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Capítulo 7

"O esperado nos mantém fortes, firmes e em pé. O inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços." - Machado de Assis


— Aquele lixo precisa pagar! — exclama Dinesh batendo com força na mesa.

Kiran já havia subido para o quarto, depois de outro ataque de pânico após ser tocado. O garotinho não parava de tremer e chorar por longos minutos. Por sorte, Mahara conseguiu acalmá-lo com sua paciência e delicadeza, tendo a ajuda de Shanti. Enquanto isso, Raj estava na cozinha tentando acalmar os ânimos do seu filho mais velho.

— Acalme-se, Dinesh. A polícia já o capturou e, com certeza, ele responderá por seus atos.

— Acha mesmo que a prisão é justa o suficiente comparado ao que ele fez? O desgraçado fodeu com a vida do meu bhai, porra!

— Eu pensei que você tinha mudado, tornando-se uma pessoa mais calma.

Nesse momento, as expressões faciais do jovem se suavizam e ele senta na cadeira, passando a mão entre os fios longos de seu cabelo. Após controlar a raiva, conseguia dizer em um tom calmo:

— Desculpa, baldi...

— Eu sei como se preocupa com o Kiran, mas também fique feliz por ele estar vivo. Todos da equipe de busca já haviam perdido as esperanças, menos nós.

— Você está certo.

— Além do mais, tem algo que gostaria de perguntar. — dizia sentando-se frente à frente com o filho. — Você pediu ajuda à ele, não é?

Dinesh erguia a cabeça fitando-o surpreso e Raj sorri fraco, continuando a falar:

— A minha empresa está cada vez mais poderosa, então é normal que eu saiba de algumas coisas. O seu antigo amigo, o tal de Arjun, é temido na região e poucos sabem do seu paradeiro.

— Por que acha que eu entrei em contato com ele?

— Desde que decidiu mudar, o seu ciclo de amizades diminuiu consideravelmente. Por isso, levei à conclusão de que você iria recorrer a uma única pessoa, influente o suficiente para te ajudar.

— O senhor é mesmo inteligente, isso explica porque a empresa está subindo tão rápido.

— Não adianta me bajular. Por que foi atrás desse cara?

— Porque era a única solução possível, baldi!

— Mesmo sendo errado, Dinesh?

— À partir do momento que fiz por uma boa causa, deixou de ser errado. Graças às buscas dele, conseguimos encontrar o Kiran antes do pior acontecer.

— Errado é errado. — repreende-o sério. — Independentemente de quais recursos use, continuará sendo errado. Em meio ao desespero, eu sei que essa foi a sua melhor solução mas espero que não se repita.

— Eu não farei algo do tipo novamente. Eu prometo!

— Precisa reconquistar a minha confiança depois disso. Dinesh, você sabe como eu me preocupo com o seu futuro.

— Eu sei...

— Então, não me decepcione.

— Eu não irei, serei um filho que te orgulhará.

Raj sorria fraco pronto para comentar algo, mas Mahara aparecia com Shanti para contar sobre o estado do Kiran.

Mesmo recebendo uma bronca do seu pai por deixar a raiva guiá-lo mais uma vez, o jovem não pôde ignorar como o Kiran estava machucado. O garotinho acordava todas as noites tendo ataques de pânico, pedindo para morrer ou simplesmente passava o dia inteiro trancado no quarto, recusando-se à comer. Enquanto Mahara e Raj buscavam apoio psicológico, Dinesh optou por ir no hospital psiquiátrico tirar satisfação com seu avô.

Ao chegar no local, apresentava-se como parente do paciente e o deixaram conversar sozinho com Aseem, o qual se encontrava sentado na sua cama. Quando a enfermeira fechava a porta, sem antes dar um sorriso bobo para o rapaz devido à sua beleza, ele virava o rosto em direção ao avô.

— Eu deveria te estrangular aqui mesmo, seu desgraçado. Você acabou com a vida de um garotinho por causa dessa droga de maldição!

Porém, Aseem continuava a encarar a parede branca com um olhar vazio.

— Eu estou falando com você, porra!

Então, o mais velho focava no Dinesh que fechava os punhos com força. Lentamente, um sorriso frio surgia nos lábios de Aseem, dizendo:

— Finalmente, estou vendo o seu verdadeiro lado.

— O que?!

