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Capítulo 18

"Mas eu sei que algum dia eu vou conseguir sair daqui
Mesmo que demore a noite toda ou cem anos
Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar nenhum por perto
Quero me sentir vivo, lá fora não consigo enfrentar meu medo." - Lovely, Billie Eilish


— O que você andou aprontando, Dinesh? — questiona Masaichi.

Masaichi Takeda é o vice-diretor da empresa dos Yamir's, uma das poucas pessoas a qual Raj confiaria a sua vida. Muitos o subestimam por ter somente trinta e dois anos, mas o homem é detentor de uma mente brilhante. Quando adentrou no mundo dos negócios, possuía apenas dezesseis anos e teve contato cedo com esse ambiente, trabalhando como jovem aprendiz. Após descobrir sua paixão por Administração, lutou por um emprego na empresa dos Yamir's e começou com um cargo baixo. Com o passar do tempo, mostrou-se competente para liderar e se tornou o responsável pelo setor comercial.

O homem passava a mão no cabelo preto moldado pelo gel e depois focava seus olhos escuros sobre o rapaz à sua frente. Masaichi tinha todas as características de um oriental, sendo a única diferença a sua altura acima da média. Os lábios rosados formavam uma fina linha no rosto, demonstrando a sua falta de humor para qualquer comentário naquele dia. Apesar de possuir uma áurea extremamente agradável, ele sabia quando fazer bom uso de brincadeiras.

— Eu? Nada.

— Como assim "nada", Dinesh? Você vai para uma reunião nos Estados Unidos e, coincidentemente, uma fofoca sobre o senhor Adams vaza nos jornais locais.

— Pode muito bem ser uma obra do destino, levando-se em conta o que esse filho da puta faz.

O mais velho massageava as têmporas. Dinesh possuía vinte e sete anos, sendo um dos líderes mais jovens da região. Mesmo tendo amadurecido muito cedo, ainda são perceptíveis sinais da sua arrogância.

— Obviamente você quer que eu engula essa desculpa, não é?

— Seria de grande ajuda.

— Dinesh, tome cuidado com quem você provoca. O seu alvo é um dos homens mais poderosos do mundo!

— Se questionar minhas escolhas, eu irei te demitir.

Em outras circunstâncias, Masaichi acharia aquela uma brincadeira boba mas a atual forma de pensar do Dinesh o fez questionar as suas palavras, pois a chance dele estar falando sério são altas.

— Que seja, mas depois não diga que eu não avisei!

— Como você fala demais.

— E como você ignora, hein!

— Eu tenho um dom. — brinca Dinesh enquanto digitava em seu computador. — Então, como vai a relação entre você e o seu namorado?

— Não mude de assunto!

Dinesh lança um olhar de canto, erguendo a sobrancelha. Ele sabia muito bem como Masaichi não demoraria muito a falar do seu amado namorado, esquecendo a bronca que estava dando no rapaz. E como o previsto, o homem abriu um sorriso bobo começando a falar:

— Ele está cada vez mais fofo! No último encontro, fui recepcionado com um belo buquê de flores e a cama repleta de pétalas de rosas! Oh, e depois nós...

Ao notar que estava caindo no truque do mais novo, apoiava as mãos na cintura franzindo o cenho.

— Espera, você não irá me enganar!

O Yamir continuava concentrado em seu computador e Masaichi revira os olhos, saindo em passos apressados do escritório. Quando abria a porta, encontrava-se com Miyuki que já pretendia entrar. Eles se cumprimentavam com uma reverência sorrindo e seguem os seus respectivos caminhos.

— Senhor Yamir, a sua reunião com o pessoal do RH está marcada para terça às nove horas.

— Tão cedo?

— É uma questão de urgência.

— Esses trabalhadores reclamam demais. — dizia soltando um longo suspiro, pegando um cigarro e o colocando em sua boca. — Por que não remarcou para a próxima semana?

— Porque eu...

— Não deveria responder a minha pergunta, apenas remarcar.

— Mas...

— Por acaso, é surda?

— Mal-humorado...

— O que?

— Nada demais. Eu irei remarcar para a próxima semana.

— Isso mesmo. Esses trabalhadores com reinvindicações idiotas podem esperar. — resmunga deixando a fumaça escapar entre seus lábios. — Tenho preocupações maiores, por hora.

