- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 51
Eu, Tom e Bill deixamos o carro no estacionamento e andamos pelas ruas de Los Angeles para desfrutar de um passeio e uma conversa .
── E se tivéssemos viajado neste Natal? ── Tom perguntou enquanto caminhava de mãos dadas comigo.
── Ou então se tivéssemos nos hospedado em algum hotel de luxo aqui mesmo em Los Angeles. ── Bill acrescentou, andando ao nosso lado.
── Eu prefiro algo mais modesto, sem desperdiçar dinheiro, o importante é termos saúde no Natal. ── Eu disse e Tom soltou uma gargalhada.
── Você sempre com essa simplicidade, né? ── Tom disse, interrompendo o passeio e me dando um beijo rápido.
── Sim, ora, eu não quero que você gaste o seu dinheiro comigo. Quando eu ficar bem rica, aí sim podemos pensar em viajar e olhe lá, porque eu tenho pavor. ── Eu disse, sorrindo e fitando os olhos castanhos e expressivos de Tom, que sorria realçando seu piercing de argola, que eu tanto adorava.
── Gente, eu estou aqui e não quero ficar de vela, vejam aquela loja atrás de vocês, ela parece ter um monte de roupas natalinas e vocês sabem que eu adoro, então vou lá. ── Bill disse, pulando e entrando numa loja peculiar, ela tinha várias coisas de todos os feriados comemorativos, como Páscoa, Halloween, Natal etc.
Bill ficou naquela loja por muito tempo, Tom e eu já estávamos casados de rodar ela inteira, enquanto Bill levava tudo que via pela frente.
── Vou ali comprar cigarro. ── Tom disse saindo da loja e deixando eu com Bill, que segurava um monte de roupa e acessórios.
── Gente eu amei essa loja, olha esse look Tati, o que você achou? ── Ele me mostrou uma regata preta que tinha um papai Noel minúsculo dando dedo do meio e com uma frase esquisita: "I'm the fake Santa Claus, I don't give gifts, I give my ass" que traduzindo fica: eu sou o papai Noel falsificado, eu não do presentes, eu dou a bunda".
── Credo Bill, que frase mais .. mais idiota. ── Falei pegando a regata e colocado de volta em seu lugar.
── Como se você não desse a bunda pro Tom o dia inteiro, né? ── Ele disse me fazendo erguer a sobrancelha e da um tapinha no braço dele.
── Eu não do a bunda pro Tom o dia inteiro! ── Falei rindo de nervosa.
── Tá bom, eu vou fingir que acredito. ── Ele disse mexendo nas roupas novamente.
Um bom tempo passou e derrepente a cada minuto que passava, eu sentia uma agulha perfurar minha cabeça, uma dor insuportável que me fazia querer gritar. Eu mal conseguia ficar em pé, me apoiando nos cabides de roupa da loja enquanto esperava Bill terminar suas compras. Ele finalmente apareceu, carregando várias sacolas e um sorriso no rosto. Ele notou minha expressão de sofrimento e correu até mim, me abraçando com cuidado.
── O que houve? Eu demorei tanto assim? Desculpa, eu me empolguei com as roupas. Vamos esperar o Tom voltar com os cigarros e depois a gente pode ir curtir uma balada, o que acha? ── Ele sugeriu, tentando me animar.
── Tanto faz... ── Eu murmurei, fechando os olhos e passando a mão pelo rosto. Eu sentia um enjoo subir pela minha garganta, uma náusea que me deixava ainda mais fraca.
── Ei, calma, respira fundo. O que você está sentindo? Você parece que está passando mal. ── Ele perguntou, preocupado. Ele me olhou nos olhos, buscando alguma resposta.
── Só dor de cabeça e enjoo... ── Eu falei, e vi o rosto dele se iluminar.
── EU VOU SER TIO? ── Ele gritou, batendo palmas e pulando de alegria.
── Claro que não, seu bobo! Isso deve ser só estresse ou alguma coisa que eu comi ontem, não tem nada a ver com gravidez. ── Eu falei, irritada. Ele me olhou com uma cara de desconfiança, cruzando os braços e erguendo as sobrancelhas.
