O Início de Tudo
"Algumas pessoas acreditam que os maiores atos de amor são simplesmente demonstrar a sua paixão de forma extravagante, mas na verdade o maior ato de amor é deixar ele ir embora, mesmo sabendo que vai doer, porque você sabe que seu amor vai ser mais feliz assim..."
~ Im Nayeon
Coreia do Sul, 10:42 / Sexta - Feira
18 C° - Ensolarado
A garota olhava pela janela, observando sua paisagem de montanhas, sua casa era simples, ela não tinha muitos amigos que confiasse, e quase nunca recebia visitas, sua cama estava desarrumada e havia muita bagunça ali.
Ela levantou meio desajeitada, seu pijama era bem velho e surrado, e também estava largo em seu corpo, a menina foi andando até o banheiro se desviando de toda a sujeira que estava no chão, pegou a escova de dente em cima da pia e a pasta que estava destampada a um bom tempo, e com certeza a garota não iria tampar quando terminasse.
- Ai, merda, está sangrando - disse a menina após ter escovado seus dentes tão rápido, que cortou sua gengiva.
Seu nome é Im Nayeon, ela tem apenas 18 anos e está esperando as aulas em sua faculdade começarem na segunda, a garota decidiu cursar artes, mesmo sabendo que talvez aquilo não lhe desse uma renda boa, mas era o que ela gostava.
Após escovar os dentes ela decidiu se "arrumar" para se encontrar com algumas pessoas no shopping, não considerava elas muito como suas amigas, mas saia com elas.
Nayeon era uma pessoa difícil, gostou de demonstrar seus sentimentos, na verdade ela não sabe muito bem como fazer isso.
Viveu no orfanato sua vida inteira praticamente, e nunca entendeu o que era o amor ou felicidade, ninguém demostrava esses sentimentos verdadeiros, mesmo assim ela queria descobrir mais sobre eles.
- 11h, já?? tenho que ir correndo, antes que elas comecem a me ligar...
Nayeon pegou seu celular enquanto tentava enfiar seus sapatos no pé, ela vestia um blusão branco, com uma calça de moletom preta e um gorro cinza, saiu de casa deixando tudo cair, era mais estabanada do que se imaginava.
- Bom dia, Sunmi - Nayeon gritou passando pela portaria. - Abre aí pra mim, por favor.
- Claro bonita, aonde vai com tanta rapidez? - perguntou Sunmi abrindo o portão, ela era uma faz tudo no prédio,
- Sair com umas amigas!!
- Tome cuidado e não ande por essas ruas sozinha a noite em.
- Pode deixar, Sun, eu sei me cuidar - debochou.
Então depois dessa curta conversa, a menina correu para pegar o ônibus, ela era assim, desafiava o tempo sempre, no caminho dentro do ônibus, Im se segurava para manter o equilíbrio, observando a bela paisagem de sua cidade, vendo as flores desabrochando com a chegada do verão, o reflexo do sol nos lagos, as crianças sorrindo e brincando nas suas margens, era um bela e feliz visão, que Nayeon nunca havia sentido e talvez nunca sentirá.
Certamente naquele momento o coração da menina se encheu de tristeza, e de um desejo frequente de poder ter vivido algo diferente, embora sua mente não entendesse, seu coração sabia muito sobre sentimentos, e o principal seria a solidão em que sempre esteve...
Em outro lugar um pouco distante dali...
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"Amar é entender que seu mundo passa orbitar um sol, um sol que te aquece quando está perto, te adoece quando está longe, e faz seu mundo brilhar de forma diferente desde quando apareceu..."
~ Hirai Momo
Japão, 11:25 / Sexta - Feira
15° C-Ensolarado
Aeroporto de Osaka
Nervosismo, era o que se passava na cabeça de Hirai e suas duas irmãs Sana e Mina, pela primeira vez elas estariam sozinhas, em uma país diferente, sem seus pais, e isso as deixava preocupadas.
O motivo da mudança foi a bolsa de estudos que Mina e Momo ganharam para estudar na escola de artes na Coreia do Sul, e Sana iria acompanhar como irmã mais velha e também tentar arranjar um emprego.
No entanto entre as três, Momo chamava mais atenção por ser diferente das outras meninas, ela era bem quieta e pensativa em alguns momentos, gostava de escrever em seu caderno com capa de couro sobre seus dias.
Seus olhos eram meigos e traziam uma profundidade talvez indecifrável por alguém naquele momento.
As meninas sentadas esperavam ser chamadas para o embarque do voou que aconteceu alguns minutos depois.
Antes de embarcarem deram um abraço caloroso em seus pais e entraram no avião.
- Iniciaremos a explicação de medidas de segurança de voou - falou a aeromoça.
- É sempre a mesma coisa, é só colocar o cinto e dormir - debochou Mina tentando encaixar o cinto.
- Uma pena que você não consegue colocá-lo - riu Sana de sua irmã.
