvi sra. Park.

Durante os dias seguintes, a convivência entre ambos ficava limitada apenas à alguns esbarrões acidentais, e Jungkook sendo ignorado pelo ruivinho.

Jimin estava chateado, magoado, decepcionado... Ele acreditava que deste modo, ignorando sua existência, seria mais fácil para esquecer Jungkook.

Fazia quase uma semana que o término havia acontecido, e Jimin ainda estava chorando horrores. Ficava cabisbaixo e deprimido na sorveteria, mas não deixava de realizar suas tarefas e tentava nunca chegar atrasado ou deixar visível seu desânimo para os clientes.

Taehyung ignorou este fato por alguns dias, mas depois de observa-lo por uma semana, ele viu que aquilo estava virando rotina. Ele então decidiu perguntar para o ruivo o que estava acontecendo.

Mas como não eram íntimos, Jimin se limitou a dar algumas respostas vazias, que o mais velho supôs que eram apenas desculpas.

Então ele decidiu seguir por uma abordagem diferente.

— Jimin, você cuida do caixa. — O ruivo assentiu. — Preciso dar uma saída rápida.

Ele não sabia onde o ruivinho morava, mas lembrava-se perfeitamente onde ficava a confeitaria de Jungkook. E foi para lá que ele seguiu.

Quando chegou, entrou levando os olhos pela circunferência do local, procurando por Jungkook. Mas ao invés, ele encontrou uma mulher ruiva, com um rosto sorridente que lhe era bastante familiar.

— Com licença. — Ele se aproximou. — A senhora é a mãe do Jimin, né ?

— Sim. — Respondeu simpática.

— Meu nome é Taehyung, eu sou um dos donos da sorveteria que ele trabalha.

— Oh, aconteceu alguma coisa ?

— Não, não. Quer dizer, não sei. Ele anda meio, sei lá, deprimido... Geralmente ele é sempre sorridente, todo simpático. Tem uma aura positiva. Sei lá... Não que eu esteja preocupado, mas... Aconteceu alguma coisa ?

— Realmente ele não está muito bem, sabe ? Acabou de sair de um relacionamento recentemente. Está sendo muito difícil para ele.

— Entendo. Uhm, eu tenho que voltar ao trabalho, mas obrigado... ?

— Eunjin.

— Obrigado Dona Eunjin. Espero que ele fique bem.

Ela assentiu.

Quando ele voltou para a sorveteria, o movimento estava fraco, sem nenhum cliente. Jimin estava sentado na cadeira de uma das mesas com o queixo apoiado na mão, suspirando enquanto fazia um desenho invisível na mesa.

— Chany, pode ir pra casa. — Taehyung anunciou, caminhando até o freezer. — Não tem muitos clientes, vamos fechar cedo hoje.

— Quer ajuda pra...

— Não. Pode ir, o Jimin me ajuda. — Chanyeol assentiu e alguns minutos depois, saiu do estabelecimento.

— Nossa, essas coisas são bem pesadinhas... — Taehyung comentou, mas Jimin pareceu não ter escutado, e permanecia prestando atenção em algo mais importante em cima da mesa. — Não sei como vocês conseguem ficar trocando isso sempre.

Jimin foi despertado de seus pensamentos, quando o mais velho depositou um pesado pote de sorvete em cima da mesa. Sem entender, ele ergueu os olhos para Taehyung.

— Vamos comer o estoque ? — Ele perguntou segurando duas colheres.

— Mas, e... — O ruivo olhou para a porta do escritório.

Taehyung suspirou, sentando em uma cadeira de frente para ele.

— Não esquenta. Provavelmente estão se comendo em cima da mesa do escritório. — Jimin arqueou as sobrancelhas. — Foda-se. Vamos levá-los à falência. — Disse, entregando uma das colheres para o mais novo.

Taehyung encheu uma colher de sorvete de chocomenta e fechou os olhos, saboreando do doce gelado.

— Huummmm... Céus, que delícia.

Jimin fez o mesmo, pegando uma pequena porção timidamente.

— Fica melhor com alguma calda, né... — Ele esperou que Jimin indicasse uma.

— Doce de leite ?

— Perfeito. — Taehyung se levantou e foi até o estoque.

Jimin se perguntou por que o mais velho estava fazendo aquilo. Ele nunca tinha sido tão simpático com ele, e de repente estava lhe tratando como se fossem amigos. Era no mínimo estranho, mas ele estava gostando.

— Nossa. — Disse ele espalhando a calda dentro do pote e logo depois alguns confeitos de chocolate. — Isso é uma bomba de glicose.

Jimin riu.

— Isso vai dar uma dor de barriga...

Taehyung ignorou e pegou uma colherada do sorvete, dessa vez com um pouco de calda e alguns confeitos.

— Mas tá muito, muito bom. Prova. — Jimin fez o mesmo e assentiu, saboreando mais e mais do sorvete. — Eu soube do que aconteceu... Você e seu namorado. — O sorriso do ruivo murchou um pouco. — Desculpa, não é da minha conta...

— Tudo bem.

— Olha, eu acho que você não deveria derramar nem mais uma lágrima por causa dele. Nem se deixar levar pela tristeza. Você vivia muito bem sem ele, sempre foi feliz, eu via. Pode continuar sem ele. Eu sei que é difícil... — Fez uma pausa, lembrando do seu próprio relacionamento. — Mas quando você deixar ele ir...

— Está falando sobre o Hobi, né? — Taehyung assentiu.

