Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 15

"Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus." - Millôr Fernandes


Miyuki Sato encontrava-se boquiaberta diante do tamanho da empresa. O prédio com vários andares parecia querer cortar os céus, mostrando imponência. Ao falar com a recepcionista, recebeu um olhar desconfiado mas obteve a permissão para ir ao último andar, quando mostrou o cartão com a assinatura do vice presidente. A mulher encarava os números do elevador aumentarem até as portas se abrirem, dando o primeiro passo e ajeitando o moletom cinza que combinava com a calça surrada.

O ambiente ao seu redor era chique demais para ela, mas o desejo por um emprego a guiou até a sala do vice-diretor onde deu leves batidas. Ao ouvir a confirmação, encontrou o Dinesh sentado na mesa aproximando o pulso sangrando da camisa social branca para limpá-lo.

— Não faz isso!

Ele erguia o olhar confuso, vendo-a andar em sua direção e segurar a mão machucada.

— O que aconteceu?

— Eu dei um soco em alguém.

— O que?!

— Mas não foi nada demais. — comenta puxando a mão de volta. — Ele mereceu.

Miyuki arqueia a sobrancelha, abrindo a bolsa simples que carregava pegando um curativo e puxava a mão do Dinesh de volta. Após colocar o curativo, erguia o olhar em sua direção sem esconder a preocupação.

— Você é estranho.

— É assim que trata o seu novo chefe?

— E-Espera, eu já fui contratada?! E o processo de seleção?

— Para o inferno esse processo. — resmunga descendo da mesa e voltando a se sentar em sua cadeira. — Vá para o segundo andar e fale com a senhora Kanade, ela é a responsável pela uniformização dos funcionários.

— Err... Tudo bem.

— Como eu não estou de bom humor hoje, não espere uma explicação muito objetiva. — dizia puxando um cigarro do bolso e o colocando em sua boca, não tardando em acendê-lo com um isqueiro dourado onde havia o brasão da família Yamir. — Basicamente, a sua função é organizar a minha rotina aqui na empresa. Eu quero que esteja no escritório quinze minutos antes da abertura dos portões, depois confirme a minha agenda duas vezes para não ter equívocos.

— C-Certo, Dine... Digo, senhor Yamir!

Ele arqueia a sobrancelha dando uma tragada no cigarro e deixando a fumaça escapar dos seus lábios.

— Continuando... Eu precisarei dos seus serviços em viagens, então esteja disposta à qualquer momento. E não me refiro somente à reuniões, pois eu posso te ligar no meio da noite exigindo um mini relatório sobre algum compromisso específico.

— No meio da noite? E o meu sono?

Dinesh simplesmente dava nos ombros.

— Eu não me importo. O seu salário será bom e ainda receberá bônus pelas horas extras, não se preocupe.

Ao ver toda a frieza no olhar e tom de voz do homem, Miyuki questionou à si própria se essa era a mesma pessoa que a apertou com tamanha proteção na boate. O Dinesh havia incorporado um lado desconhecido e, ao mesmo tempo, assustador.

— Como quiser, senhor Yamir.

O rapaz continuava concentrado em seu trabalho no computador, ignorando a presença dela que o fitava receosa. Quando focava seus olhos sem vida em sua direção, Miyuki sentiu um calafrio desconfortável percorrer o seu corpo.

— O que ainda faz aqui? Vá logo pegar o seu uniforme e entre em contato com a antiga secretária. Pode perguntar o número à qualquer funcionário, provavelmente eles terão.

— O senhor não tem?

— Sim, mas gostaria que começasse o seu primeiro dia de trabalho aprendendo a andar com as próprias pernas. — comenta afastando o cigarro dos lábios. — Não acha?

— Você é bem arrogante, hein! — ela dizia deixando-o surpreso. — Eu sou grata pelo o que fez por mim ontem, mas não precisa agir como se fosse superior à todos aqui só porqu-...

— Por que eu me sentiria melhor do que os meus funcionários? Nós trabalhamos no mesmo lugar, respiramos o mesmo ar e fazemos parte do mesmo sistema. Se eu estou agindo de forma rude com a senhorita, é para te mostrar que nada virá fácil na sua vida. Você, mais do que ninguém, deveria saber.

No final, a mulher entendeu que Dinesh apenas queria inseri-la no ritmo da empresa o mais rápido possível para que não houvesse problemas em sua adaptação. Por isso, abriu um leve sorriso e fez uma reverência em sinal de agradecimento. Miyuki sabia que teria um árduo caminho para começar a sua vida do zero, mas o homem à sua frente estava dando uma chance única.

— Desculpa a minha arrogância, eu prometo dar o meu melhor!

Miyuki não percebeu mas havia um sorriso de alívio nos lábios do homem.

— Ótimo, senhorita Sato. Eu conto com o seu trabalho.

(...)