Miyuki desviou o olhar para o lado, desconfortável. Apesar de ser grata por conseguir um bom emprego, ela não sabia nada sobre o mundo dos negócios e se encontrava perdida. As suas colegas de trabalho de outros setores a ajudaram, ensinando o básico mas ainda havia muito a ser feito. Então, na maior parte do tempo, estava desnorteada e correndo pelos andares em busca de alguém para ajudá-la já que o seu querido chefe não faria nada a seu favor.

— Eu também vim avisar sobre a festa de aniversário da sua irmã. — comenta abrindo a agenda. — Será em duas semanas, por isso remarquei qualquer compromisso nesse horário.

— Marque novamente, eu não irei para a festa. Por isso, é melhor encaixar a reunião para esse dia, será melhor.

— Mas...

Ele a fuzilava com o olhar e a jovem entende que deveria ficar calada.

— Tudo bem, senhor Yamir.

Após uma breve reverência, seguia de volta para a sua mesa onde remarcaria os compromissos do seu chefe. Na hora do almoço, ela descia para a cafeteria repousando o seu obento na mesa com um olhar pesado.

— O que houve, Miyuki? — pergunta Suyen, empregada do RH.

— O meu chefe é o maior idiota de todos, basicamente isso!

— O gostoso do presidente? — dizia Ume, secretária do setor comercial. — Eu tenho inveja de você.

— Não tenha. Ele é muito idiota, arrogante e frio.

— E gostoso. — completa Erika, líder do setor de limpeza. — Mas eu te entendo, os comentários sobre o senhor Yamir não são os melhores.

— Ele era uma pessoa legal mas mudou depois da morte do pai.

— É verdade, Suyen?

— Sim, nem parece a mesma pessoa.

— Bem que o meu pai dizia sobre o poder corromper as pessoas. — comenta Erika. — Esse homem é algum monstro sem coração.

— Ele falou que não iria para o aniversário da irmã. — dizia Miyuki. — Dá para acreditar? Tudo isso para permanecer na empresa e lucrar mais ainda.

— Eu disse que ele é um monstro.

— Mas nesse monstro eu cavalgava até ficar com as pernas bambas. — murmura Ume, recebendo um olhar indignado de Miyuki. — O que? Vai me dizer que vocês não querem também?

— É mesmo, queria ter essa sorte. — concorda Suyen.

— Quem me dera. — dizia Erika toda boba.

— E-Ei! Vocês só podem estar malucas ou no cio!

— Um pouco dos dois.

Elas riam aproveitando o horário do almoço para interagirem juntas. Miyuki nunca pensou que iria encontrar um ambiente de trabalho tão agradável. Fora o seu chefe, os demais funcionários a tratavam muito bem e se sentia acolhida naquele lugar. Por isso, estava decidida a dar o seu melhor dia após dia para continuar na empresa.

(...)

Duas semanas depois, os empregados requisitados se encontravam na sala de reuniões. O responsável do RH discursava, entregando os papéis com as reinvindicações dos trabalhadores das minas, os quais pediam um aumento por causa da condição em que se encontravam. O líder do setor de finanças apresentava o orçamento mensal da empresa, junto com o capital bruto para investimento.

— O que acha, Dinesh?

— Não podemos dar um aumento, pelo menos não nessas condições.

— Então, o que faremos?

— Continuem seus trabalhos, ora! Se os funcionários reclamarem, entreguem a folha de demissão para esses miseráveis.

— Mas eles têm suas razões para exigir um aumento, afinal é um trabalho perigoso!

— E quem disse que eu me importo? — questiona Dinesh arqueando a sobrancelha. — Vocês querem que eu os encha de regalias para, no final, manterem o mesmo rendimento? Diga-me onde terei vantagem e eu até dobrarei o salário deles.

Os homens se entreolham e um decide dizer:

— Eles se sentirão mais satisfeitos e vão querer o melhor para a empresa.

— Se realmente quisessem o melhor para a empresa, teriam mantido o ritmo mas, desde que assumi, as pessoas ao meu redor estão trabalhando menos enquanto eu estou sobrecarregado. — dizia de forma seca. — Eles só querem o melhor para si mesmos, o que não surpreende ninguém.

— Mas você iniciará um movimento dentro dos próprios trabalhadores!

— Eu duvido muito. Quantas empresas de mineração mantém intactos os direitos fundamentais desses homens, além da nossa? — perguntava levando um cigarro à boca o ascendendo com seu isqueiro. — Nenhuma. Então, eu não vejo motivos para dar um aumento.

— A sua aceitação entre os funcionários cairá, Dinesh.