— Sabe, Jimin... Meus pais me deixaram muito cedo. Eu só tinha cinco anos, foi bem difícil me acostumar a perda... Meus hyungs cuidaram de mim como se fossem meus pais. Então eu ainda cresci cercado de muito amor e carinho, mas com o tempo eles se trancaram em um mundo só deles, e eu fiquei meio de lado. Eles são a minha família e eu os amo muito. Mas isso foi um pouco doloroso, porque de certa forma eu me vi sozinho novamente. Não queria me apegar a mais ninguém, porque no fim das contas, sempre terminava sozinho... Mas aí eu conheci o Hobi, e você sabe como ele é. Eu me apaixonei fácil. Depois conhecemos o Yoongi e nossa... — Fez uma pausa, fazendo um gesto com a mão como se estivesse afastando o calor. — E agora, tá acontecendo outra vez. Eles vão embora pro Japão, e como sempre eu vou ser deixado.

Jimin se lembrou do livro que sua mãe havia lhe emprestado. E da citação que ela usou, e acabou fazendo o mesmo.

— Tem um livro que fala que, a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.

— Traduzindo; se apaixonou, tomou no cu.

Jimin riu outra vez.

— É, quase isso.

— Eu sei que não sou uma pessoa fácil de lidar. Mas isso é só uma máscara. — Ele confessou, seus olhos ficando marejados. — No fundo eu tenho tanto medo de perder as pessoas, que acabo me fechando e não deixo ninguém se aproximar de mim. E acabo machucando as pessoas ao meu redor.

— O livro também diz que, só se vê bem com o coração, e que o essencial é invisível aos olhos.

— O que isso significa ?

— Quer dizer que, devemos enxergar além das aparências. Que com os olhos só é possível enxergar o que as pessoas tem por fora. Mas com o coração você consegue ver como as pessoas realmente são por dentro.

— E... ? — Taehyung questionou sem saber ao certo aonde o ruivinho queria chegar.

— Eu vejo você com meu coração. — O mais velho estava se segurando para não chorar, mas depois de ouvi-lo, as lágrimas desceram por conta própria. — Sei que você é uma boa pessoa. Sofreu grandes perdas e sente medo que isso aconteça novamente. Mas você merece ser feliz e muito amado. Tem pessoas que chegam pra ficar, Taehyung. Então se permita sentir. Eu estou aqui com você. — Disse, segurando as mãos do mais velho. — Não vou a lugar algum, e sempre que quiser acabar com o estoque pode contar comigo.

Dessa vez, foi Taehyung que riu. Limpando as lágrimas com as costas das mãos.

— Você é inexplicável, sabia ?

Jimin sorriu, dando de ombros.

— E se me permite dizer, eu acho que você deveria ir falar com o Hobi. Ele não viajou ainda. Vai lá, fala com ele. Mostra como você o ama, apoiando e ficando do lado dele. Mesmo que não possam estar juntos, você pode ajudá-lo... — Jimin parou de falar de repente, pensando em algo.

— Você tem razão, eu vou fazer isso. Não posso ser egoísta... — Ele percebeu que o ruivo estava com os pensamentos longe. — O que foi ?

— Eu lembrei de uma coisa. Tenho que ir. — Ele se levantou da cadeira. — Você pode... ?

— Claro, pode ir. — Taehyung disse, erguendo-se logo em seguida. — Vou chamar meus irmãos para me ajudarem a fechar.

Jimin assentiu agradecido e saiu com pressa chamando um carro particular pelo aplicativo.

🍰

Jungkook estava parado diante da clínica psiquiátrica, ainda juntando coragem para entrar.

Pela visão periférica, ele viu alguém baixo se aproximar e ficar parado ao lado dele. Curioso, ele olhou para o lado e ficou estático ao perceber que, aquele era Jimin.

— O que faz aqui ? — Questionou sem entender.

Jimin suspirou.

— Eu ainda te amo muito, e provavelmente sempre vou amar. O fato de não estarmos mais juntos não significa que não posso te ajudar nos momentos difíceis... — Jungkook sentiu a pequena mão dele apertar a sua. — Eu disse que estaria com você e iria segurar sua mão. Estou aqui para fazer isto.

Jungkook o puxou e lhe abraçou forte e demoradamente. Teve vontade de ficar alí para sempre, e não soltá-lo nunca mais. Sentiu saudades do calor de seu corpo, de seu toque suave. De senti-lo seu.

Mas eles tiveram que separar o abraço e encarar a realidade. Jungkook o encarou, quase sem conseguir articular alguma coisa.

— Obrigado... — Foi tudo o que ele conseguiu dizer, entre soluços.

Ele olhou para a porta do consultório, respirando profundamente.

— O mais difícil você já fez. Aceitou que precisa de ajuda. Agora é só entrar lá. — Jimin deu um passo para frente, ainda segurando na mão dele. — Vamos, lá... Um passo de cada vez.

Jungkook suspirou, assentindo. E juntos, eles entraram na clínica, para a primeira consulta de Jungkook com um psiquiatra.

Continua...

N/A: aí meu coração, to chorando, não aguento T_T

Calma, deixa eu respirar...

Vcs já escutaram e viram a letra dessa música ? Eu citei algumas partes dela em alguns capítulos, se não viram eu aconselho que ouçam, é muito boa. E combina perfeitamente com os Jikook dessa fic:


Eu acredito que muitos de vcs conhecem o livro citado nesse capítulo. Mas para quem nunca leu, ele se chama O Pequeno Príncipe, ele é maravilhoso, aconselho que leiam.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro