What is Love?
"O quê é o amor?" Tal pergunta, rodeia a minha cabeça desde aquele fatídico dia. Eu não sei ao certo como me comportar em relação a isso.
Eu só queria voltar no tempo e não ter feito a minha matrícula naquela escola. Era para mim estar fazendo Curso Normal com a Jenny, mas o meu pai não quis.
Pera, isso mesmo. A culpa é toda do meu pai. Se ele tivesse me deixado ir para a escola da Jenny, isso não teria acontecido comigo.
"Mano, será que isso é um castigo de Deus ou algo do tipo?" Eu me pergunto enquanto vou caminhando para a minha sala de aula.
Vou andando devagar até lá. Não vejo motivos para me apressar, afinal, cheguei uns 20 minutos antes do sinal bater.
Os corredores do colégio parecem totalmente monótonos. Meus olhos passam por eles entediados.
Parte de mim diz que eu tenho que andar rápido para mim não correr o risco de esbarrar com o Pietro, já a outra parte, apenas quer o encontrar e o abraçar bem forte.
Eu acho que estou ficando maluco. Eu não deveria pensar nessas coisas. Sou filho de pastor. Isso é errado.
Preciso me livrar disso. Deus nunca me perdoará, caso esses sentimentos não mudem.
Eu vou buscar mais a Deus. Sim, é isso que eu preciso fazer. Eu me aproximando dele, esses sentimentos impuros se afastam de mim.
- Mano, eu sou um gênio. - acabo pensando alto demais e deixando as palavras saírem pela minha boca, mas não me importo. Sinto-me feliz por ter conseguido pensar na solução dos meus problemas.
Enfim chego em minha sala de aula. Vou direto para a minha carteira e fico lá, pensando em como pedir perdão a Deus por tamanho pecado.
Meu pai sempre prega nos cultos que Deus sempre perdoa os pecados, basta se arrepender de todo o coração.
"Tomara que ele me perdoe..." Penso sentado em minha carteira e arrumando as minhas coisas em cima da tal.
Fico ali sentado, tentando não pensar no Pietro, porém falhando miseravelmente.
Abro o meu caderno e começo a folhear ele. Preciso me distrair com algo até meus colegas de classe e o professor chegar.
Começo a ler a matéria passada de história. "Essa professora é um máximo mesmo, eu amo ela." Penso enquanto folheio a matéria.
Fico bastante concentrado na minha leitura. Sou apaixonado por história, acho que desde sempre.
Esses pensamentos me distraem do verdadeiro problema, aquele que eu estou fingindo que não existe, mas logo sou tirado dos meus pensamentos por uma mão que sinto no meu braço, me tirando dos meus devaneios.
Olho para a mão e vejo um anel com um rosto de uma caveira. Meu coração começa a disparar e sinto o meu estômago embrulhar.
Não tiro os olhos da mão porque eu tenho medo de encarar o dono dessa mão. Entretanto, eu tive que olhar.
Levantei os meus olhos e me encontrei encarando aqueles olhos negros.
Inconscientemente acabo olhando para os lábios dele e uma vontade de me aproximar mais e... "AAHHHH DROGA!!!" penso quando volto para a realidade, me recomponho e decido perguntar o quê o Pietro quer.
- Oi, tudo bom? Quer me dizer algo? - pergunto tentando mostrar indiferença, não sei se eu consegui transmitir isso, mas juro que tentei.
- Ham, tudo sim. A Yumi me pediu para lhe avisar que ela foi acompanhar a mãe dela ao médico e que não vai poder vir para o colégio hoje. - ele me fala com o tom de voz habitual dele.
Yumi tinha comentado comigo que a mãe dela estava grávida. Então, ela provavelmente foi acompanhar a mãe no pré natal.
- Ah sim, tudo bem, obrigado por me trazer o recado. - falo um pouco cabisbaixo, pois eu não tinha muitos amigos naquela sala. Acho que ele percebeu o meu desconforto, porque ele começou a falar:
- Então, no recreio eu venho aqui para almoçarmos juntos, beleza? - ele se levanta e sai da sala não me dando tempo para recusar.
Apoio a minha testa na mesa e fico pensando na merda que aconteceu. Eu quero me afastar do garoto e ele fica por perto. Droga...
"Tudo bem, eu não vou surtar." Penso me sentindo... Cara, não faço ideia de como estou me sentindo nesse momento, quero apenas morrer.
O professor de educação física chega na sala e começa a fazer um discurso na qual não dou a mínima minha mente só reproduz a frase: Eu, Pietro, almoçando, juntos.
Meu coração está bastante acelerado e sinto um tremendo enjôo. Respiro fundo tentando controlar aquilo, mas o meu estômago está cada vez mais embrulhado.
Sinto que o meu estômago quer expulsar o meu café da manhã inteiro e quando eu menos espero, estou indo correndo até o latão de lixo mais próximo que há em minha sala e acabo vomitando todo o meu café da manhã.
Não sei quanto tempo fico ali, mas sinto as mãos de alguém em minhas costas, dando leve tapinhas. Olho para ver quem estava fazendo isso e era o meu professor. Ele me olhava com o olhar preocupado e eu não sabia o quê fazer ou o quê dizer. Os meus colegas de classe me olhavam como se eu fosse um extraterrestre. O professor me indica a porta e eu vou indo para lá.
- Vá no banheiro lavar o rosto, beba uma água e me espere na sala da direção. Consegue fazer essas coisas sozinho? Ou quer que eu peça a um colega para lhe acompanhar? - ele me pergunta preocupado.
- Tudo bem, professor. Eu consigo fazer essas coisas sozinho. - respondo abaixando a cabeça e rindo tímido.
- Okay, então. Vai lá. - ele me responde eu aceno com a cabeça, dou as costas para o professor e sigo em direção ao banheiro.
Vou andando até lá em passos calmos. Eu não estava com nenhuma pressa de chegar até lá. Não entendo o porquê de eu ter vomitado daquele jeito.
"Meu Deus o quê está acontecendo comigo?" Penso enquanto chego no banheiro e vou até a pia lavar o meu rosto e boca.
Olho o meu reflexo e vejo o quanto acabado estou. Espero que isso seja passageiro, pois não sei se conseguirei suportar isso.
Saio do banheiro e vou até o bebedouro tomar uma água. Gasto um bom tempo ali. A água descia como se estivesse rasgando a minha garganta.
Depois de alguns segundos, saio Dalí, indo para a secretaria. Não estava com pressa nenhuma, até que eu olho para um determinado lugar e vejo o Pietro conversando com alguns colegas no corredor.
Meu coração volta a acelerar e eu começo a andar rápido, orando para que ele não tenha me visto.
Chego na direção e o professor já está lá me aguardando, ele e a coordenadora da escola estão me encarando, até que ela abre a boca para falar comigo.
— Então, meu jovem, o professor Fernando disse que você vomitou na sala de aula e que não aparenta estar bem. Você quer conversar comigo para eu tentar entender o quê aconteceu? — Ela é bem direta, entretanto eu não saberia o quê dizer ou explicar. Nem eu sei ao certo o quê está acontecendo comigo...
— Vou deixar vocês a sós. — o professor fala se retirando da sala. A coordenadora pede para eu me sentar numa cadeira. Ela me encara com um misto de preocupação e desconfiança.
Bom, eu decido explicar a ela como eu me senti, não disse nada sobre o Pietro, só expliquei a sensação. Ela me ouve atentamente e após eu terminar de explicar, ela acena com a cabeça e começa a falar.
— Então... Cristiano, certo? — ela me pergunta e eu aceno com a cabeça. — Eu preciso conversar com os seus pais, porque isso está me parecendo ser alguns sintomas de ansiedade. — ela fala e eu fico tipo "tá, mas o quê isso significa?" porém não deixo transparecer.
— Tudo bem, eu falo para os meus pais que a senhora quer conversar com eles o quanto antes. — Me levanto da cadeira. — A senhora quer me dizer mais alguma coisa? — pergunto.
— Você se sente bem o bastante para assistir ao restante das suas aulas, ou quer ir para casa? — ela me pergunta e eu fico em um grande dilema.
Primeiro: eu digo que estou bem, volto para a aulas e almoço com o Pietro, sendo quê eu me afastar dele é o mais conveniente no momento. Eu não sei o quê pode acontecer nesse simples almoço, porém tudo tem a tendência de dar errado na minha vida.
Segundo: eu minto e digo que não me sinto bem, dou um bolo no Pietro e vou embora como se nada tivesse acontecido.
"Qual dos dois escolher?" Minha mente grita e eu não sei o quê devo fazer. Muitas coisas podem dar certas, como muitas outras podem dar errado.
"Devo me render ao medo ou deixar as coisas irem?" Meu Deus essas indecisões são uma tortura.
Passando no por cima de todos os meus ensinamentos, dogmas e tudo eu decido respondo com uma coragem que eu não sei de onde tirei.
— Me sinto bem e irei ficar....
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N/a: Espero que tenham gostado e perdoem-me os erros, amo vocês ❤️
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