— Quem imaginaria que maltratar aquele demônio faria você voltar ao normal? Esse é a sua essência, Dinesh. — dizia ficando de pé, caminhando em direção ao neto. — Desde que te vi ensanguentado depois de bater naquele garoto, há anos atrás, percebi que não é como os demais. Você não é capaz de amar ou ter sentimentos, eu posso sentir.

— Por acaso, eles te deram alguma droga forte aqui?! Do que está falando?

Conforme Aseem se aproximava, Dinesh dava alguns passos para trás até as costas tocarem a porta. Ele não sabia explicar mas o seu avô possuía uma áurea tão desagradável e forte.

— O Raj é tão sentimental, isso será a ruína dele mas você, Dinesh, poderá salvar a sua família.

— Salvar? Com certeza, você enlouqueceu de vez!

— O mundo dos negócios é repleto de pessoas com péssimas intenções. Você precisa se tornar um deles se não quiser ser consumido por esse abismo. Por isso, torne-se o mal necessário para essa família! — exclama Aseem segurando com força a camisa do neto. — Siga a sua essência!

— Vá para o inferno, seu lixo! — gritava Dinesh apertando o pescoço de Aseem, olhando-o com ódio. — Eu não sou mau! Tudo bem que errei no passado, mas agora sou uma pessoa melhor. Por que é tão difícil acreditar?

Contudo, ao ver o sorriso frio de Aseem, Dinesh entendia melhor as suas palavras. Ele estava enforcando o próprio avô por ter sido guiado pelo ódio, então soltou rapidamente o velho e o empurrou até cair sentado na cama. Os olhos negros do rapaz estavam repletos de arrependimento e medo; medo de se tornar o que mais temia.

— Viu só, Dinesh? Por que está negando?

— Você não passa de um velho louco que está destinado a apodrecer nesse lugar! Por mim, seu destino seria pior mas nem sei se os demônios do além iriam querer a sua presença. — dizia com amargura na voz. — Aseem, você culpa o Kiran pela morte da daada Indira, mas já percebeu que seu jeito detestável de ser também a matou? Por que está culpando um garotinho quando, claramente, você é a praga dessa família? Por que não some da vida de todos para sempre?!

Aseem o encarava surpreso, apertando com força o lençol da cama ao sentir um certo medo com o olhar frio do próprio neto. Por isso, fez bom uso do silêncio enquanto Dinesh continuava a falar.

— Eu reconheço que errei perdendo a cabeça no funeral do vovô Maxwell, mas não fui o único culpado naquele dia. Você se diverte manipulando as pessoas, como se fosse um jogo, só que eu não sou assim.

— Como sabe, Dinesh? Acha que é o herói nessa história? Você machucou várias pessoas ao longo da vida e também as decepcionou.

— Eu sei, porra! Eu sei dessa droga porque não há um dia sequer que não pense nisso! Mas e daí que eu errei? Significa que viverei na sombra dos meus erros para sempre? Eu não mereço uma chance de recomeçar?! — voltava a gritar fechando os punhos com força e fazendo Aseem recuar um pouco na cama. — Eu estou recomeçando, diferente de você que sempre viveu preso ao passado e a essa lenda idiota.

— A lenda é real e vocês sofrerão as consequências por deixar o Kiran vivo!

— Não ouse falar o nome do meu bhai com essa sua boca imunda, seu merda!

A discussão é interrompida com batidas na porta antes da enfermeira aparecer com um semblante preocupado. Dinesh passava a mão pelas longas mechas do cabelo solto, suspirando pesadamente.

— E-Está tudo bem com os senhores?

— Está sim. Desculpa, nós acabamos nos exaltando mas já estamos bem. — Dinesh sorria de forma simpática, fazendo a enfermeira corar um pouco. Então, ele usava esse fato a seu favor para disfarçar a situação. — Eu já irei me despedir dele, não se preocupe. Aliás, eu te agradeço por estar cuidado do Aseem.

A mulher colocava uma mecha do cabelo atrás da orelha, mais corada do que antes.

— N-Não foi nada. Bem, eu os deixarei à sós para se despedirem.

Quando a porta se fecha, a expressão do Dinesh volta a ser vazia e ele encara Aseem com nojo.

— Você morrerá acreditando que o Kiran trará sofrimento, mas eu viverei acreditando que ele é a luz na nossa família. Sem a presença do bhai, o mundo seria preto e branco. Então, não irei me importar com sua opinião de merda, porque eu tenho uma família que me acolhe enquanto você está sozinho.

