𓂀 ℂ𝕒𝕡í𝕥𝕦𝕝𝕠 𝕍𝕀𝕀𝕀 𓂀
𓇋𓐩𓆓𓁷𓏤 𓆣𓂋𓇋𓀭 𓐍𓏏𓆑 𓅱𓃀𓈖𓇳𓆑 𓅓
LIBERDADE
O caminho era longo, andamos por três dias e três noites até chegarmos ao templo do Oráculo de Amon, havia um atalho de ligação de Om Obaidah até ele, os trechos do oásis eram repletos de árvores de tâmara.
Ao chegarmos, entramos por uma pequena passagem lateral de onde podíamos avistar o lago sagrado, a vista era linda, seria romântica se não estivéssemos tão focados.
O templo era grande e suas paredes cobertas de baixos relevos e pinturas, uma delas nos chamou atenção eram os nove Deuses Anúbis Bastet, Hathor, Horus, Ísis, Osíris, Rá, Seth e Nephtys. Cada um representando seu elemento e lugar no cosmo.
Observamos melhor a pintura, nos entre olhamos e sorrimos, lá estava ela nos ajudando novamente, nas mãos de Ísis haviam dois símbolos, os mesmos de nossos amuletos.
Nós os retiramos e os encaixamos na pintura. Uma luz muito forte nos encandeou, quando conseguimos nos acostumar com a claridade, abrimos os olhos em espanto, estávamos em Heliópolis a cidade dos Deuses, tudo era banhado a ouro, haviam fontes intermináveis em cada palácio, estes que eram dispostos um ao lado do outro e no centro a fonte principal, tão robusta e imponente quanto as construções.
Nossos olhos se iluminaram diante de tanta beleza, mas fomos tirados de nosso transe por uma grande carruagem que parou em nossa frente, quando as portas se abriram, podemos ver a nossa guia. Isis veio nos buscar, seríamos guiados pela própria deusa.
(Heliópolis)
Ela já havia nos dito, onde meus pais estavam, precisaríamos nos separar, para então libertá-los, Seth estava nas masmorras de Hórus e Anúbis na entrada do submundo, abaixo do palácio de Nephtys. Ambos presos por correntes mágicas, que drenavam suas forças, estavam fracos, pois a maior parte de seus poderes estava armazenada em meu amuleto, então foi fácil, mantê-los acorrentados por esses anos.
Para libertá-los, o amuleto teria que voltar a um deles e depois de voltar a um seus donos, ele se dividiria e os poderes de ambos retornariam.
Eu precisava chegar até meu pai Seth pois dele era maior poder preso, mas para isso teria que passar pelas armadilhas de Hórus.
(Palácio de Hórus)
Isis conseguiu me colocar dentro do palácio sem que ninguém nos visse, mais precisamente próximo às masmorras, era o máximo que ela conseguiria sem despertar nenhuma das armadilhas do Deus. Ele tinha medo que algum de seus irmãos tentasse libertar a Seth já que nem todos concordavam em matá-lo.
Passei pela câmara do tesouro e apesar de todo ouro, nada tirou de mim o meu foco principal... meu pai.
A primeira entrada era como um labirinto, as paredes se moviam a cada passo, com muito esforço consegui ultrapassá-los ao me pendurar nas colunas e me impulsionar por cima das paredes, escalar árvores quando criança tem suas vantagens.
Não poderia usar meus poderes e nem saberia; o risco das armadilhas serem ativadas, era muito grande.
Na segunda Câmara haviam enormes esculturas de Hórus em sua forma antropomórfica, metade humana, metade Falcão; todas elas empunhavam lanças.
No chão haviam ladrilhos com escritos, que ao serem pisados, ativariam as próximas armadilhas. Saltei os ladrilhos com a ajuda de um mapa, que me foi entregue pela deusa, até chegar a última escultura; pude ter o vislumbre da próxima câmara, meu coração se encheu de amor mas também de dor, lá estava ele... meu pai.
Preso, machucado, fraco. Ele chorava, não parecia o homem forte de minhas visões, estava tão pálido, decadente, seus olhos não tinham brilho, parecia que sua vida estava se esvaindo.
Ao ver-me, seu rosto ficou confuso, pois eu chorava. Sim, eu chorava copiosamente, minha vontade era abraçá-lo. Mas como poderia, ele nem mesmo sabia quem era eu?
Tomado por uma coragem ainda desconhecida por mim, me aproximei vagarosamente, seu olhar morto, aos poucos ganhou brilho ao me ver mais de perto e sua primeira lágrima de alegria rolou ao mesmo tempo que ele sussurrou:
━━ Meu filho!
