Após o término do show, Tom, Georg, Gustav e Bill dirigiram-se ao camarim. Bill aproximou-se de Tati, que estava sentada em um dos sofás, enquanto Georg e Gustav ocuparam outro. Já eu permaneci em pé.

── Fico feliz que tenham voltado. Como foi o show? ── Simone cumprimentou-os com beijos nas bochechas.

── Foi incrível, o público estava animado. Quando subimos ao palco, todos vibraram de alegria. É tão bom estar de volta! ── Bill respondeu com um sorriso de satisfação.

── Eu e a Tati ouvimos os gritos daqui e também conseguimos escutar vocês tocando e você, Bill, cantando. Vocês arrasam, não é mesmo, Tati? ── Simone perguntou, olhando para Tati, que assentiu com a cabeça.

── Sim, arrasaram como sempre. ── Tatiane falou.

Notei que Tati estava quieta e às vezes me olhava, mas quando eu retribuía o olhar, ela desviava. Confesso que havia um clima estranho entre nós, não sei se era porque eu não gostava mais dela ou se foi por causa da nossa discussão no shopping. Só sei que voltar a namorar com ela, eu não vou.

── E Tati, lembra que eu disse que tinha novidades para contar? Então, uma delas é que eu namorei um cara, mas depois ele terminou comigo porque eu não divulguei nosso namoro. Na verdade, ele queria fama, ele só ficou comigo por causa disso, mas eu não sabia. Só fui descobrir quando ele terminou comigo. Eu não divulguei nosso namoro porque a gente ainda estava em hiato. Foi no ano passado, em 2011. ── Bill contou e Tatiane ficou chocada.

── O QUE? ── Ela exclamou. ── Meu amor, quem termina com Bill Kaulitz? E outra, quem fica com você só por fama? Bill, isso me deixou em choque de verdade, mas você está bem, né? ── Ela perguntou.

── Estou sim, no começo eu chorei, admito, mas agora eu nem ligo. Uma hora eu encontro a pessoa certa! ── Bill disse e fez Tatiane sorrir.

── Verdade, mas não se esqueça que você é Bill Kaulitz. Não dê bola para esse tipo de gente. Você vai encontrar alguém muito melhor do que aquele cara e se não encontrar, você tem a mim como amiga. Claro, para você desabafar e se divertir muito! ── Tati disse e Bill a abraçou.

── Agora é minha vez de dizer que você é incrível, Tati! ── Bill disse e fez quase todos do camarim sorrirem, menos eu.

── O que houve filho? Não gostou do show que vocês fizeram? Está quietinho. ── Simone perguntou enquanto acariciava minhas costas.

── Gostei sim, só estou com sono. ── Falei enquanto abria um sorriso forçado.

── Com sono? São onze horas da noite Tom, você nem dorme nesse horário! ── Bill disse me fazendo bufar.

── Fiscal de sono agora? ── Falei e mostrei o dedo do meio para ele.

── Está com problema nesse dedo? ── Bill disse e minha mãe interveio.

── Meninos, parem com isso. Vocês não sabem conversar sem essas brincadeirinhas não? ── Simone disse e eu cruzei os braços.

── Mudando de assunto, permita que seu irmão se sente aí, Bill, para que ele possa repousar um pouco e refletir sobre suas ações. ── Simone disse, fazendo-me arquear as sobrancelhas.

── Ora, ele não é nenhum idoso para que eu ceda o lugar para ele. ── Bill disse, provocando risos em todos ao redor.

── Pode sentar aqui. ── Tati falou, levantando-se e indo para perto de Simone.

── Hmmm, pode sentar aqui... ── Gustav disse, soltando altas gargalhadas.

── Vocês não saíram do ensino fundamental, não é? Um bando de adultos com essas mentalidades infantis. ── Simone disse, balançando a cabeça em negação.

──  Eu não disse nada. ──  Tom disse se sentando ao lado de Bill.

── Bill, eu quero dar uma palavrinha com você, vamos lá fora, a sós. ──  Simone disse e Bill se levantou.

──  Vai levar bronca da mamãe nessa idade Bill? ──  Brinquei e todos riram.

Bill e Simone saíram enquanto eu fiquei no camarim com os meninos e Tatiane.

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── Mãe, houve algum problema? ── Indaguei, aguardando a resposta de Simone.

── Na verdade, eu tenho dois assuntos para conversar com você. Primeiro, eu gostaria de passar mais tempo com vocês, não quero voltar no primeiro dia de viagem. Então, eu queria saber se posso ficar alguns dias na casa de vocês. ── Simone propôs e eu sorri contente.