── Já ouvi histórias de gente que achava que era só uma comida estragada e depois descobria que tinha um ser vivo crescendo dentro dela. ── Bill disse com uma expressão de horror, fazendo-me arrepiar.
── Deus me livre, nem pensar, eu sou muito nova para isso, só tenho vinte e três anos, então toca na madeira para afastar esse azar, porque a palavra tem poder! Eu acredito nisso de verdade. ── Murmurei, sentindo uma pontada forte na cabeça.
── Vinte e três anos, mas já está noiva e já transou! ── Bill retrucou, cruzando os braços e dando um sorriso malicioso.
── Ah, essas coisas acontecem, né? É normal a gente fazer isso. ── Falei, passando as mãos pela nuca, sem jeito.
── Estou brincando, você acha que eu sou virgem? ── Bill perguntou, arrancando-me um sorriso, enquanto eu sentia um frio na barriga.
── S...só você mesmo para me fazer rir, mas onde está o T..Tom? E..eu, eu preciso d...dele.. ── Falei, mas a minha visão começou a escurecer, tentei me apoiar em Bill, mas não tive forças e caí no chão, ouvindo apenas Bill me chamando e os meus olhos se fechando devagar
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Eu segurava a mão de Tatiane, sentindo seu pulso fraco e irregular. Ela estava pálida e imóvel, como uma boneca de porcelana quebrada. Eu não sabia o que tinha acontecido com ela, só que ela tinha desmaiado no meio da loja, sem nenhum aviso. Eu gritei por socorro, desesperado, e vi as pessoas se aglomerando ao nosso redor. Alguém chamou a ambulância, e eu agradeci mentalmente. Eu precisava levá-la para o hospital, saber se ela estava bem, se ela ia acordar.
Eu olhei para o meu celular, procurando o número do Tom. Ele devia saber o que estava acontecendo. Eu tentei ligar para ele, mas só ouvi a voz gravada da caixa postal. Droga, onde ele estava? Será que ele estava bem? Por que ele estava demorando tanto para comprar aquele maldito cigarro?!
Eu senti um nó na garganta, e uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
A ambulância chegou, e os paramédicos colocaram Tatiane em uma maca. Eles me deixaram entrar com ela, e eu agradeci novamente. Eu não queria me separar dela, nem por um segundo.
Um dos paramédicos me olhou com compaixão, e disse:
── Não se preocupe, ela irá ficar bem! ── Ele tentou me tranquilizar, mas eu vi a dúvida em seus olhos. Ele não sabia o que ela tinha, será que é grave ou só gravidez?
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Eu estava fumando um cigarro que tinha comprado, mas logo senti um gosto amargo na boca e uma náusea me invadiu. Vomitei na rua e joguei o cigarro fora. Minha cabeça doía como se tivesse sido atingida por um martelo. O que estava acontecendo comigo?
Um som de buzina me tirou dos meus pensamentos. Um carro preto estava parado na minha frente, com os vidros escuros. Não conseguia ver quem estava dentro. Fiquei desconfiado e vi dois homens saírem do carro e me agarrarem pelos braços. Eles me colocaram um capuz na cabeça, me impedindo de ver qualquer coisa. Depois, me amarraram os braços e as pernas e me jogaram no banco de trás do carro.
Eu não sabia para onde eles estavam me levando, nem o que queriam de mim. Eu só conseguia ouvir o barulho do motor e a respiração dos homens. Eles não falavam nada, nem respondiam às minhas perguntas. Eu estava com medo e confuso. O que eu tinha feito para merecer isso?
Depois de um tempo, o carro parou e eles me tiraram de lá. Eles me arrastaram para dentro da casa e me jogaram em uma sala. Eles tiraram o capuz da minha cabeça e eu pude ver onde estava. Era um lugar sujo e escuro, não consegui ver os homens depois que eles tiraram o capuz de mim, talvez se camuflaram na escuridão...
Como eu não conseguia fazer nada, apenas observar o local com meu olhar, eu permaneci ali, calado, pois eu sabia que gritar não iria adiantar nada.
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