Meu pai me reconheceu, talvez pela aparência já que sou a mistura perfeita deles, ou talvez pelo amuleto, mas ele me reconheceu e ali eu pude pela primeira vez chamá-lo de meu pai.
Apesar de todas as dores, saudade, nosso tempo era curto, eu deveria libertá-lo imediatamente. Retirei meu amuleto do pescoço e coloquei-o em meu pai. No mesmo instante, raios e trovões foram ouvidos, as colunas que o prendiam cederam e a câmara ficou vermelha, seu corpo foi envolto em um redemoinho de areia e ali o Senhor do Caos ressurgiu.
(Palácio de Nephtys)
Por Nour...
Depois de deixar Abayomi no palácio de Hórus, segui junto a Isis para o palácio de Nephtys, nossa passagem foi tranquila, a deidade conhecia os palácios dos Deuses como ninguém, ela só não poderia usar seus poderes, pois ativariam qualquer armadilha que existisse.
Estas que eram feitas para os deuses. Eles jamais imaginariam que humanos ou semideuses teriam tal audácia de invadir o palácio para roubar seja lá o que fosse. Ísis não poderia me ajudar por mais tempo, nossos planos só dariam certo pois naquele dia os deuses estavam no palácio de Rá, ele havia os convocado para uma reunião, onde decidiriam os destinos de Seth e Anubis, tendo em vista que já estavam presos há dezoito anos e isso interferia no equilíbrio cósmico, todos estavam sobrecarregados.
Cheguei ao nível abaixo do palácio após passar pela sala dos tesouros, o lugar era frio, tenebroso, o cheiro da morte emanava das paredes e os gritos e súplicas ecoavam pela câmara... era a entrada do mundo dos mortos.
Andei mais alguns passos e o avistei, tão fraco e debilitado, acorrentado, tão pálido quanto um cadáver, ele estava de olhos fechados e cabeça baixa, meu coração se encheu de dor; pobre Abayomi, se visse essa cena choraria em demasia! Me aproximei vagarosamente e o chamei:
━━ Senhor dos mortos? Anubis?
Ele calmamente levantou a cabeça, olhando em minha direção, sua surpresa era nítida assim como sua falta de força, pus a explicar-me; contei quem eu era e o porquê de estar ali, ele sorriu fraca, mas verdadeiramente.
Eu pedi apenas que ele aguardasse, contei que Abayomi estava indo libertar Seth e que se tudo desse certo, em breve ele também estaria livre.
Poucos minutos se passaram, os trovões foram ouvidos e a Câmara ficou ainda mais fria, olhei novamente para Anúbis e lá estava outro sorriso. De repente, as correntes que os prendiam às colunas tremeram, a câmara ficou envolta em luzes vermelhas e azuis, o teto se abriu, mostrando um céu azul profundo e frio, o chão tornou-se o deserto. E as correntes, ele as quebrou.
Anúbis se libertou com toda a sua força e vitalidade, o Senhor dos mortos estava vivo e pronto para a batalha. Olhando em minha direção, estendeu- me a mão e mesmo com muito medo a aceitei.
━━ Não tenhas medo Nour. ━ sua voz era rouca e grave. ━━ É chegada a hora, minha família me chama. ━ disse misterioso e nós sumimos em uma nuvem de fumaça.
(ENEAD)
Por Isis...
Temerosa, era como me sentia, deixar Abayomi e Nour foram as decisões mais difíceis que já tomei, eles eram minhas crianças, eu os vi crescer, os escondi, os protegi e agora lá estavam eles, sozinhos e eu não podia fazer mais nada, tudo estava nas mãos deles e eu confiava que daria tudo certo.
A reunião começou calorosa, Rá nos deu as boas vindas, mas o clima era pesado e a fúria nos olhos de Hórus e Nephtys era perceptível.
Ambos queriam a morte de Seth. Anubis seria banido ao submundo e jamais poderia retornar, esse seria seu castigo pela traição, segundo sua mãe e irmão.
Osíris tinha um semblante triste, Bastet e Hator se mantinham neutras, não esboçaram nenhuma reação, mas algo me dizia que ambas sabiam o que aconteceria em breve.
Depois de momentos de discussão, Rá apertava as têmporas, nervosamente não sabia o que fazer, eram seus irmãos, ele realmente não queria suas mortes.
O que ele alegaria, mataria seus irmãos porque eles se amavam? Qual era o pecado em amar? Afinal o amor foi feito para todos, sem distinção.
Os ânimos ainda estavam exaltados quando o primeiro raio riscou o céu, ali então eu pude respirar e sorrir. Eles haviam conseguido, minhas crianças cumpriram suas missões, Anubis e Seth estavam livres.