── Mas é claro, mãe, a senhora nem precisa pedir. Lá na nossa casa tem espaço de sobra e você será muito bem-vinda! ── Afirmei e Simone sorriu.

── Outra coisa, quando eu pedi para você ceder o lugar para o Tom, era para ele sentar ao lado de Tati. ── Simone revelou e eu fiquei confuso.

── Por quê? ── Perguntei, curioso.

── Porque eu quero reaproximá-los. Ela foi a única nora que eu percebi que tem carisma e é muito educada. Não quero que o Tom fique com outra garota, ainda mais que eles se gostam. Porque se eles não se gostassem, eu não estaria fazendo isso, pois quem sabe dos sentimentos deles são eles mesmos. Mas é nítido no rosto deles que eles se amam! ── Explicou Simone, me fazendo rir.

── Só você mesmo, mãe. Então você quer que eu lhe ajude a juntar esse casal? ── Questionei e minha mãe sorriu.

── Não foi isso que eu disse, mas aceito sua ajuda! ── Sorrimos e demos um toque de mãos, em seguida voltamos para o camarim.

De cantor a cupido do meu irmão, isso vai ser divertido. Já gostei!

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David estava em diálogo com Roger, mas ainda não havia revelado que seu relacionamento com Tati havia terminado, pois provavelmente ele ficaria furioso.

── Diga-me a verdadeira razão de sua visita. ──Roger afirmou, deixando-me nervoso.

── C..como assim? ──Indaguei, gaguejando.

── Você já me contou sobre vários assuntos, mas sinto que o principal motivo que o trouxe até aqui, você ainda não mencionou. Estou enganado? ── Roger disse, aproximando-se mais de mim.

Percebi que inventar alguma desculpa seria inútil, a única saída seria contar a verdade, mesmo já prevendo a sua reação.

── E..Então.. eu e sua filha.. ──Fiz uma pausa dramática e Roger mandou eu prosseguir. ──Eu e Tati terminamos. Pronto, falei. Não fique irritado, a culpa não é minha, foi ela que terminou por causa daquele Tom. ──Declarei e Roger fechou os punhos e em seguida bateu na mesa de apoio.

──Tudo bem. ──Roger disse calmamente e em seguida bebeu um copo d'água que estava na mesa de apoio.

── Sério mesmo? Nossa, eu fico aliviado, pensei que você iria reagir de outra form... ──Antes que eu concluísse a frase, fui interrompido por Roger.

── É CLARO QUE NÃO, SEU IDIOTA. EU QUERO QUE VOCÊ MATE AQUELE KAULITZ. ── Roger gritou, fazendo-me engolir seco.

── Você está propondo que eu... mate? Você enlouqueceu, ex-sogro? Já pensou como ficaria o coração da sua filha, dilacerado pela dor? ── Eu disse, tentando dissuadi-lo da ideia absurda. Roger se levantou da cadeira e aproximou seu rosto do meu, me fazendo sentir um calafrio.

── Prefiro vê-la sofrendo do que morta. Quero que você elimine ele o mais rápido possível. ── Roger gritou, cuspindo as palavras com ódio. Ele se afastou de mim e voltou a se sentar.

── Mas ele é uma celebridade e eu não tenho coragem de fazer isso nem com o meu pior inimigo. ── Eu argumentei, esperando que ele desistisse do plano. Roger soltou um grito que me fez arregalar os olhos.

── Eu te pago cem mil reais. ── Roger disse, como se fosse uma oferta irrecusável. Eu engoli seco.

── Mas ele não fez nada de mal para a sua filha para você tomar essa decisão tão drástica. ── Eu falei, tentando apelar para a sua razão. Roger revirou os olhos.

── Eu te pago quinhentos mil e não se fala mais nisso. ── Roger disse, aumentando a proposta. Eu fiquei abismado com a quantia de dinheiro oferecida.

── Está bem, mas não vai ser tão fácil assim. Eu vou ter que monitorar os passos dele por vinte e quatro horas e saber cada detalhe do dia dele, resumindo, a sua rotina em geral. ── Eu falei, aceitando a missão. Roger sorriu de canto, com um ar manipulador.

── Ótimo, agora ele vai ver o que é tentar matar alguém sem querer. ── Roger disse, soltando uma gargalhada assustadora.

Ele estava louco, eu nunca o vi assim, mas resolvi obedecer e ver no que ia dar. Nós apertamos as mãos e em seguida eu saí da casa, morrendo de medo, mas como estava em jogo quinhentos mil reais, eu não podia recusar.

