- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 52
Simone estava dançando com Georg, Gustav e Roger, quando recebeu um telefonema e interrompeu a dança para atendê-lo. Quando ouviu a voz desperada de Bill, ela assustou todos.
── O QUE, COMO ASSIM? EU ESTOU INDO PRA AÍ AGORA! ── Ela gritou, fazendo os olhos de todos se arregalarem.
── O que aconteceu, Simone? ── Roger perguntou, curioso e preocupado com a agitação de Simone.
── Tatiane desmaiou em uma loja e está no hospital nesse exato momento. E Tom saiu para comprar cigarro e não voltou até agora. Se voltou, ele deve estar na loja onde tudo ocorreu. ── Simone disse, agitada, pegando sua bolsa e a chave.
── MEU DEUS, MINHA FILHA, EU VOU COM VOCÊ, SIMONE! ── Roger gritou, desesperado.
── A gente pode levar vocês. Eu e Georg temos carro. Podemos ir em um dos nossos. ── Georg disse, com preocupação.
── Toda ajuda é bem-vinda, mas eu prefiro que um de vocês empreste o carro para o Roger e eu. E assim juntos vamos para o hospital, enquanto vocês vão para a loja que o Bill disse que ocorreu tudo! ── Simone disse, abrindo a porta e correndo diretamente para onde os carros estavam estacionados.
── Tudo bem, aqui estão as chaves. Esse é o meu, podem ir com ele. Enquanto isso, eu vou no do Georg. Vocês sabem o endereço da loja? ── Gustav perguntou, encarando Simone com preocupação.
── Eu vou mandar pelo celular. Vamos logo, Roger! ── Simone disse, entrando no carro e batendo a porta. Roger entrou como motorista e logo tirou o carro da garagem.
Georg e Gustav logo fizeram o mesmo e todos foram ao local combinado.
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Eu estava nervoso e ansioso na sala de espera, olhando para o relógio a cada segundo, esperando por alguma notícia sobre a Tatiane. Foi então que o médico apareceu, com uma prancheta na mão e uma expressão séria no rosto. Ele me chamou pelo nome e eu me levantei, correndo até ele.
── E aí, doutor, como ela está? Ela está bem? Foi alguma coisa grave? ── Eu bombardeei ele de perguntas, sentindo meu coração acelerar.
── Calma, rapaz, ela está bem. ── Ele disse, tentando me tranquilizar. ── Ela teve uma intoxicação alimentar, provavelmente por algo que comeu em algum lugar. Nada que um soro e uns remédios não resolvam. Ela vai ficar em observação até amanhã, mas depois pode ir para casa.
── Tem certeza, doutor? Não é gravidez? ── Eu perguntei, meio brincando, meio sério. Eu sempre quis ser tio, e vai que essa hora chegou.
── Quem é o médico aqui, eu ou você? ── Ele retrucou, sem humor. ── Não, não é gravidez. E você deveria saber disso, já que é irmão do namorado dela. ── Ele continuou, me olhando com estranheza.
── É, eu sei, mas é que... ── Eu tentei me explicar, mas ele me interrompeu.
── Olha, se você quiser ver ela, pode ir. Ela está no quarto 12, no final do corredor. As visitas estão liberadas para ela. ── Ele disse, me entregando a prancheta. ── Mas não demore muito, ela precisa descansar.
── Obrigado, doutor. ── Eu agradeci, pegando a prancheta e seguindo em direção ao quarto dela.
Quando eu cheguei lá, eu vi ela deitada na cama, com um soro no braço e um monitor cardíaco ao lado. Ela parecia pálida e fraca, mas ainda assim linda. Eu me aproximei dela e segurei sua mão, sentindo sua pele fria. Ela abriu os olhos devagar, me reconhecendo.
── T..Tom? ── Ela murmurou, com dificuldade.
── Não, sou o Bill, Tati. ── Eu disse, sorrindo. ── Você está bem, o médico disse que foi só uma intoxicação alimentar. E eu aqui achando que era gravidez. Mas que droga, hein? Logo na véspera de Natal, você tinha que passar mal assim?
── Mas o Tom está aqui? ── Ela perguntou, ignorando o que eu disse. Ela parecia preocupada com ele, e eu também.
── Não, ele ainda não voltou. ── Eu disse, suspirando. ── Ele saiu para comprar cigarro e sumiu. Parece até piada, mas vai que ele se assustou com a possibilidade de você estar grávida e fugiu? ── Eu brinquei, tentando aliviar o clima.
── Bill. ── Ela riu, fraco. ── Mas falando sério agora, e se ele também passou mal? E se a gente comeu alguma coisa que o Roger ofereceu e ele colocou algo só na minha comida e na do Tom? Ele pode estar desmaiado por aí, ou sei lá. ── Ela disse, apertando minha mão. ── Bill, você precisa fazer alguma coisa! ── Ela implorou, me olhando nos olhos, quando a porta se abriu e o Roger e a Simone entraram.
── MINHA FILHA! ── Roger correu até ela e a envolveu em um abraço apertado, sem se importar com o fato de ela estar deitada na cama do hospital.
── SAI DAQUI, SEU MONSTRO! VOCÊ QUIS ME MATAR E AO TOM TAMBÉM, E AINDA TEM A CARA DE PAU DE VIR AQUI, ONDE ESTÁ O TOM? O QUE VOCÊ FEZ COM ELE? EU EXIJO QUE VOCÊ ME DIGA! ── Tatiane gritou com toda a força dos seus pulmões, fazendo os aparelhos ao seu redor apitarem. Simone me olhou assustada, sem saber o que fazer. Um silêncio pesado se instalou no ar, quebrado apenas pelo som de uma lágrima que escorreu pelo rosto de Roger ao ouvir as acusações de Tatiane.
── Você realmente acredita que eu seria capaz de fazer isso com você, minha filha? Logo eu, que te amo mais do que tudo nessa vida? ── Roger disse entre soluços, tentando segurar a mão de Tatiane, que se afastou dele com repulsa.
── SIM, PRINCIPALMENTE COM O TOM, VOCÊ SEMPRE ODEIOU ELE, VOCÊ SEMPRE QUIS DESTRUIR A MINHA FELICIDADE, EU ESTOU FARTA DISSO, POR QUE VOCÊ NÃO ME DEIXA EM PAZ COM O TOM E SOME DA MINHA VIDA DE UMA VEZ POR TODAS! ── Tatiane berrou descontroladamente, enquanto eu e Simone nos aproximamos da cama e observamos a cena com horror.
── Mas eu juro que eu não fiz nada, pode perguntar para a Simone, ela estava comigo o tempo todo, eu nem sequer toquei no meu celular! Por favor, acredite em mim, eu não tive nada a ver com o que aconteceu com vocês, nada! Eu já te pedi perdão e nunca mais faria mal algum a vocês! ── Roger implorou aos prantos, olhando para Simone em busca de apoio.
── Mas e a mensagem? ── eu me intrometi na conversa, encarando Roger com desconfiança e engolindo seco.
── Q... que mensagem? ── Roger limpou as lágrimas com as mãos, parecendo confuso.
── Você sabe muito bem do que eu estou falando, aquela mensagem que Tom pegou no flagra, faz até sentindo ele ter sumido desse jeito, você deve ter feito alguma coisa com ele, só por ele ter descoberto esse seu showzinho, né? Mas eu juro que se você tocar um dedo no meu gêmeo, vou fazer você conhecer o inferno mais cedo! ── Falei o que eu já estava querendo dizer na cara dele depois do Tom ter me contado a verdade.
── Que mensagem é essa, Bill? ── Tatiane perguntava desentendida.
── NÃO LIGA PRO QUE ELE DIZ, A SIMONE ESTÁ DE PROVA QUE EU FIQUEI EM CASA SEM NEM ME PREOCUPAR COM VOCÊ E O TOM, FALA PRA ELA SIMONE, QUE EU NEM TOQUEI NO CELULAR, FALA! ── Alterado, Roger sacudia Simone, que permanecia calada.
── TÁ BOM ROGER, VAMOS SUPOR QUE VOCÊ NÃO PEGOU NO CELULAR HOJE, MAS E ONTEM, ANTEONTEM E NOS OUTROS DIAS? VOCÊ PODE TER COMBINADO ESSE PLANO HÁ MUITO TEMPO! ── Gritei sem paciência e Simone nos interrompeu mostrando uma foto.
── Chega de discutir e olhem essa foto tirada por paparazzi, duas pessoas disfarçadas, carregando Tom pelos braços. E nessa outra imagem, podemos ver essas mesmas pessoas entrando no carro e possivelmente levando Tom. Isso indica que o Roger não tem nada a ver com isso, porque nesse horário ele estava com a gente! ── Simone disse nos mostrando a foto.
── Está vendo, eu vou ajudar vocês a encontrarem o Tom. ── Roger dizia olhando para Simone.
── Quando você já sabe onde ele está, fica fácil. ── Encarei Roger com frieza. ── Depois eu volto para te ver. ── Falei e em seguida beijei a testa de Tatiane e saí da sala, Simone até perguntou para onde eu iria, mas apenas gritei que iria procurar Tom.
Roger não me enganava, eu tenho certeza que ele tem alguma coisa a ver com Tatiane ter passado mal e o sumiço de Tom.
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── Roger, é melhor você ir. Procure Tom por mim, eu vou ficar aqui com a sua filha. ── Simone falou com uma voz suave, mas firme, enquanto se aproximava de mim. Ela parecia preocupada com a situação, mas também determinada a me apoiar.
── Está bem, eu prometo que vou trazer o seu filho de volta, são e salvo. ── Ele sorriu com uma expressão de esperança e abriu a porta devagar, tentando não fazer barulho.
── Pai, espera! ── Eu gritei e Roger se virou para mim, surpreso. Eu precisava dizer o que estava entalado na minha garganta.
── O que foi, meu amor? ── Ele perguntou com carinho, se aproximando de mim.
