- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 49
Com um sorriso forçado nos lábios, retornei ao interior da residência, onde Tom já se encontrava em meio aos demais, todos se divertindo, dançando e ele também, mas sem disfarçar nem por um instante sua expressão de ódio. Assim que me viu, ele me fitou como se fosse um predador e eu sua presa, que estava prestes a cair em uma cilada e receber o que merecia.
Por que eu detesto Tom? Essa é uma questão simples, que eu vou sintetizar: não acho que ele seja o tipo de garoto, homem, pessoa, adequado para minha filha. Ele tentou matá-la, pois ela ficou em coma por alguns anos e quando eles se reencontraram, Tatiane ainda o perdoa mesmo ele sendo o responsável por ela ter perdido a memória! Que importa que agora ele tenha ajudado a recuperar sua memória, que importa que ele tenha lançado seu próprio carro contra o de Martha só para impedir que minha filha fosse sequestrada por ela novamente? Sabe, eu preferiria isso, do que acidentar a própria namorada. Então não, eu não confio e jamais confiarei nesse Kaulitz.
── Não deseja se divertir conosco? ── Fui surpreendido pelo irmão mais novo dos Kaulitz.
── Ah...é... ── Balbuciei sem reação e sem saber o que responder, passando as minhas mãos sobre a nuca.
── Vamos, Roger, está muito animado, todos estão alegres, é quase véspera de Natal, nunca tivemos uma reunião assim com a presença de vocês aqui! ── Bill insistia para que eu fosse dançar com eles, mas sinceramente, dançar não é o meu talento, não tenho jeito e muito menos, gosto, disso.
── Não quero, obrigado! ── Respondi e Bill arqueou uma das suas sobrancelhas, desconfiando de algo.
── Tom te falou alguma coisa que não devia enquanto vocês estavam lá fora? ── Bill perguntou me fazendo gaguejar novamente:
── N...Não, ele não disse nada de mais! ── Menti, não queria revelar que Tom quase descobriu minha armação, se não meu plano iria fracassar.
── Então tudo bem, mas pegue pelos menos algo para beber ou para comer, já que algumas comidas, você que fez. ── Bill disse carinhosamente, ele era muito mais expressivo, comunicativo do que Tom, eu gostava realmente dele.
── Estou satisfeito, enquanto eu preparava os biscoitos para vocês, eu comi um pouquinho também, sabe quando a gente vai fazer algo e fica com vontade de comer essa coisa, antes de estar pronta ou quando está pronta e vamos lá e experimentamos um pouquinho? Ou quando a gente furta docinhos de festa de aniversário? Então! ── Soltei uma gargalhada juntamente com Bill, que segurava uma garrafa de bebida alcoólica.
── Sei bem como é, eu já fiz muito iss- ── Bill foi interrompido por Tom que puxou seu braço bruscamente para fora da casa.
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Eu me divertia com a conversa animada com Roger, que me arrancava risadas sinceras, quando Tom me agarrou pelo braço com violência, me arrastando para fora, como se eu fosse uma vítima de um sequestro perpetrado por um criminoso mal-intencionado. Tom me soltou e eu o encarei sem compreender o motivo da sua atitude, mas percebi que ele estava furioso com alguma coisa, desde que voltou da conversa que teve com Roger e que eu não sabia do que se tratava.
── O que houve? A conversa com o Roger estava ótima, ele é um cara muito legal! Ele mudou bastante! ── Eu disse, tomando um gole da minha bebida, enquanto Tom sorria sarcasticamente.
── Bill, acorde, Roger não mudou e nunca vai mudar, ele está fingindo ser bonzinho para ganhar a nossa confiança, a gente não pode se deixar enganar pelo papo dele e muito menos demonstrar que sabemos quem ele realmente é! ── Tom afirmou com convicção, mas eu não acreditei em nada do que ele disse.
── O que? De onde você tirou isso? Você está alucinado de álcool, Tom, só pode, e "sabemos quem ele realmente é?" Não entendi, sabemos que ele é, o quê? ── Eu perguntei confuso e intrigado, esperando uma resposta de Tom que coçava o queixo com o dedo indicador.
── Eu vi Roger conversando com o ex da Tatiane, o David, e consegui ver um trecho da conversa, que dizia: "Falta pouco para o Natal, você vai seguir com o plano ou vai amarelar?" E ele ainda respondeu, dizendo: "Amarelar, nunca! Eu comecei esse plano e vou terminar, não estou aguentando esse bando de idiotas à toa!" ── Tom revelou, me deixando mais confuso do que eu já estava.
── Deve ser planos de Natal, Tom! ── Eu falei e Tom bufou.
── Claro que não, ele inventou praticamente a mesma coisa que você falou, dizendo que era uma surpresa de Natal para mim e para Tati e que os idiotas que ele cita, é a produção que é lenta, alguma coisa assim, mas até parece que isso é verdade! ── Tom resmungou e revirou os olhos com deboche.
── É, realmente essa desculpa dele não colou. Está estranho mesmo! ── Eu concordei e Tom se aliviou, soltando um suspiro.
── Até que enfim! Eu estava querendo dizer isso para alguém que realmente iria me entender e pensei logo em você, só não fala nada pra Tatiane, se não ela vai ficar chateada e eu não quero estragar um Natal que nem chegou ainda. ── Tom disse e eu o abracei.
── Pode contar comigo. ── Eu falei e Tom fez sinal de fedor.
── E esse bafo de bebida, hein? ── Tom brincou, fazendo careta.
── Tem lá dentro da casa, vamos beber juntos e fazer um brinde. ── Eu falei e Tom riu e envolveu seu braço em volta do meu pescoço e caminhamos juntos para dentro da casa.
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Após deixarmos os problemas de lado, nos entregamos à diversão. Entre o dia de hoje, vinte e dois, e o dia seguinte, vinte e três, só houve alegria e descontração. Aproveitamos cada momento e, ao raiar do dia vinte e três, fomos todos juntos ao mercado fazer as compras para o verdadeiro Natal, abastecendo o armário. Depois do dia vinte e três, chegou o tão esperado dia vinte e quatro!
O sol brilhava, os pássaros entoavam suas melodias e Tom despertava animado.
── Acorda, amor, feliz véspera de Natal, hoje é dia vinte e quatro, presenteia-me com vinte e quatro também. ── Tom gracejou enquanto beijava o pescoço de Tatiane, que estava deitada na cama.
── Tom! ── Tatiane gargalhou sem graça, espreguiçando-se.
── O que foi? Falei algo de errado? Por favorzinho, hoje é o dia perfeito para isso. ── Fiz biquinho enquanto Tata sorria e mordiscava os lábios.
── Como que não deixo com você fazendo essa cara? ── Ela disse me fazendo rir.
Tatiane ficou na posição, enquanto eu retirava meus vestimentos, em seguida, retirei o pijama dela e com destreza, entrelacei seus fios sedosos em um coque sofisticado e o fixei com firmeza.
── Você tem consciência de que é a pessoa mais incrível que já cruzou o meu caminho? ── Sussurei e Tati lançou-me um olhar provocante.
── Não basta saber o quanto eu sou incrível para você, eu quero que você me prove agora! ── Ela exclamou e sorriu maliciosamente enquanto mordiscava os lábios.
── Será um prazer, não porque você me pediu, mas porque você é digna. ── Respondi e sorri de forma sedutora tocando no meu piercing.
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