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Capítulo 1


"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?" - Fernando Pessoa


O garotinho corria apressadamente pela casa, segurando um ursinho de pelúcia quase do seu tamanho enquanto o apertava com cuidado para não derrubar. Os cabelos negros dele quase tocavam seus ombros, por uma opção do pequeno já que os pais deixaram a seu critério sobre o corte. Sendo filho único, conseguia toda a atenção desejada e ainda podia aproveitar o tempo com a sua família, mesmo ela sendo ocupada com os negócios. O pai dele, Raj Yamir, possui uma empresa de extração de diamantes e outras joias, a qual cresce constantemente dia após dia.

A sua mulher, Mahara Yamir, tinha uma beleza estonteante, detentora de longos cabelos negros e brilhantes. A sua pele morena entra em contraste com os olhos dourados, como se duas pedras do mais puro ouro fossem colocadas ali. Quase sempre, ela usava joias pelo corpo, principalmente anéis e colares, junto com uma túnica de cor distinta. A dama tinha o costume de usar cores diferenciadas a cada dia, buscando retratar o seu estado de espírito.

Então, da união desses dois nasceu o pequeno Dinesh, um garoto de estatura acima da média e os olhos negros como os do pai. Por ter herdado mais características do seu genitor, Dinesh sentia uma imensa vontade de ser como ele e poder se tornar a fonte de orgulho de Raj.

Atualmente, ele tem oito anos e destaca-se na escola devido à sua inteligência elevada. Dinesh consegue captar rapidamente o assunto e o desenvolver de forma prática para melhor compreensão. Aos sete anos, o pequeno ganhou a competição mirim de soletrar, recebendo uma medalha de ouro por isso. Então, conforme o tempo passava, as expectativas sobre o menino apenas aumentavam.

— Você não pode correr, Dinesh.

— Eu sei, mamadi. Desculpa!

Ela apenas sorria vendo o filho parar ao seu lado da cozinha, analisando curioso o curry que a mulher preparava. Os olhos negros de Dinesh possuíam a mesma intensidade do seu pai, muitos até dizem que ele tem a capacidade de liderar igual à Raj.

— Curry?

— Sim.

— Eu amo!

Mahara ria com a euforia do menor, acariciando sua cabeça.

— Eu sei, por isso estou aprendendo a fazer especialmen-...

Porém, o cheiro de queimado espalhava-se pelo local e o pequeno torcia o nariz em desaprovação. Um característica peculiar sobre Mahara é a sua falta de conhecimento e maestria na culinária, o que era considerado um defeito grave para a cultura indiana. Ainda assim, ela não se importava com os olhares tortos das pessoas pois tinha unicamente como preocupação a sua família.

Antes de ser uma Yamir, o sobrenome dela era Dixon. O seu pai é um americano que se apaixonou por uma indiana em uma das suas viagens, onde se conheceram melhor e se casaram dois anos depois. Maxwell Dixon, um líder de uma empresa têxtil nos Estados Unidos, casou-se com Deva Hari, uma bela mulher detentora de olhos dourados. Os dois viajaram por vários lugares do mundo e a indiana pôde conhecer melhor as outras culturas, vendo como poderia criar seus filhos de uma forma diferente. Então, Mahara recebeu um tratamento diferente, sendo educada para respeitar e aceitar outros valores. Mesmo a família tendo morado no Japão por quase dez anos, ela aprendeu a sua língua nativa: o hindi. Porém, certo dia, eles precisaram se mudar para a América devido a uma crise na empresa.

Ao iniciarem uma nova vida nos Estados Unidos, Mahara criou uma paixão singela pelo mundo dos negócios e sempre tentava aprender com seu pai o que estava ao seu alcance. Deva observou a preocupação da filha e a apoiou no seu sonho de ser uma empresária. Mesmo recebendo críticas da família materna, Mahara perseverou até conseguir uma vaga em uma empresa de doces na sua cidade. Porém, os negócios não foram tão bem e a mulher acabou sendo despedida para economizar gastos, além da visão extremamente machista da época que a impedia de ter os mesmos direitos do homem.

Presenciando o fracasso da filha, Maxwell a mandou de volta para Índia onde passou boa parte do tempo aprendendo sobre ser uma boa dona de casa, porque dedicou muito tempo da sua vida aos estudos e acabou esquecendo dos afazeres domésticos. Particularmente, o seu pai não se importava com isso mas Deva sempre afirmava que não queria uma filha inútil. Então, mesmo à contragosto, Mahara foi conviver com os avós maternos a fim de ser uma boa esposa.

Porém, em um dos passeios pela feira da cidade, a mulher acabava esbarrando em um homem que conversava com seus sócios.

— Desculpa...