Maya ajudava o Kiran a cuidar das flores enquanto Mahara trazia uma bandeja com limonada. Raj e Dinesh observavam a cena sentados em um banco localizado no jardim. A brisa agradável pairava sobre o local, rodopiando e erguendo algumas folhas secas.

— Eu ainda não acredito que gastou dois milhões em uma boate stripper, Dinesh. Estou desapontado com você.

— Desculpa, baldi.

— O que deu em você para fazer isso?

— Eu agi por impulso e acabei fazendo, mas garanto que não possuo nenhuma intenção libidinosa.

Raj lançava um olhar desconfiado em direção ao filho.

— Eu espero que não. Então, já tem uma ideia de como irá recuperar o dinheiro?

— Ontem, eu recuperei um quarto do valor em ações. Não irá demorar muito para obter o restante.

— Fico mais aliviado. — ele diz cruzando os braços, vendo a esposa se aproximar oferecendo a limonada. — Mas que isso não se repita.

— O que aconteceu? — questiona Mahara sentando-se entre os dois homens.

— O Dinesh apenas fez uma compra péssima para a empresa.

— Entendo. Ele comprou um imóvel?

— Digamos que sim.

— Onde fica?

— Perto do Rio Kamogawa, à margem direita. — responde o filho.

— Espera, não é o mesmo lugar onde há uma famosa boate stripper?

Dinesh e Raj engolem seco, focando em pontos aleatórios do jardim.

— Sim, iadala. Que coincidência.

— Muito estranho. Eu conversei com uma feirante hoje pela manhã e ela falou que a boate possui um novo dono. — ela comenta bebericando a sua limonada. — Na verdade, a moça comentou que um homem misterioso comprou o lugar no meio de uma festa. Que loucura!

— Que loucura mesmo, mamadi...

Dinesh pigarreia alto e pensava em mudar de assunto até ver o Kiran correr para perto deles junto com sua irmã. Raj acariciava a cabeça de Maya que abria um sorriso bobo e, logo após, ele a colocava no colo.

— O que terá para o jantar hoje? — questiona Kiran para a mãe, ignorando a presença do irmão mais velho.

— Deveria perguntar ao Dinesh.

Porém, o rapaz apenas virava o rosto soltando um longo suspiro. Por outro lado, Dinesh acariciava as têmporas, respondendo em um tom baixo:

— Eu ainda estou pensando.

— Isso me lembra que preciso pegar alguns documentos importantes na empresa! — exclama Raj ficando de pé. — Mas eu voltarei logo.

— Não vai, baldi. Fica aqui. — pedia Maya abraçando o pai pelo pescoço. — Eu vou sentir saudades...

— Eu voltarei logo, é uma promessa.

— Verdade?

— Sim. Se eu não cumprir, pode bater no Dinesh como punição.

— E-Ei! Eu não fiz nada de errado!

Os demais riam com a reação do Dinesh perante o comentário do mais velho. Então, Raj repousava a filha no chão, depositando um beijo demorado em sua testa e iniciava caminhada em direção à saída. Por impulso, Mahara o seguia para conversar um pouco.

— Você acha que, um dia, o Dinesh e o Kiran voltarão a se dar bem?

— Sim, iadala. Mesmo que haja troca de farpas entre os dois, eu posso sentir como um precisa do outro.

— Eu só tenho medo de vê-los sofrendo por mais tempo.

— Tudo dará certo. Eu prometo. — dizia segurando a mão da mulher enquanto a puxava para um beijo. — Eu comprarei algumas flores quando estiver voltando para casa.

— Por que?

— Porque eu quero presentear a mulher mais bela do mundo. — sorria bobo ao vê-la sem jeito. — E relembrar do momento em que te pedi em casamento.

— Bons tempos. — dizia nostálgica e roubava um selinho do marido antes de se afastar. — A cada hora longe de casa, terá que adicionar cinco flores ao buquê.

— Será um prazer, iadala.

Como de costume, Dinesh organizou-se cedo para preparar o jantar. Às seis horas, o rapaz estava folheando o livro de receitas após vestir o avental rosa da sua mãe – que nunca usava mas, ainda assim, tinha um grande apego por ele. Maya o observava sentada no balcão, balançando as pernas.

— Já pensou em algo, bhaya?

— Ainda não, pequena. — dizia erguendo o olhar para a irmã. — O que quer para a sobremesa?

Parfait!

— Você realmente ama, não é?

Ela respondia com uma risada boba, analisando o livro de receitas. A campainha toca e Mahara a atende enquanto os outros dois filhos estão na cozinha.

— O baldi está demorando.

— Ele deve estar ocupado com a empresa, Maya. É normal. — comenta afagando os cabelos da menor. — E eu o ajudarei a ficar de bom humor quando experimentar o meu parfait especial.

— Eba!

Contudo, o grito estridente de Mahara ecoa pelo local fazendo o Kiran descer às escadas apressadamente. Dinesh repousava a pequena no chão e pedia para que aguardasse na cozinha, correndo até a porta principal da mansão com um semblante preocupado. Os dois irmãos encontram a mãe ajoelhada escondendo o rosto com ambas as mãos enquanto chorava de forma descontrolada.

