- 𝒄𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 40
ENQUANTO O CARRO DESLIZAVA PELA ESTRADA, eu admirava a beleza da natureza e do céu azul que se estendia acima de nós. De repente, senti um toque suave em minhas coxas e vi que era a mão de Tom. Franzi as sobrancelhas, sem entender o que ele queria, mas decidi não dizer nada e manter o silêncio confortável que reinava no carro.
── Você está linda nesse vestido! ── Ele elogiou, fazendo-me virar o rosto para ele.
── Obrigada. ── Eu respondi, sorrindo docemente.
Eu não sabia o que ele tinha de especial, mas mesmo depois de três anos, Tom ainda me encantava com sua aparência. Seus olhos tinham um formato levemente oriental e um brilho irresistível, sua boca era rosada e convidativa, sua pele era macia e sem imperfeições. Tom usava uma barba e um bigode ralos, mas isso só realçava seu charme, pois ele era muito atraente.
── Preciso te falar uma coisa, e quero que você me escute com atenção, tá? Eu sei que eu te magoei muito, que eu te causei um sofrimento enorme, que eu te fiz passar por momentos horríveis, por tudo isso e muito mais, eu te peço perdão! ── Tom disse com uma voz embargada, me olhando nos olhos com uma expressão de arrependimento.
── Perdão? Mas por que você está pedindo perdão? Você não tem culpa de nada do que aconteceu. ── Falei confusa e angustiada, sem entender o motivo daquele pedido.
── Lembra daquele dia no shopping... ── Tom começou a dizer, mas eu o interrompi rapidamente.
── Quando você me chamou de ingrata na frente de todo mundo? E você acha que isso foi um erro? Eu era mesmo uma ingrata, mas também era uma vítima da manipulação do meu pai e do David. Eles me fizeram acreditar que você era o vilão da história, mas na verdade você era o único que se importava comigo. E eu não guardo nenhum rancor de você, por que isso seria impossível. Ah, e lembra que você rasgou aquela foto nossa ao meio e eu peguei um dos pedaços. ── Falei e retirei da bolsa um pedaço da foto.
── Eu também guardei a outra metade!
── Tom disse tirando do bolso a outra metade rasgada da foto.
── Será que podemos juntar as duas? ── Eu sugeri animada e Tom me olhou com um sorriso de canto, que sempre me deixava sem fôlego.
── E como vamos fazer isso? Você tem cola aí? ── Ele brincou, enquanto dirigia o carro pela estrada.
── Na verdade, eu tenho! ── Eu respondi, tirando uma cola da minha bolsa. Tom arregalou os olhos, surpreso.
── Por que você anda com uma cola na bolsa? ── Ele questionou, curioso.
── Vai que eu preciso de algo assim em uma emergência! ── Eu expliquei, abrindo a cola e passando nas bordas das fotos.
Com cuidado, eu juntei as duas partes da foto, formando uma imagem completa de nós dois. Tom observou minha empolgação e sorriu com ternura.
── Pronto, agora elas estão unidas de novo, para sempre! ── Eu declarei, feliz, olhando para a foto restaurada.
── Assim como nós. ── Tom sussurrou, estacionando o carro em frente ao mercado.
Eu virei para ele, confusa, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo.
── Pode sair do carro, eu só vou dar uma ajustada na vaga. Cuidado para não bater em nada atrás. ── Tom disse, mudando rapidamente de assunto, enquanto eu abria a porta.
── Que conversa é essa? ── Eu provoquei, saindo do carro.
Eu fui para a frente do carro e fiquei orientando Tom se ele podia dar ré ou não. Depois que ele estacionou direito, ele saiu do carro também.
── E se a gente se casasse? ── Tom soltou de repente, me deixando atônita e nervosa.
── Tom, você bebeu alguma coisa estragada? ── Eu perguntei, rindo nervosamente.
── Estou falando sério. Se eu te pedisse em casamento agora, você aceitaria? ── Tom insistiu, me olhando nos olhos.
Eu senti um frio na barriga. Nós ainda éramos ex-namorados e casamento era algo muito sério, que exigia planejamento e muito amor.
── Para de viajar, Kaulitz. Nós nem estamos juntos! ── Eu falei, tentando disfarçar meu nervosismo.
Tom não disse nada, ele apenas me puxou e me apoiou no carro, Em seguida me beijou com paixão. No início, eu fiquei assustada e sem reação. Depois, eu me entreguei ao beijo e senti sua língua explorar minha boca. Seu beijo era o melhor do mundo. Eu senti sua mão segurar minha nuca e a outra apertar minha cintura. Ele me beijava devagar, como se quisesse me convencer de algo. Quando ele parou o beijo e olhou em volta, eu estava sem fôlego.