Ele desviava a atenção para a mulher de longos cabelos negros e suas orbes negras prendem-se completamente às íris douradas. Involuntariamente, o homem focava toda a sua atenção na desconhecida e ignorava a conversa dos sócios. Então, lentamente, se aproximava dela que comprava alguns temperos.

— O que pretende fazer?

Mahara direciona seus olhos para o belo homem de cabelos negros e terno cinza. Ele possuía um porte físico admirável e um sorriso contagiante. Nesse momento, as suas bochechas coram e ela abaixa o olhar antes da sua timidez excessiva ser notada.

— E-Estou procurando ingredientes para preparar curry.

— Não usamos louro no curry.

— N-Não?

Ao ver o desespero da mulher, ele deixa uma alta risada escapar.

— Que peculiar. Pensei que soubesse, já que usamos muito o curry em nossa culinária.

— É que... Eu não fui criada aqui, estou aprendendo a cozinhar ainda.

Ele a encarava interrogativo.

— Sim, eu sei. Sou uma decepção como mulher e dona de cas-...

— Eu não acho isso.

— Hã?

— Esse é o seu charme. E também, ser igual às demais é chato. — comenta colocando os temperos corretos na cesta que a jovem carregava. — Tenha orgulho de ser diferente.

O sorriso do homem iluminava o seu dia de uma forma única, fazendo o coração de Mahara disparar e ela o encarar toda boba.

— O-Obrigada.

— Oh, eu posso perguntar qual o seu nome?

Os sócios dele já o chamavam mas eram ignorados com sucesso.

— Mahara Dixon.

— Raj Yamir, à seu dispor.

— Yamir... Já ouvi esse sobrenome em algum lugar.

— Sério? Que interessante... Então, gostando da Índia?

— Sim, mas estou com medo de me perder nesse meio de pessoas. Na verdade, eu suspeito que já esteja perdida...

Novamente, Raj ria com o comentário da jovem. Ela não possuía nenhum filtro sobre o que falar e isso ganhava uma certa admiração no coração dele. Então, o homem aproximava-se mais ainda encostando seu ombro nela e sorria um pouco envergonhado.

— Eu posso te levar para a sua casa, se quiser, é só me dizer o endereço.

— Não precisa, eu não quero atrapalhar a sua reunião.

— Reunião? Não, não. Eles apenas estão enchendo o meu saco com propostas chatas. — sussurra no ouvido dela abaixando um pouco o corpo. — Mas esse será o nosso segredo.

Mahara assentia positivamente com a cabeça, deixando uma risada descontraída escapar enquanto virava completamente o corpo em sua direção.

— Então, pode me acompanhar até a minha casa?

— Claro, será uma honra.

Após deixá-la em casa, Raj decide se apresentar para os avós dela e todos ficam surpresos com um Yamir conversando com a jovem. A família tinha um histórico peculiar de uma maldição que os cercava, além de todos os membros serem extremamente talentosos. Contudo, Mahara ignorou esses detalhes pois apenas o belo sorriso do homem a prendeu e nem mesmo uma lenda iria mudar sua opinião. Então, em poucas semanas os dois começaram um relacionamento mesmo que, no começo, houvesse desaprovação de ambas as famílias.

Certo dia, Mahara regava algumas flores no quintal da sua casa enquanto o longo cabelo estava preso em um coque. Os seus olhos dourados admiravam o belo jardim o qual trabalhou duro para cuidar. Porém, a sua atenção muda de foco quando um buquê de flores surge na sua frente, fazendo-a erguer o olhar para o namorado.

— Raj!

— Iadala!

Na Índia, atos de afeto entre casais não são bem vistos em público mas Mahara ensinou à Raj que demonstrar o seu amor não é algo ruim. Então, através de muito diálogo, o homem abriu a sua mente às novas culturas expostas por ela. Por isso, ele a puxou para um abraço apertando-a carinhosamente enquanto depositava um demorado beijo em sua testa.

— Uma ligação de duas almas...

— Isso mesmo, iadala. Eu quero que a minha alma sempre esteja conectada à sua.

— Ela estará.

— Então...

Raj afastava-se do abraço para ficar de joelhos, tirando uma caixinha preta do bolso e a abrindo, expondo o belo anel de ouro em seu interior. Nesse momento, a mulher encontrou-se sem palavras e o encarou tentando acreditar no que estava diante de seus olhos.

— Aceita ser a minha esposa, Mahara Dixon?

— S-Sim!

Em seguida, ela pulou nos braços dele chorando e ambos rolaram na grama. Raj ria alto, todo bobo por sua declaração ter sido aceita e, em contrapartida, Mahara se sentia a mulher mais sortuda do mundo.