— Não... Não... Não é possível!

Kiran é o primeiro a se ajoelhar ao lado da mãe.

— O que houve?

— O Raj... Ele... — Mahara tentava falar mas as palavras não saíam, sentindo-se tonta. —... Um acidente... Eu...

— Ele sofreu um acidente, senhores. — dizia o policial na porta. — E, infelizmente, não sobreviveu.

Maya havia escutado tudo por ter se aproximado e começou a chorar junto com a mãe. Kiran abraçou Mahara, sentindo as lágrimas arderem em seus olhos enquanto Dinesh abraçava a irmã mais nova.

— O baldi prometeu que voltaria... — comenta Maya afundando o rosto no peito do irmão, dando leves socos na região. — Traz ele de volta, bhaya... Traz...!

Mahara acabava desmaiando em meio aos prantos e o Kiran a levou para o quarto. Maya continuou chorando descontroladamente nos braços do seu irmão mais velho, o qual a apertava com carinho e segurava as lágrimas. Afinal, agora ele tinha a missão de proteger a sua família e precisaria ser forte.

No local do acidente, a única coisa que encontraram no interior do carro foi um belo buquê de rosas vermelhas e alguns papéis.

(...)

A intensa chuva caía sobre o cemitério, banhando a família Yamir com mais água além de suas lágrimas. Maya estava agarrada à barra do vestido da mãe, escondendo o rosto durante o choro. Kiran encarava o caixão ser depositado dentro da cova, levando consigo o corpo do homem o qual foi sua fonte de inspiração e força ao longo dos anos. A dor manifestava-se como uma forte navalha cortando o coração em vários pedaços, sentindo uma parte de si sendo enterrada junto com Raj.

Dinesh observava a cena atrás da família, segurando o grande guarda-chuva para proteger a mãe e a irmã. Como Kiran havia optado por se aproximar da cova, seu cabelo e seu terno já estavam encharcados. Enquanto isso, o irmão mais velho o encarava com pesar no olhar vendo-o jogar uma camélia em cima do caixão.

Após o final do velório e a despedida daqueles presentes, Mahara conduzia Maya para dentro do quarto enquanto a pequena soluçava baixinho. Dinesh via o irmão permanecer imóvel e ousava se aproximar, percebendo o aumento na intensidade da chuva.

— Vamos, Kiran.

— Vá na frente...

— E você voltará voando para casa?! Vamos logo ou ficará doente.

Quando Dinesh apoia a mão no ombro do rapaz, ele virava-se em sua direção com ódio e dava um soco no irmão mais velho.

— Você passa anos me humilhando e agora quer fingir ser o irmão prestativo?! — grita Kiran chorando. — Como pode ser tão hipócrita?!

— Francamente... — ele respirava fundo, limpando o sangue do canto da boca. — Você precisa bater com mais firmeza, depois vou cobrar isso do seu treinador.

— O baldi acabou de ser enterrado e você ainda consegue fazer uma piadinha dessas? Que tipo de monstro você se tornou, Dinesh? Eu não te conheço mais.

Em resposta, Dinesh só pôde abaixar o olhar permitindo que o cabelo molhado ocultasse uma parte do rosto. Kiran dava alguns passos estando frente à frente o encarando com amargura.

— Graças aos seus insultos, eu não consigo me amar. Então, por que está preocupado com uma droga de resfriado?

— Porque eu preciso cuidar da minha família. É tudo que me resta para proteger.

— Não seja hipócrita. Todos na família precisavam do seu apoio, não da sua contribuição financeira para a empresa. O seu esforço poderá trazer o baldi de volta? — questiona sentindo as lágrimas arderem em seus olhos. — Poderá reviver todos aqueles momentos? Não, então não finja se importar com a gente agora. Ah... Como eu te odeio, principalmente agora que ocupa o cargo responsável por matá-lo.

Dinesh continuou em silêncio ouvindo as palavras carregadas de dor do seu irmão, compreendendo o porquê de tanto rancor. De fato, ele agora tinha o cargo "amaldiçoado" e ambos desconfiavam sobre quem era o responsável pela morte do pai. Porém, encontravam-se em uma situação delicada onde a emoção apenas o levariam para mais sofrimento.

— Eu juro, Kiran, que ele irá pagar...

Kiran secava as lágrimas com as costas da mão, focando no homem.

— Não desejo vingança, ela não trará o baldi de volta.

Então, Kiran seguia para o carro e deixava Dinesh encarando a sepultura com um olhar vazio. Mesmo sendo errado, ele sentia a necessidade de revidar todas as provocações do homem responsável mas as ideias não apareciam em sua mente. Pelo menos, ideia lícitas.

No final, ele lutou para ser um filho digno de orgulho mas, atualmente, nada mais importava.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro