- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 19
─ Bom dia, meu amor... ── Ouvi uma doce voz acariciando minha cabeça, enquanto eu abria os olhos lentamente, enrolada em um edredom.
── Bom dia. ── Falei, esfregando meus olhos. Em seguida, encostei na cabeceira da cama e olhei para o lado. Lá estava minha mãe, com um sorriso radiante no rosto. Eu e ela somos tão parecidas, tanto os cabelos ondulados quanto a cor deles e dos olhos. Abraçei ela, sentindo seu perfume com cheiro de morango, e em seguida perguntei sobre o Tom.
── Onde está Tom? ── Perguntei sonolenta.
── Ele voltou para o hotel. Quando a gente saiu do restaurante e entrou no carro dele, para ir embora, você acabou dormindo no meio do caminho e Tom não quis te acordar. Então, ele te trouxe no colo e você dormiu aqui, assim que chegamos.
── Ah, entendi. Tom sendo Tom ── Abri um sorriso para minha mãe, que estava com os olhos brilhando de felicidade.
── O que vamos fazer hoje? Eu já estava pensando em várias coisas! ── Disse a mulher enquanto acariciava meu rosto.
── Sério? Tipo o que? ── Perguntei animada.
── Bem, eu pensei que a gente podia ir ao parque, fazer um piquenique, andar de bicicleta, ver os patos... ── Ela começou a listar as atividades que tinha planejado.
── Uau, mãe, você está cheia de energia hoje! ── Eu brinquei, rindo.
── É que eu estou muito feliz, filha. Você não sabe o quanto eu esperei por esse momento. ── Ela disse, me abraçando forte.
── Eu também estou feliz, mãe. ── Eu disse, retribuindo o abraço.
── Eu sei, meu amor. Eu sei. ── Ela sussurrou, beijando minha testa.
── Mas e o Tom? Ele não vai ficar chateado se eu não chamá-lo? ── Eu perguntei, lembrando do meu namorado.
── Não se preocupe com ele. Ele disse que tinha uns assuntos para resolver e que depois nos encontraria no parque. ── Ela explicou.
── Ah, tá bom então. ── Eu concordei.
── Vamos, levante-se. Temos um dia inteiro pela frente! ── Ela disse, puxando-me pela mão.
── Tá bom, tá bom. Só me dá um minuto para me arrumar. ── Eu disse, indo em direção ao banheiro.
Eu estava feliz, não sei se minha mãe queria passar um dia só eu e ela naquele parque, mas eu preferia levar Tom, foi ele que me ajudou a encontrei ela, não poderia deixá-lo de fora dessa.
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Chegamos ao parque e ficamos encantados com a beleza do lugar. Havia muitas árvores, flores, pássaros e pessoas. Minha mãe logo encontrou um lugar perfeito para fazer o nosso piquenique, debaixo de uma grande sombra. Ela tirou a cesta da bicicleta e começou a arrumar as coisas.
── Que fome! ── Eu disse, olhando para os sanduíches, frutas e sucos que ela tinha preparado.
── Eu também! ── Ela disse, sorrindo. ── Mas antes de comer, vamos tirar uma foto para registrar esse momento.
Ela pegou o celular e esticou o braço para nos fotografar. Eu me aproximei dela e sorri para a câmera. Ela apertou o botão e...
── O que foi isso? ── Ela exclamou, assustada.
Eu olhei para o celular e vi que a tela estava toda preta. Não havia nenhum sinal de vida no aparelho.
── Acho que ele descarregou. ── Eu disse, confusa.
── Mas como? Eu carreguei ele ontem à noite. ── Ela disse, indignada.
── Será que foi algum problema na bateria? ── Eu sugeri.
── Não sei. Mas agora não temos como tirar fotos nem ligar para o Tom. ── Ela disse, preocupada.
── Calma, mãe. Não vamos deixar isso estragar o nosso dia. Vamos comer alguma coisa e depois procurar um orelhão ou uma loja para recarregar o celular. ── Eu disse, tentando acalmá-la.