— Como dizia o ilustre autor de A Arte da Guerra "A vitória está reservada para aqueles que estão dispostos a pagar o preço". Eles podem me odiar mas, se um dia eu atender suas vontades egoístas, todos irão cair.

— E sacrificar alguns valerá a pena?

— Por que não? Em um jogo de xadrez, isso é extremamente comum.

Os demais presentes desistem de tentar convencer o Yamir e aceitam a sua decisão de manter o salário dos mineradores intacto. Ao menos, o rapaz não pediu uma diminuição como a maioria dos empresários arrogantes, como Thomas, estariam dispostos a fazer ou simplesmente demitiria seus funcionários sem motivo algum. Mesmo assim, eles sentiram que Dinesh seria capaz de demiti-los caso continuassem insistindo.

No mesmo dia do aniversário de Maya, Dinesh estava em seu escritório de braços cruzados vendo um homem de terno bege se aproximar.

— É bom vê-lo aqui, senhor Ito.

Seiji Ito é um dos pilares de Thomas Adams, responsável por todas as transações internacionais da empresa dele, mesmo tendo seus próprios negócios. O homem baixinho e um pouco acima do peso ajeitava os óculos redondos, estreitando os olhos lançando um olhar desconfiado em direção ao rapaz.

— Você que me convidou.

— É mas não esperei que viesse.

— Eu não tinha nenhum compromisso marcado e a sua empresa tem boas referências, então achei uma boa ideia nos encontrarmos.

— Pois bem, senhor Ito, sente-se. — dizia apontando para a cadeira à sua frente, esperando-o atender o seu comando para continuar a falar. — Eu fiquei sabendo dos boatos sobre o senhor Adams. Que infortúnio!

Quando a questão da mãe de Thomas Adams saiu nos jornais dos Estados Unidos, muitos empresários cortaram laços com ele para preservar a integridade moral. Mesmo não sendo comprovado a veracidade das notícias e o homem tentando abafá-las à todo custo, Dinesh se sentia realizado por ter destruído o primeiro pilar do seu adversário: a imagem.

E ele estava diante do segundo pilar, o comércio exterior.

— Ainda bem que ele sabe lidar com isso. Então, o que deseja comigo, senhor Yamir?

— Eu gostaria de firmar negócios com o senhor.

— Comigo? Mas eu já tenho um contrato com a empresa do senhor Adams.

— Eu prezo demais pela imagem da minha, senhor Ito. Por isso, acabo me preocupando com os meus colegas empresários. — comenta tirando o cigarro dos lábios, depositando-o em seu cinzeiro. — Então, acredito ser mais vantajoso para o senhor firmar negócios com a minha empresa.

— Eu também tenho esse zelo pela imagem. Obrigado a preocupação, mas eu precisarei recusar, estou muito bem com o meu atual sócio.

— Tem certeza que preza tanto assim?

— Hã?

— Não me leve à mal, senhor Ito, mas eu sou novo nesse mundo dos negócios. Então, há muitas coisas à qual não compreendo. — comenta ficando de pé e sentando-se na mesa frente à frente com o homem. Dinesh pegava um envelope retangular médio de dentro do seu paletó e o entregava para o mais velho. — Como isso.

Seiji Ito abria o envelope confuso, arregalando os olhos ao ver fotos dele com sua amante saindo de um motel. Instantaneamente, erguia em direção ao Yamir que possuía um sorriso presunçoso em seus lábios.

— C-Como v-você conseguiu...

— Eu tenho meus contatos, mas esse não é o caso em questão. Como a sua querida esposa reagira a isso? E os seus filhos? Ah, eu odiaria destruir a imagem de um pai de família. — dizia com uma falsa preocupação. — Será que você se matará em seu escritório, como tentou há dez anos atrás?

— Essa informação...

— Ela é pública, então não usei nenhum meio ilegal. — ele dava nos ombros, descendo da mesa e caminhando até a garrafa com whisky, depositando uma dose no copo. — Além dessa imagem, eu queria te alertar como os seus negócios irão falir cedo ou tarde.

— Por que acha isso?

— Não é óbvio? — Dinesh bebia de uma vez o whisky, voltando para perto do homem e o entregando uma folha à qual se localizava em cima da mesa. — Eu pesquisei sobre todos os seus sócios de longa data e, misteriosamente, as empresas deles faliram. À princípio, é difícil encontrar algum fato determinante mas logo percebi que todos tinham algo em comum...

