- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 50
Estavamos terminando de tomar o café da manhã, com a maioria dos presentes já à mesa, exceto Tom e Tatiane, que provavelmente ainda repousavam em seus aposentos. Simone foi a primeira a se levantar e se dirigir à cozinha para os preparativos da ceia natalina.
Após a revelação de Tom, minha visão sobre Roger mudou drasticamente. Eu o fitava enquanto mastigava um pedaço de pão e sentia uma forte dor de cabeça, talvez fosse o efeito das incontáveis bebidas que ingeri na noite anterior.
Um silêncio constrangedor se instalou na mesa, apenas interrompido pelo ruído de Simone na cozinha e dos alimentos que consumíamos. Rompi esse silêncio com uma indagação que jamais imaginei que faria.
── Por que você está se passando por alguém que não é? ── Disparei sem pensar, causando espanto em todos os que estavam à mesa, que largaram o que faziam para olhar para mim e para Roger, que estava atônito com a minha pergunta.
── Eu não ouvi direito, você se dirigiu a mim? ── Roger tentou se fazer de desentendido, mas era capaz de até o Tom que estava no quarto ter escutado o que eu falei.
── Nada não, deixa pra lá, isso é ressaca, eu falo coisas que só saem da minha cabeça. ── Disse, me levantando da mesa e levando meu copo e um prato que eu usava para apoiar o pão para a cozinha, enquanto Roger me observava angustiado e parecia em pânico.
Nem eu sei por que eu perguntei isso, foi realmente sem pensar, me aproximei de Simone que colocava algo no forno e pós o prato e copo na pia, em seguida coloquei a mão na minha cabeça que latejava sem parar.
── Que foi meu filho, estás bem? ── Ela perguntou com carinho e com preocupação, colocando a mão no meu ombro. Eu podia ver a sinceridade em seus olhos.
── Está tudo bem, na realidade só estou com um pouco de dor de cabeça, mas logo passa. ── Falei passando a mão pela minha nuca, tentando disfarçar o desconforto.
── Toma um remédio, assim a dor diminuirá mais rapido. ── Simone disse abrindo um sorriso doce e me entregando um copo d'água.
── Eu acho que só tem no quarto de Tom, vou ir lá pegar. ── Falei e saí da cozinha, agradecendo pelo gesto. Passei pela sala e em seguida cheguei na porta do quarto de Tom. Ou eu estava louco, ou eu realmente estava ouvindo alguns gemidos vindo dele. Ignorei e bati na porta, os gemidos pararam e Tom falou do lado de dentro:
── Quem é?
E eu respondi do lado de fora:
── Sou eu, Bill, só queria saber se tem remédio para dor de cabeça por ai. ── Falei e Tom me mandou esperar, depois de algum tempo Tom saiu com Tatiane do quarto. Ela estava com o cabelo bagunçado e o rosto corado e ele com um sorriso malicioso. Era óbvio o que eles estavam fazendo.
── Tá felizinho, hein, por acaso vocês... ── Fui interrompido por Tom que dizia:
── estamos bem, toma seu remédio. ── Ele disse e eu peguei o remédio de sua mão e seguimos para sala.
── Eu vou sair de carro para dar um passeio por essa manhã, alguém vai querer ir comigo? ── Tom perguntou pegando a chave do carro.
── Eu vou! ── Falei animado.
── Eu também! ── Tatiane disse, levantando a mão e com um sorriso no rosto.
Os demais não quiseram ir, preferindo ficar na casa. Então cada um de nós fomos tomar banho e em seguida nós três saímos de casa.
Já no carro, Tom dirigia e conversava ao mesmo tempo. Ele colocou uma música animada no rádio e cantou junto, fazendo caretas. Eu e Tatiane rimos das suas palhaçadas e cantamos também.
── Vocês souberam que a boate Dance all night, onde eu e a Tatiane nos encontramos pela primeira vez, foi demolida? Não resta mais nada no local. ── Tom disse, mudando de assunto. Ele mostrou o celular para nós, onde tinha uma notícia sobre o fato.
── O QUE? VOCÊ ESTÁ BRINCANDO, SÓ PODE! ── Tatiane gritou, pegando o celular da mão dele. Ela leu a notícia e ficou em choque. Ela tinha uma expressão de tristeza e incredulidade no rosto.
── Que horror, era tão linda, eu sempre pensei que você fosse comprar ela um dia e a gente iria reviver nossa história! ── Ela disse, devolvendo o celular para Tom e ficando tristonha.
── Não fica assim, meu amor. Eu estava pensando em fazer uma surpresa para você. Sabe o que eu queria fazer? Eu queria que a gente se casasse lá naquele local, onde a boate era. Agora que ela foi demolida, o local ficou maior e mais bonito. E seria um momento muito lindo, no local que nos juntou! ── Tom disse, dando um beijo na sua testa. Ele tinha um sorriso carinhoso e apaixonado nos lábios.
── QUE LINDO! EU AMEI A IDEIA! ── Tatiane gritou, eufórica. Ela estava radiante e emocionada com a proposta.
── E ainda tem mais, o que você acha de chegar de helicóptero no casamento? ── Tom perguntou, olhando para estrada.
── Porra Tom, aí você já exagerou, tenho pavor de altura e você sabe disso, ainda mais quando você queria vir aqui para Los Angeles e eu não. ── Ela disse, fazendo uma careta. Ela tinha medo de voar e preferia ficar na Alemanha, onde eles moravam.
── Então como você veio da Alemanha para cá? Andando que não foi. ── Tom perguntou, provocando ela.
── Eu lembro que meu pai me deu algum remédio e eu dormi e não vi nada da viagem, mas eu fui obrigada a vir, já no casamento, eu não vou poder dormir. ── Ela disse, se defendendo.
── Mas você vai poder estar com o Bill, ele irá te proteger. ── Tom disse, me metendo no meio. Ele me olhou com um sorriso cúmplice e piscou para mim.
── Eita peraí, eu não concordei com nada, não é melhor o Roger ir com ela? Ele é o pai. ── Falei, tentando sair da situação. Eu não queria ir de helicóptero com Tatiane e Roger era o pai dela, ele deveria levar ela ao altar.
── Com Roger? É capaz dele jogar ela do helicóptero. ── Tom disse, gargalhando.
── Para com isso seu bobo, mas concordo com Bill, se for para eu ir, pode ser com meu pai, até por que, a noiva sempre entra com o pai, né? ── Tatiane falou, concordando comigo. Ela amava o pai, apesar de tudo, e queria que ele participasse do seu casamento.
── Você vai topar chegar de helicóptero? Qualquer coisa, se Roger te ameaçar, você joga ele do helicóptero sem pena, se você for presa, eu pago sua fiança. ── Tom brincou, gargalhando. Ele estava de bom humor e não se importava com Roger.
── Tom, deixa de pensar no pior! E eu vou pensar se eu vou de helicóptero! ── Ela disse, rindo também. Ela estava feliz com a ideia de Tom e não queria estragar o clima.
── Ué, nunca se sabe o que esse homem pode fazer. Mas mudando de assunto, vamos curtir a véspera de Natal? ── Tom disse, mudando de assunto. Ele olhou para o céu azul e sorriu.
── VAMOS! ── Tati e eu gritamos juntos, eufóricos. Nós estávamos animados para celebrar o Natal com os nossos amigos e familiares. E também para ver o casamento de Tom e Tatiane, que prometia ser inesquecível.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro