- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 45
Senti a luz do sol invadir meus olhos e os abri devagar, esfregando-os com as mãos. Procurei por Tom ao meu lado na cama, mas ele não estava lá. Onde ele teria ido? Será que ele já tinha acordado e estava tomando café? Dei de ombros e me levantei, colocando minhas pantufas azul marinho nos pés. Caminhei até o banheiro e prendi meu cabelo em um coque alto, deixando alguns fios soltos na frente. Lavei meu rosto com sabonete líquido, sentindo a água fria refrescar minha pele. Depois, usei enxaguante bucal para limpar minha boca, cuspi e enxaguei. Soltei meu cabelo e peguei uma escova, desembaraçando os cachos com cuidado. Meu cabelo era ondulado, mas eu hidratava ele todos os dias, então ele ficava macio e brilhante. Terminei de pentear e saí do banheiro, sentindo meu estômago roncar de fome. Atravessei a sala sem prestar atenção no que havia ao redor, só queria comer algo. Cheguei na cozinha e abri o armário, pegando algumas torradas. Coloquei-as em um prato e me sentei na mesa, mordendo uma delas. Estava quase terminando quando ouvi uma voz atrás de mim e duas mãos segurarem meus ombros.
── Acordou filha? ── Era Roger, que se sentou em uma cadeira ao meu lado na mesa.
Virei meu rosto para ele com uma expressão irritada e me levantei, deixando as torradas no prato. O que ele estava fazendo ali? E onde estavam os outros? Saí da cozinha à procura de Tom, queria saber por que ele tinha me deixado sozinha com aquele homem. Voltei para a sala, dessa vez olhando para todos os lados, mas não vi ninguém. A casa estava vazia, só tinha eu e Roger ali. Um silêncio pesado pairava no ar, como se fosse um presságio de algo ruim. Como eles puderam me deixar sozinha com esse maluco? Principalmente Tom, ele nunca faria isso, ou será que ele também caiu no showzinho dele? Saí da sala indo em direção ao quarto de Bill, esperando encontrá-lo lá. Chegando lá, abri a porta e vi a cama arrumada, sem nenhum sinal de Bill.
── Todos saíram para um meet, já já eles voltam. ── Escutei novamente a voz de Roger atrás de mim.
Me virei para ele sem dizer uma palavra e engoli seco. Não acreditava que me deixaram sozinha com um cara que queria meu mal e de Tom.
── Simone estava aqui, mas foi pro mercado, seu ex namoradinho não queria que você ficasse comigo sozinha, ele ficou furioso, então te deixou junto com a mãe dele para ela me vigiar e não deixar eu te fazer mal. Mas ela gostou tanto de mim que acabou deixando você sozinha comigo e saiu para comprar algumas coisas. ── Roger falou sério. Ele parecia que não iria fazer mal a mim, mas eu não conseguia dizer nem uma palavra com ele por perto.
── Não vai dizer nada? Pois então fique ai, qualquer coisa me chame. ── Roger completou saindo do quarto enquanto eu permaneci calada.
Parecia que ele havia realmente mudado, mas algo me diz para eu não acreditar em nenhuma palavra dele.
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Após um longo dia de meet and greet com os fãs, Tom, Georg, Bill e Gustav entraram em um táxi para voltar à casa. Tom estava com uma expressão carrancuda, fitando a janela sem prestar atenção na paisagem. Bill, que estava sentado ao seu lado, notou o semblante do irmão e já imaginou o motivo.
── Qual é, cara, a Tatiane está bem com a Simone, não precisa se preocupar tanto. Você está assim desde que saímos do meet. ── Falou Bill, tentando animá-lo.
── Simone e Roger, isso sim que me preocupa. E se a minha mãe resolve sair e deixar a Tati sozinha com ele? Você sabe que ele pode sequestrar ela e causar um caos de novo. Eu não quero nem pensar em perder a minha noiva. ── Desabafou Tom, sem perceber o que havia dito.
── NOIVA? ── Gritaram Georg, Bill e Gustav em uníssono, surpresos com a revelação.
── Noiva? Eu disse noiva? Que noiva, eu falei loira, L.o.i.r.a. ── Tom mentiu, tentando disfarçar o que havia falado.
── Mas ela nem é loira, Tom. E bem que eu percebi esse novo anel no seu dedo. ── Bill disse, apontando para o anel.
── Loira é um jeito carinhoso de chamar ela, seu imbecil. Mesmo ela sendo loira ou não, esse anel é só de enfeite. Mania feia de olhar pro dedo dos outros. ── Tom retrucou, mostrando o dedo do meio para Bill e em seguida cruzando os braços.
── TOM VAI CASAR, TOM VAI CASAR, TOM VAI CASAR! ── Bill exclamou no banco de trás do carro, com um sorriso enorme e batendo palmas como uma criança animada.
── Cala a boca, seu idiota, você quer que todo mundo saiba? ── Tom repreendeu Bill, colocando a mão sobre a boca dele. ── Motorista, não ligue para o que ele diz, é tudo mentira, tá? Ele é louco. ── Tom acrescentou, olhando para o espelho retrovisor.
── Mas é verdade sim, você vai casar com a Tatiane e eu sei que você está feliz. ── Bill insistiu, tirando a mão de Tom e se inclinando para frente. ── Eu vou ser o padrinho, né? Diz que sim, por favor. ── Bill implorou, fazendo uma carinha fofa.
── Mas que merda, eu já te disse mil vezes que não vou casar com ninguém, muito menos com a Tata. ── Tom resmungou, virando o rosto para a janela e cruzando os braços. ── Me deixa em paz, Bill, você está me irritando.
── Ah, vai, Tom, não seja tão teimoso. ── Bill continuou, sem se abalar. ── Você sabe que eu não acredito em você, né? Eu sei que você ama a Tati e que ela te ama também. ── Bill disse, com um tom de voz meloso. ── Eu já vou até comprar meu terno para o casamento. E eu quero ser o padre também, posso? Posso? ── Bill perguntou, animado.
── NÃO! ── Tom gritou, perdendo a paciência. ── Se você abrir a boca mais uma vez, eu juro que te jogo pela janela desse carro em movimento. ── Tom ameaçou, fazendo Bill rir baixinho.
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