- Me ajuda aqui!! - implorou Mina já irritada.
- Espere a aeromoça chegar na parte do cinto e você aprende a colocar. - debochou Sana dizendo.
- Sua...
- Gente por favor né, paz pelo menos no avião, eu estou tentando escrever aqui... - exclamou Momo.
- Sobre o que está escrevendo? - perguntou Sana.
- Uma lenda chinesa que eu encontrei na internet!! - sorriu Momo ao dizer.
- Uou, lendas, conte mais - falou Mina se ajeitando na cadeira e finalmente conseguindo colocar o cinto.
- Se chama lenda do fio vermelho, um mito popular de origem chinesa difundida no Japão, onde é conhecido como 'Unmei no Akai ito', ela diz que todas as pessoas, desde o nascimento, levam amarrados ao dedo mindinho da mão esquerda, um fio vermelho que se conecta ao companheiro de alma.
- Ah que fofo, é uma lenda bonita - piscou Sana.
- E você vai fazer algum desenho sobre?
- Olhava Mina para meu caderno de uma forma bem agitada.
- Sim, mas só depois!! - Momo tirou seu caderno do alcance dos olhos de Mina e voltou a escrever.
Ela não entendia o porque, mas durante o tempo que escrevia seu coração se queimava de uma forma, parecia um sinal, que algo iria acontecer.
~~~~
Enquanto elas estavam no avião, Nayeon havia chegado no shopping, ofegante por ter dormido um pouco no ônibus e ter tido que andar 4 quadras para chegar ali, se encontrando em frente a um restaurante, aonde suas "amigas" iriam almoçar.
- Nayyyyy - pulou Chaeyoung nas suas costas, uma garota bonita de longos cabelos pretos e uma personalidade um tanto compulsória.
- Me larga - bufou empurrando de leve a garota para que saísse de cima.
- Oi Nay - sorriu Jihyo acenando com a mão meio envergonhada com a aproximação repentina de Chaeyoung.
- A gente vai comer, ou ficar parada aqui? - gritou Tzuyu encostada na parede, em uma pose meio "bad boy" de filmes americanos.
- Está irritada hoje? - perguntou Nayeon.
- Eu e uma garota brigamos, mas não quero falar sobre isso.
- A garota quer terminar com ela - debochou Chaeyoung.
- Cala boca, ela nunca disse isso...
- sussurrou Tzuyu com um ar desanimador.
- Acho melhor entrarmos mesmo - andou Jihyo até a porta do restaurante e abriu.
O grupo delas sempre foi assim, mais saídas do que sentimentos e segredos, elas sabiam muito pouco uma da outra, e na verdade nunca se interessaram em saber mais.
Se sentaram em uma mesa ali fora, as meninas pareciam estar meio incomodadas com o clima que ficou, então a Chaeyoung quebrou o gelo.
- Animada pra faculdade de artes??? -
perguntou Chaeyoung.
- Sim, estou ansiosa... - respondeu Nayeon meio sem vontade.
- Como sobreviverá sem a gente??? - exclamou Chaeyoung muito convicta.
- Nem eu sei - Nayeon debochou e revirou os olhos.
- Eu também passei para a escola de Artes...- Falou Tzuyu.
- Eu não sabia!! - Jihyo entrando na conversa.
- É... eu passei - disse Tzuyu.
- Será que estudaremos na mesma classe? - perguntou Nayeon.
- Seria legal se fossemos.
- Também acho.
- Com licença, já sabem o que irão pedir?
- perguntou o garçom, todas as meninas pediram a mesma coisas, cheese kimbap, elas adoravam.
- Antes de ir eu tenho uma perguntinha, qual seu nome moço!! - Perguntou Jihyo surpreendendo as garotas em sua volta, no entanto elas ficaram quietas e deixaram rolar.
- Taehyun, prazer, e o seu?
- Prazer é todo meu, Jihyo - respondeu Jihyo, o garoto riu e voltou para a cozinha.
- Que desgraça foi essa? - insinuou Tzuyu.
- Vocês não acharam ele gato? - sussurrou Jihyo.
- Não - responderam todas as outras com grande certeza.
- Nossa...
E assim continuou o almoço, enquanto elas comiam e tentavam conversar, o avião de Momo havia chegado.
As três garotas pegaram suas malas e foram chamar um táxi para conhecer a nova casa delas.
Ela era localizada bem próximo da escola de artes, o que era relamente bom, tinha uma varanda até que grande e bastantes cômodos, o local já era mobiliado.
- Até quem fim, minha bunda já estava doendo!! - gritou Mina se jogando no sofá.
Sabe que isso tá tudo empoeirado né?
- debochou Momo da irmã que era bem nojenta para essas coisas.
- Meu Deus!!! Porquê não me avisou? - perguntou Mina.
- Não sei... - riu Momo dizendo.
