- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 30
Cheguei em casa pouco depois da meia-noite, sem me preocupar em ver as horas exatas. Meu pai já estava dormindo no quarto dele e nem me ligou para saber onde eu andava. Ele deve ter visto o bilhete que eu deixei para ele antes de sair. Estava terminando de me arrumar, quando ouvi a campainha tocar. Era o Tom, lindo como sempre. Ele usava sua bandana preta de costume, um moletom e uma camisa brancos, uma calça preta larga e um tênis branco. Ele também usava um óculos e me pediu para usar um também, para evitar que os paparazzi nos reconhecessem. Achei que não ia adiantar muito, mas obedeci e coloquei o óculos também.
── Os meninos falaram algo com você a respeito da boate quando você chegou no hotel? ── Perguntei.
── Que nada, por incrível que pareça, quando cheguei eles estavam dormindo, acho que beberam de mais, e mesmo assim o Bill já me contou o que aconteceu, lembra? ── Tom disse enquanto segurava em minhas mãos.
── Lembro sim, mas queria detalhes. ── Falei e Tom revirou os olhos.
── Vamos parar de pensar em problemas Tata, eu reservei esse tempo e justamente a essa hora, para gente não pensar neles, vamos ir até o carro, pode ir na frente, eu vou atrás. ── Tom disse e eu fui na frente, enquanto ele vinha atrás, enquanto caminhávamos, percebemos que alguns papparazi tiraram fotos nossas, entramos no carro rapidamente e Tom o trancou.
── Eles não nos deixam em paz nem por um segundo. ── Tom disse e em seguida bufou.
── Isso que dá ser famoso. ── Falei e Tom riu.
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Chegamos ao restaurante luxuoso que era o nosso destino e eu fiquei maravilhada. Tom tinha reservado uma mesa só para nós dois e nos acomodamos nela. Pedimos o Schnitzel, um prato tradicional da cozinha alemã, que é uma carne fina, normalmente de porco, empanada e frita. O nome vem do alemão schnitt, que quer dizer "corte". O schnitzel vem com limão e salsinha, e pode ser acompanhado de Spätzle (uma massa), batata frita ou salada de batata alemã.
── Que delícia, eu adoro esse prato! ── Eu disse e Tom sorriu.
── Eu também, é o meu preferido. Vamos voltar aqui mais vezes. ── Ele disse com um sorriso malicioso e eu corei.
Conversamos sobre vários assuntos enquanto saboreávamos a comida, rimos e recordamos os momentos maravilhosos que passamos juntos e como nos conhecemos na boate.
── Foi amor à primeira vista. ── Eu disse com um sorriso.
── Eu nem acreditava nisso, mas foi o que eu senti quando te vi. ── Tom disse e colocou meu cabelo atrás da orelha e me beijou.
── Você é incrível Tom, obrigada por existir, obrigada por ser meu namorado, obrigada por tudo Kaulitz. ── Eu disse enquanto acariciava o rosto delicado de Tom.
── Você é a garota mais linda que eu já vi na minha vida, Tata. ── Tom disse e beijou minha testa.
── Ah, para com isso, você só diz isso porque é meu namorado. ── Eu disse séria.
── Não é verdade, você não é só minha namorada, você é minha vida, minha paixão, minha Tata. ── Ele disse enquanto segurava minhas mãos e me olhava com carinho.
── Espera aí, quando tudo está muito calmo, tem alguma coisa errada. ── Eu disse e Tom ficou nervoso. Eu percebi sua reação e fiquei curiosa. ── O que foi Tom? Você parece meio preocupado, foi algo que eu falei? Se foi, me desculpe.. ── Eu disse e Tom me interrompeu.
── Não se preocupe, você está certa, mas não é nada demais. ── Tom disse enquanto acabava de tomar seu suco.
── Tem certeza Kaulitz? Eu te conheço bem. ── Eu disse e Tom colocou o copo na mesa.
── Tata, se eu fosse me mudar para outro país, como você reagiria? ── Tom disse angustiado e me deixou apreensiva.