— A relação com Thomas Adams.

— Isso mesmo, meu caro. Então, as suas escolhas são bem limitadas. Você pode ficar do meu lado e me ajudar a desmascarar esse homem... — ele interrompia a fala para estar atrás de Seiji, apoiando as mãos em seus ombros enquanto sussurrava próximo ao seu ouvido em um tom ameaçador. — Ou se tornará o meu novo alvo. Eu quero que saiba que essa foto foi somente o começo e tudo se tornará uma bola de neve, empurrando-o para o precipício. É claro que não estou pressionando, longe de mim fazer isso! Mas eu não medirei esforços para destruir quem se encontra no meu caminho e afetarei todos importantes em sua vida.

Seiji sentiu falta de ar com a áurea intimidadora do rapaz. Ele apoiou a mão sobre o coração, temendo ter um infarto ali mesmo por causa do seu histórico de problemas cardíacos. Porém, os olhos frios de Dinesh evidenciavam a sua intenção de não mover um dedo sequer para ajudá-lo. Então, o homem respirou fundo tentando manter a calma e analisar as suas opções nada favoráveis. No fundo, ele sabia que o Thomas Adams não era uma boa influência nos seus negócios mas, naquele momento, encontrou alguém bem pior diante dos seus olhos.

— Tudo bem, eu aceito! Não divulgue essas fotos e nem comente nada sobre isso, okay?

— Não ousaria, eu sou um homem de palavra.

— Tenho cá minhas dúvidas...

— Eu não pedirei para que corte diretamente laços com o senhor Adams, quero você ainda no ciclo social dele.

— Por que?

— Porque a sua função é cortar, sem ser percebido, todas as relações internacionais que esse homem possui.

— Como farei isso?

— Aí já não é problema meu. Agora pode ir, eu tenho muita coisa a resolver e pode ficar com as fotos, elas devem trazer lembranças calorosas. — dizia ironicamente. — Eu tenho outras guardadas comigo, caso queira vê-las em jornais se não seguir minhas instruções.

— Como quiser, senhor Yamir. — dizia à contragosto apressando os passos para sair o mais rápido possível da sala. — Mas, tem certeza que o seu plano de derrubá-lo dará certo?

— Sim, afinal ele escolheu uma péssima pessoa para considerá-lo um inimigo.

(...)

A luz alaranjada do pôr do Sol rasgava os céus da cidade invadindo, através das janelas, a empresa dos Yamir's. Os funcionários saíam se despedindo dos seus colegas e Miyuki terminava de arrumar a mesa, dirigindo-se para o escritório do Dinesh logo em seguida. Ela deu três leves batidas na porta esperando alguma confirmação, mas só encontrou o silêncio. Novamente, repetiu o gesto aproximando o ouvido da porta sendo recepcionada por nenhum som. Então, abriu a porta colocando a cabeça para dentro da sala para analisar o local com certo receio.

— Senhor Yamir...?

A cadeira do rapaz encontrava-se vazia em meio à bagunça do seu ambiente de trabalho. Então, entrou na sala fechando a porta e se dirigiu para a mesa, onde começou a organizar os papéis além de jogar os cigarros no lixo.

Pelo visto, ele foi embora cedo, pensava.

Contudo, ao virar o corpo para o lado, teve um leve espasmo surpresa. Dinesh estava deitado de barriga para cima sobre o sofá cinza no canto do seu escritório. Os longos cabelos soltos fazendo as mechas tocarem o chão, e o braço direito estirado. Conforme se aproximava, Miyuki percebeu que ele segurava um contrato de licitação com a mão à qual estava no solo, tirando-o delicadamente e colocando em cima da mesinha ao lado do sofá. Os olhos negros da mulher correram pelo restante do corpo do seu chefe, tendo que admitir a evidente beleza. Os músculos do Yamir se destacavam sobre o tecido branco da camisa social, além de que seus lábios possuíam um formato único e tentador. Em seu estado adormecido, as feições haviam se suavizado e nem parecia o mesmo homem arrogante o qual lidava todos os dias.

Miyuki desceu o olhar para o braço esquerdo dele, onde segurava desajeitadamente um porta retrato. Mesmo sendo errado, a curiosidade falou mais alto e a jovem o pegou com cuidado. Além de desejar saber o que o seu chefe agarrava com todas as forças, achou melhor guardá-lo em um local seguro.