Hator e Bastet me olharam e acenaram em confirmação, Rá também olhou em minha direção, Osíris pela primeira vez abriu a boca naquele dia, apenas para proferir:
━━ O Caos se libertou!
Em questão de segundos, Hórus se transformou. Na forma transmórfica, assumiu uma presença gélida e sanguinária. Seus olhos dourados brilharam com uma crueldade implacável, refletindo a frieza de sua alma. As asas estendidas, agora mais ameaçadoras do que majestosas, pairaram sobre ele como a sombra da própria destruição. Cada pena de falcão parecia afiada, pronta para cortar a esperança dos que cruzassem seu caminho. Sua postura, rígida, transmitia a natureza impiedosa do deus guerreiro, enquanto se preparava para instigar o caos na batalha iminente.
Seria a queda das colunas do Enead.
A guerra iria começar.
Por Abayomi...
Meu pai estava livre e finalmente eu pude abraçá-lo estávamos felizes, mas isso não durou muito tempo, pois o causador de todas as minhas dores não tardou em aparecer. Ele estava furioso, ódio emanava de seus poros, era a ira em pessoa sua revolta só não era maior que a minha e de meu pai.
━━ Quem é você, como chegou até aqui, o que você fez seu insolente, irá pagar pelo seu erro com sua miserável vida? ━ ele bradou colérico.
━━ Cale a boca Horus! dobre a língua para falar com meu filho, se há alguém miserável aqui, esse alguém é você. ━ meu pai, defendeu-me. ━━ Invejoso, vil, inescrupuloso, tem tanto medo de Anúbis se juntar a mim pois sabe que juntos seríamos imbatíveis. ━ Exprimia Seth em fúria.
━━ Ora seu imundo, cale-se! E você aberração, não tinha nascido morto, como você pode estar aqui? ━ Indagava Hórus, confuso. ━━ Não acredito que fui enganado, mas não se preocupe, você não passará de hoje.
Tomado por sua fúria, ele atacou-me, não tive como desviar, ainda estava extasiado com todos os acontecimentos, não havia usado meus poderes e nem saberia como usá-los, para minha sorte, Seth conseguiu proteger-me, mas não totalmente, fui atingido no abdômen.
Hórus sorria, vangloriava-se por me atingir, chamou-me de fraco, aberração, erro. Os olhos de meu pai Seth, ganharam uma nova coloração, de amarelos tornaram-se carmins assim como seus cabelos, os céus também mudaram, se dantes eram azuis, naquele mundo tudo escureceu, só se podiam ouvir os sons dos raios, ventos e trovões, o caos estava livre.
Ele mirou a Hórus, mas antes de atacar ele chamou por meu pai Anúbis, afinal ele também estava livre.
━━ Anúbis, aproxime-se!
O chão tremeu, e dele surgiu uma nuvem densa e escura. Dela, uma enorme figura meio humana meio chacal, ao seu lado estava Nour, que ao me ver ferido correu em minha direção pronto para me amparar, mas não antes de saudar seu odioso pai.
━━ Olá Deus da Ordem, ou devo chamá-lo de papai? ━ disse em tom debochado. ━━ Sou Nour Seokjin, fruto de seu maior erro e espero sinceramente que hoje você pague por ele e por todos que já cometeu. ━ Nour cuspia suas palavras carregadas de rancor.
Hórus permanecia abismado, não entendia como não soube da existência de seu filho, muito menos o porquê de todos os seus considerados inimigos estarem ali diante de si, juntos, unidos, mesmo depois de tanto tempo sendo drenados.
Mas surpresa alguma era maior que sua ira e egoísmo, sem mais em que pensar ele atacou. Seth vestiu sua armadura e partiu para a batalha.
Agora era Deus contra Deus, a Ordem contra o Caos e os céus era a arena.
──────⊱◈◈◈⊰──────
O firmamento escureceu enquanto as forças de Seth e Horus se enfrentavam. No céu, um confronto épico se desenrolava. As nuvens se partiam e relâmpagos iluminavam a cena, enquanto os deuses duelavam com uma fúria primordial.
O Senhor do Caos, vestia uma armadura negra que absorvia a luz ao seu redor, seus olhos carmins brilhando ferozmente. Em suas mãos, um cetro que pulsava com energia destrutiva, lançando feixes de caos que rasgavam o céu.
O Deus da Ordem, erguia-se imponente em sua forma de falcão, suas asas douradas refletiam os relâmpagos ao redor. Cada batida de suas asas criava ondas de choque que abalavam o ar, enquanto sua lança resplandecente cortava o firmamento, buscando o coração de Seth.
Os dois deuses colidiram com uma força descomunal, cada golpe reverberando pelo cosmos. O choque de suas armas criava explosões de luz e som, transformando o céu em um campo de batalha cintilante. As estrelas pareciam estremecer, testemunhas silenciosas da batalha titânica.
Seth, com um rugido ensurdecedor, lançou um ataque devastador, uma tempestade de areia e escuridão que engolfou Horus. Mas o Deus da Ordem respondeu com um grito de guerra, desferindo um raio dourado que perfurou a tempestade, atingindo Seth e fazendo-o recuar.
O céu parecia refletir a batalha, com nuvens negras e vermelhas girando em um redemoinho furioso. Os relâmpagos dançavam ao redor dos combatentes, iluminando seus rostos determinados e cheios de ódio.
No auge do confronto, Horus usou toda a sua força, erguendo-se acima de Seth e lançando-se com a lança em riste. Mas Seth, com um sorriso, invocou um redemoinho de areia e escuridão, desviando o golpe e agarrando Horus em suas garras sombrias.
Foi então que Horus, vendo uma oportunidade, fez um movimento inesperado. Com um giro rápido, ele sumiu momentaneamente na escuridão criada por Seth, apenas para reaparecer atrás do Deus do Caos. Com um golpe covarde e preciso, Horus cravou sua lança nas costas de Seth, atravessando sua armadura negra e atingindo-o gravemente.
O Senhor do Caos soltou um grito de dor que ecoou pelo firmamento. Seu corpo começou a cair, a energia destrutiva de seu cetro ia se dissipando em faíscas impotentes. Ele desabou ao lado de Abayomi e Anúbis, os olhos ainda ardendo com uma fúria impotente enquanto sua vida divina se esvaía.
──────⊱◈◈◈⊰──────
Enquanto a batalha cruzava o firmamento, Anúbis se aproximou de mim, mantendo-me protegido ao passo que Nour me curava. Ele sabia usar seus poderes e em breve eu também saberia controlar os meus. Meu pai Anúbis assumiu sua forma humana apenas para me abraçar, me dizer o quanto me amava e sofreu por me deixar, no fim eu nunca fui rejeitado, eu fui protegido, me senti realmente amado.
Nosso momento se findou ao que o corpo de Seth caiu desacordado próximo a nós, ele não estava totalmente recuperado e Hórus não era exemplo de honestidade em uma luta.
Anúbis ergueu-se a minha frente, em posição de batalha, ele sabia que poderia morrer, mas morreria tentando.
Meu corpo e sangue se aqueceram ao ver meus amados pais feridos, já estava farto de tanto ódio contra nós. Minha marca queimava em minha pele, as raízes se tornaram negras, meus olhos dantes pretos ficaram violeta, ardiam em chamas. Eu me transformei pela primeira vez.
Tão grande quanto um Deus e tão forte quanto o Enead. A vida e a morte, a luz e a escuridão, o príncipe dos deuses, o primeiro titã do Egito.
Enfrentei Hórus no ápice da batalha, o solo estremecia com a intensidade de nossos passos, e o som dos trovões ecoava como uma sinfonia de guerra. Seus olhos faiscavam com fúria enquanto avançava, com sua lança em punho, cada golpe era uma sentença divina.
Esquivei-me de seus ataques com destreza, dançando entre as investidas como se desafiasse a ordem imposta pelos deuses. A areia do deserto se ergueu ao nosso redor, testemunhando o confronto entre a liberdade que buscava e a ordem que Hórus representava.
Suas asas douradas, que se estendiam, refletindo a luz avermelhada dos raios que cortavam o céu. Cada vez que sua lança se aproximava, eu me esquivava, sentindo a energia estática impregnando o ar ao meu redor.
No auge da luta, o Deus desencadeou seu poder divino, lançando raios dourados em minha direção. Com determinação, ergui um escudo improvisado formado pelos meus próprios poderes, sentindo a colisão das energias criar faíscas que iluminavam como estrelas cadentes em meio à tempestade.
O solo tremia com a intensidade do embate, e a cada golpe, nossa batalha se desenhava na areia do deserto. Cada movimento contava a história de uma resistência obstinada, enquanto eu buscava minha própria liberdade contra as amarras da ordem divina personificadas em Hórus.
No epicentro da luta, o céu absorvia os resquícios dos nossos poderes em conflito, entre trovões e relâmpagos, eu o enfrentava, determinado a desafiar o destino que os deuses tentavam impor sobre mim. A força emanava pelo meu corpo e eu a usei para esmagar Hórus que antes me olhava aturdido, embasbacado.
Vi sua vida se esvair de seus olhos, seu sangue dourado, banhou minha pele e eu desmaiei.
Por Anúbis...
Ver meu filho transformado foi uma das melhores visões que já tive, só não foi melhor que vê-lo nascer. Ele ainda não tinha controle sobre si, mas saber que ele fez de tudo para proteger a mim e a Seth encheu meu frio coração de orgulho e amor. Eu precisava terminar o ritual, Hórus estava morto e eu era o Deus dos Mortos.
Tinha uma alma para guiar ao submundo e garantiria que ela jamais retornasse de lá.
Por Nour...
Após a batalha, Ísis apareceu, me ajudou com Seth e Abayomi que ainda estavam desacordados. Nós os levamos ao deserto, para o palácio de Seth, cuidamos de seus corpos enquanto nutriam seus espíritos. Eles passaram por muitas adversidades, precisavam descansar..
(...)
Duas luas haviam se passado e eles não despertaram, Ísis já havia retornado ao Enead a ordem precisava ser restaurada. Eu já estava preocupado, Anúbis não retornara, Abayomi não acordara, minha esperança era Seth, que vez ou outra remexia-se e balbuciava palavras desconexas, mas não havia despertado.
(...)
A terceira lua chegava ao fim e com ela minhas esperanças, mas algo maravilhoso aconteceu, a noite esfriou, o céu vermelho tornou-se negro envolto em uma névoa roxa, as portas do palácio se abriram e por elas passaram ele.
O Senhor da Morte havia retornado e eu orava para que ele trouxesse vida aos que ali descansavam.
Estava no quarto ao lado da cama de Abayomi, Anúbis se encaminhou ao lado de Seth e abraçou seu corpo repousado sobre os lençóis, foram longos minutos de juras de amor e pedidos de retorno. Como em um milagre, vagarosamente Seth abriu seus olhos, piscou tentando acostumar-se com a claridade, mesmo que esta fosse pouca, elevou as mãos ainda trêmulas ao rosto de seu amado e sorriu.
Anúbis sorriu apaixonadamente em retorno, ali eu pude presenciar o amor que unia aquele casal. Ao meu lado um movimento se fez presente, quando me virei, deparei com Abayomi acordado. Seus olhos estavam marejados, brilhando pelas lágrimas ao ver a cena de seus pais, ele também me sorriu, fazendo meu coração dar cambalhotas em meu peito e borboletas revirarem meu estômago.
Tudo estava voltando ao seu lugar, mas antes, eles teriam muito a compartilhar...
Glossário
O Templo de Om Obaidah, dedicado ao deus Amon, está interligado ao Templo do Oráculo por um amplo caminho pavimentado, envolto por frondosas tamareiras e palmeiras.
Notavelmente, Om Obaidah está atualmente em processo de escavação e pesquisa, conferindo à área uma atmosfera autêntica e menos turística. Tanto o Templo de Om Obaidah quanto o Templo do Oráculo de Amon, ambos contribuem para a riqueza histórica da região de Siwa.
O Templo do Oráculo de Amon em Siwa é um local histórico associado a práticas de adivinhação e culto a Amon, o deus egípcio. Este templo, situado em uma região marcada por um caminho pavimentado e vegetação exuberante, desempenhava um papel significativo na antiguidade.
Oráculo de Amon era um local sagrado na cidade de Tebas, no Egito Antigo, dedicado ao deus Amon.
Amon era uma divindade importante associada ao ar, e o oráculo servia como um local de consulta divina, onde as pessoas buscavam orientação em questões diversas, como guerra, política e vida pessoal.
O principal centro oracular de Amon estava no Templo de Karnak, em Tebas, e era conhecido por suas práticas de adivinhação. Os sacerdotes, chamados de "Amun-Re's Decipherers," interpretavam os murmúrios do deus, muitas vezes usando técnicas como interpretação de sonhos, observação de aves ou outras práticas divinatórias.
Os faraós frequentemente buscavam a orientação do Oráculo de Amon em momentos críticos, como antes de empreender campanhas militares. O prestígio do oráculo cresceu ao longo dos séculos, e Amon tornou-se uma divindade amplamente reverenciada.
Esse oráculo desempenhou um papel significativo na sociedade egípcia, conectando o divino ao terreno e influenciando decisões importantes na região por séculos.
No entanto, informações detalhadas podem variar, já que o conhecimento específico sobre o Templo do Oráculo de Amon pode depender de descobertas arqueológicas recentes ou pesquisas em andamento.
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