── Tá bom, filha. Você tem razão. Vamos comer. ── Ela concordou, guardando o celular na bolsa.
Nós começamos a comer e conversar sobre coisas aleatórias. Eu estava me sentindo bem, até que eu percebi que algo estranho estava acontecendo ao nosso redor.
As pessoas que passavam pelo parque pareciam estar em pânico. Algumas corriam, outras gritavam, outras choravam. Eu não entendia o que estava acontecendo.
── Mãe, você está vendo isso? ── Eu perguntei, apontando para a multidão.
── Sim, filha. Eu estou vendo. Mas o que será que aconteceu? ── Ela perguntou, assustada.
Nós nos levantamos e fomos até uma senhora que estava sentada em um banco, chorando.
── Com licença, senhora. O que está acontecendo? ── Minha mãe perguntou, gentilmente.
── Vocês não estão escutando? São tiros! ── Disse a senhora aterrorizada.
── Como assim, por que você está aqui, então? ── Perguntei.
── Eu fui atingida.. ── A senhora mostrou sua barriga, que estava encharcada de sangue.
── Meu Deus! ── Minha mãe gritou, horrorizada. ── Nós temos que ajudá-la!
Ela tirou o lenço de sua bolsa e tentou estancar o sangramento da senhora, enquanto eu procurava por algum socorro.
── Alguém me ajude! Por favor! ── Eu gritei, desesperada.
Mas ninguém parecia se importar. As pessoas continuavam correndo e gritando, sem olhar para nós.
── Quem está atirando? ── Eu perguntei, confusa.
── Parece que o dono do parque se envolveu com a mulher de um cara, ele descobriu e agora quer acabar com o parque, deixando com várias mortes, vocês precisam sair daqui.
── Mas e você? ── Falei preocupada com a senhora.
── Salvem a vida de vocês, ninguém morreria no lugar de um desconhecido, eu vou ficar bem, agora corram, antes que seja tarde de mais..
Olhei para minha mãe que estava em choque, nós tentamos fazer a senhora ir com a gente, quando vimos que não estava dando certo, saiamos às pressas de perto dela, tentando achar a saída do parque.
── Mãe, e o Tom, ele está vindo para cá, lembra? ── Falei enquanto corria.
── Sim, eu lembro, espero que fique tudo bem com ele, mas agora precisamos falar menos e correr mais. ── Olhei para minha mãe e acenti positivamente com a cabeça, concordando com o que foi dito.
Nós continuamos correndo, desviando das pessoas e dos tiros que vinham de todos os lados. Eu estava com medo, mas também com raiva. Como alguém podia fazer uma coisa dessas? Como alguém podia destruir um lugar tão bonito e matar pessoas inocentes por causa de uma traição?
Eu olhei para o céu e vi que ele estava escuro, como se fosse chover. Eu senti um arrepio na espinha. Será que era um sinal de que algo pior estava por vir?
── Mãe, olha ali! ── Eu gritei, apontando para a saída do parque.
── Graças a Deus! Vamos, filha, vamos! ── Minha mãe disse, acelerando o passo.
Nós chegamos até o portão e vimos que havia um carro parado na frente. Era o carro do Tom. Ele estava encostado na porta, com uma expressão de alívio no rosto.
── Tom! ── Eu gritei, correndo até ele.
── Meu amor! ── Ele disse, me abraçando forte.
── Você está bem? Você não se machucou? ── Eu perguntei, preocupada.
── Não, eu estou bem. E você? E a sua mãe? ── Ele perguntou, olhando para nós duas.
── Nós também estamos bem. Graças a você. ── Minha mãe disse, se aproximando dele.
── Que bom que eu cheguei a tempo. Eu vi na tv e vim correndo para cá. ── Ele disse, nos levando para dentro do carro.
── O que está acontecendo aqui, Tom? Quem está fazendo isso? ── Eu perguntei, confusa.
Tom suspirou e disse:
── É uma longa história. Mas eu vou te contar tudo. Só que agora nós precisamos sair daqui. ── Ele disse, ligando o carro e saindo em alta velocidade.
Eu olhei pela janela e vi o parque pegando fogo. Eu senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Por quê existe pessoas tão ruins no mundo? Por que não resolver às coisas na base da conversa? Pra que tirar uma vida por causa de discussões? Qual é a graça de humilhar os outros, só pra aumentar a auto estima que você só consegue quando abaixa a dos outros?! Por quê que guardar tanta mágoa a ponto de querer vingança? O mundo não é horrível, às pessoas que habitam nele, que são..
Tom dirigiu por alguns minutos, sem dizer uma palavra. Eu podia sentir que ele estava tenso, mas também aliviado. Com uma de suas mãos, ele segurava a minha com força, como se não quisesse me soltar nunca mais.
Minha mãe estava sentada no banco de trás, em silêncio. Ela parecia estar em choque, assim como eu. Ela tinha acabado de reencontrar a filha depois de anos e agora tinha passado por uma situação de vida ou morte.
── Onde vamos agora? ── Perguntei olhando para Tom.
── Vamos para a fazenda. ── Disse Tom olhando para rua.
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Ao chegarmos na fazenda, Tom estacionou o carro em frente a casa simples, mas aconchegante. Ele saiu do carro e abriu a porta para mim e para minha mãe.
Assim que entramos na residência, me sentei no sofá com Tom, enquanto mamãe foi buscar água, para nós se acalmar.
── Que saco que a gente não pode ir ao parque se divertir. ── Tom resmungou, me agarrando pelo pescoço e me beijando com vontade.
── Eu te amo, sabia? ── Ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar.
── Eu também te amo, Tom. ── Eu disse, olhando nos seus olhos castanhos.
Ele sorriu e me beijou de novo, com mais paixão. Eu retribuí o beijo, sentindo o seu gosto e o seu calor. Ele me puxou para o seu colo e me abraçou com força. Eu senti o seu coração batendo acelerado, assim como o meu.
── Aqui está a água, amores. ── Ouvi a voz de Martha, (minha mãe) e direcionei meu olhar para ela, que se aproximava de mim e de Tom.
── Obrigada, mãe. ── Falei enquanto pegava o copo e saia do colo de Tom.
── Eu não vou poder ficar aqui, tenho um show para fazer mais tarde. ── Disse Tom se levantando do sofá.
── Mas aceite pelo menos a água, depois do susto que passamos.. ── Não tia, realmente preciso ir. ── Tom à interrompeu, indo em direção a porta.
Acompanhamos ele até o seu carro, em seguida, me despedi, dando um beijo e depois um abraço.
── Até mais Tom!
── Tchau meu genro!
Tom adentrou no veículo e em seguida deu partida, quando ele sumiu da nossa visão, entramos para dentro da casa, novamente.
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Tom chegou no hotel, faltando poucos minutos para às onze da manhã. Ele abriu a porta do quarto do hotel com ansiedade e tensão.
── Onde está a mala? ── perguntei seriamente.
Bill, Georg e Gustav, estavam vendo tv e se assustaram com a voz de Tom, que os fez olhar para ele.
── Eu coloquei lá no nosso quarto. ── Bill respondeu nervoso.
── O que houve? ── Georg questionou.
── deu certo. ── falei e segui em direção ao quarto.
Georg ficou sem entender, olhou para os meninos e em seguida perguntou.
── O que foi que deu certo, gente?
── Não sei, vamos lá ver. ── Disse Gustav.
── E você, Bill, não vai dizer nada? ── Perguntei.
── só vamos, gente. ── Bill disse e seguimos para o quarto.
Ao entrarem no cômodo, viram Tom com uma mala em cima da cama. Ele à abriu, revelando um monte de dinheiro.
Georg e Gustav ficaram boquiabertos. Eles não podiam acreditar no que estavam vendo.