── Eu ficaria muito chateada, seria como nas novelas que eu assisto, você iria para outro país, me deixaria aqui na Alemanha e nunca mais nos veríamos, depois de um tempo nos encontraríamos de novo, casaríamos e blá blá blá. ── Eu disse e Tom ficou agitado.
── Mas você não iria comigo? ── Ele perguntou me deixando mais confusa ainda.
── Tom, eu sou pobre, primeiro que eu tenho pavor de avião, e segundo que eu não abandonaria meu pai por nada, ele precisa de mim e eu dele, ainda mais agora que nos reconciliamos. ── Eu disse e Tom ficou com uma expressão de tristeza.
O Kaulitz olhou para o relógio e sentiu um nó na garganta. Já eram três horas da manhã e ele ainda não tinha coragem de contar a verdade para Tatiane. Eles estavam em um restaurante elegante no centro da cidade, mas Tom não conseguia disfarçar sua cara de preocupado. Ele só pensava em como iria dizer à sua namorada que ele e os outros integrantes da banda iriam se mudar para os Estados Unidos e entrar em um hiato por tempo indeterminado.
Ele sabia que Tatiane amava a Alemanha e que nunca deixaria seu pai por nada. Ele queria levá-la com ele, mas não queria forçá-la a nada. Ele queria que ela fosse feliz, mas não sabia como fazer isso sem magoá-la.
Ele respirou fundo e decidiu que era hora de falar.
─ Vamos ir embora? ─ Ele sugeriu, levantando-se e pedindo a conta.
─ O quê? Mas já? ─ Tatiane falou espantada, olhando para ele com seus olhos castanhos.
─ São três horas da manhã, Tatiane, precisamos ir. ─ Tom disse, tentando parecer calmo.
─ Tatiane? Você está com febre Kaulitz? Você só me chama assim quando está irritado. ─ Tatiane falou, enquanto Tom pagava a conta.
─ Claro que não, eu já te chamei pelo nome completo várias vezes e eu não estava irritado. ─ Tom disse, enquanto a ajudava a levantar.
─ Mas você está estranho, fez perguntas estranhas e quer sair do restaurante uma hora dessa. Está tudo estranho, os meninos dormindo cedo, você querendo ir embora cedo. ─ Tatiane falou, enquanto caminhavam até a saída do restaurante.
Tom sentiu uma pontada de culpa ao ouvir as palavras dela. Ele tinha mentido para ela sobre os meninos estarem dormindo. Na verdade, eles estavam arrumando as malas para viajar. Eles tinham decidido ir morar nos Estados Unidos depois de toda a polêmica envolvendo a boate em que eles frequentavam. Eles queriam recomeçar uma nova vida em Los Angeles, longe dos holofotes e das críticas.
Tom sabia que Tatiane não tinha nada a ver com isso, mas ele também sabia que ela estava sofrendo com os ataques que recebia nas redes sociais por ser sua namorada. Ele queria protegê-la disso tudo, mas também queria respeitar sua escolha.
─ Está tarde, eu não posso fazer nada. ─ Tom disse sério.
─ Para Tom, é sério, três horas da manhã pra vocês é como se fosse meio dia. Não quero mais confusões, conta logo o que está acontecendo. Você não iria marcar esse nosso encontro só por algumas horas e cada um voltar pra sua casa tão rápido. Você marcou isso pra falar algo a mais, mas não está conseguindo desentalar isso. ─ Tatiane falou, olhando fixamente para ele.
Tom suspirou e parou de andar. Eles estavam na calçada, em frente ao carro dele. A noite estava fria e escura, e Tom podia ver o vapor saindo da boca dela. Ele a abraçou pelos ombros e olhou nos seus olhos.
─ Tá bom, Tatiane, vou contar sem enrolação. Bill e os meninos não estavam dormindo porra nenhuma, eles estavam arrumando a mala deles porque decidiram... decidiram... ─ Tom disse, gaguejando.
─ Decidiram o quê Kaulitz? ─ Tatiane falou aflita, já pressentindo que coisa boa não era.