- Caraca, tem nada aqui, vou passar no mercado, tô com fome. - exclamou Sana com o barulho de sua barriga percorrendo toda a casa. - Vocês querem ir?
- Eu vou ficar limpando essa sujeira aqui, cruzes, sem condições - afirmou Mina.
- Eu posso ir com você!! - falou Momo deixando sua bolsa e malas, colocando somente seu celular no bolso da calça.
- Então vamos, cuidado aí sozinha em, Mina.
- Ok, se cuidem!! - Respondeu Mina já começando a faxina.
- Vamos Sana?
- Vamos!! Precisamos ir ao metrô, pesquisa no seu celular onde fica. - pediu Sana.
- Está bem - disse Momo abrindo o celular, o metrô ficava alguns pouco minutos dali, então elas foram andando em silêncio, não tinha muito o que se conversar.
Ao chegar lá perceberam uma áurea totalmente diferente, muitas pessoas juntas, era bem movimentado, mas pelo menos o metrô que elas pegaram estava vazio:
- Olha como é bonito!! - exclamou Momo sentado ao lado da porta.
- O que é bonito? - perguntou Sana
bastante intrigada.
- O jeito que as flores estão nascendo, o inverno acabou, as gramas estão mais verdes, as montanhas, está tudo mais bonito.
- As vezes eu não te entendo, você viaja muito. - respondeu Sana.
Momo somente ignorou sua irmã, sabia que não era compreendida, não tinha culpa de conseguir apreciar as pequenas coisas, ela olhava pela janela sorridente, parecia que já tinha visto algo assim, como se... alguém se sentisse da mesma forma.
- Olha já chegamos, tá viajando tanto que vai ficar aí, vem logo. - disse Sana puxando sua mão e a jogando para fora do metrô.
- Aí, agressiva! - debochou Momo.
Naquele momento ela sorriu e olhou para sua irmã, mas alguma coisa a forçou virar rosto e olhar para frente, estavam ali quatro meninas fazendo barulho, gritando e cantando.
Sana e Momo voltaram a andar, como se fossem em algum momento se chocar com o grupo, Tzuyu ao perceber isso, empurrou as meninas para o lado e foi nesse momento, que Momo e Nayeon se olharam, paralisadas no tempo, tudo em sua volta sumiu e em um espaço branco, só restou as duas.
- É como se... - pensou Momo.
- O tempo... - pensou Nayeon.
- Tivesse parado para nós... - as duas pensaram.
- Quem é você? Qual seu nome?? Onde estamos??? - gritava Nayeon mas não saia nenhum som de sua boca.
- Eu não consigo te entender!!! Cadê a Sana? - gritou Momo desesperada, ela tentava falar mas também não saiam sons de sua boca.
- Fique aí, eu vou até você - andava Nayeon na direção da menina, até que chegaram uma de frente para outra, ela se olhavam, mas pareciam distantes.
- É como se, eu já te conhecesse... - disse Momo olhando para Nayeon, seus olhos na mesma altura, suas mãos praticamente em linha reta, um barulho agonizante apareceu fazendo as duas fecharem os olhos imediatamente voltando para a realidade.
- Momo!!! Vc tá bem?? - gritava Sana desesperada, Momo estava jogada no chão desacordada, a garota abriu os olhos lentamentes.
- Onde ela está??
- Ela quem???
- A menina, com o grupo de garotas na nossa frente!!
- Não havia nenhum grupo de garotas aqui, está doida?
- Mas...
- Você está bem? está tonta? vamos a um médico - disse Sana ajudando a menina se levantar
- Esquece não é necessário, vamos andando.
- Certeza??
- Sim... só foi um mal estar - disse Momo totalmente atordoada, olhando em sua volta para ver se conseguia encontrar a menina que viu.
Naquele mesmo estante Nayeon também estava desmaiada:
- Nay, caraca, não brinca com a gente acorda logo - gritava Chaeyoung.
- Só falta ela ter morrido, meu Deus - disse Jihyo.
- Cala boca cara, só fala merda, ela só desmaiou, também não come direito. - afirmou Tzuyu.
- Calem a boca, pelo amor, minha cabeça está estourando, o que aconteceu?
- Você parou do nada e caiu, tendi nada - explicou Chaeyoung.
- Vocês não viram a garota?
- Que garota? - perguntaram as meninas.
- Tu ia meter com a cabeça na pilastra e eu te puxei e você caiu dura, era melhor ter deixado ter batido - falou Tzuyu.
- Esquece, vamos logo, quero ir pra casa...
- Tá bem mesmo? - perguntou Chaeyoung.
- É É, só vamos - disse Nayeon se levantando e indo andando para frente
Na mesma noite, as duas ao chegarem em casa observaram as estrelas, tentado compreender o que havia acontecido, existiam milhares de perguntas, "Quem era ela?" "O que foi aquilo", mas elas ainda não imaginavam o que iria acontecer...
O que o futuro as aguarda é bem mais desafiador...
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