Ela afasta os seus pensamentos quando uma pequena ventania atinge seu rosto, fazendo as mechas soltas do cabelo balançarem de forma sutil. Então, Mahara vira o corpo em direção à Raj que tentava apagar o fogo, abanando desajeitadamente com um pano da cozinha. Dinesh observava tudo dando pulinhos animados, afinal tinha uma grande atração pelo fogo desde sempre. Antes que o mini incêndio se tornasse algo grave, a mulher jogava água sobre a panela e a fumaça instala-se pelo local, fazendo os três tossirem.

Por isso, eles vão para a sala onde o garotinho decide brincar com seu ursinho e a coleção de carros de madeira em um canto distante. Enquanto isso, os dois adultos se sentam no único sofá presente e a mulher solta um longo suspiro de frustação consigo mesma.

— Sabe que não precisa se forçar a cozinhar, iadala. — ele dizia segurando gentilmente a sua mão. — Eu tenho medo de que se machuque.

— Mas, eu quero ser uma boa esposa e...

— Não ouse dizer isso, você é a melhor esposa do mundo. Sabe por que? Porque me deu o Dinesh, meu maior presente, e também é o motivo do meu sorriso.

— Sério?

Mahara o encarava com brilho no olhar, já sentindo seu coração mais leve com as palavras gentis e doces do marido.

— Sim. Eu não conseguiria lidar com o estresse do trabalho se não lembrasse da esposa incrível e o lindo filho que me aguardam em casa.

Os olhos dourados da mulher enchem-se de lágrimas e ela as seca sem jeito. Para uma mulher indiana, a pressão vinda da família para ser uma boa esposa é desgastante. Mesmo que o pai não se importe tanto com esse detalhe, a sua mãe a cobrava com frequência para ser "útil" para a família.

Ao ver a sua mãe chorando, Dinesh corria em sua direção com os olhos negros caídos em sinal de preocupação.

Mamadi está dodói?

— Não, eu só... Eu só estou um pouco triste por não conseguir cozinhar, meu querido.

— Não se preocupe, mamadi! Eu vou crescer e me tornar um incrível chefe de cozinha, assim a senhora não precisará cozinhar e não ficará triste.

— Own't! Que fofo!

Mahara pegava o filho no colo, enchendo-o de beijos enquanto Raj a abraçava de lado. O homem sorria ao ver a sua família bem, afinal agia de forma extremamente protetora quando se tratava deles.

— Eu tenho certeza de que você se tornará um grande chefe e será o meu orgulho, Dinesh.

— Isso mesmo, baldi!

Desde pequeno, Dinesh queria ser o orgulho do seu pai pois achava ser a melhor maneira para provar o seu valor como o filho perfeito. O garoto cresceu vendo os pais criticarem os filhos com frequência fazendo cobranças excessivas e temia que o mesmo acontecesse em sua vida, por isso desejava se adiantar e amadurecer o mais rápido possível antes de causar problemas para a sua família.

Naquele mesmo ano, Deva Dixon, mãe de Mahara, faleceu devido a um tumor no cérebro. A família precisou gastar todas as economias para comparecer ao funeral nos Estados Unidos. Mahara chorou por longos dias mas não demorou muito para voltar ao seu estado habitual de ânimo, pois tinha o apoio do filho e do marido.

Dois anos depois, muita coisa havia mudado para a família. A empresa de Raj ganhou destaque na região devido à comunicabilidade do homem com seus sócios, além do auxílio do seu pai, Aseem Yamir, um antigo empresário de respeito. Por isso, os negócios começaram a subir ao ponto da empresa atingir ranking's jamais previstos. Contudo, aquela não havia sido a única surpresa que os reservava.

Raj estacionava o carro e Dinesh mal esperava um segundo sequer para chegar correndo em casa, jogando a mochila em cima do sofá. Mesmo com apenas dez anos, ele era o mais alto da turma e também o mais inteligente. Como não havia nenhuma objeção dos seus pais, o garoto deixou o cabelo crescer e agora ele tocava um pouco abaixo dos seus ombros. O homem adentrava na casa depois, vendo Mahara aparecer na cozinha com um largo sorriso.

— Estou de volta, iadala.

— Bem vindo de volta.

Ele dava um breve selinho nos lábios da amada até o Dinesh aparecer, cortando o clima.

— Não façam isso, é nojento.

— Isso é amor. — Raj dizia com um sorriso bobo, antes de focar na esposa. — Parece mais animada do que de costume, o que houve?

— Eu tenho uma boa notícia para dizer à vocês.

Nesse momento, Dinesh parava de beber água para afastar o copo da boca e focar unicamente nas palavras da mãe. Raj a fitava em um misto de curiosidade e ansiedade.

— Eu estou grávida! 

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