- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 46
Deitada na cama, escutei um estrondo vindo da porta da frente, que me fez pular de susto. Será que era o Tom que tinha chegado? A Simone ainda não havia voltado do mercado, poderia ser ela, mas logo depois, ouvi uma voz furiosa e alta, que reconheci como sendo do Tom.
── CADÊ A MINHA TATA, SEU FILHO DA PUTA! ── Ele berrava, enquanto eu ouvia sons de luta e objetos se quebrando.
── Ela... tá... no quarto dela, por favor, me solta! ── Roger implorava, com dificuldade para respirar.
── Tom? ── Eu gritei, saindo do meu quarto e correndo até a sala. O que eu vi me deixou chocada: Tom estava segurando Roger pelo pescoço com tanta força que ele estava quase desmaiando. Bill, Georg e Gustav tentavam separar os dois, mas o Tom não dava ouvidos a ninguém.
── Tati? ── Ele disse, soltando Roger no chão e vindo em minha direção. Ele me abraçou com força, como se quisesse me proteger de tudo.
── Está tudo bem, ele não me tocou. ── Eu disse, tentando acalmá-lo.
── Tem certeza? Se ele te machucou ou te ameaçou, eu juro que eu mato ele aqui e agora. ── Tom disse, olhando para Roger com ódio.
── Sim, eu estou bem, você não precisava ter feito isso com ele. ── Eu falei, apontando para Roger que estava vermelho e tossindo.
── Desculpa cabeça de pi... ── Tom começou a dizer, mas foi interrompido por Bill.
── Melhor não terminar essa frase. ── Bill disse, rindo da situação.
── Tanto faz. Cadê a minha mãe? ── Tom perguntou, mudando de assunto.
── Ela saiu para fazer umas compras e ainda não voltou. ── Eu falei e vi Tom franzir o cenho.
── Eu não acredito que ela te deixou sozinha com esse babaca! ── Tom disse, balançando a cabeça.
── Mas já que está tudo bem... vamos para o meu quarto? Eu preciso conversar com você. ── Eu falei e vi todos os meninos me olharem com um sorriso malicioso.
── Hoje tem! ── Bill brincou, dando gargalhadas.
── Claro que não, seu louco! Eu peguei o Tom pelo braço e o puxei para o meu quarto, mas parei no meio do caminho quando ouvi Georg dizer:
── Eles são noivos, depois que eles casarem vai ser assim todo dia.
Eu olhei para o Tom com desconfiança e me perguntei: será que ele tinha contado para os meninos que ele tinha me pedido em casamento? Eu pensei em perguntar para ele, mas apenas continuei andando com ele até o meu quarto. Chegando lá, nós nos sentamos na cama e ele ficou me olhando com expectativa.
── Antes que você comece a me culpar por ter te deixado sozinha com o Roger, eu quero que você saiba que eu não concordei com isso. Eu tentei convencer eles de que... ── Tom começou a se explicar, mas eu o cortei com um gesto.
── Não é sobre isso que eu vim falar com você. ── Eu disse, com uma expressão séria. Tom me encarou, confuso.
── Não me diga que você está... ── Ele tentou adivinhar, mas eu o interrompi.
── Grávida? Claro que não! ── Eu exclamei, indignada. Tom suspirou, aliviado.
── Então do que se trata? ── Ele perguntou, curioso.
── É sobre o Roger. ── Eu revelei, baixando o tom de voz. Tom franziu o cenho.
── O que tem ele? ── Ele quis saber.
── Ele não me fez nada de mal, pelo contrário, ele foi muito gentil comigo. Sabe, eu estou dividida entre dois sentimentos: um que me diz para não confiar nele, e outro que me pede para perdoá-lo e contar sobre o nosso casamento. ── Eu confessei, olhando nos olhos de Tom. Ele se levantou da cama, furioso.
── Você enlouqueceu? Ele te deu alguma droga? Você não pode estar falando sério, ele estava atrás de nós dois e queria nos destruir. E agora você acha que ele mudou só porque apareceu aqui ontem todo ensanguentado? Me poupe, Tatiane! ── Ele esbravejou, inconformado.
── Mas Tom, é diferente. Ele é o meu pai, não importa o que ele tenha feito no passado. Ele está arrependido, eu posso ver isso nos olhos dele. Se ele quisesse me fazer algum mal, ele já teria aproveitado a oportunidade. Nós ficamos sozinhos nessa casa, você acha mesmo que ele não poderia ter me sequestrado ou me matado? ── Eu argumentei, tentando fazer Tom entender.
── Você não está vendo? Ele está tentando nos enganar, nos manipular. É óbvio! ── Tom retrucou.
── Eu não acredito nisso. Roger mudou e ponto final. ── Eu afirmei, convicta.
── Dê uma chance para ele, por favor. Eu acho que ele não tem para onde ir... ── Eu implorei, mas Tom me cortou.
── NÃO! Você não percebe o perigo que é ter o Roger morando conosco? Ele vai ter acesso a tudo o que fazemos e ainda vai ficar perto da gente. ── Tom protestou, e eu revirei os olhos.
── Tom, esqueça o passado. Pense no presente. Você está obcecado pela vingança do Roger, mas ele não é mais assim. ── Eu disse, e Tom se sentou ao meu lado na cama e me olhou nos olhos.
── Roger não vai ficar aqui e se você insistir nisso, você vai ter que escolher entre eu e ele para sair dessa casa. ── Tom me disse, com lágrimas nos olhos. Eu virei a cabeça para o lado e Tom se levantou.
── Você tem até a noite para decidir isso. ── Tom falou e saiu sem dizer mais nada.
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Tom atravessou a sala com passos pesados, os olhos faiscando de raiva. Ele bateu a porta atrás de si, deixando um rastro de frustração no ar. Bill não teve escolha a não ser segui-lo, preocupado com o que ele poderia fazer em seu estado explosivo. O mais velho se sentou na calçada e logo em seguida Bill se sentou ao seu lado.
── O que houve? ── Bill me perguntou com uma expressão de preocupação.
── Eu não aguento mais... ── Eu respondi, fitando Bill com os olhos cheios de lágrimas.
── Não aguenta mais o quê, para de besteira! ── Bill me deu um leve empurrão no ombro e tentou forçar um sorriso.
── Da vida... ── Eu disse, com um tom sério e triste.
── Que não aguenta mais a vida nada, você tem vinte e três anos, já passou pela pior fase da sua vida ou melhor da nossa vida, que foi a infância e quer jogar tudo pro alto assim do nada? Nessa altura do campeonato. ── Bill falou e eu enxuguei algumas lágrimas que escorriam pelo meu rosto.
── Por que a gente tem que sofrer tanto na vida? ── Eu perguntei e Bill ainda não compreendia o motivo de eu estar assim.
── Porque depois desses sofrimentos, a gente fica mais forte e serve de exemplo para outras pessoas que passaram ou estão passando pela mesma situação. Igual a gente, você sabe que todo mundo admira a gente por ter superado a infância... ── Bill falou me fazendo pensar. ── Mas qual é o seu problema, agora? ── Bill me questionou e eu o encarei.
── A vida está praticamente me impedindo de ser feliz com o amor da minha vida, é um problema atrás do outro, eu acho que esse casamento nem vai rolar, de tanta confusão que acontece. ── Eu desabafei fazendo Bill sorrir.
── Eu sabia que você tinha pedido a Tati em casamento de verdade, você não me engana, eu estou tão feliz por vocês! Mas para vocês realizarem o casamento, precisam se entender, o que ela te disse no quarto que te deixou desse jeito? ── Bill falou e eu suspirei.
── Ela disse que Roger mudou e que ele deveria morar com a gente, você acredita nisso? ── Eu falei e Bill sorriu.
── Eu também acho que ele mudou, mais um morando na nossa casa vai ser legal. ── Ele falou animado.
── Mas eu não concordo com isso, Roger não é uma boa pessoa e eu pedi para ela escolher entre eu e ele para sair da casa. ── Eu soltei e Bill perdeu o sorriso.
── TOM? Você pressionou ela? Fez ela escolher entre o amor e o pai dela praticamente. ── Bill falou indignado.
── Não é pressão, é simples escolher, e não é amor e pai, o único amor dela sou eu, Roger é só o pai de criação dela, qual a dificuldade de escolher entre nós dois? ── Eu falei fazendo Bill bufar.
── Se você quer viver em paz, dê uma chance para Roger e pare de pensar só em você, todos nós merecemos uma segunda chance, se continuar assim, vocês vão acabar se separando e nunca mais voltar. Mas se você estiver certo de que Roger não mudou, a gente que está confiando nele vai se arrepender no futuro, se você tem tanta certeza de que ele não mudou, proteja a Tatiane, é nesse momento que você tem que estar perto dela e não longe. Você não pode fugir dos seus problemas, você tem que enfrentá-los. Poxa Tom, você é um cara forte e foda pra caralho, nunca agiu dessa forma e eu sei que não é agora que você vai agir assim, volta lá dentro e pede desculpa para sua noiva porque vocês têm um casamento quase marcado e eu quero ver você de noivo com uma noiva no altar. Você promete pra mim que não vai mais brigar com ela por essas coisas bobas? Você é o Tom Kaulitz e não vai deixar ninguém encostar um dedo na sua amada, mas também não vai ficar impedindo ela de tomar as decisões que ela quer, pois ela também tem vinte e três anos!
Bill falou me fazendo abrir um sorriso maroto e em seguida o abracei forte, ali eu me lembrei do quanto meu irmão sempre foi e sempre será o melhor presente que eu poderia ganhar minutos depois de eu nascer, sem ele, eu não seria nada, seus conselhos me tornam mais forte do que eu já sou e ele está certo, chega dessas brigas, eu vou respeitar a decisão de Tati, aceitar jamais, mas respeitar sim, pois ele é o pai dela e eu mais do que nunca devo protegê-la dele e de toda maldade do mundo, assim como faço com Bill. Eu vou amar os dois para sempre!
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Bom gente, o capítulo demorou para sair por motivos pessoais, aconteceu algo na minha família que me deixou muito abalada, ainda estou, então se o capítulo estiver ruim, vocês me desculpem de verdade. Prometo que tentarei ser mais ativa por aqui, amo vocês.
outra coisa, escrevi esse capítulo pelo computador, então caso esteja com erro de português, vocês já sabem o por que. kkkkkkkkkkk
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