── Como você pode fazer isso comigo, Tom? Você não sabe o que quer, não é? ── Eu disse, sentindo a raiva e o desejo se misturarem em mim. Eu passei a língua pelos meus lábios, ainda sentindo o gosto do seu beijo.
── Eu te juro que não foi por isso, eu vi alguém te observando com uma câmera, pode ser um espião do seu pai ou um assassino. ── Tom tentou se explicar, mas eu não dei ouvidos.
── Ah, me poupe, Tom, você só está inventando desculpas para me beijar na frente de todo mundo! ── Eu retruquei, mas notei que ele estava sério e preocupado.
── É verdade, eu te digo, a pessoa estava escondida atrás daquele carro, segurando algo que parecia uma arma, eu não quis arriscar. ── Tom insistiu, e eu bufei.
── Deve ser só um paparazzi, Tom, você é famoso e está acostumado com isso, não precisa ficar paranóico. Vamos entrar logo nesse mercado e esquecer esse assunto. ── Eu disse, puxando-o pela mão.
Tom me seguiu, mas continuou olhando para trás, assustado. Ele colocou seu braço ao redor do meu pescoço e me abraçou forte.
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Enquanto Simone varria o próprio quarto e Bill ajudava a limpar as janelas e Georg a tirar as poeiras dos móveis, um barulho muito alto foi ouvido .
── Ouviram esse barulho? ── perguntei assustada para Bill e Georg.
── Eu ouvi, parece que veio do meu quarto e do Tom. ── Disse Bill assustado e desconfiado.
── Será que algum fã descobriu onde a gente mora? ── Georg perguntou parando de limpar a janela.
── Acho melhor a gente averiguar. ── Falei convicta e fomos até o quarto dos gêmeos.
Saímos do meu quarto e chegamos na dos kaulitz, abri a porta devagar e não se via nada, o quarto estava exatamente como Bill deixou, Georg dizia.
── Sim, eu também lembro, ele estava assim, então não foi aqui. ── Bill completou.
Gustav apareceu em seguida com um balde, aparentemente vazio em mão.
── O que houve gente? ── Ele perguntou confuso.
── Você não ouviu aquele barulho? A gente acha que alguém invadiu a casa. ── Falei observando ao redor.
── Relaxa, só fui eu que derrubei o balde! ── Gustav disse adentrando no quarto dos kaulitz.
── Você tem certeza? ── Bill perguntou.
── Óbvio que sim! ── Ele disse e se jogou na cama.
── Não entra aí, vai que tem algum bandido! ── Falei parada na porta.
Gustav sentiu um encomodo e ao passar as mãos por trás das suas costas, ele viu um papel que o fez arregalar seus olhos.
── Gente, esse não é o Tom e Tatiane? Parece recente, venham ver! ── Gustav disse fazendo todos adentrarem no cômodo e se sentarem na cama.
── Gente, mas essa foto é praticamente de agora, olha a roupa deles, quem deixou isso aqui? ── Bill disse pegando a fotografia da mão de gustav.
── Acho melhor eu ligar para o Tom. ── Simone disse e todos concordaram.
Simone pegou o telefone e discou o número de Tom, ela ligava mas ninguém atendia, pelo celular de Bill, ela tentou ligar para Tatiane, que também não atendeu,
Os nossos olhares se cruzaram e o medo atingiu nosso corpo, ficamos trêmulos e sem o que fazer, quando ouvimos o barulho de porta bater bem alto, demos um pulo e escutamos passos se aproximando do quarto, nossos coração começaram a errar as batidas, achamos que ali seria nosso fim quando os passos finalmente foram encerrados e a pessoa ou melhor, as pessoas se revelaram.
── Que foi gente, parece que viram um fantasma! ── Tom disse colocando as sacolas que ele segurava no chão.
── Pior que parece mesmo, a cara deles, mais pálidos que morto enterreado a dias. ── Tatiane brincou dando gargalhadas junto com Tom.
── Isso não é brincadeira que se brinque meu filho, deixando foto só pra assustar a gente, faça mil favor. ── Simone disse se levantando irritada.
── Que foto? Do que vocês estão falando?
── Dessa foto. ── Simone ergueu a foto para Tom, que pegou imediatamente e nela estava Tatiane e Tom quase se beijando.
── Eu não deixei isso aqui e muito menos tirei essa fot.. ── Tom deu uma pausa e olhou para Tatiane e em seguida engoliu seco. ── Aquela pessoa que eu vi, pode ser a mesma que deixou a foto aqui. ── Tom completou.