── Como você conseguiu isso? ── Gustav perguntou.
Tom olhou para trás e fechou a mala.
── isso é dinheiro nosso? ── Perguntou Georg.
── Não... ── Gaguejei.
── Então como você conseguiu ? ── Retrucou Gustav.
── Um lance aí, nada de mais, fica de boa. ── Falei
── Bill, você está muito quieto, está sabendo de alguma coisa que a gente não sabe? ── Disse Gustav.
── Claro que não gente, isso deve ser uma parte do dinheiro do Tom que ele foi ajuntando, só isso. ── Bill disse enquanto coçava a ponta do nariz.
── Acertou em cheio maninho! ── Falei e guardei a mala de baixo da cama.
Gustav e Georg ficaram desconfiados, mas resolveram deixar para lá, depois da bela desculpa que o Bill falou, os meninos se retiraram do quarto sem dizer uma palavra, o clima ficou estranho entre nós. No quarto, ficou só eu e o meu gêmeo.
── Você vai ficar me devendo essa! ── Bill falou e se retirou do cômodo.
Eu Suspirei aliviado e me joguei na cama.
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Na fazenda, Tati e Martha conversavam enquanto faxinavam a casa.
── Filha, onde você está morando, atualmente? ── Ela perguntou enquanto varria o chão da sala.
── Morando é uma palavra muito forte, estou... digamos assim, por um tempo na casa que meu pai pensa que é dele, mas acho que vou me mudar para cá, o único problema é que vai ser muito longe da boate, eu nem falei, né? Eu vou voltar a trabalhar lá, a Sara só me deu alguns dias de luto e logo logo voltarei para lá. ── Falei enquanto tirava a poeira de alguns móveis antigos.
── Entendi... por quê você não compra uma casa perto de lá? Não que eu queira, mas daria menos trabalho para você. ── Ela sugeriu.
── Eu não tenho dinheiro suficiente para comprar outra casa, você sabe o meu namorado? ── Sei. ── Ela falou. ── Então, eu morava com ele, mas depois de tudo aquilo que ocorreu com o Joel, resolvi voltar a morar na minha casa, que pro meu pai é dele, mas na verdade, quem comprou ela foi eu. Ele apareceu lá derrepente, falando que perdeu o emprego , que perdeu tudo, aí sei lá, alguma coisa assim. ── Falei e minha mãe riu.
── Por que você não manda ele ir embora? Você já tem vinte anos, e se você está falando que comprou com seu suor, você tem o direito de fazer isso.
── Acima de tudo, ele continua sendo meu pai, quer dizer, antes de eu descobrir a verdade, mas mesmo assim, ele não vai ter pra onde ir, prefiro morar aqui mesmo. ── Falei e minha mãe sorriu.
── Você vai voltar lá para pegar suas coisas? ── Ela perguntou.
── Sim, inclusive vou bater um papo com ele sobre essa história que você me contou.
Depois disso, ficamos em silêncio, derrepente abri um armário de madeira antigo que estava na sala, dentro dele havia uma maleta preta, parecia nova. Eu peguei e coloquei em cima da mesa de jantar, ao abrir, fiquei espantada, meu olhos arregalaram, era um monte de dinheiro.
── Mãe, o que é isso? ── Falei assustada.
── é uma parte da herança que meu avô me deu, lembra que ele deixou essa fazenda para mim? Então, ele também deixou esse dinheiro, mas eu só irei usar em caso de estrema urgência. ── Ela disse assustada arrancando a mala de cima mesa, ela fechou o objeto e correu para o quarto. Eu fiquei com cara de desentendida, era muito dinheiro, como ela não gastou antes? Será que ela falou a verdade ou será que ela mentiu? Eu prefiro acreditar nela...
Capítulo revisado galerisss, mas se houver erro de ortografia que eu deixei passar, me perdoem! Kkkkkkkkkkk
Até o próximo capítulo, amores! 😍🥰
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