Porém, Aseem apenas sorria sem vida e focava na parede, como se esse fosse o seu passatempo favorito.

— É o que veremos... Um dia, você também estará preso como eu.

— Virou vidente agora? Quer ler a minha mão também? Lê isso, então. — comenta mostrando o dedo do meio. — Seu desgraçado!

— A paciência é um dom, você deveria tê-la.

— Eu tenho e como tenho. Se não fosse a paciência, eu iria desfigurar o seu rosto com um único soco.

Soltando uma risada anasalada, Aseem comenta:

— Pensei que tivesse se tornado uma pessoa melhor.

— Eu me tornei mas não gastarei minha bondade com alguém como você. — dizia abrindo a porta e o olhando por cima dos ombros, antes de sair. — E eu provarei ser o filho perfeito, espere e verá.

Então, batia com força a porta seguindo o seu caminho em direção à moto. As enfermeiras nos corredores paravam de conversar apenas para admirar a beleza do rapaz. Ele tem um porte físico invejável, repleto de músculos bem distribuídos por seu corpo e sutilmente destacados por causa da jaqueta de couro. O cabelo comprido também é digno de atenção, por causa dos longos fios bem alinhados e com uma leve ondulação nas pontas.

Dinesh parava na frente da moto, respirando fundo. A imagem à sua frente estava desfocada devido às lágrimas escorrendo em seus olhos. O seu peito doía como nunca, por ter que carregar o fardo de seus erros ao longo dos anos. Ele se sentia correndo em círculos, como se não importasse o quão longe fosse na vida, o seu passado sempre o puxava de volta para reviver os piores momentos.

Eu mudei, sei que sim, pensava.

Após colocar o capacete e subir na moto, seguia seu caminho de volta para casa onde ajudaria o seu irmão a superar o trauma.

(...)

Aseem Yamir cometeu suicídio meses depois com uma corda que havia debaixo da sua cama. Alguns membros da família ficaram aliviados com a morte dele, porém a maioria se sentia desnorteada sem um "líder" para guiá-los. De qualquer forma, esse seria o momento perfeito para a família aprender a seguir o seu caminho, sem viver na sombra da maldição.

O tratamento psicológico estava ajudando o Kiran a dormir melhor, porque o induzia a reviver os bons momentos em sua vida. Ainda assim, ele não conseguia ficar sozinho à noite e corria para a cama do Dinesh, o qual acolhia o irmão sem problema algum. Ao ver a aproximação entre os dois, Raj pedia para o menor acompanhar o Dinesh em um dos treinos de Muay Thai.

Mesmo estando ocupado com as recentes aulas de piano, Kiran preferiu obedecer o pai do que causar mais problemas. Afinal, sentia ser um peso para a família devido aos seus surtos. Então, seguiu Dinesh para a academia onde ele treinava e sentou em um canto enquanto estudava as partituras da música. Contudo, os gritos do treinador sempre o faziam pular assustado.

O seu irmão mais velho batia forte no saco de areia, desviando de golpes imaginários e revidando com chutes. A força absurda dele e a sua destreza em aprender rápido o tornou o melhor aluno da academia.

Ao final do treino, Dinesh aproximava-se do irmão vendo-o "tocar" no ar enquanto lia, sua forma única de aprender a partitura. Quando o Kiran nota uma sombra o cobrindo, rapidamente soltava o caderno se encolhendo com medo, apoiando as mãos nos ouvidos. Essa reação era comum depois da tortura, pois agia como um mecanismo de defesa.

— Calma, Kiran. Sou eu, o Dinesh.

Aos poucos, a sua posição de defesa se desfaz e ele ergue o olhar em direção ao irmão mais velho. Então, Dinesh ajoelha-se e acaricia sua cabeça, sorrindo para deixá-lo mais calmo.

B-Bhaya, desculpa... Eu...

— Não se desculpe, eu te entendo. — dizia com sinceridade. — Mas eu nunca te faria mal algum. Esqueceu que estou aqui para te proteger?

Kiran apenas acena com a cabeça, dando um pulo para o abraçar e poder chorar em seus braços como sempre fazia. Dinesh odiava ver toda essa fragilidade e não fazer nada à respeito, sentindo que precisava tomar alguma atitude para ele ter mais confiança em si mesmo.

— Você vai lutar, Kiran.

— H-Hã?

— Isso mesmo que ouviu. Eu te ensinarei a lutar.

— Mas eu não sou forte e...

— Não se trata de força física, se trata daqui. — comenta apontando para o coração dele. — Eu te farei ter uma força emocional incrível e nada irá te abalar.

— Por que...?

— Porque eu quero ser tão incrível quanto o Batman e, quando eu te ajudar, só me faltará ser rico como ele.

O Kiran não conteve a risada, apoiando a mão na barriga durante uma mini crise de risos. Em tantos meses, essa é a primeira vez que o rapaz o via sorrir dessa forma e seu coração se encheu com uma indescritível felicidade.

— Se eu aprender a lutar... — ele começava a falar, direcionando o olhar vazio para baixo. — Ninguém irá me machucar novamente, não é?

— Sim...

Dinesh observava como o irmão continuava fragilizado em todos os sentidos possíveis. O corpo magro e ainda repleto de machucados decorrentes da tortura, as mãos calejadas mesmo sendo apenas uma criança e algumas partes em processo de cicatrização. Além de que não conseguia se socializar com ninguém que não fosse da sua família.

Bhaya...

— Sim?

— Acho que você está alcançando o Batman.

O rapaz ri baixo.

— Ainda bem.

O Kiran o via como um salvador, alguém que irá protegê-lo do mundo. Então, além de ser um filho digno de orgulho, Dinesh se via na obrigação de não falhar como irmão também.

Após comunicar os pais e insistir muito, até mesmo se curvando para pedir, conseguiu convencê-los a deixar o garoto praticar alguma arte marcial. O Kiran foi apresentado a várias modalidades e escolheu uma em especial: o Jiu Jitsu.

Dinesh acompanhava o irmão em cada treino, aproveitando para dar dicas. No começo, o pequeno tinha medo de se aproximar do professor mas, sempre que via o Dinesh na arquibancada, se sentia seguro e confiante. Aos poucos, o estresse do seu trauma diminuía conforme aprendia a lutar.

Além de dar apoio ao seu irmão mais novo, Dinesh estudou para prestar vestibular em uma universidade nos Estados Unidos. O seu plano era continuar na Índia, mas os pais precisavam se mudar por causa dos negócios da empresa que haviam se expandido para a América. Inicialmente, Shanti não gostou da ideia mas o apoiou de qualquer forma, até porque poderia visitá-lo depois de seis meses que a família se estabilizasse.

No dia da partida, o Kiran apoiava ambas as mãos no vidro do aeroporto observando os aviões com brilho no olhar. Mahara balançava a pequena Maya enquanto o marido aproximava-se com as malas. Shanti havia acompanhado a família Yamir para se despedir deles e, principalmente, do seu namorado. Ela abraçou forte o Dinesh, recebendo um beijo no topo da sua cabeça.

— Eu sentirei sua falta...

— Eu também, svargaduuta.

— Nada de se apaixonar pelas americanas!

Dinesh ria com o comentário da jovem.

— Eu só tenho olhos para você, não se preocupe. Mesmo que demore para a gente se casar, eu vou esperar o tempo que for preciso.

— Por que...? Eu pensei que não fosse paciente.

— Não sou mas, por você, não me importo de esperar até a minha outra vida se for preciso. — dizia apertando-a carinhosamente no abraço. — Porque eu te amo... Eu te amo muito.

Shanti chorava baixinho enquanto afundava o rosto no peitoral do amado.

— Eu também te amo... Espere por mim, okay?

— Nem precisa pedir.

Ao se afastarem minimamente, Dinesh selava seus lábios nela em um lento beijo puxando-a pela cintura. Shanti envolvia os braços entorno do pescoço do rapaz, fechando os olhos se entregando ao momento. Infelizmente, eles precisaram se separar por causa do voo. Então, depositando um longo beijo na testa da amada, Dinesh pegava suas malas e seguia junto com a família.

O Kiran segurava a mão livre do irmão, apertando-a fortemente. Essa seria a sua primeira vez viajando de avião, havendo um misto de ansiedade e pavor em seu peito. Porém, Dinesh abriu um sorriso para acalmá-lo enquanto seguiam para a plataforma de embarque.

Então, um novo capítulo na vida da família Yamir se iniciava. 



*Svargaduuta: Anjo

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