Mas antes precisava matar a sua curiosidade.

https://youtu.be/WBKV7TBqRP0

A foto consistia em uma festa de aniversário, onde o Dinesh recebia um abraço coletivo da sua família. Ele segurava a sua irmã, ainda bebê, no colo com um largo sorriso enquanto o irmão do meio, Kiran, o abraçava feliz. Mahara e Raj se encontravam em cada lado do rapaz, além de uma bela mulher de cabelos curtos e pele morena que olhava para a câmera sorrindo. Miyuki passou a ponta dos dedos sobre a foto, erguendo o olhar para o Dinesh adormecido. Ela pôde notar as olheiras fundas abaixo de seus olhos e um cigarro caído no chão. Ao comparar a sua situação atual com a imagem de anos atrás, sentiu um inexplicável aperto no peito.

Por que está segurando essa foto com tanta força?, pensava curiosa.

Então, analisou o escritório onde estava. A pouca iluminação, a falta de cores no ambiente e o aspecto frio do local a fizeram refletir.

— Você passa todos os dias nesse inferno quando quer estar com a sua família... — sussurra baixinho. — E também deseja voltar para os braços deles, mas não se sente digno de retornar para o seu lar.

Miyuki entendia muito bem esse tipo de dor, pois havia sido rejeitada por seus próprios pais após começar a trabalhar na boate. Além de ser uma stripper, também precisou fazer alguns programas ao longo dos anos e isso a fez se sentir a pessoa mais impura do mundo. Então, certo dia, ela tentou visitar os seus pais na igreja do bairro mas, estranhamente, se via incapaz de se aproximar. Ela os encontrou felizes, como se não tivessem uma filha. Desde aquele momento, entendeu que havia perdido o seu único lar e estava sozinha.

Ela abaixou a cabeça, voltando a analisar o belo sorriso que Dinesh estampava na foto.

O quanto você sofreu? Do que você precisou abrir mão para vê-los sorrir como nessa foto? Você se sente sozinho?

Esses questionamentos assolavam a sua mente, percebendo que havia o julgado mal naquele dia no refeitório. Mesmo que a maioria dos funcionários apenas o vejam como um monstro, a jovem sabia que a verdade não era essa.

Então, abaixou-se para deixar o porta retrato no mesmo lugar onde o encontrou, mas se surpreendeu quando o braço estirado do Dinesh passou por suas costas, puxando-a contra o seu peitoral. Ela conteve o grito surpresa, sentindo as bochechas esquentarem por causa da aproximação, afinal estava com o corpo deitado por cima do seu chefe. Por mais que quisesse escapar daquele abraço indireto, parou de resistir após alguns segundos. A expressão do rapaz havia se suavizado, como se um único abraço – mesmo que inconsciente – fosse a sua maior necessidade no momento.

Por isso, Miyuki deitou a cabeça no peito dele e se permitiu aproveitar o som agradável das batidas do seu coração. Sem ao menos perceber, as lágrimas surgiram em seus olhos porque se sentiu carente naquele instante.

No final, ela precisava de um abraço tanto quanto ele.

— Eu queria que a minha mãe me visse como uma filha, não como uma qualquer... — murmura chorando mais ainda. — Ela sempre me ignorou, fingia que eu não existia mas eu estava lá, sabe? Eu precisava dela...

Como se pudesse ouvir seus pensamentos, Dinesh a apertava mais forte no abraço e a jovem soluçou alto durante o choro, mesmo tentando se controlar à todo custo. Inconscientemente, o Yamir preenchia, por uma fração de segundos, o vazio em seu peito abraçando algo macio e quente, mas trêmulo e frágil ao mesmo tempo.

— Eu acho que somos pessoas quebradas demais... — ela dizia fechando lentamente os olhos, deixando as lágrimas escorrerem por seu rosto ruborizado. —... e por isso, não nos encaixamos em nenhum lugar.

Apesar de ter ciência da situação perigosa, Miyuki decidiu permanecer ali por alguns minutos até as lágrimas cessarem e, finalmente, tirar um grande aperto do seu peito. Os raios solares já se despediam no horizonte, dando espaço para o belo crepúsculo no céu junto com o brilho das estrelas. Ela abriu os olhos para apreciar a beleza propícia devido à localidade alta do escritório, mas o momento magnífico não se deu por causa do início da noite.

O que realmente trouxe um pouco de cor ao seu mundo foi a bela melodia cantada pelas batidas do coração do rapaz. E, por um momento, sentiu-se em seu lar, o seu verdadeiro lar. 

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