─ Eles decidiram ir morar nos Estados Unidos, porque tudo que está acontecendo por conta dessa boate está meio que manchando nossa imagem e principalmente a sua Tatiane. Queremos recomeçar uma nova vida em Los Angeles. A gente vai fazer nosso último show aqui na Alemanha e depois iremos entrar em hiatus. ─ Tom disse, soltando-a e esperando sua reação.
Tatiane ficou paralisada, como se tivesse levado um soco no estômago. Ela sentiu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e a garganta se fechando. Ela não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Ela não conseguia imaginar sua vida sem Tom, sem sua presença.
─ VOCÊ VAI ME ABANDONAR? VAI DEIXAR SUA NAMORADA SOZINHA NA ALEMANHA E AINDA VAI ENTRAR EM HIATUS KAULITZ? ─ Ela gritou, enquanto tremia e soluçava sem parar.
Tom sentiu uma dor no peito ao ver o sofrimento dela. Ele queria abraçá-la, beijá-la, dizer que tudo ia ficar bem. Mas ele sabia que não podia mentir para ela.
─ Tata, eu queria que você fosse com a gente, mas eu sei que você não deixaria a Alemanha por nada... ─ Tom disse, tentando se explicar.
─ Eu não quero saber Kaulitz, você vai entrar em hiatus, eu nunca mais vou te ver, Você tem noção disso? ─ Tatiane falou e Tom tentou secar suas lágrimas, mas ela o afastou.
─ Tata eu... ─ Tom disse, mas ela o interrompeu.
─ Não me toca, como eu vou viver sem você? Você é o garoto mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. Eu não me apaixonei só pela sua beleza, mas também pelo seu caráter Kaulitz. Você é um garoto incrível, atraente, você... você... ─ Tatiane falou e se afastou de Tom, enquanto chorava sem parar e tentava secar suas lágrimas. Mas nada adiantava, a dor que ela estava sentindo era como se ela estivesse perdendo um pedaço de si mesma.
Tom ficou sem palavras. Ele não sabia o que dizer para consolá-la. Ele sabia que ela o amava de verdade e que ele também a amava. Mas ele também sabia que precisavam seguir seus caminhos.
Ele pegou as chaves do carro e se aproximou dela.
─ Onde você vai Tata? Eu vou te levar de carro pra sua casa. Não fica assim, a gente ainda vai se falar. A culpa não é minha. ─ Tom disse com uma voz de tristeza.
Tatiane parou de andar e olhou para trás. Ela só conseguia chorar. Ela estava abalada e sem reação. Foi tudo tão rápido que ela não sabia nem o que pensar.
─ Você quer ir pros Estados Unidos? Vai, eu não estou te prendendo. Se divirta muito viu? E não precisa me levar até minha casa, eu sei muito bem ir sozinha até lá. Adeus Kaulitz. ─ Tatiane falou e se virou de costas para Tom e continuou caminhando até onde suas pernas pudessem levá-la.
── Vem comigo, Tata, eu pago o voo. ── Tom propôs.
── Não quero depender de você, kaulitz, não quero que você banque tudo pra mim. Esquece a gente, esse namoro não tem futuro, mesmo que a gente tente. Outra coisa, fica com a aliança pra você. ── Tati disse e tirou a aliança do dedo e a remessou no chão. Depois, respirou fundo e saiu andando sem rumo.
Tom viu que não adiantava insistir, então ele só pegou a aliança que Tatiane lançou no chão e entrou no carro. Lá dentro, Tom desabou em lágrimas e ao olhar para o banco ao lado, viu uma blusa que Tati tinha esquecido de levar e deixar na casa do pai dela. Todas as roupas de Tatiane tinham sido levadas para a casa de Roger, menos a blusa que ela esqueceu no carro de Tom. Ele pegou e sentiu o cheiro da blusa, e chorou ainda mais. Em seguida, ele tirou do bolso uma caixinha, que ao abrir tinha um colar de ouro, com o apelido que Tom gostava de chamar Tatiane, Tata. Ele tinha comprado para dar de surpresa pra Tatiane no jantar, antes dele chegar no hotel. Ele segurou a joia e chorou, tudo tinha acabado de repente, mas a culpa não era dele nem de Bill nem dos meninos, eles tinham que fazer isso pelo bem do Tokio Hotel.
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