── Acho que a pessoa não seria tão rápida a ponto disso, deve ter mais pessoas agindo nisso, mas por que fariam isso? ── Tatiane perguntou deixar as sacolas no chão.
── Por causa que o Roger está atrás de você, ele contratou alguém pra te perseguir, apartir de agora você está proibida de sair sozinha, ouviu? Só sai dessa casa se estiver com nossos seguranças. ── Tom disse e Tatiane revirou os olhos.
── Não é pra tanto Tom! ── Retrucou ela.
── Quer morrer? ── Tom perguntou e o celular de Tati tocou, ela atendeu logo em seguida.
── Alô? Sim ela mesma, MENTIRA? Ok, SÉRIO? AI EU TO MUITO FELIZ! Você não vai se arrepender! Obrigada, tchau. ── Tatiane disse e encerrou a ligação.
── O que houve? ── Tom perguntou.
── EU ESTOU TRABALHANDO, FUI ACEITA NUMA LANCHONETE AQUI PERTO, VOU SER GARÇONETE. ── Tati disse e todo muito se alegrou e indo abraçar ela.
O alívio e a felicidade encheram o quarto quando Tatiane compartilhou a notícia de seu novo emprego. Os abraços calorosos e sorrisos substituíram o clima de tensão que havia se instaurado momentos antes. A ideia de trabalhar em uma lanchonete próxima proporcionou um senso de normalidade em meio à estranheza da situação.
── Isso é maravilhoso, Tati! Parabéns! ── Simone expressou, abraçando Tati com ternura.
Os dias seguintes foram marcados por cautela e mudanças na rotina. Seguranças passaram a acompanhar Tatiane sempre que ela saía da casa, enquanto Tom, Bill, Georg, Gustav e Simone permaneceram alertas quanto a qualquer sinal de ameaça. A tensão era palpável, mas o amor e a união da banda e de Tatiane fortaleciam sua determinação de enfrentar os desafios que se aproximavam.
Tatiane começou seu novo emprego na lanchonete, servindo mesas e interagindo com clientes. Ela estava grata por ter encontrado uma ocupação que a mantinha ativa e distante das ameaças que a cercavam. No entanto, a sensação de estar sob constante vigilância a perturbava.
Em uma tarde ensolarada, enquanto Tatiane servia um grupo de clientes na lanchonete, uma presença sinistra a fez estremecer. Roger havia entrado no estabelecimento, seus olhos fixos em Tatiane. Ela tentou manter a calma, mas a ansiedade tomou conta dela.
── Fique tranquila, Tati. ── Sussurrou o segurança ao seu lado, percebendo a situação. Ele estava pronto para agir se algo desse errado.
Roger se aproximou da mesa em que Tatiane estava servindo e a encarou com um sorriso diabólico nos lábios.
── Que bom te encontrar aqui!── Roger disse, com semblante sério.
── O que você quer, Roger? ── Tatiane perguntou, tentando manter a compostura.
── Comer...? ── Roger debochou com um sorriso de canto.
── Então espere na sua mesa que já já irei te atender. ── Tati falou e Roger bufou irritado.
── Que Garçonete incompetente, nem para atender os clientes direito! ── Roger murmurou chamando atenção dos clientes que estavam ao redor da lanchonete.
── Roger da para você calar sua boca? Vai acabar assustando alguns clientes. ── Tatiane disse olhando ao redor, os clientes pareciam incomodados.
── Já parei, garçonete! ── Roger revirou os olhos. ── Como está Tom? ── Ele perguntou mudando de assunto.
── Não lhe interessa saber sobre a vida pessoal de uma Garçonete, senhor. ── Tatiane disse tentando sair de perto do homem.
── Espera! ── Roger disse agarrando o braço de Tati. ── Você esqueceu que eu sou seu pai? ── Ele perguntou soltando Tatiane e fazendo ela se virar para ele com semblante de frieza.
── Você não é, e nunca será meu pai! ── Tati exclamou olhando fixadamente para os olhos de Roger, que estavam com olheiras enormes, parecendo que ele não dormia a dias. ── Você não tem meu sangue, você lembra? Se não deixa eu te lembrar, você foi traído por sua própria espo... ── Roger calou Tati ao colocar seu dedo indicador entre seus lábios, em seguida ele saiu sem dizer mais nenhuma palavra.
O segurança de Tatiane imediatamente notificou Tom e os outros sobre o encontro com Roger. O temor aumentou, mas também a determinação de proteger Tatiane a qualquer custo.
Gente eu não revisei esse capítulo, então se tiver erros ortográficos, peço perdão! 💜
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