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No camarim, Tatiane  dialogava com Georg e Gustav, enquanto Tom permanecia calado. Bill e Simone entraram novamente e Bill disse, piscando para Simone:

──Tatiane, você pode ocupar o meu lugar. Se vai ficar conversando com eles, é melhor se acomodar.

Percebi que eles estavam planejando algo. Como Simone havia me prometido ajudar a reatar com Tom, imaginei que fosse isso. Não recusei e me sentei ao lado de Tom, aproveitando para descansar as pernas.

──Já está ficando tarde, não é? Acho que devemos ir embora. ──Tom disse, levantando-se do sofá.

──Concordo com Tom. Eu ainda tenho que ir para minha casa e ouvir o sermão do meu pai. ──Eu disse, levantando-me também e suspirando.

──Só por você estar chegando nesse horário? Que exagero. Não parece o Roger fazer isso. ── Tom comentou.

── Não, não é por isso. É porque eu terminei com David. ── Eu revelei e Tom me olhou confuso.

──Terminou? Por quê? ──  Ele perguntou, demonstrando curiosidade.

── Eu terminei com ele porque ele me enganava e você me ajudou a ver isso. Você me disse a verdade e me fez recordar de tudo o que ele não fez por mim em anos. Você conseguiu isso em menos de uma hora. ── Eu disse e Tom sorriu, me abraçando pelo ombro.

── Minha Tata... ── Tom murmurou e beijou minha cabeça.

── O que é isso, gente? O casal voltou? ── Georg perguntou.

── Claro que não. ── Tom respondeu, tirando o braço de mim.

Eu me senti acolhida e senti que Tom ainda gostava de mim, mesmo que ele não demonstrasse. Só por esse gesto eu percebi que ele ainda me amava.

Eu me aproximei de Simone e a abracei. Em seguida, me despedi de Georg e Gustav. Por fim, me despedi de Bill, que parecia triste.

── Tchau, Billy! ── Eu falei e o abracei.

── Por que você não fica só essa noite na nossa casa, Tati? ── Bill perguntou, desanimado.

── Eu costumava fugir do meu pai quando discutíamos, mas agora eu quero mudar de atitude. É melhor enfrentar o problema do que ser vencido por ele. ── Eu disse e Bill segurou minhas mãos.

── Não entendo por que seu pai age assim. Você já é adulta, já sabe suas escolhas, ele não deveria se intrometer na sua vida. Além disso, ele nem é seu pai biológico. Você já pensou em procurar seu pai verdadeiro? ── Bill perguntou e eu fiquei pensativa.

Na verdade, eu nem sabia que Roger não era meu pai, só descobri depois que a Martha revelou. Quando soube, eu não me importei e nem quis saber de encontrar meu pai verdadeiro. E se ele nem se lembra de mim? Talvez eu nem tenha sido planeja, isso me deixa muito triste, então prefiro não conhecer meu pai verdadeiro. Mas acho que Roger é do jeito que é porque ele é muito protetor. Mesmo sabendo que eu nasci de uma traição, ele cuidou de mim e me tirou das mãos de Martha. Ele tem medo que alguém me faça mal, como ela fez. Ele poderia ter me abandonado com Martha e dito que ela se virasse sozinha, já que ela engravidou de outro homem. Então, por um lado, eu compreendo o Roger, ele só quer o meu bem. Por isso, não vou brigar com ele por coisas bobas.

── Eu o entendo, mas fique tranquilo que ele também vai me entender. Eu te amo, Bill! ── Eu disse e nos abraçamos.

── Tudo bem, mas podemos nos ver amanhã? ── Bill disse com os olhos brilhando.

── Claro que sim, anota meu número oito, meia, cinco..! ── Eu disse e Bill sorriu alegremente e anotando número.

Assim que terminei de ditar o número, Tom se aproximou de mim e senti meu coração acelerar e minhas pupilas dilatarem.

── Tchau, Tata. ── Tom disse e aproximou sua boca da minha, fazendo meu coração disparar. Em seguida, ele deu um sorriso de canto e se afastou.

Idiota, ele fez isso só para me provocar. Que raiva, esse garoto é bipolar. Ele me ama, mas não sabe admitir e outra hora ele me odeia. Ainda bem que ninguém tocou nesse assunto. Eu apenas fiquei nervosa e me despedi de todos novamente.

── Te vejo amanhã, querida. ── Simone sussurrou no meu ouvido. Eu apenas sorri e saí pela porta.

Me perdoem pelo capítulo longo, eu me empolgo as vezes KKKKKKKKKK❤️