── Não é que eu esteja brigada com você, mas eu quero que você pegue as suas coisas e saia da casa dos meninos, se possível, ainda hoje. ── Eu falei com firmeza, olhando nos seus olhos. Eu fui a que mais insisti para ele morar com a gente, mas agora eu via que foi um erro. Ele só trouxe problemas e sofrimento para nós.
── Mas para onde que eu vou? ── Roger me olhou com uma expressão de pânico. Ele não tinha para onde ir, nem ninguém que o acolhesse.
Eu senti pena dele, mas também senti raiva. Eu ignorei o seu olhar e desviei a minha atenção para Simone, que permanecia imóvel ao meu lado. Ela estava assustada com tudo o que estava acontecendo, mas também estava do meu lado. Ela era a única que me entendia.
── Simone, eu quero ficar sozinha. ── Eu falei baixinho, sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Eu precisava de um tempo para pensar, para chorar, para me recompor.
── Tudo bem, querida, vamos Roger? ── Ela disse com delicadeza, apoiando a mão nos ombros do homem. Ela queria que ele fosse embora logo, antes que a situação piorasse.
── Ela disse sozinha, mas comigo, ela quer resolver as coisas, né minha filha? ── Ele disse, desperado.
── Não, ela está certa, eu quero ficar sozinha, SOZINHA! Você entende? Ou quer que eu desenhe? ── Eu falei, sem olhar para ele, com raiva e desprezo.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, e depois saiu sem dizer mais nada. Eu ouvi a porta se fechar atrás dele, e senti um misto de alívio e dor.
Simone segurou minhas mãos com carinho e as beijou suavemente, tentando me transmitir algum conforto. Ela me disse para ficar bem e que tudo ia se resolver, mas eu sabia que era mentira. Como eu poderia ficar bem se o meu noivo, o amor da minha vida, estava desaparecido e correndo perigo? Como eu poderia confiar que ele estava vivo, se o meu próprio pai era o principal suspeito de tê-lo sequestrado ou mandado alguém fazer isso por ele? Eu não podia ficar parada nesse hospital, esperando por notícias que nunca chegavam. Eu tinha que fazer alguma coisa, eu tinha que encontrar o Tom. Ele faria o mesmo por mim, ele sempre fez. Ele sempre me protegeu, me amou, me fez feliz. Eu não podia deixá-lo sozinho agora.
Assim que Simone saiu da sala, eu me sentei na cama e arranquei o soro da minha veia. Eu me sentia fraca e tonta, mas eu não podia me importar com isso. Eu me levantei lentamente e caminhei até a porta. Eu abri uma fresta e vi que o corredor estava cheio de enfermeiros e médicos. Eu fechei a porta e procurei outra saída. A única janela que havia na sala estava muito alta e não tinha nenhuma escada ou corda por perto. Eu estava prestes a desistir quando ouvi a porta se abrir novamente. Era uma enfermeira, a mesma que me atendeu quando eu cheguei.
── O que você estava fazendo na janela? ── Ela me perguntou com uma expressão de surpresa e preocupação.
── Eu preciso sair daqui, eu não posso ficar mais nesse hospital, o meu noivo precisa de mim, ele está desaparecido e eu tenho que encontrá-lo. Por favor, me ajude. ── Eu implorei, com lágrimas nos olhos.
── Quem é o seu noivo e por que ele está desaparecido? ── Ela me perguntou, curiosa.
── Tom Kaulitz. ── Eu respondi, esperando que ela soubesse quem ele era.
── O quê? Aquele gato de olhos castanhos, que usa tranças e tem um corpo escultural? Aquele que é guitarrista da banda Tokio Hotel? Aquele que faz qualquer mulher suspirar? ── Ela disse, se abanando com as mãos.
── Sim, ele mesmo. Na verdade, ele não é meu namorado, é o meu noivo, então é melhor você tirar o olho dele. ── Eu disse, erguendo a sobrancelha e sorrindo em seguida.
── Mas que ele é um homem perfeito, ele é. Você é uma sortuda, hein! ── Ela disse, me dando um tapinha no ombro.
── Tanto faz, só me ajude a sair daqui sem que ninguém me veja. ── Eu disse, sem paciência.
── Ok, mas só se você me prometer que vai falar pro Tom me mandar um vídeo, esse aqui é o meu número. ── Ela disse, me entregando um papel com um número anotado.
── Pode deixar, agora você tem algum plano? ── Eu perguntei, guardando o papel no bolso.
── Tenho, eu vou pegar o meu uniforme reserva para você vestir e se disfarçar de enfermeira para sair daqui, o que acha? ── Ela disse, e eu concordei.
A mulher saiu e depois de alguns minutos ela voltou com um uniforme branco reserva. Eu fui até o banheiro e vesti a roupa por cima da minha. Eu saí do quarto e caminhei pelo corredor do hospital, cobrindo o meu rosto com uma máscara para que ninguém me reconhecesse. A enfermeira me acompanhou, já que eu não sabia onde ficava a saída. Eu passei pela recepção e vi Roger e Simone conversando, mas ignorei. Eu cheguei na porta da saída e a enfermeira me desejou boa sorte. Eu agradeci e saí, torcendo para que eu conseguisse encontrar o Tom.
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